sábado, 12 de abril de 2014

BRASIL, CHIQUEIRO DO PT



 Decididamente o Brasil virou o chiqueiro do Partido dos Trabalhadores (PT). Seus seguidores, corruptos e incompetentes, meteram as quatro patas em tudo e conseguiram em onze anos desestruturar o que ainda funcionava no país, sem falar que levaram as duas maiores empresas nacionais, Petrobras e Eletrobrás à falência. A economia há muito desce a ladeira, a saúde publica é roleta russa, a educação básica virou pornografia, a segurança permite sessenta mil assassinatos por ano, a política internacional fez parceria com o que há de mais podre no mundo. Setenta por cento do que o país arrecada é investido na conta corrente da bandidagem, que compõe os dois maiores partidos do país. Aliás, na minha opinião, esses dois partidos deveriam fundirem-se a adotar a sigla (PL) Partido dos Ladrões.
 A cada dia a sociedade é agredida com mais uma podridão e tudo continua como antes. A megaquadrilha tem matriz em São Bernardo do Campo ( trono do Exu de Garanhuns) e três filiais em Brasília. O Palácio do Planalto, principal executor das ordens da matriz, está sob o comando da gerentona que assina documentos sem ler. O Congresso Nacional, abriga um departamento de compra e venda de interesses tanto no atacado e no varejo; as casas são dirigidas por nobres acima de qualquer suspeita. Por exemplo, na Câmara, o primeiro vice presidente da casa é um ladrão cujo sócio já está trancafiado, e, se o Brasil fosse um pais sério, ele também já estaria preso
.


 O presidente do Senado é um embusteiro. Além de já ter um passado reconhecidamente podre, acaba de criminosamente modificar um documento da Suprema Corte e usá-lo em plenário, para tentar convencer a casa de que é permitido a criação de uma CPI envolvendo vários fatos a serem investigados, quando na verdade isso não é permitido. O que realmente o "nobre" Renan, reserva moral do senado ao lado de Jose Sarney, fez foi criminosamente falsificar um documento da Suprema Corte redigido pelo ex-ministro Paulo Brossard. Uma vergonha, melhor dizendo uma falta de vergonha desse indivíduo que dirige o Senado da República, uma das casas responsáveis pela criação e ratificação de nossas leis. Um belo país o nosso, não é verdade? dá orgulho de, ao chegarmos no exterior, batermos no peito e dizer - Somos brasileiros.
 O Supremo Tribunal Federal (STF) está aparelhado para servir ao governo. Por questões ideológicas ultrapassadas e perigosas para a integridade do nosso território, apagou nossas fronteiras Norte (Raposa Serra do Sol); legalizou manifestações publicas que fazem apologia ao uso de drogas contribuindo para a desintegração social;  legaliza os roubos; blinda os corruptos oficiais por interesses inconfessáveis, e cria insegurança jurídica. O STF hoje passou a ser refúgio da bandidagem oficial que, quando por excesso de roubo, caem nas mãos do que ainda resta da imprensa livre e são denunciado juridicamente. A grande maioria dos jornalistas, hoje, está comprometida com a quadrilha e dá espaço para os atuais dirigentes invadirem as nossas casas e nos chamarem de idiotas a todo momento. Vide a rede Globo.
 É impressionante o faro do partido dominante para descobrir e conseguir arrebanhar no submundo do crime o que há de mais bem capacitado para executar sem nenhum pudor as mais sujas e variadas funções dentro dessa organização criminosa que tomou conta do país. O almoxarifado do partido tem nas prateleiras especialistas para qualquer patifaria e são convocados na hora certa para o lugar certo. É verdade que esse ano a organização sofreu algumas baixas, mas o estoque ainda é muito grande, Não foi afetado, daria para povoar a Papuda mesmo com a retirada de todos os antigos apenados. E diga-se de passagem: seria uma retirada extremamente necessária para evitar que os antigos sejam contaminados pelos novos hóspedes. Gente extremamente desclassificada.
Humberto de Luna Freire Filho, médico

sexta-feira, 11 de abril de 2014

LULA, GERDAU, PETROBRÁS E OUTROS ESCÂNDALOS

LULA, GERDAU, PETROBRÁS E OUTROS ESCÂNDALOS
       O recado que o empresário Jorge Gerdau Johannpeter mandou para a presidente Dilma e o PT foi curto e grosso:  afirmou que 39 ministérios é uma exorbitância, um imenso cabide de empregos, 6 já dariam para tocar, isto na 27ª edição do Fórum da Liberdade, em Porto Alegre. Chegou até a sugerir à população uma rebelião diante de tudo que anda acontecendo neste desgoverno petista do qual, indiretamente faz parte. Comentou ainda sobre o pífio crescimento do PIB, ou melhor, da falta de crescimento e também da teimosia de nosso governo em permanecer ao lado do MERCOSUL bolivariano, ao invés de procurar novos parceiros! Diante de tantas verdades ditas por ele a Casa Civil e a Secretaria de Comunicação da Presidência optaram pelo silêncio!

       O desaparecido Lula voltou à carga e está trabalhando firme para desfazer o que ele chamou de “tiro no pé” de Dona Dilma ao admitir que havia assinado sem ler um contrato do tamanho do “Pasadena”que levou a Petrobrás a ter um prejuízo de mais de um bilhão de reais sem contar o vexame internacional e ainda deixar por terra a fama, espalhada por Lula, de que ela era uma gerentona, capaz de dirigir nosso continental pais. A respeito de ser uma gerentona dizem que ela deixou falir uma loja de R$ 1,99 em sua terra!

       Outra coisa que tem chamado atenção é a falta de fiscalização por parte do TSE da propaganda feita por ela antes do prazo legal e ainda usando os recursos de seu cargo, ou seja, uma propaganda enganosa, ilegal e ainda feita com o nosso dinheiro.

       Outro “trabalho” do Lula é evitar a instalação da CPI da Petrobrás que ele tem certeza abrirá um rombo na candidatura de Dilma e até eventualmente dele mesmo, já que o escândalo de “Pasadena” e a Usina Abreu e Lima que deveria ter seu custo dividido com a Venezuela e cujo orçamento inicial, de US$ 2 bilhões, já está dez vezes maior sem nenhum dólar da sócia Venezuela! Esta CPI acabaria por demonstrar que estes escândalos todos seriam apenas a ponta de um imenso iceberg que poria à vista a imensidão das falcatruas feitas pelo governo petista que, segundo especialistas da ONU, chegam a 200 bilhões de reais por ano no Brasil!

       A última do PT é atribuir ao Fernando Henrique a responsabilidade pela aquisição equivocada e que também não foi tudo o denunciado pela oposição e pelos técnicos que realmente foi pago pela malfadada "Pasadena"... Era só o que faltava, se a culpa foi do FHC, por que o medo?

       Logo em seguida vamos ter mais um capitulo dos escândalos da Petrobrás, a Refinaria de San Lorenzo, na Argentina, aguardem...

       As eleições estão ai, será a hora de nosso povo dar um basta a tanta roubalheira, tanta pouca vergonha, tantas mentiras...




quinta-feira, 10 de abril de 2014

TARDIAS LAMENTAÇÕES - DOCA RAMOS MELLO

Tardias Lamentações

                                                                                                 Doca Ramos Mello
                                                                                               ddramosmello@uol.com.br


       André Vargas está mortificado. “Maldita hora em que fui levantar o braço com o punho em riste bem às barbas de Joaquim Barbosa, ô inferno!”, avalia ele, pois uma vez tendo cumprido o gestual símbolo dos corruptos, o mundo começou a desencavar todas as suas tramoias. Apavorado, renunciou à vice-presidência da Câmara e ensaiou balelas para se manter afastado do doleiro Youssef, deu desculpas sobre o uso do avião do cara, dizendo-se “imprudente” – não é um fofo?! Entretanto, como desgraça pouca é bobagem e o céu desabou sobre o punho fechado, acabam de descobri-lo envolvido em processo de 15 anos (e rolando, a nossa Justiça é mais vagarosa que tartaruga com problemas nas juntas) com o mesmo doleiro, ai Jesus, que gente bisbilhoteira! Lá se foi a ansiada cadeira da presidência, lá se vai a vida folgazã de dinheiro fácil, e agora, é ver a cara em todos os veículos de comunicação debaixo de mil e uma acusações, ó tristeza... Sem contar as costas da companheirada, em cordilheira a cada dia maior.
       Que vida!
       Tivesse ele contido aquele punho e provavelmente sua rotina de falcatruas estaria salva, ai, se arrependimento matasse... É no que dá querer ser solidário a José Dirceu e companhia bela. Periga, agora, engrossar o pelotão da Papuda – queria tanto se mostrar a favor da tropa encarcerada que pode acabar juntinho com eles, a ver ao menos a lua nascer quadrada. O sol continuará redondo porque naturalmente ele vai arrumar um empregão durante o dia – os internos da Papuda têm mais sorte que a grande maioria dos trabalhadores nacionais, para eles não faltam vagas e são vagas sempre boas. (Zé Dirceu mesmo arrumou posto de gerente de hotel para ganhar R$ 20 mil mensais, só não deu certo por causa da inveja de gente mesquinha da Maldadebras, que azedou o contrato).
       André Vargas ainda tem muito a agradecer a Deus por não ter dado a cotovelada que desejava em Joaquim Barbosa, porque se tivesse feito isso, provavelmente muito mais que o céu teria desabado na sua cabeça – não se mexe com esse ministro impunemente. Barbosa fica na dele enquanto forças desconhecidas tomam suas dores, o que poderia levar André Vargas a ver, ainda mais, o que é que é bom p’ra tosse, bronquite e rouquidão: pacote completo de desgraças. Era capaz de descobrirem podres ainda mais antigos, roubos desde a mais tenra idade, ele recém-nascido e passando a mão na chupeta do vizinho de berçário, ou moleque a afanar a lancheira do colega de escola... Sujeira é assim, mexeu, fede.
       Em compensação, de grão em grão, vamos enchendo nosso papo e esvaziando o pote de gente desonesta, corrupta e ordinária que nos assola. Falta muuuuuito ainda, mas Roma não foi feita em um só dia. Aguardemos. E peçamos a Deus que nos dê um exército de Joaquins Barbosas, pois sentimos uma fome canina de botar as sofisticadas organizações criminosas instaladas em nossos governos no olho da rua, no xilindró, no inferno, no raio que as parta.




quarta-feira, 9 de abril de 2014

LULA TOMA A FRENTE DA CRISE - MARA MONTEZUMA SSAF

Encurralado no beco da corrupção, péssima gestão, incompetência explícita para gerir com sucesso até mesmo um carrinho de sorvete...o PT, na pessoa de Lula, tenta um movimento contrário para sair da armadilha em que o próprio governo o colocou. Lula e sua tropa de elite saíram a campo para um ataque contra a oposição, partindo do princípio de que o governo precisa se defender com "unhas e dentes" da tentativa de instalação de uma CPI da Petrobrás...segundo ele mera manobra movida por interesses políticos. Ontem assisti Sergio Gabrielli tentando convencer os brasileiros de que a ex-Chefe da Casa Civil de Lula e ex-presidente do Conselho da Petrobras não tinha acesso a todos os dados da negociação da refinaria de Pasadena, com isso tentando diminuir o peso da responsabilidade sobre os ombros de Dilma Rousseff. Então quem tinha? Seu superior, o presidente Lula?
Lula vai se empenhar pessoalmente  na defesa do PT nesta crise, e este é o eterno presidente Lula,  sempre em defesa da manutenção do poder para o PT  e jamais do patrimônio da Nação exaurido pelos seus próprios políticos e aliados. Segundo este senhor , "o PT tem que ir para cima" com um debate político no momento certo....para evitar um novo mensalão.  Ele ainda não percebeu que o momento é outro, os cidadãos estão muito mais atentos e exigentes, e não há de ser um debate que vá mudar os números do montante de dinheiro que foi jogado no ralo sabe-se lá de quem, que vai mudar esta história das refinarias de Pasadena e Abreu Lima. Só espero que os tucanos não adotem novamente a tese da defesa da governabilidade com relação a Dilma , que foi o que  salvou o governo de Lula...porque  a consequência de uma decisão errada de FHC naquele momento do mensalão resultou neste caos total em que nos encontramos hoje!
Mara Montezuma Assaf


terça-feira, 8 de abril de 2014

SEM MISTIFICAÇÕES - FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO - O Estado de S.Paulo 06/04/2014
Quando me empenhei em fazer algumas reformas e modernizar a estrutura produtiva do Brasil, tanto das empresas privadas quanto das estatais, não o fiz movido por caprichos ou por subordinação ideológica. Tratava-se pura e simplesmente de adequar a produção brasileira e o desempenho do governo aos novos tempos (sem discutir se bons ou maus, melhores ou piores do que experiências de tempos passados). Eram, como ainda são, tempos de globalização, impulsionados por novas tecnologias de comunicação e informação, como a internet, e por avanços nos sistemas de transporte, como os contêineres, que permitiram maximizar os fatores produtivos à escala mundial. Daí por diante a produção se espalhou pelo mundo, independentemente do local de origem do capital. Os mecanismos financeiros, por sua vez, englobaram todos os mercados, interligados por computadores.
Nas novas condições mundiais, ou o Brasil se integrava competitiva e, quanto possível, autonomamente aos fluxos produtivos do mercado ou pereceria no isolamento e em desvantagem competitiva, pelo atraso tecnológico e pela ineficiência da máquina pública. As privatizações foram apenas parte do processo modernizador. Tão importante quanto foi a transformação do setor produtivo estatal. O objetivo era transformar as empresas estatais em companhias públicas, submetidas a regras de governança, fora do controle dos interesses político-partidários, capazes de competir e de se beneficiar das dinâmicas do mercado.
A zoeira das oposições, Lula e PT à frente, foi enorme. Acusavam o governo de seguir políticas "neoliberais" e de ser submisso ao "consenso de Washington". A cada leilão para exploração de um campo de petróleo (especialmente daquele onde se veio a descobrir óleo no pré-sal) choviam protestos e mobilizações de "organizações populares", bem como ações na Justiça para paralisar as decisões. Com igual ou maior vigor, as oposições e os setores da sociedade que ainda não se haviam dado conta das transformações por que passava a economia global protestavam contra as concessões de serviço público, como no caso da telefonia, e iam ao desespero quando se tratava de privatizar uma companhia como a Vale do Rio Doce ou as siderúrgicas (que, aliás, foram privatizadas nos governos Sarney e Itamar).
Alegava-se que as empresas eram vendidas na bacia das almas, por preços irrisórios. Na verdade, no caso da telefonia, venderam-se 20% de suas ações, as que garantiam seu controle, por R$ 22 bilhões, preço que superou em mais de 60% o valor mínimo estabelecido. Além disso, a privatização permitiu um grande volume de investimentos nos anos seguintes, sem falar do salto tecnológico e do aumento de produção que as privatizações renderam ao País. Passamos, por exemplo, de 2 milhões de celulares nos anos 1990 a 260 milhões hoje em dia.
Dizia-se que as privatizações reduziriam os empregos, quando houve uma expansão extraordinária deles. Que a Vale estava sendo trocada por nada, quando foi difícil encontrar contendores no leilão porque seu valor, na época, parecia elevado, e se hoje vale bilhões foi porque houve investimento e ação empresarial competente (diga-se de passagem, em impostos hoje a Vale paga muito mais ao governo, por ano, do que pagava em dividendo quando era uma estatal). A Embraer, de quase falida, passou a ser uma das maiores empresas do mundo.
Isso tudo foi paralisado a partir do governo Lula, no afã de manter a pecha sobre o governo anterior de "vendedor do patrimônio nacional" e de neoliberal. Nada de concessões, privatizações nem modernização que cheirasse a globalização. Enquanto os ventos do mundo favoreceram a valorização das commodities agrominerais, graças à China, e houve abundância de dólares, a máquina econômica rodou a todo o vapor e deu a ilusão de que bastaria expandir o crédito, baixar os juros e incentivar o consumo para o PIB crescer e o bem-estar se generalizar. A crise financeira global de 2007/9 ensejou ao governo Lula a oportunidade, bem aproveitada, de fazer políticas anticíclicas, com resultados positivos. Terminados os efeitos mais dramáticos da crise, os governos de Lula e Dilma fizeram uma leitura equivocada: estava dada a licença para enterrar o passado recente dos anos 1990 e aderir sem rebuços ao populismo econômico: mais Estado, mais impostos, menos juros, mais salários, mais consumo e às favas com as concessões e modernizações, às favas com o papel regulador do Estado - pelas agências - em relação ao mercado.
Deu no que deu. O governo Dilma, premido pelas dificuldades de fazer a máquina pública andar e pela sociedade, que exige melhor qualidade dos serviços, redescobriu as concessões (ah, mas não são privatizações, dizem, como se outra coisa tivesse sido feito com as telefônicas...). E as faz mal feitas: pouco dinheiro privado e muito crédito público. Dá-se conta agora de que a retomada das empresas estatais pelos partidos, como se vê na Petrobrás e na Caixa, bem como o uso abusivo do BNDES, deu mau resultado. E ainda houve uma perda bilionária de recursos, criaram-se novos "esqueletos" (dívidas não reconhecidas publicamente) e contabilidades criativas impostas para esconder transferências de recursos não declaradas no Orçamento.
Como deve estar arrependida a presidente Dilma, no caso da Petrobrás, de não se haver desembaraçado do ônus político legado por seu antecessor, que permitiu ao interesse privado e político penetrar a fundo nas empresas estatais...
Apesar de tudo, PT e governo já se estão preparando para enganar o povo na próxima campanha eleitoral fazendo-se de defensores do interesse popular, como se este se confundisse com estatização e hegemonia partidária, e estigmatizando os adversários como representantes das elites e fiadores dos interesses internacionais.
Cabe às oposições desmistificar tanto engodo, tomando à unha o pião dos escândalos da Petrobrás, rechaçando a pecha ideológica de "neoliberal" e reafirmando a urgência de mudar os critérios de governança das estatais.

FERNANDO H. CARDOSO, SOCIÓLOGO, FOI PRESIDENTE DA REPÚBLICA

segunda-feira, 7 de abril de 2014

CARTA PARA DILMA - FERNANDA MELO


Dilma, deixa eu te falar uma coisa!
Sou Fernanda Melo, médica, moradora e trabalhadora de Cabo Frio, cidade da baixada litorânea do estado do Rio de Janeiro.
Este ano completo 7 anos de formada pela Universidade Federal Fluminense e desde então, por opção de vida, trabalho no interior. Inclusive hoje, não moro mais num grande centro. Já trabalhei em cada canto...
Você não sabe o que eu já vi e vivi, não só como médica, mas como cidadã brasileira. Já tive que comprar remédio com meu dinheiro, porque a mãe da criança só tinha R$ 2,00 para comprar o pão.
Por que comprei?
Porque não tinha vaga no hospital para internar e eu já tinha usado todos os espaços possíveis (inclusive do corredor!) para internar os mais graves.
Você sabe o que é puxadinho?
Agora, já viu dentro de enfermaria? Pois é, eu já vi. E muitos. Sabe o que é mãe e filho dormirem na mesma maca porque simplesmente não havia espaço para sequer uma cadeira?
Já viu macas tão grudadas, mas tão grudadas, que na hora da visita médica era necessário chamar um por um para o consultório porque era impossível transitar na enfermaria?
Já trabalhei num local em que tive que autorizar que o familiar trouxesse comida ( não tinha, ora bolas!) e já trabalhei em outro que lotava na hora do lanche (diga-se refresco ralo com biscoito de péssima qualidade) que era distribuído aos que aguardavam na recepção.
Já esperei 12 horas por um simples hemograma. Já perdi o paciente antes de conseguir um mera ultrassonografia. Já vi luva descartável ser reciclada. Já deixei de conseguir vaga em UTI pra doente grave porque eu não tinha um exame complementar que justificasse o pedido.
Já fui ambuzando um prematuro de 1Kg (que óbvio, a mãe não tinha feito pré natal!) por 40 Km para vê-lo morrer na porta do hospital sem poder fazer nada. A ambulância não tinha nada...
Tem mais, calma! Já tive que escolher direta ou indiretamente quem deveria viver. E morrer...
Já ouvi muito desaforo de paciente, revoltando com tanto descaso e que na hora da raiva, desconta no médico, como eu, como meus colegas, na enfermeira, na recepcionista, no segurança, mas nunca em você.
Já ouviu alguém dizer na tua cara: meu filho vai morrer e a culpa é tua? Não, né? E a culpa nem era minha, mas era tua, talvez. Ou do teu antecessor. Ou do antecessor dele...
Já vi gente morrer! Óbvio, médico sempre vê gente morrendo, mas de apendicite, porque não tinha centro cirúrgico no lugar, nem ambulância pra transferir, nem vaga em outro hospital?
Agonizando, de insuficiência respiratória, porque não tinha laringoscópio, não tinha tubo, não tinha respirador?
De sepse, porque não tinha antibiótico, não tinha isolamento, não tinha UTI?
A gente é preparado pra ver gente morrer, mas não nessas condições.
Ah Dilma, você não sabe mesmo o que eu já vi! Mas deixa eu te falar uma coisa: trazer médico de Cuba, de Marte ou de qualquer outro lugar, não vai resolver nada!
E você sabe bem disso.
Só está tentado enrolar a gente com essa conversa fiada. É tanto descaso, tanta carência, tanto despreparo...
As pessoas adoecem pela fome, pela sede, pela falta de saneamento e educação e quando procuram os hospitais, despejam em nós todas as suas frustrações, medos, incertezas...
Mas às vezes eu não tenho luva e fio pra fazer uma sutura, o que dirá uma resposta para todo o seu sofrimento!
O problema do interior não é falta de médico. É falta de estrutura, de interesse, de vergonha na cara. Na tua cara e dessa corja que te acompanha!
Não é só salário que a gente reivindica. Eu não quero ganhar muito num lugar que tenha que fingir que faço medicina. E acho que a maioria dos médicos brasileiros também não.
Quer um conselho?
Pare de falar besteira em rede nacional e admita: já deu pra vocês!
Eu sei que na hora do desespero, a gente apela, mas vamos combinar, você abusou!
Se você não sabe ser "presidenta", desculpe-me, mas eu sei ser médica, mas por conta da incompetência de vocês, não estou conseguindo exercer minha função com louvor!
Não sei se isso vai chegar até você, mas já valeu pelo desabafo!
  

DITADURA X DITADURA - MYRIAN MACEDO

Ditadura x ditadura

Iza Salles, jornalista, integrante da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), na época da ditadura ficou sete meses presa em instalações do DOI-Codi, onde foi torturada. Agora, aos 75 anos, quando indagada se a luta armada foi a estratégia certa e se faria tudo de novo, respondeu que não, acrescentando que muitos de seus companheiros de guerrilha perderam a vida por nada. E completou: "Até hoje não fizeram a reflexão de que pregávamos uma ditadura de esquerda - que são terríveis. Muitos não queriam ver as denúncias que vinham da União Soviética sobre perseguições e mortes". Com sua vivência, acredita que a democracia ainda é o caminho para construir vielas de idealização, não sendo perfeita, mas a melhor forma de governo. Relato impressionante! Importante constatação com a maturidade alcançada é a de que não lutavam para derrubar a ditadura militar para implantar a democracia, mas, sim, uma ditadura comunista. Essa verdade tem de se estabelecer de vez. Não podemos aceitar a farsa que ex-guerrilheiros - como Dilma Rousseff, José Genoino, José Dirceu e outros que foram treinados em Cuba e na China - nos querem impor. Eles nunca lutaram pela democracia! Seus ideais eram outros e me arrisco a dizer que ainda são, quando vejo que tentam por vários meios calar a mídia, implantar a hegemonia de poder e, principalmente, quando apoiam o presidente venezuelano em sua insanidade de coibir manifestações populares atirando para matar civis descontentes com a sua política autoritária. A luta de Nicolás Maduro é a mesma que grupos armados, aqui, encarnavam naquela época, para estabelecer uma ditadura comunista ou, como queiram, socialista bolivariana, igualmente sanguinária, não importando os meios para se chegar a ela.


  myrian.macedo@uol.com.br São Paulo - Cartas Estadão

domingo, 6 de abril de 2014

CUBA, O INFERNO NO PARAÍSO - Juremir Machado da Silva


CUBA, O INFERNO NO PARAÍSO.

Juremir Machado da Silva
Correio do Povo, Porto Alegre (RS)

Na crônica da semana passada, tentei, pela milésima vez, aderir ao Comunismo.
Usei todos os chavões que conhecia, para justificar o projeto cubano. Não deu certo.
Depois de 11 dias na ilha de Fidel Castro, entreguei, de novo, os pontos.

O problema do socialismo é, sempre, o real.  Está certo que as utopias são virtuais; o lugar, não. Mas, tanto problema com a realidade inviabiliza qualquer adesão.

Volto chocado: Cuba é uma favela no paraíso caribenho.

Não fiquei trancado no mundo cinco estrelas do hotel Habana Libre.  Fui para a rua. Vi, ouvi e me estarreci. Em 42 anos, Fidel construiu o inferno ao alcance de todos.

Em Cuba, até, os médicos são miseráveis. Ninguém pode queixar-se de discriminação. É, ainda, pior.
Os cubanos gostam de uma fórmula cristalina: ‘Cuba tem 11 milhões de habitantes e 5 milhões de policiais’. Um policial pode ganhar, até, quatro vezes mais do que um médico, cujo salário anda em torno de 15 dólares, mensais.

José, professor de História e Marcela, sua companheira, moram num cortiço, no Centro de Havana, com mais dez pessoas (em outros, chega a trinta). Não há mais água encanada. Calorosos e necessitados de tudo, querem ser ouvidos.

José tem o dom da síntese: ‘Cuba é uma prisão, um cárcere especial. Aqui, já se nasce prisioneiro. E a pena é perpétua.  Não podemos viajar e somos vigiados, em permanência. Tenho uma vida tripla: nas aulas, minto para os alunos. Faço a apologia da revolução. Fora, sei que vivo um pesadelo. Alívio é arranjar dólares com turistas’.

José e Marcela, Ariel e Julia, Paco e Adelaida, entre tantos com quem falamos, pedem tudo: sabão, roupas, livros, dinheiro, papel higiênico, absorventes. Como não podem entrar, sozinhos, nos hotéis de luxo que dominam Havana, quando convidados por turistas, não perdem tempo: enchem os bolsos de envelopes de açúcar.

O sistema de livreta, pelo qual os cubanos recebem do governo uma espécie de cesta básica, garante comida, para uma semana. Depois, cada um que se vire. Carne é um produto impensável.

José e Marcela, ainda assim, quiseram mostrar a casa e servir um almoço de domingo: arroz, feijão e alguns pedaços de fígado de boi. Uma festa.

Culpa do embargo norte-americano?  Resultado da queda do Leste Europeu? José não vacila: ‘Para quem tem dólares, não há embargo. A crise do Leste trouxe um agravamento da situação econômica. Mas, se Cuba é uma ditadura, isso nada tem a ver com o bloqueio’.

Cuba tem quatro classes sociais: os altos funcionários do Estado, confortavelmente instalados em Miramar; os militares e os policiais; os empregados de hotel (que recebem gorjetas em dólar); e o povo.

‘Para ter um emprego num hotel, é preciso ser filho de papai, ser protegido de um grande, ter influência’, explica Ricardo, engenheiro que virou mecânico e gostaria de ser mensageiro nos hotéis luxuosos de redes internacionais.

Certa noite, numa roda de novos amigos, brinco que quando visito um país problemático, o regime cai, logo depois da minha saída. Respondem em uníssono: 'Vamos te expulsar daqui agora mesmo’.

Pergunto: por que não se rebelam, não protestam, não matam Fidel? Explicam que foram educados para o medo, vivem num Estado totalitário, não têm um líder de oposição e não saberiam atacar com pedras, à moda palestina.

Prometem, no embalo das piadas, substituir todas as fotos de Che Guevara espalhadas pela ilha, por uma minha, se eu assassinar Fidel para eles.

Quero explicações, definições, mais luz. Resumem: ‘Cuba é uma ditadura’.  Peço demonstrações. ‘Aqui, não existem eleições. A democracia participativa, direta, popular, é um fachada para a manipulação. Não temos campanhas eleitorais, só temos um partido, um jornal, dois canais de televisão, de propaganda, e, se fizéssemos um discurso, em praça pública para criticar o governo, seríamos presos, na hora’.

Ricardo Alarcón aparece, na televisão, para dizer que o sistema eleitoral de Cuba é o mais democrático do mundo. Os telespectadores riem: ‘É o braço direito da ditadura. O partido indica o candidato a delegado de um distrito; cabe aos moradores do lugar confirmá-lo; a partir daí, o povo não interfere em mais nada. Os delegados confirmam os deputados; estes, o Conselho de Estado; que consagra Fidel’.

Mas, e a educação e a saúde para todos? Ariel explica: ‘Temos alfabetização e profissionalização, para todos; não, educação. Somos formados, para ler a versão oficial; não, para a liberdade. A educação só existe, para a consciência crítica, à qual não temos direito. O sistema de saúde é bom e garante que vivamos mais tempo para a submissão’.

José mostra-me as prostitutas, dá os preços e diz que ninguém as condena: ’Estão ajudando as famílias a sobreviver’.  Por uma de 15 anos, estudante e bonita, 80 dólares.

Quatro velhas negras olham uma televisão em preto e branco, cuja imagem não se fixa. Tentam ver ‘Força de um Desejo’.

Uma delas justifica: ‘Só temos a macumba (santería) e as novelas, como alento. Fidel já nos tirou tudo. Tomara que nos deixe as novelas brasileiras’.

Antes da partida, José exige que eu me comprometa a ter coragem de, ao chegar ao Brasil, contar a verdade que me ensinaram: em Cuba só há ‘rumvoltados’.

 E, ainda, existem brasileiros que defendem isso e querem e desejam isso, para o Brasil!
O JORNALISTA JUREMIR MACHADO SILVA FEZ PARTE DA COMITIVA DO GOVERNADOR TARSO GENRO A CUBA, NO MÊS DE OUTUBRO 2013, QUE FOI OFERECER MÁQUINAS AGRÍCOLAS FABRICADAS NO RIO GRANDE DO SUL, FINANCIADAS PELO BNDES.
JUREMIR É COLUNISTA DO JORNAL CORREIO DO POVO, DE PORTO ALEGRE, E ESCRITOR.
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