sábado, 27 de fevereiro de 2010

CHAVES NO ESCURO


ATLAS AGÊNCIA 26/02/2010 - EL PAIS ES

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, foi interrompido por uma queda de energia inesperada no meio de uma conferência de imprensa, com transmissão ao vivo pela televisão estatal. Chávez falava precisamente na crise energética que afeta o país e para a qual o Governo decretou uma emergência nacional. E, como se fosse uma piada macabra, o Palácio Miraflores ficou às escuras durante cinco minutos.

O DEFENSOR DOS DIREITOS HUMANOS SE OMITIU

Zapata

As desculpas esfarrapadas de Lulla por não criticar os irmãos Castro pela total falta de respeito aos direitos humanos, o que acontece há mais de cinqüenta anos na ilha-prisão, ou como querem os petralhas, " no paraíso cubano", são de matar de vergonha todo brasileiro com um mínimo de QI. A alegação de que não tem o costume de "meter o dedo em assuntos de outros países" é um acinte pois nosso Itamarati não fez outra coisa nos últimos anos, a mais recente na crise de Honduras, onde só demos vexame. Enquanto Lulla estava na ilha ocorreram graves demonstrações de falta de respeito aos direitos humanos, nem ir no enterro de Zapata seus amigos puderam, sob grave ameaça de serem presos simplesmente por saírem de casa. Nosso querido presidente nem sequer fez um comentário. Lá os dissidentes, mesmo que só de "consciência", vão para o calabouço, aqui, nossos "terroristas" são regiamente indenizados. Acorda Brasil!

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

LULA ESCONDE A SUJEIRA - HÉLIO BICUDO


Entrevista à Revista Veja em 13/08/2005 a Lucila Soares
UMA CERTEZA
Hélio Bicudo, petista há 25 anos: "É impossível que Lula não soubesse como os fundos estavam sendo angariados e gastos”.

"LULA ESCONDE A SUJEIRA"
O jurista HÉLIO BICUDO, de 83 anos, tem uma longa militância em favor dos direitos humanos, na qual se destaca o combate à ação do Esquadrão da Morte paulista, no fim dos anos 60. Relutou muito antes de decidir manifestar sua opinião sobre o governo Lula e o PT, ao qual é filiado há 25 anos. Decidiu falar incentivado pela família e por alguns amigos, inclusive da base petista. "Não posso admitir que dentro da história que venho construindo, muitas vezes penosamente, eu possa ser considerado partícipe do que está acontecendo", disse Bicudo à editora de VEJA Lucila Soares, a quem concedeu a seguinte entrevista.
O SENHOR ACREDITA QUE O PRESIDENTE LULA SABIA DOS FATOS QUE ESTÃO VINDO A PÚBLICO?
Lula é um homem centralizador. Sempre foi o presidente de fato do partido. É impossível que ele não soubesse como os fundos estavam sendo angariados e gastos e quem era o responsável. Não é porque o sujeito é candidato a presidente que não precisa saber de dinheiro. Pelo contrário. É aí que começa a corrupção.
POR QUE O PRESIDENTE NÃO TOMOU NENHUMA ATITUDE PARA IMPEDIR QUE A SITUAÇÃO CHEGASSE AONDE CHEGOU?
Ele é mestre em esconder a sujeira embaixo do tapete. Sempre agiu dessa forma. Seu pronunciamento de sexta-feira confirma. Lula manteve a postura de que não faz parte disso e não abre espaço para uma discussão pública.
HÁ OUTROS EXEMPLOS DESSA CARACTERÍSTICA?
Há um muito claro. Em 1997, presidi uma comissão de sindicância do PT para apurar denúncias contra o empresário Roberto Teixeira, que estava usando o nome de Lula para obter contratos de prefeituras em São Paulo. A responsabilidade dele ficou claríssima. Foi pedida a instalação de uma comissão de ética, e isso foi deixado de lado por determinação de Lula, porque o Roberto Teixeira é compadre dele. O único punido foi o Paulo de Tarso Venceslau, autor da denúncia. Ainda que não existisse necessariamente um crime, havia um problema sério, ético, político, que tinha de ter sido discutido e não foi. Essas coisas todas vão se acumulando e, no final, acontece o que se vê hoje.
ESSES MESMOS SINAIS ESTÃO PRESENTES NO ASSASSINATO DO PREFEITO DE SANTO ANDRÉ, CELSO DANIEL?
A história de Santo André ainda não está clara. Houve uma intervenção do próprio partido para caracterizar o crime como crime comum, do que eu discordo. Houve a eliminação do Celso, ou porque ele não concordava com a corrupção ou porque ele quis interromper o processo num determinado ponto.
O SENHOR FOI VICE-PREFEITO DE MARTA SUPLICY. COMO FOI PARTICIPAR DE UM GOVERNO PETISTA?
O que me realizou na prefeitura foi constituir a Comissão de Direitos Humanos do município. Fora isso, tudo passou ao largo do meu gabinete, por opção de Marta. E, em dezembro de 2004, já no fim do governo, quando assumi interinamente a prefeitura e houve uma chuva muito forte, com graves prejuízos à população, pude verificar que os serviços públicos estavam totalmente omissos. Convoquei uma reunião do secretariado e apareceram dois ou três. Para mim foi uma experiência extremamente negativa.
EM QUE MOMENTO O SENHOR COMEÇOU A PERCEBER QUE O PARTIDO ESTAVA NO CAMINHO ERRADO?
Quando a direção passou a tomar a frente das campanhas políticas. No início a militância era a grande força eleitoral. Isso foi mudando na medida em que o partido começou a abandonar os princípios éticos. A partir da campanha eleitoral de 1998, instalou-se definitivamente a política de atingir o poder a qualquer preço.
O PRESIDENTE LULA TAMBÉM QUERIA CHEGAR AO PODER A QUALQUER PREÇO?
Sim. Mas ele quer a representatividade, sem o ônus do poder. Ele dividiu o governo como se estivéssemos num sistema parlamentarista. É o chefe do Estado, mas não do governo. Nisso há, aliás, uma clara violação da Constituição, que é presidencialista. A conseqüência foi o aparelhamento do Estado, um governo sem projeto e essa tática de alcançar resultados pela corrupção do Congresso Nacional.
O EX-MINISTRO JOSÉ DIRCEU ERA O PRINCIPAL NOME DESSE GRUPO A QUEM LULA DELEGOU O PODER. QUAL SUA AVALIAÇÃO SOBRE ELE?
Dirceu é um trator. Ele é um homem que luta, sem restrição a meios, pelo poder. Está impregnado desse objetivo. Ele é o melhor representante de um grupo que aspirava ao poder pelo poder, não para fazer as reformas que sempre defendemos. O PT chegou ao governo sem projeto. Se Lula quisesse transformar o sonho petista em realidade, poderia ter se cercado de gente que o ajudaria nisso. Pessoas como Celso Furtado, Maria da Conceição Tavares, Fábio Konder Comparato, Maria Victoria Benevides, Paulo Nogueira Batista Junior trabalharam no programa e foram depois pura e simplesmente deixadas de lado. Foi uma escolha. Que continua. Em vez de buscar as pessoas autênticas, que comungam do ideal que acho que ainda é dele também, Lula se reúne com o Chávez (Hugo Chávez, presidente da Venezuela). Para quê?
O SENHOR TAMBÉM SE CONSIDERA DEIXADO DE LADO?
Eu entrei no PT porque achei que devia entrar, ajudei o Lula em vários momentos porque achei que devia ajudar e nunca pedi nada em troca. Ele é que, espontaneamente, me disse que eu assumiria uma posição. Um dia, o ministro Celso Amorim mandou seu chefe-de-gabinete me oferecer um lugar de conselheiro da Unesco. Eu pedi que me explicasse o que representava exatamente essa posição. A resposta foi: "É formidável. Três viagens por ano a Paris". Ou seja, estavam me oferecendo uma mordomia. Eu não aceitei.
EM ALGUM OUTRO MOMENTO O SENHOR FOI CHAMADO A COLABORAR COM O GOVERNO?
Sim. O então presidente do PT, José Genoíno, me pediu ajuda para convencer meus amigos deputados federais do PT a retirar seu apoio à formação da CPI dos Correios.
EXISTEM ELEMENTOS PARA QUE SE PEÇA O IMPEACHMENT DO PRESIDENTE?
Os fatos podem vir a caracterizar crime de responsabilidade e, portanto, motivar um pedido de impeachment. Mas eu gostaria de lembrar que as primeiras pessoas que pediram o impeachment de Fernando Collor foram o Lula e eu. O pedido foi engavetado. Só quando houve pressão popular é que se concretizou um processo. Se você não tem apoio popular, isso cai numa discussão de juristas que não leva a nada, a não ser ao prejuízo da democracia.
COMO O SENHOR VÊ O FUTURO DO PT?
Depende muito de como esse processo vai prosseguir. Se continuarmos com uma direção chapa-branca, não vamos chegar a lugar algum – a não ser no desfazimento de um partido que poderia ter chegado ao poder para realizar as reformas necessárias, mas só conseguiu promover um grande isolamento do Lula.

ARGENTINA X INGLATERRA


Nosso competente ministro das relações exteriores, Celso Amorim, está criando uma nova enrascada internacional, se metendo onde não é chamado e sempre dizendo que não interfere na política interna de outros países. Foi dar palpite na questão das Ilhas Malvinas ou Falkland. Como sempre, fica ao lado dos "amigos", aqueles que sempre levam vantagem quando disputam qualquer negócio com o Brasil. Deixe a Rainha Cristina da Argentina se virar com as complicações que arranja, no caso, uma nova disputa sobre as Malvinas, para os argentinos, Falkland, para os ingleses. Eles que se entendam. Depois o Brasil ainda quer ser membro efetivo da ONU. Gozado que não se pergunta por que a Guiana Francesa pertence à França e não ao Brasil, não seria o mesmo caso? Não, pois a França, assim como a Argentina, é "nossa amiga"!

O ZAPATA FOI O CULPADO!


Raul Castro, o ditador de plantão de Cuba, ao lado de Lula , disse lamentar a morte de Zapata, atribuindo-a à "luta ideológica contra os EUA". A mãe do dissidente, Reina Luisa Tamayo, porém, criticou as declarações de Raúl. "É um cínico!". Ela disse que não aceita que Raul envie mensagens - "Porque meu filho leva impregnado em seu corpo os golpes e as torturas". Lulla, por sua vez, lamentou a morte, mas alegou não ter recebido nenhuma carta de grupos de defesa de direitos humanos, certamente que não recebeu, pois a carta foi postada em jornais e pela internet e já sabemos que ele tem azia tanto por um como por outro.... Ele também justificou seu silêncio em relação à falta de liberdade na ilha sob a alegação de que não interfere em assuntos internos de outro país. Gozado que em Honduras não foi bem assim que o seu governo agiu... Zelaya que o diga! Numa prova de insensibilidade total disse que foi um absurdo Zapata morrer em greve de fome, onde já se viu uma coisa destas... como Raul Castro atribuiu a morte do "dissidente" aos Estados Unidos, disso se conclui que o culpado foi o próprio Zapata!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

CARNAVAL DO XILINDRÓ - DOCA RAMOS MELLO

Nossa Senhora, prenderam o Arruda! Pois eu estou aqui para defendê-lo e engrossar as palavras de um de seus amigos, que comentou em noticiário da tv o quanto ele está sofrendo, oh, céus, coitadinho! Só não sofre mais porque a mulher dele (e eu, burra, não achei que fosse filha...?) tem ido ao cárcere levar comidinha caseira para ele, além de simpatizantes que lhe enviam livros de autoajuda, graças a Deus.

Pensar que tudo começou com uma filmagem ordinária feita no momento em que o governador recebia uma grana preta com a naturalidade dos puros de espíritos e ingênuos de coração, ai, ai, ai. Fizeram um auê em cima daquele vídeo, esparramaram nos meios de comunicação, o povo armou piadas, charges safadas, musiquinhas sobre o tema e até fantasias de carnaval na base do uniforme das cadeias e máscaras de Arruda com círculos negros em torno dos olhos (como os irmãos Metralhas), enfim, desancaram com ele, que maldade! E maldade porque depois ele esclareceu que o dinheiro era destinado à compra de panetones para as famílias carentes de Brasília, e se você aí, membro da empresa nacional Maldadebras, não sabe, Brasília não é exatamente uma flor do cerrado, ali existe uma legião de gente carente, ora bolas.

Mas, os panetones eram caríssimos, disseram as línguas viperinas...

Meu Santo Antão! Não estamos aqui falando da reles panetones chinfrins, desses que se encontram à farta em botecos imundos, não, nunca! Eram panetones enriquecidos com minérios de ferro de Dubai, extratos vegetais de Santa Cruz de la Sierra, chocolate suíço manufaturado em Zurique, frutas secas através de processo secreto por anões da região norte da Malásia, proteínas inglesas e...cristais russos! Acaso sabe o leitor o que são cristais russos? Nem o nome deles eu sei escrever direito, só sei que enriqueceram algumas fantasias da rainha de bateria Luma de Oliveira, que só podia importá-los por ser (à época), mulher de ninguém menos que Eike Batista, o homem mais rico do Brasil. Manja o preço? Fora as tratativas com os fabricantes russos, a Rússia não é conhecida pelo bom humor nos negócios, aquela gente lá vive à base de vodka e frio, não é maleável e não aprecia vender seus produtos sem mais nem meio mais, as exigências são absurdas. Eike teve de dar um bom xis para cobrir uma parte mínima da frente da patroa com os tais cristais, e para economizar deixou a parte de trás de fora, aí veio um bombeiro e... Esquece, não vem ao caso.

O gasto foi tão grande que o casamento desandou e ela nem rainha é mais. Por aí você imagina agora o preço de cada panetone...

E não me fale em exagero, porque Arruda se preocupa com a saúde dos carentes, um panetone comum jamais daria tanto suporte à saúde dos pobres, portanto, na essência, o governador economizou gastos para o SUS, evitando vermes, diarreias, osteoporose, cáries, leptospirose, dengue, febre amarela, tifo, erisipela, mal de Parkinson, sarampo, bursite, gravidez precoce, escoliose, cardiopatias, fibromialgias, barriga d’água, mal de Chagas, etc. Isso tudo esse povinho ruim e os tribunais de Justiça invejosos fingem não ver e ainda prendem o homem, ô país ingrato! O coitado passou o carnaval na cadeia, deprimidíssimo, olhando a vida por detrás da persiana (olha eu, burra de novo, nem sabia que na cadeia há persianas nas janelas dos presos!) e sem poder participar do desfile da Beija-Flor, ô dó.

Para maior calvário do infeliz, soube que lhe tiraram o banheiro privativo, como se um governador pudesse ir ao mictório comum a demais bandidos, o que é isso?! Penso em doar-lhe um penico, farei uma jornada a pé a Brasília para a entrega, como forma de chamar a atenção da imprensa.

A respeito do caso de Arruda, V. Exa. Metalurgíssima disse que fica sempre chocado com notícias de corrupção, puxa vida, que sensibilidade do filho do Brasil, ele é mesmo O Cara! Sorte que não levou choque nenhum quando se tratou dos mensaleiros, aloprados, sanguessugas, etc. Graças a Deus, ele nem mesmo se chocou quando o Vavá pediu “dois pau preu”, até porque foi uma coisa tão rodapé que nem apareceu no filme da vida do líder sindical, passou batido e se evitou assim que O Cabra fosse eletrocutado, sabe como é, as reações muitas vezes são exacerbadas, outro dia mesmo a pressão dele subiu... (Há quem jure que o fato de se deveu a uma cirogomespatia, outros falam em ladydilnumdecolalgia e até em doença chavista latina, a egonunquerum sairdaquinenmortus).

Desgraça pouca é bobagem. O vice do Arruda tenta ficar no lugar da chefia para não deixar o Distrito Federal às moscas, mas é outro infeliz perseguido pela Maldadebras, já estão articulando contra o sujeito, ô raça maldita! Não demora e fazem uma intervenção em Brasília, isso é uma desmoralização da capital, não pode, sou contra. Conversa telefônica gravada não serve p’ra nada, enriquecimento ilícito ninguém prova, filme feito é fita manipulada, e eu considero a carinha do Arruda tão meiga, não entendo por que insistem em apontar o dedo para ele, inclusive recordando antigo episódio...

...Aquilo foi um descuido, o Arruda estava lá no plenário, coisa e tal, e de repente passou a mão no negócio do painel, sem querer, sem intenção. Acontece que ACM – Deus o tenha e Xangô não me desampare – estava com a manopla dele voltada para o tal painel também e baiano, todo mundo sabe, pela característica de balançar muito na rede, comer acarajé, ir atrás do trio elétrico e não entender o que Caetano diz, tem a mão pesada. Aí, sobrou para o Arruda, pobrezinho, que teve até de renunciar, ô cruz!. Mas, ele pediu perdão, foi perdoado e ainda se elegeu, a voz do povo é a voz de Deus, ora essa. Dessa vez, aconselho uma repaginada no pedido – ele pode imitar um jogador americano, convocar uma coletiva de imprensa, levar mamãe, quem sabe as ex todas, e se penitenciar ao microfone diante das telas, daí o sol vai brilhar de novo no infinito sobre as águas do Paranoá, amém, que bonitinho!

Considero precedente perigoso encarcerar um governador, é contra as regras da liturgia do cargo, temos de dar um breque nesse negócio porque se a moda pega, vão começar a botar tudo quanto é político na cadeia e daí pode faltar vaga nos presídios para governadores, deputados, vereadores, prefeitos, senadores e quem sabe até...(cala-te, boca, acuda, meu Jesus Luz!)...presidentes... Aí a democracia desce a ladeira e estamos lascados, tem dó, gente! Cadeia é lugar para pé de chinelo, no máximo para quem faz xixi na rua, e não para a nata nacional, botemos equilíbrio nesse galinheiro ou a vaca vai para o brejo. O que é que esse pessoal quer, desestabilizar o país, esculhambar a República, macular a nossa imagem no exterior? Soltem o Arruda, já.

DOCA publicou esta crônica em: httt://www.papolivre.com.br

A DEMOCRACIA CUBANA



Raul, Lula, Fidel e Franklin
Após discursar na criação da OEA classe B, sem Estados Unidos, Canadá e Honduras, nosso amado presidente foi abraçar os democratas Fidel e Raul Castro com quem inaugurou (?) obras no porto de Mariel onde tem investido o suado dinheiro dos impostos do povo brasileiro, para ajudar aquele governo corrupto e retrógrado, onde além de tudo ainda não existe a mínima liberdade. Pena não ter levado o nosso ilustre secretário dos direitos humanos, Paulo Vannuchi, pois ele poderia, pelo menos, acompanhar o enterro do dissidente Orlando Zapata Tamayo, que morreu em conseqüência de greve de fome em protesto contra aos maus tratos e torturas aos "presos de consciência" da prisão de Holquin onde estava confinado desde 2003. Interessante que não vimos uma palavra sequer de Lulla criticando as prisões arbitrárias e o desrespeito continuado aos direitos humanos da ilha caribenha. Será este o governo que ele quer para o nosso país com sua candidata admiradora como ele destes canalhas? Despertem brasileiros...

A MORTE DE ZAPATA


Em visita aos ditadores e mentores da esquerda latino americana, os irmãos Castro, Lulla, que agora dizem estar fazendo suas últimas viagens como presidente do Brasil, foi surpreendido com a morte de Orlando Zapata Tamayo, o Sapateiro Zapata, que desde 2003 amarga no calabouço pelo crime de ser contra o regime cubano que por mais de cinqüenta anos oprime o seu povo. Ele estava em greve de fome há mais de 85 dias e acabou morrendo quando da chegada do maior estadista em prol da democracia, nosso amado presidente. Por que morreu o Zapata? Além de sua repulsa ao regime ditatorial vigente, protestava contra espancamentos e outros tipos de tortura na prisão de Holguin. Nosso presidente, tão amigo dos irmãos Castro, nunca protestou contra as prisões sem julgamento e os maus tratos ao prisioneiros cubanos, que lá curtem um calabouço rustido só por serem contra o regime. Lá não precisa ser terrorista não, basta ser contra...

De quem foi a culpa pela morte do jovem Zapata? Imaginem, segundo os irmãos Castro, foi dos Estados Unidos... E Lula disse lamentar “que uma pessoa se deixe morrer por uma greve de fome” e ainda reclama do morto por dizer que lhe mandou uma carta sem "protocolo". Sem mais comentários...

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

JOÃO HELIO E OS DIREITOS HUMANOS - DOM ANTONIO AUGUSTO DIAS DUARTE

Há três anos o menino João Hélio entrava no carro dos seus pais sem saber que a sua breve vida de sete anos seria brutalmente, sangrentamente, criminosamente interrompida por cinco rapazes, entre os quais estava um adolescente de 16 anos.

Essa criança transformou-se num "mártir-mirim da vida" - assim o chamei num artigo que escrevi em forma de carta aberta dirigida a ela e publicado pelo jornal O Globo -, tamanha foi a reação de indignação e de comoção popular diante do modo como ela foi assassinada.

Infelizmente, hoje temos ecos dessa reação popular ao ler nos jornais a notícia de que a organização não-governamental (ONG) Projeto Legal quer mudar o rosto de um delinquente juvenil, réu do crime cometido contra esse pequeno mártir, para o rosto de uma vítima ameaçada de morte e, portanto, com o direito de ser incluída num Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente, podendo viajar para um Estado ou país diferente e assim viver mais seguro.

Mesmo com a imediata intervenção do Ministério Público pedindo a anulação desse ato impetrado pela referida ONG, mesmo com o acerto da decisão judicial de libertação desse delinquente, uma vez que ele cumpriu o prazo-limite de três anos de afastamento da sociedade, várias questões merecem ser consideradas diante do reaparecimento de menino João Hélio na mídia nacional.

Primeira questão: será que a ONG Projeto Legal tem o direito de aumentar a dor dos pais, favorecendo um rapaz que ainda é incapaz de viver em sociedade de forma civilizada, quando se sabe que na sua curta permanência na prisão cometeu mais três crimes, um dos quais foi a tentativa de homicídio de um agente de disciplina, usando tiras de pano e cordas?

Segunda questão: será que os direitos humanos fundamentais, no Brasil, não estarão sendo manipulados por certos grupos de pessoas, que acabam colocando-os num nível de igualdade com outros "direitos" criados e claramente contrários à dignidade da pessoa humana e ao bem comum da sociedade?

Terceira questão: será que não existe mais, na atual civilização, o direito de memória, que exige o dever de respeitar o sofrimento gravado a fogo na mente e no coração dos pais e dos familiares, dos amigos e dos concidadãos de João Hélio, pois no interior de toda essa gente nunca se apagarão as imagens da atrocidade cometida contra essa criança, e a infeliz iniciativa desse tipo só faz pisotear este direito humano?

Quarta questão: será que o nosso mundo, que se vangloria de ser pós-moderno, de ter progredido tanto nos costumes e na ciência, de ter avançado na defesa dos direitos humanos, tem ainda uma reserva de mentes claras e imunes a ideologias camufladas, capaz de falar dos reais direitos humanos e mais capaz ainda de proclamá-los corajosamente, até que o povo brasileiro se convença de que não precisa mais de ONGs que se vão instalando no nosso país somente para conturbar a ordem social e destruir valores culturais e religiosos indiscutíveis?

Queremos que o caso de João Hélio não seja mais um para preencher páginas dos meios de comunicação e tampouco que a sua pura figura de chorosa memória sirva para promoção de algumas entidades interessadas não sabemos em quê. Queremos, sim, que esse "mártir-mirim da vida" desperte a reserva de inteligências esclarecidas, crie ações de famílias preocupadas com a segurança e a paz dos seus membros, a fim de que haja na cultura brasileira uma valorização mais enfática da dignidade humana, que é a raiz profunda dos direitos humanos e o alicerce firme de um mundo mais fraterno e justo.

Nesse sentido, a Igreja Católica no Brasil resiste a ser empurrada para dentro das sacristias e, sempre que houver no País um ou vários atentados contra os direitos fundamentais da pessoa humana, ela terá a coragem de proclamá-los, defendê-los e promover debates purificados de ideologias impregnadas de ateísmo e relativismo.

Os direitos fundamentais que governam as relações sociais, tais como a inviolabilidade da vida humana, o respeito à natureza, a liberdade de imprensa, a informação objetiva na mídia, a propriedade privada, a liberdade religiosa, a educação das crianças e dos jovens isenta de ideologias desconstrutivas da pessoa humana, a verdadeira natureza e identidade do matrimônio e da família, a segurança pública, a saúde integral, o voto sem preço, etc., para citar alguns dos direitos humanos mencionados na encíclica Pacem in Terris, escrita em 1963, pelo beato papa João XXIII, são anteriores ao Estado, são próprios da natureza humana e, principalmente, são originários do próprio Deus.

Nem Estados, nem grupos de Estado, nem autoridades governamentais, nem integrantes de organismos não-governamentais, nem planos nacionais, nem pretensas nações planejadores do mundo têm o direito de impingir aos cidadãos de um país certas propostas que maculam e lesam a dignidade da pessoa humana, mesmo que utilizem a expressão "direitos humanos", sem afirmar quais a sua raiz e a fonte verdadeiras e originais.

João Hélio, eu lhe dizia há três anos que você seria a semente de um Brasil onde as crianças teriam respeito, consideração e muito amor desde o princípio de sua vida e, hoje, tenho de lhe pedir perdão, porque nós, os adultos, não soubemos, ou melhor dizendo, não quisemos regar essa semente neste intervalo de tempo e ela é minúscula, mas lhe prometemos que a sua vida e morte acabará germinando e produzirá os frutos de que o Brasil necessita.

Dom Antonio Augusto Dias Duarte, médico pela Universidade de São Paulo é bispo-auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100224/not_imp515253,0.php

SERÁ QUE ELE SAI?

O Supremo Tribunal Federal marcou para amanhã o pedido de habeas-corpus do governador de Brasília, José Roberto Arruda, do DEM. Ninguém arrisca um prognóstico. Mas gente que conhece Brasília acha possível que o governador fique preso por seis semanas, até que termine a instrução do processo. Será que ele sai ou vai continuar lá?

VAMOS COMPARAR!

José Serra tem 68 anos, é paulista, filho de imigrantes italianos, o pai vendedor de frutas no Mercado Público, foi criado em uma pequena casa quarto e sala, geminada com outras 24, em São Paulo

Dilma Rousseff tem 62 anos, é mineira, filha de um imigrante búlgaro, rico empreiteiro e dono de construtora, proprietário de dezenas de imóveis em Belo Horizonte, foi criada em um grande e espaçoso apartamento em Belo Horizonte.

Somente quando chegou ao Científico, a família Serra mudou-se para um apartamento de dois quartos, alugado. Antes disso, moraram em uma pequena casa em rua de chão batido.

Imóvel não era problema para a rica família Rousseff, que passava férias no Rio. Um dos espaçosos apartamentos foi cedido para Dilma utilizar, exclusivamente, como esconderijo seguro para os grupos terroristas dos quais participava, de onde saíam para praticar atentados, roubar e seqüestrar.

No início dos anos sessenta, vinculado à política estudantil, Serra foi presidente da União Estadual de Estudantes, de São Paulo, e da União Nacional dos Estudantes, com apoio da Juventude Católica. Democrata, sempre usou o palanque e a tribuna como armas, jamais integrando grupos terroristas e revolucionários manipulados pelo comunismo internacional.

Dilma, por sua vez, neste mesmo período, fazia política estudantil nas escolas mais burguesas de Belo Horizonte. Em 1963, ingressou no curso clássico e passou a comandar uma célula política em uma das mais tradicionais escolas da cidade, onde conheceu futuros companheiros de guerrilha, como o atual prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel.

Em 1964, Serra exilou-se na Bolívia e, posteriormente, na França, retornando ao Brasil em 1965, na clandestinidade. Ainda neste ano, foi para o Chile, onde ficou durante oito anos. Com a queda de Allende, foi para a Itália e, posteriormente, para os Estados Unidos. Teve uma vida extremamente produtiva no exílio, onde adquiriu sólida formação acadêmica, foi professor e consultor.

Em 1964, Dilma começou a conviver com terroristas de esquerda, iniciando a sua carreira como militante na luta armada. Neste período ingressou na POLOP, Política Operária, onde militou até ingressar na universidade.

Em 1967, Serra casou-se com a psicóloga e bailarina Sílvia Mônica Allende, com quem tem dois filhos e dois netos e continua até hoje casado.

Dilma também casou-se em 1967, com o terrorista e guerrilheiro Cláudio Galeno de Magalhães Linhares ("Aurelio", "Lobato"). Quando o primeiro marido a deixou, para ir cumprir missões em outros países, sequestrando um avião no Uruguai, por exemplo, teve um segundo casamento com Carlos Franklin Araújo, com quem teve uma filha. Desde 2000, não está casada.

Serra interrompeu a sua formação acadêmica em função do exílio, que impediu que seguisse a carreira de Engenheiro. No entanto, no Chile, fez um mestrado em Economia e foi professor de matemática na CEPAL. Posteriormente, nos Estados Unidos, fez mais um mestrado e um doutorado na prestigiada Universidade de Cornell.Tem uma das mais sólidas formações na área no Brasil.

Dilma ingressou em 1967 na faculdade de Ciências Econômicas da UFMG. Ali participou da criação do sanguinário grupo COLINA, Comando de Libertação Nacional. Posteriormente, participou ativamente da fusão entre a COLINA e a VPR, Vanguarda Popular Revolucionária, quando surgiu a violenta VAR-P, Vanguarda Armada Revolucionária Palmares, responsável por dezenas de crimes contra civis e militares.

Serra permaneceu 10 anos longe do Brasil. Retornou em 1977, dois anos antes da Lei da Anistia, sendo um dos únicos que voltou sem nenhuma garantia de liberdade e ainda com os direitos políticos cassados.

Enquanto isso, Dilma estava na clandestinidade, participando de ações armadas, recebendo treinamento para guerrilha no exterior, ministrado por organizações comunistas internacionais. Aprendeu a usar o fuzil com maestria, especialmente na atividade de montá-lo e desmontá-lo no escuro. Foi presa em 1970, permanecendo nesta condição até 1973.

Em 1978, Serra iniciou a sua carreira política, que este ano completa 32 anos. Neste ano, teve sua candidatura a deputado impugnada, sob a alegação de que ainda estava com os direitos políticos suspensos. Foi admitido como professor de Economia na UNICAMP, onde ficou até 1984.

Em 1973, Dilma Rousseff retomou o curso de Economia na UFRGS, no Rio Grande do Sul, onde estava preso seu segundo marido, Carlos Araújo. Ingressou, junto com o marido, no PDT e recebeu um cargo de estagiária na Fundação de Economia e Estatística, em 1977. Em 1978, Dilma Rousseff começou a fazer o mestrado na UNICAMP e, depois, o doutorado. Durante anos, mentiu em seu currículo que tinha concluído os dois cursos quando, na verdade, mal cursou os créditos, que representa quando muito 10% de um título acadêmico strictu sensu.

Em 1983, Serra iniciou, efetivamente, a sua carreira como gestor, assumindo a Secretária de Planejamento do Estado de São Paulo.

Em 1985, Dilma assumiu a Secretaria Municipal da Fazenda, em Porto Alegre, no governo do pedetista Alceu Collares, com quem tem uma dívida de gratidão. Hoje Collares é conselheiro de Itaipu.

Em 1986, Serra foi eleito deputado constituinte, com a maior votação do estado de São Paulo. Foi o deputado que aprovou mais emendas no processo da Constituinte: apresentou 208 e aprovou 130, uma delas criando o Fundo de Amparo ao Trabalhador. Liderou toda a reformulação orçamentária e de planejamento do país, no período, que começaram a estruturar as finanças brasileiras, preparando-as para o futuro Plano Real.

Dilma saiu da Secretaria da Fazenda de Porto Alegre em 1988, sendo substituída pelo hoje blogueiro Políbio Braga, que afirma: "ela não deixou sequer um relatório, e a secretaria era um caos."

Serra foi um dos fundadores do PSDB, em 1988. Foi derrotado por Luiz Erundina, do PT, nas eleições para prefeito de São Paulo. Em 1990, foi reeleito deputado federal com a maior votação em São Paulo.

Em 1989, Dilma foi nomeada Diretora-Geral da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, na cota do marido no PDT. Alguns meses depois foi demitida, pois não obedecia horários e faltava a todas as reuniões, segundo Valdir Fraga, o presidente da Casa, à época.

Em 1994, Serra foi um dos grandes apoiadores do Plano Real, mesmo com idéias própria que o indispuseram, por exemplo, com Ciro Gomes. Neste ano, foi eleito senador por São Paulo, com mais de seis milhões de votos. Em seguida, assumiu o Ministério do Planejamento.

Em 1995, Dilma voltou para a FEE, mas como funcionária, já que o PDT havia perdido a eleição. Ali editou uma revista de indicadores econômicos, enquanto tentava acertar o seu “doutorado” na UNICAMP.

Em 1998, José Serra assumiu o Ministério da Saúde, criando os genéricos e o Programa de Combate a AIDS. Criou a ANS e ANVISA. Foi considerado, internacionalmente, como uma referência mundial em gestão na área.

Em 1998, na cota do PDT, assume a Secretaria de Minas e Energia, no governo petista de Olívio Dutra, eleito governador gaúcho.Vendo que o partido de Brizola estava decadente, ingressou no PT.

Em 2002, Serra candidatou-se à Presidência, sendo derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva.

Em 2002, Dilma foi nomeada ministra das Minas e Energia do governo Lula, puxando o tapete de Luiz Pinguelli Rosa, mestre em engenharia nuclear e doutor em física, que coordenava oi grupo de transição.

Em 2004, Serra elegeu-se Prefeito de São Paulo.

Em junho de 2005, Dilma assumiu o lugar de José Dirceu, o chefe da sofisticada organização criminosa do mensalão, sendo saudada por ele como “companheira de armas e de lutas”, em memória aos tempos da guerrilha.

Em 2006, elegeu-se Governador de São Paulo, cargo que exerce até os dias de hoje. É o candidato natural da oposição à Presidência da República.

Dilma, de lá para cá, vem sendo imposta por Lula como a candidata biônica do PT à presidência da república. No dia 20 de fevereiro de 2010, foi ungida, sem nunca ter conquistado um só cargo público pelo voto ou por concurso, a candidata da situação à sucessão de Lula.




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ICEBERG À VISTA - MARIA LÚCIA VICTOR BARBOSA

ICEBERG À VISTA

Maria Lucia Victor Barbosa

23/02/2019



Apesar de se dizer que o Programa de Governo apresentado pelo PT para a candidata Dilma Rousseff nada tem de radical, que não passa de um amontoado de inocentes diretrizes, bem que poderia ter recebido como título: “Rousseff, o Socialismo do Século 19”.

Um dos influentes artífices do Programa foi o chanceler de fato Marco Aurélio Garcia, mentor de nossa desastrada política externa que não fracassa apenas em suas tentativas de obter cargos em organismos internacionais, mas que faz feio quando apóia países que afrontam direitos humanos; se intromete onde não deve como no caso de Honduras que resultou em tremendo fiasco para o Brasil; defende eleições fraudadas de tiranetes tipo Chávez ou déspotas como Mahmoud Ahmadinejad o qual, inclusive, recebe total aceitação brasileira no tocante aos seus intentos de explodir o mundo, a começar por Israel.

Imagine-se, então, se Rousseff se sair vitoriosa o que fará Garcia para dar seguimento à obsessão do PT de mudar a geopolítica do planeta. Para tanto, segue-se eliminando a companhia dos melhores e se juntando aos piores. Exemplo do que se fala é o nascimento, na cúpula da Calc (Cúpula da Unidade da América Latina de do Caribe) que está sendo realizada em Cancún, no México, da OEA do B, que exclui Estados Unidos e Canadá. A idéia, não há dúvida, é mais uma consequência da antiga dor de cotovelo latino-americana em relação aos vizinhos desenvolvidos, especialmente, aos Estados Unidos.

Sob as ordens de Lula da Silva o Programa do Governo Rousseff sofreu algumas modificações de cunho semântico para não ficar muito assustador para as “zelites”. Porém, mesmo tendo se alterado algumas palavras manteve conteúdo totalitário. Além de estatizante, o que foi corroborado pela candidata em discurso, as diretrizes aprovadas contemplam, entre outras coisas: “compromisso com a jornada de 40 horas”; “combate ao monopólio dos meios eletrônicos de informação, cultura e entretenimento e reativação do Conselho Nacional de Comunicação Social”; “atualização dos índices de produtividade das propriedades rurais passíveis de desapropriação, ampliação de restrição de compras de terras por estrangeiros, revogação da MP anti-invasão editad a por FHC”; “tributação sobre grandes fortunas”; “apoio incondicional ao Programa de Direitos Humanos”.

Traduzindo: duro golpe na classe empresarial, sobretudo, nos pequenos e médios empresários; censura férrea dos meios de comunicação, o que deve atingir a Internet; golpe mortal no agronegócio, o grande sustentáculo de nossa balança comercial, com previsível expropriação de terras para serem doadas aos sem-terra; punição para a riqueza dos “outros”, é claro.

Quanto ao Plano de Direitos Humanos, coroa e enfeixa o Programa Rousseff. Naquele calhamaço não se poupou afrontas às instituições que antes eram os pilares mais importantes da sociedade: Igreja, Forças Armadas, Mídia, Justiça, além do bombardeio ao direito de propriedade.

Impressiona que estas instituições têm aceitado ao longo de quase oito anos, com complacência bovina, tudo o que Lula disse e fez junto com seu governo. A propaganda, o culto da personalidade e, sobretudo, nossa cultura permissiva fez pobres e ricos acharem natural impostos escorchantes, corrupção deslavada, Planos fracassados, falta de infra-estrutura, Saúde em condições de descalabro, Educação no fundo do poço em termos de qualidade, deturpação de dados econômicos.

Impressionante mais ainda no momento a falta de reação das instituições que serão frontalmente atingidas se Rousseff, conseguir chegar à presidência, deixando-se, então, levar por seus influentes mestres, entre eles, Marco Aurélio Garcia ou apoiadores externos entusiastas como Hugo Chávez que já se colocou à disposição da candidata do companheiro Lula.

Esperto, Lula da Silva minimiza o Programa de Governo da afilhada, enquanto análises tranquilizantes ecoam pela imprensa referindo-se ao pragmatismo petista que tomou gosto pelo capitalismo e não quer ver escoar pelo ralo a estabilidade econômica adquirida no governo de FHC. Também o fisiologismo do PMDB, que fará o vice na chapa Rousseff, acena com alguma possível brecada no radicalismo petista, mas apenas naquilo que possa atrapalhar interesses peemedebistas.

Entretanto, alguns sinais inquietantes, como a volta da inflação e a deterioração das contas públicas deveriam deixar as instituições pelo menos mais atentas. De modo algum parece que isso está acontecendo. Ao radicalizar e afrontar à vontade o PT parece sinalizar a certeza de sua continuidade. E é como se dissesse: “se tudo correu facilmente durante quase oito anos, sem oposições partidárias ou institucionais, agora faremos o que quisermos e seremos de novo aceitos, como se dizia antigamente, “na lei ou na marra”,

De tudo isso se conclui que no momento somos como os alegres passageiros do Titanic um pouco antes do navio bater no iceberg. Haverá tempo e meios de escapar do naufrágio? As urnas dirão.

Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.

mlucia@sercomtel.com.br

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domingo, 21 de fevereiro de 2010

TEMPOS FUGIT - JOSÉ ANTONIO DE OLIVEIRA DE REZENDE

José Antônio Oliveira de Resende
Professor de Prática de Ensino de Língua Portuguesa, do Departamento de Letras, Artes e Cultura, da Universidade Federal de São João del-Rei.

Sou do tempo em que ainda se faziam visitas. Lembro-me de minha mãe mandando a gente caprichar no banho porque a família toda iria visitar algum conhecido. Íamos todos juntos, família grande, todo mundo a pé. Geralmente, à noite. Ninguém avisava nada, o costume era chegar de paraquedas mesmo. E os donos da casa recebiam alegres a visita. Aos poucos, os moradores iam se apresentando, um por um. – Olha o compadre aqui, garoto! Cumprimenta a comadre. E o garoto apertava a mão do meu pai, da minha mãe, a minha mão e a mão dos meus irmãos. Aí chegava outro menino. Repetia-se toda a diplomacia.. – Mas vamos nos assentar, gente. Que surpresa agradável! A conversa rolava solta na sala. Meu pai conversando com o compadre e minha mãe de papo com a comadre. Eu e meus irmãos ficávamos assentados todos num mesmo sofá, entreolhando-nos e olhando a casa do tal compadre. Retratos na parede, duas imagens de santos numa cantoneira, flores na mesinha de centro... casa singela e acolhedora. A nossa também era assim. Também eram assim as visitas, singelas e acolhedoras. Tão acolhedoras que era também costume servir um bom café aos visitantes. Como um anjo benfazejo, surgia alguém lá da cozinha – geralmente uma das filhas – e dizia: – Gente, vem aqui pra dentro que o café está na mesa. Tratava-se de uma metonímia gastronômica. O café era apenas uma parte: pães, bolo, broas, queijo fresco, manteiga, biscoitos, leite... tudo sobre a mesa. Juntava todo mundo e as piadas pipocavam. As gargalhadas também.. Pra que televisão? Pra que rua? Pra que droga? A vida estava ali, no riso, no café, na conversa, no abraço, na esperança.... Era a vida respingando eternidade nos momentos que acabam.... era a vida transbordando simplicidade, alegria e amizade... Quando saíamos, os donos da casa ficavam à porta até que virássemos a esquina. Ainda nos acenávamos. E voltávamos para casa, caminhada muitas vezes longa, sem carro, mas com o coração aquecido pela ternura e pela acolhida. Era assim também lá em casa.. Recebíamos as visitas com o coração em festa.. A mesma alegria se repetia. Quando iam embora, t ambém ficávamos, a família toda, à porta. Olhávamos, olhávamos... até que sumissem no horizonte da noite. O tempo passou e me formei em solidão. Tive bons professores: televisão, vídeo, DVD, e-mail... Cada um na sua e ninguém na de ninguém. Não se recebe mais em casa. Agora a gente combina encontros com os amigos fora de casa: – Vamos marcar uma saída!... – ninguém quer entrar mais. Assim, as casas vão se transformando em túmulos sem epitáfios, que escondem mortos anônimos e possibilidades enterradas. Cemitério urbano, onde perambulam zumbis e fantasmas mais assustados que assustadores. Casas trancadas.. Pra que abrir? O ladrão pode entrar e roubar a lembrança do café, dos pães, do bolo, das broas, do queijo fresco, da manteiga, dos biscoitos do leite... Que saudade do compadre e da comadre!

DIREITOS HUMANOS - DENIS LERRER ROSENFIELD

Direitos humanos
Denis Lerrer Rosenfield - Estadão de 19 Jan 2010

O atual governo, em íntima colaboração com os ditos movimentos sociais e as alas mais à esquerda do PT, está produzindo uma completa deformação dos direitos humanos. De perspectiva universal, eles estão se tornando, nas mãos dos que teimam em instaurar no Brasil uma sociedade socialista/comunista, um instrumento particular de conquista do poder. Acontece que essa conquista do poder é agora mais insidiosa, passando por uma ampla campanha de formação da opinião pública.De fato, se perguntarmos a qualquer um se é favorável ou não aos "direitos humanos", a resposta será certamente "sim". Se fizermos a mesma pergunta por uma sociedade socialista/comunista, a resposta será majoritariamente "não". Eis por que a forma de influenciar a opinião pública pressupõe essa armadilha das palavras, que corresponde a um plano ideológico predefinido.Eis uma das razões de por que o dito programa insistiu em abrir uma crise com os militares, com o intuito claro de indispor a sociedade brasileira com a instituição militar. O uso de expressões como "repressão política", agora alterada para "violação dos direitos humanos", tem precisamente o propósito de reabrir uma ferida, de preferência infeccioná-la, para que o projeto socialista/comunista possa tornar-se mais palatável. Afinal, os militares seriam, nessa perspectiva, os "repressores", enquanto os que pegaram em armas por uma sociedade comunista seriam as "vítimas", os "democratas".Maior falsificação da História é impossível. Os que lutaram contra o regime militar, em armas, fizeram-no, por livre escolha, em nome da instalação do comunismo no Brasil. A guerrilha do Araguaia era maoista, totalitária. Não o fizeram pela democracia. São, nesse aspecto, responsáveis por suas escolhas e não deveriam ter sido agraciados com a "bolsa-ditadura". Se optaram pelo comunismo, deveriam ser responsáveis por sua opção e não deveriam colocar-se como vítimas. Lamarca, Marighella e o próprio secretário Vannuchi pretendiam instalar o totalitarismo no Brasil. O primeiro, aliás, era um assassino confesso, tendo matado covardemente um refém, um tenente da Polícia Militar de São Paulo, a coronhadas. Eis os heróis dos "direitos humanos".Todo o documento está escrito na linguagem própria dos ditos movimentos sociais, que são organizações políticas com o mesmo propósito socialista/comunista. Em seus documentos não escondem isso, embora, para efeitos públicos, utilizem a linguagem mais palatável dos "direitos humanos". O "neoliberalismo" e o "direito de propriedade" se tornam os vilões dessa nova versão deturpada dos direitos humanos.Reintegrações de posse não seriam mais cumpridas sem que antes uma comissão de "direitos humanos" fizesse a mediação entre as partes. Ou seja, uma decisão judicial perderia simplesmente o valor. Na verdade, esses comitês seriam erigidos em instância judiciária final, que decidiria pelo cumprimento ou não de uma decisão judicial. O MST julgaria a ação do MST. No Pará, onde esse modelo já foi aplicado, por recomendação da Ouvidoria Agrária Nacional, o caos é total. Até intervenção federal, encaminhada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), foi pedida ao Supremo. A Justiça lá não era mais respeitada.Qual é, então, o objetivo dessa diretriz de impedir o cumprimento de decisões judiciais? Legitimar, se não legalizar, as invasões dos ditos movimentos sociais, que teriam completa liberdade de ação. Sequestros, destruição de maquinário, corte de tendões do gado, incêndio de galpões, destruição de alojamentos de empregados e sedes de empresas não seriam mais crimes, mas expressões de ações baseadas nessa muito peculiar doutrina dos direitos humanos.O agronegócio, em particular, vira vilão no documento. Não faltam críticas às monoculturas de eucaliptos, cana-de-açúcar e soja, que, nessa exótica perspectiva, seriam culturas atentatórias aos direitos humanos. A falta de qualquer cultura nos assentamentos seria, essa, sim, expressão de uma nova forma de agricultura. Os despropósitos, porém, não param por aí. Os setores de habitação e de construção civil são, também, novos alvos. Há propostas sobre novas abordagens do Estatuto das Cidades, que deveriam corresponder a essa nova doutrina. E até uma expressão algo enigmática de identificação de "terras produtivas" nas cidades, seja lá o que se queira dizer com isso. Em todo caso, o esquema é o mesmo. A invasão de um prédio em construção não seria suscetível de sentença judicial de reintegração de posse sem antes passar por uma "mediação" dos ditos movimentos sociais. Os mesmos que invadem são os que fariam a tal mediação.Não pensem os industriais que essas medidas não os afetam. Também há no cardápio medidas dirigidas a esse setor. A expansão de uma usina de etanol, de uma siderurgia, de uma empresa de mineração deveria passar pela aprovação de um comitê de fábrica, por razões ditas ambientais. Não bastariam as licenças ambientais, já suficientemente rigorosas, mas, se esse plano for levado adiante, seria, então, necessário passar por esses novos "sovietes", porque é disso, na verdade, que se trata.Para que as medidas sejam totais é imprescindível que a opinião pública seja controlada. Se elas forem mostradas em seu autoritarismo, certamente não passarão. Eis por que as empresas de comunicação deveriam estar subordinadas a um "conselho de direitos humanos", de fato, à autoridade dos novos "comissários da mídia", cujo poder poderia chegar a revogar uma concessão. Por exemplo, a filmagem divulgada pela Rede Globo de destruição dos laranjais da Cutrale seria, nessa nova ótica, atentatória aos "direitos humanos", por "criminalizar os movimentos sociais". Os novos comissários, que têm a ousadia de se apresentar como representantes dos direitos humanos, solapariam as próprias bases da democracia. Eis o que está em questão. O resto é palavreado!
Denis Lerrer Rosenfield é professor de Filosofia na UFRGS. E-mail: denisrosenfield@terra.com.br