sábado, 20 de março de 2010

VONTADE DE AÇO - MARCOS COIMBRA



VONTADE DE AÇO

Prof. Marcos Coimbra

Conselheiro-Diretor do CEBRES, Professor de Economia e Autor do livro Brasil Soberano.

Apenas uma vontade de aço dos patriotas ainda existentes no Brasil poderá impedir que o país naufrague em uma ditadura constitucional a exemplo de Cuba ou Venezuela, no curto prazo. Enquanto lamentamos a tragédia sofrida pelos nossos bravos irmãos chilenos, deveremos aprender com o exemplo ímpar oferecido por eles. Por várias vezes já tiveram seu território atingido com violência impiedosa pelas forças da Natureza, a exemplo de agora, mas souberam reagir e reconstruíram sua Pátria, tijolo por tijolo. Isto porque venceram, como, temos a certeza, vencerão novamente os fatores adversos surgidos. Qual seu segredo? Eles possuem um povo digno, culto, bem preparado, educado, capaz de pensar no Bem Comum. Podem ser derrubados, mas não se entregarão jamais.

Já estivemos por duas vezes no Chile e aprendemos a admirar e respeitar aquilo que eles possuem de melhor, ou seja, o povo chileno. Eles apreciam o povo brasileiro e recebem-nos muito bem. Outro exemplo marcante é a pujança da sua democracia, forte o suficiente para permitir a saudável alternância de poder, apesar da enorme popularidade de sua presidente. O seu objetivo maior não foi impor seu sucessor, mas assegurar o bem estar de seu povo. E as Instituições chilenas garantem o sucesso da transição, mesmo na grave situação ora vivenciada.

Sua situação econômica é uma das melhores, se não a melhor, da América do Sul. Souberam acumular reservas ponderáveis ao longo do tempo, com a criação de um Fundo justamente para prover as necessidades prementes a serem saciadas como no momento. Estimativas anunciam que são capazes de atender, com recursos próprios, pelo menos a metade do necessário para fazer o país voltar à normalidade. A qualidade de sua classe política, seja qual for a tendência ideológica, é muito superior à nossa. Não existem “mensalões” nem da oposição, nem do governo.

Não temos terremotos, nem grandes vulcões, nem tsunamis, felizmente. Possuímos recursos naturais abundantes e um território continental. Contudo, temos que evoluir muito no tocante a nossos recursos humanos. A qualidade da educação brasileira é cada vez pior. Nossos estudantes estão saindo das faculdades semi-analfabetos. O ensino básico é um dos piores na classificação mundial. A adoção de cotas raciais envenena por dentro o sistema de ensino. Os mestres são desprestigiados e abandonados. Até sua segurança física corre risco mesmo dentro das escolas. A remuneração é indigna e as condições de trabalho inglórias. Nunca existem recursos para o que é mais importante na vida de uma pessoa: a educação. Mas eles existem em abundância para outras atividades. Banqueiros, grupos financeiros, multinacionais e empreiteiros nunca ganharam tanto quanto na administração petista.

Não faz bem à saúde praticar oposição a uma administração totalitária como em Cuba, onde os prisioneiros políticos morrem em greve de fome, em pleno século XXI, ou na Venezuela, na qual as passeatas contra a ditadura bolivariana é dissolvida a tiros ou então com “carinhosos” espancamentos com bolas de ferro medievais, recheadas de grampos externos, causadores de ferimentos graves, ou em outros países não respeitadores de direitos humanos, como a China, Camboja, Vietnã e outros. E o Brasil começa a caminhar na mesma direção. Dois governadores de oposição à administração lulista já foram cassados (Paraíba e Maranhão) do final de 2008 até o presente. Um terceiro está em processo acelerado de degola (Brasília) pelas mesmas razões que deveriam também atingir centenas de outros executivos municipais, estaduais e federais, que continuam impunes, debochando das autoridades.

A mãe de todos os “mensalões” (a dos 40 delinquentes, chefiados pelo cassado José Dirceu) ainda permanece sob apreciação do Supremo Tribunal Federal (STF), correndo o sério risco de cair em prescrição. Fica a óbvia pergunta: por que a Justiça é tão rápida na punição aos acusados pertencentes à oposição e tão lenta no tocante aos acusados ligados à administração federal? Será porque mais da metade dos componentes das mais altas cortes do país foi nomeada por Lula? Até o Kassab quiseram apanhar. Agora, enquadram os ex-governadores Garotinho e Rosinha, os quais estão atrapalhando o projeto de poder do atual governador Sérgio Cabral. Aliás, o vídeo que está sendo divulgado pela Internet no qual ele lança a candidatura da Dilma no carnaval, em um inglês digno do treinador Joel Santana, é motivo para sérias reflexões do eleitorado. O que é aquilo? E o TSE permanece inerte diante da campanha eleitoral escandalosa de Dilma.

O mais importante é o fato de que as eleições de outubro deste ano nunca foram tão importantes na história do Brasil. Não é uma eleição igual as outras, pois caso Dilma ganhe, nunca mais os petistas sairão do poder. Serão sucedidos pela reeleição de Lula ou da própria Dilma, caso ela ainda tenha saúde para isto. Como já são detentores do controle dos escalões médios na estrutura federal e em estatais, além do domínio dos denominados “movimentos sociais” (MST, Via Campesina e outros) e de organizações antes altamente críticas como a UNE etc., somando-se a isto o exercício do poder formal da administração federal, será impossível a possibilidade de alternância no poder. Os demais partidos serão apenas sublegendas do PT ou do lulismo. Será que nossos gênios políticos ainda não perceberam isto?

Correio eletrônico: mcoimbra@antares.com.br

Sítio: www.brasilsoberano.com.br (Artigo escrito em 08.03.10 para o MM).

ESCÂNDALO BANCOOP

Parece que desta vez o escândalo do Bancoop não vai ficar no esquecimento, pois, ao contrário de outros desvios, que atingem uma população inominada, agora a roubalheira atingiu em cheio famílias que sacrificaram suas vidas, suas economias e pagaram prestações que viraram fumaça, encaminhadas que foram para o famoso "caixa 2" do PT, o que para Zé Dirceu, não é crime, é apenas um meio de pagar as despesas partidárias. As pessoas lesadas estão reclamando e não vão deixar a coisa esfriar. Tomara...
Publicado no: Diário da Manhã (GO) em 22/03/2010 e
Correio da Bahia (BA) em 23/03/2010

quinta-feira, 18 de março de 2010

LULA ESTÁ TRAINDO A PRÓPRIA HISTÓRIA - JOSE NÊUMANNE


Nas greves do ABC o presidente ajudou a derrubar o regime que a luta de Dilma prolongou

As elites do exterior – ou pelo menos a parte delas que se jacta de ser civilizada – reagiram com estupefação à saraivada de disparates com os quais noço líder genial dos povos da floresta, da roça e da periferia urbana tem ferido de morte valores fundamentais do convívio humano, tais como a vida, a verdade e a liberdade. Antes encantados com o desempenho satisfatório da economia nacional no contexto da crise mundial e movidos pela mauvaise conscience quanto aos pobres da Terra, cuja redenção é a anunciada meta do “messias” Luiz Inácio Lula da Silva, os europeus agora torcem o nariz a sua bajulação à selvagem tirania cubana dos irmãos Castro. E os americanos o paparicam na certeza de que ele compreenderá que o mundo não põe Ahmadinejad contra a parede, mas o iraniano é que ameaça a sobrevivência do gênero humano. E usará o prestígio que amealhou entre os politicamente corretos do planeta para defender causas justas.

Quem conhece Lula sabe muito bem que ele não mudou tanto assim, desde que emergiu no País como líder dos sindicalistas do ABC paulista até nossos dias. Para os terráqueos bem-pensantes, o pedreiro negro Orlando Zapata, que morreu em consequência de uma greve de fome nos cárceres de Cuba, é um mártir da democracia. Para o menino retirante que chegou ao governo de uma das dez maiores economias planetárias, contudo, o cubano foi apenas um tolo, incapaz de perceber a verdadeira natureza teatral da decisão de parar de comer para constranger moralmente o adversário mais forte. “Ora, já fiz greve de fome”, disse o representante supremo do maior herói popular brasileiro, o malandro. “Malandro que é malandro não bobeia”, cantou o sambista Jorge Benjor. E, ainda que prefira Zeca Pagodinho a Jorge, Lula conhece esse meio de vida e o emprega como garantia de sobrevivência e códig o de conduta. O espertalhão come doces e bolachinhas escondido, como um faquir de fancaria, na calada da noite, enquanto os “otários” dormem. Sua debochada gargalhada com Fidel no anúncio da morte do dissidente equivale a um puxão de orelhas na vítima: “Não era preciso chegar a tanto, idiota!”

Essa nata acadêmica mundial que ignorava a Constituição de Honduras e, por isso, rotulou de golpe militar o que era defesa da democracia civil não consegue suportar a brutal comparação dos dissidentes cubanos com os criminosos comuns brasileiros. Mas o respeito incondicional à “Justiça” cubana e a redução da luta política correta e legítima pelo direito de agir e falar livremente ao banditismo comum feita pelo chefe de Celso Amorim e Marco Aurélio Garcia condizem com o que os três entendem que sejam poder e política. A índole dessa gente, forjada na militância estudantil e no peleguismo sindical, reinterpreta a “ética da conveniência” de Max Weber à luz da submissão de tudo ao “companheirismo”, não no sentido da camaradagem solidária, mas definindo o instinto mafioso de compadres.

Quem renega a traição de Lula aos mais sagrados princípios humanitários, no caso cubano ou na estulta adesão ao Irã dos aiatolás, só para dizer aos americanos que eles não devem se achar os únicos reis da cocada preta no planeta, não se deu conta das dimensões dessa traição. Pois ela é mais sutil e diz respeito a ele mesmo, sem que se aperceba disso quem o bajula para seguir a voga igualitária. Ao ignorar os apelos dos dissidentes cubanos, por se julgar um “estadista” (imagine só o que Winston Churchill acharia disso!) que só lida com o interesse público de Estado para Estado, e ao fechar os olhos à ignomínia iraniana, ele trai mesmo é sua vida e sua lenda. E não só pela greve de fome que fez sem chegar às últimas consequências. Ao explicar sua gargalhada desumana, indiferente à repressão brutal de Fidel e Raúl à oposição, como um preito à autonomia da “Justiça” da ti rania, Luiz Inácio Lula da Silva jogou fora sua biografia, seu maior feito e o mito que ele é. O presidente é um herói da democracia que ora preside por haver enfrentado – mais por manha que com coragem – os cânones da tecnoburocracia do regime militar numa específica área da Justiça, a Trabalhista. Em sua genialidade ignorante de malandro espertalhão, que nunca bobeia, Lula fecha hoje em Cuba a porta que no Brasil ajudou a abrir há 35 anos, aos solavancos e empurrões, mesmo não dispondo de musculatura nem de convicções para fazê-lo. Quem está condenando sua negação dos princípios básicos da manutenção da vida e da decência nem sequer percebeu essa traição à sua venerável biografia.

E sabe ainda menos que, por chocante que seja a desumanidade da opção que ele tem feito contra a humanidade no Caribe como no Oriente, esta oferece menos riscos que outro pontapé que deu em sua biografia. Ao liderar as greves do ABC, o sindicalista ajudou a derrubar o monstro de pés de barro do regime de exceção dos quartéis e das pranchetas. E agora lança mão desse farto cacife histórico apostando-o inteirinho na obsessiva tarefa de levar ao centro do poder Dilma Rousseff, sobrevivente da luta armada contra a ditadura. Lido assim, tudo parece perfeitamente coerente. Mas há uma diferença fundamental: ela pode até ter sido uma jovem idealista, mas seu ideal era derrubar uma ditadura para pôr outra, de esquerda, no lugar. Não contribuiu, então, para trocar o arbítrio de direita pelo Estado Democrático de Direito. Hoje, mesmo tendo perdido a guerra suja e ajudado a prolo ngar a vigência das trevas, os companheiros da utopia cruenta da favorita de Lula para seu lugar querem calar a dissidência, como fazem Castro e Ahmadinejad, seus modelos de poder e de gestão.

O cidadão decidirá nas urnas se isso ocorrerá, ou não. Mas, se chegarem lá, eles deverão o feito inédito de alcançarem o topo do pódio tendo perdido o confronto armado graças ao prestígio e à força conferidos a Lula na vitória do ar livre e fresco sobre o bolor fétido dos porões, na qual a participação dele foi decisiva.

José Nêumanne jornalista e escritor, é editorialista do Jornal da Tarde

(Publicado na pág. A2 de O Estado de S. Paulo na quarta-feira 17 de março de 2010)

quarta-feira, 17 de março de 2010

PT VETA NA CÂMARA MOÇÃO DE APOIO A PRESOS POLÍTICOS


O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP) submeteu ao plenário uma moção de solidariedade aos presos políticos de Cuba.
Curto e objetivo, o texto anota: “A Câmara manifesta moção de irrestrito apoio e solidariedade aos presos políticos que em Cuba lutam pela liberdade e democracia”.
Temer abriu os microfones para que os líderes pudessem encaminhar a votação. Deu-se, então, o inusitado. O PT pegou em lanças contra a moção.
Discursando em nome da liderança petista, o deputado Eduardo Valverde (PT-RO) atacou o autor do requerimento, Jair Bolsonaro (PP-RJ).
Referindo-se ao passado de Bolsonaro, militar da reserva do Exército, conhecido pelo apoio à ditadura, Valverde disse:
“Causa-nos estranheza que, quem protocolou essa moção, no passado defendeu a ditadura. Pela incoerência, somos contrários”.
Temer tentou contemporizar. Disse que o texto, em sua versão original, propunha “uma moção de apoio mais vigorosa”.
Esclareceu que, a pedido da presidência da Câmara, Bolsonaro negociara com líderes partidários e enxugara a moção.
O petista Valverde não se deu por achado: “Boa parte dessas informações não provem de fonte segura, mas de opositores do regime cubano...”
“...a crítica não vem da sociedade cubana, mas daqueles que resistem ao regime, financiados pelos EUA”.
Estabeleceu-se em plenário uma atmosfera de polêmica. O deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), foi ao microfone:
“Ficar contra essa moção é o mesmo que dizer que é contra a liberdade e a democracia. Só o PT teve coragem de assumir essa posição”.
Ao farejar o cheiro de queimado, Temer deu meia-volta. Suspendeu a votação. Informou que levaria o texto da moção a uma reunião com os líderes.
Comprometeu-se a devolver o tema ao plenário na próxima terça (23). Líder do PSDB, o deputado João Almeida (BA) interveio.
Lembrou a Temer que, por orientação da presidência, os líderes já haviam negociado o texto. “Reflete a posição da maioria”, disse.
Almeida acrescentou: “É impossível fazer uma moção em termos mais brandos do que essa. Sob pena de expressar uma posição vacilante, inadmissível...”
“...Ao atacar o deputado Bolsonaro, o PT parece não acreditar na conversão dos homens. Isso não é argumento”.

Temer recusou-se a voltar atrás: “Já fiz declarações públicas, em nome da Câmara, de solidariedade a todos os que lutam por liberdades no mundo...”
“...Mas o meu dever é manter unidade no plenário. Vou levar a matéria aos líderes para tentarmos chegar a um texto comum. Se não houver, trarei a moção ao plenário”.
A despeito do adiamento da votação, o deputado Nilson Mourão (PT-AC) não se conteve:
“Todo esse interesse da oposição em debater Cuba tem o objetivo de combater o presidente Lula...”
“...Ele está no Oriente Médio, procurando construir a paz no mundo. Alguns parlamentares querem deformar o debate...”
“...Por que não incluem na moção o fim do embargo a Cuba e o fim da base militar de Guantânamo? Cuba está construindo o seu país. Vamos construir o nosso”.
O argumento de Mourão, por ridículo, não fica em pé. No debate sobre Cuba, Lula dispensa desmoralizou-se por conta própria. Não precisou da oposição.
Ao se contrapor à moção de teor anódino, o PT vai no mesmo caminho.

Escrito por Josias de Souza às 21h

CONSIDERO O PRESIDENTE LULA UM ASSASSINO - GUILLERMO FARINAS


O dissidente cubano Guillermo Fariñas, em greve de fome há 18 dias, segue em estado grave, porém estável, e continuará no hospital nos próximos dias. Em entrevista à JP, ele explicou que a greve de fome é um protesto contra a morte de Orlando Zapata Tamayo, preso político que morreu após passar 85 dias em greve de fome.

Para o dissidente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é cúmplice do assassinato de Zapata.

“Considero que Lula é um assassino, ele poderia ter cancelado a visita a Cuba, mas não fez isso e preferiu negociar com o país”.

De acordo com o cubano, Lula pode ser considerado um assassino ao lado de Raul Castro pois, para eles, Orlando Zapata Tamayo era um preso comum, e os líderes não respeitaram sua memória.

Site da Jovem Pan
Postado por Marverde - Blog da Resistência Democrática
http://resistenciademocratica.blogspot.com

PPV - CRESCIMENTO, PADRINHO, ETC ...DOCA RAMOS DE MELLO



O senador Oquifio Dumaégua da Silva está entusiasmadíssimo porque seu partido, o rebatizado PPV – Partido Puta Veia (“véia”, de que a imbecilidade da reforma da língua arrancou o acento), tem tudo para bombar nas próximas eleições!

Em recente comunicado via peça publicitária, ele fala sobre o crescimento do PPV, além de convidar partidários, simpatizantes, amigos, correligionários, apaniguados et caterva para a inauguração do busto do ator Paulo Betti, na sede da agremiação, em Brasília, escolhido que foi como seu padrinho intelectual. “Somos gratos ao grande ator que nos deu o mote mais glorioso que o partido podia ter, quando afirmou ser impossível fazer política sem botar a mão na merda, esse Betti é um filósofo, um pensador, um grande puta veia, só falta agora se candidatar, hehehe”, disse Dumaégua.

O PPV prima pelo deboche e pelas escâncaras de toda sorte de falcatruas, roubos, corrupção, conluios, poucas vergonhas, ordinarices, enfim, tudo o que de mais sórdido, nojento e podre possa haver na vida política. Para Dumaégua, quanto mais ordinário e escancarado for o político, maiores chances ele tem de cair no gosto popular, se eleger, ficar rico rapidamente e armar uma sofisticada organização criminosa com fins altamente lucrativos. Enfim, ser feliz neste país onde, segundo ele, “só dá o duro quem é burro demais” para não entender que a vida pública é o melhor e mais curto caminho para as riquezas. “E ficar milionário não é o sonho de qualquer Zé Mané?”, pergunta rindo.

A seguir, os trechos mais relevantes do comunicado.



“O caso do Arruda foi uma beleza para o Puta Veia, foi glorioso! O governador botou a mão na grana e depois disse com candura tratar-se de dinheiro de panetone, ah, foi uma atitude claramente putaveística! Muito embora estivesse no DEM, Arruda já era puta veia desde sempre, o episódio anterior, do painel, foi maravilhoso também, 100% puta veia, adorei. O PPV cresce porque as pessoas estão perdendo, com a graça de Deus, os mais ínfimos resquícios de pouca vergonha, o nosso ideal é erradicar esse entrave para maiores conquistas, ora, pouca vergonha não enriquece ninguém, não dá charme a ninguém. Acaso o Arruda, carequinha, velho e sem graça, ia arrumar essas mulheres lindíssimas que ele tem aos montes se não fosse um ladrão forrado de dinheiro? E onde ele arrumou tamanha grana? Trabalhando é que não foi, que trabalhando se pode apontar aí uma meia dúzia de abnegados tipo Abílio Diniz e outros bocós, que passaram a vida inteira suando o lombo e só seus netos é que vão deitar e rolar. Mesmo assim, se não trabalharem também, não cuidarem bem do negócio, vai tudo para o beleléu. No Puta Veia, não, você enriquece já, você mesmo aproveita o bem-bom já, e não tem perigo de sua fortuna virar poeira porque entra sempre mais e mais sem você fazer força nenhuma, sacumé?”



“Podemos citar Agaciel Maia, que putaveiou desde criancinha, mas agora desfraldou a bandeira e sai candidato para ter foro privilegiado, de que por sinal nem vai precisar mais porque só foi suspenso, grande Agaciel Maia! É mesmo uma cria de outro putaveista renomado, o Sarney, que lhe deu régua e compasso para que ele aprendesse o caminho das pedras. E Agaciel é bom aluno, agradecido, parceiro, fez tudinho o que o homem incomum pediu a ele, sem pestanejar. Resultado: mansão, grana, prestígio. Até trio elétrico ele já agitou para a campanha, roda pelas ruas de Brasília o caminhão dele, todo paramentado, tenho certeza de que será eleito, não é glorioso? Ia ficar em casa lambendo as feridas, sofrendo por uma merreca? Ora, um puta veia encara tudo isso como ganho, um puta veia não arrefece, não perde tempo com disfarces, um puta veia escancara. Olhe, até fiz um slogan p’ra ele, ‘com Agaciel, cargo no Senado é sopa no mel’, hehehe”.



“Tivemos a satisfação de poder contar também com a filiação da Deputada da Bolsa Grande, ah, as mãos de Eurídice, hehehe, mãos ávidas, rápidas, a Eurídice foi filmada num momento lindo de sua carreira política, recebendo uma baba! Gosto disso, é a mulher exercendo os direitos iguais, o Brasil é democrático, sem preconceito. O Deputado da Meia também já é um puta veia juramentado, saiu com uma conversa de que o acontecido foi algo antropofágico, canibal, sei lá, mas achei aquilo liiiindo, mais escancarado, impossível, puro deboche! E a oração puta veia, incrível! São novidades supremas do PPV. Quanto ao advogado de Arruda, pretendo marcar sua filiação com sessão solene, pois a defesa que fez do cliente dele, ao chamar o local onde está aprisionado de “masmorra”, mesmo com ar-condicionado, persianas e frigobar, revelou seu brilhantismo, um legítimo puta veia. Masmorra, quá, quá, quá, essa é boa demais!”



“Gostaria de filiar o ZéDirceu, mas ele é o típico hors-concours, naturalmente independente, um prócer. Por enquanto, só estamos usando uma frase dele, que eu adaptei e ficou assim: “O Puta Veia rouba e deixa roubar, desde que os saques sejam divididos entre nós”. Bacana, heim? Também já contamos com Berzoini, Pimentel e Vaccari, todos são ótimos, grandes putas veias. Puxa, tenho inveja do Vaccari, 100 milhões de uma tacada, um bando de idiotas vendo navios até hoje em lugar de apartamentos, e o Vacca ainda os chamou de maus pagadores, caloteiros, quá, quá, quá... Isso é que é pôr a mão na merda, PQP!”



“Glória das glórias, nem preciso dizer que V. Exa. Metalurgíssima é o maior puta veia de todos nós, um exemplo, um líder, um espetáculo. Quem não soube de sua declaração de que a “Justiça” de Cuba deve ser respeitada?! Quá, quá, quá, eu racho o bico, vai ser puta veia assim em Conceição do Mato Dentro!!! Cá p’ra nós, o maior sonho dos cubanos é sair daquela ilha miserável, o povo se mete em jangadas vagabundas e enfrenta o oceano, arriscando a vida, só para tirar o pescoço daquela corda. E quem consegue isso nunca mais volta lá nem para visitar a família até porque se visitar, se arrisca a conversar com Jesus, hehehe, Fidel mata gente na maior, sem esquentar a cabeça, morasse no Brasil e seria um filiado nosso, afinal aqui também já mataram prefeitos, sumiram aí com umas boas testemunhas, ah, O Cabra é um humorista, o PPV adora esse lado humor negro dele, cada piada...”.
DOCA publicou esta crôncia em - http://www.papolivre.com.br

segunda-feira, 15 de março de 2010

A COLISÃO ENTRE UM POLITICO SEM GRANDEZA E UM ESTADISTA - AUGUSTO NUNES


Óscar Rafael de Jesús Arias Sánchez (Heredia, 13 de setembro de 1940) é um político da Costa Rica. Foi presidente de seu país no período 1986-1990. Por ter proposto um acordo de paz para a América Central, foi agraciado com o Nobel da Paz de 1987. Voltou a ser eleito presidente em 2006, para o período 2006-2010.


Traídos pela indiferença ultrajante do Itamaraty, afrontados pela infame hostilidade do presidente da República, presos políticos cubanos e dissidentes em liberdade vigiada endereçaram ao presidente da Costa Rica o mesmo pedido de socorro que Lula rechaçou. Fiel à biografia admirável, Oscar Arias nem esperara pela chegada do apelo (que o colega brasileiro ainda não leu) para colocar-se ao lado das vítimas do arbítrio. Já estava em ação ─ e em ação continua.

Neste sábado, Arias escreveu sobre o tema no jornal espanhol El País. O confronto entre o falatório de Lula e trechos do artigo permite uma pedagógica comparação entre os dois chefes de governo:

LULA: “Lamento profundamente que uma pessoa se deixe morrer por fazer uma greve de fome. Vocês sabem que sou contra greve de fome porque já fiz greve de fome”.
ARIAS: “Uma greve de fome de 85 dias não foi suficiente para convencer o governo cubano de que era necessário preservar a vida de uma pessoa, acima de qualquer diferença ideológica. Não foi suficiente para induzir à compaixão um regime que se vangloria da solidariedade que, na prática, só aplica a seus simpatizantes. Nada podemos fazer agora para salvar Orlando Zapata, mas podemos erguer a voz em nome de Guillermo Fariñas Hernández, que há 17 dias está em greve de fome em Santa Clara, reivindicando a libertação de outros presos políticos, especialmente aqueles em precário estado de saúde”.

LULA: “Eu acho que a greve de fome não pode ser utilizada como pretexto para libertar pessoas em nome dos direitos humanos. Imagine se todos os bandidos presos em São Paulo entrarem em greve de fome e pedirem liberdade”.
ARIAS: “Seria perigoso se um Estado de Direito se visse obrigado a libertar todos os presos que decidirem deixar de alimentar-se. Mas esses presos cubanos não são como os outros, nem há em Cuba um Estado de Direiro. São presos políticos ou de consciência, que não cometeram nenhum delito além de opor-se a um regime”.

LULA: “Temos de respeitar a determinação da Justiça e do governo cubanos”.
ARIAS: “Não existem presos políticos nas democracias. Em nenhum país verdadeiramente livre alguém vai para a prisão por pensar de modo diferente. Cuba pode fazer todos os esforços retóricos para vender a ideia de que é uma “democracia especial”. Cada preso político nega essa afirmação. Cada preso político é uma prova irrefutável de autoritarismo. Todos foram julgados por um sistema de independência questionável e sofreram punições excessivas sem terem causado danos a qualquer pessoa”.

LULA: “Cada país tem o direito de decidir o que é melhor para ele”.
ARIAS: “Sempre lutei para que Cuba faça a transição para a democracia. (…) O governo de Raúl Castro tem outra oportunidade para mostrar que pode aprender a respeitar os direitos humanos, sobretudo os direitos dos opositores. Se o governo cubano libertasse os presos políticos, teria mais autoridade para reclamar respeito a seu sistema político e à sua forma de fazer as coisas”.

LULA: “Não vou dar palpites nos assuntos de outros países, principalmente um país amigo”.
ARIAS: “Estou consciente de que, ao fazer estas afirmações, eu me exponho a todo tipo de acusação. O regime cubano me acusará de imiscuir-me em assuntos internos, de violar sua soberania e, quase com certeza, de ser um lacaio do império. Sem dúvida, sou um lacaio do império: do império da razão, da compaixão e da liberdade. Não me calo quando os direitos humanos são desrespeitados. Não posso calar-me se a simples existência de um regime como o de Cuba é uma afronta à democracia. Não me calo quando seres humanos estão com a vida em jogo só por terem contestado uma causa ideológica que prescreveu há anos. Vivi o suficiente para saber que não há nada pior que ter medo de dizer a verdade”.

domingo, 14 de março de 2010

LULLA EM ISRAEL

Nem bem chegou a Israel, Lula já provocou um incidente diplomático, negando-se a depositar flores no túmulo do fundador do movimento sionista que criou o Estado de Israel. Já em Ramallah, sede do governo palestino ele pretende depositar flores do túmulo de Arafat. Estava na cara que o amigão de Mahmud Ahmadinejad iria aprontar algo em Israel. Como uma figura destas pretende ser um interlocutor que se preze para melhorar o relacionamento entre israelenses e palestinos, coisa que nem verdadeiros estadistas conseguiram? Ele não se enxerga, pensa mesmo que é "o cara"!

DECEPÇÃO INTERNACIONAL COM LULA - CARLOS ALBERTO MONTANER


O Estado de S. Paulo - 12/03/2010

Para Luiz Inácio Lula da Silva, os presos políticos cubanos são delinquentes como os piores criminosos encarcerados nas prisões do Brasil. Lula adotou, cruelmente, o ponto de vista de seu amigo Fidel Castro. Para ele, pedir eleições democráticas, emprestar livros proibidos e escrever em jornais estrangeiros - os "delitos" cometidos pelos 75 dissidentes presos em 2003, condenados a até 28 anos - equivale a matar, roubar ou sequestrar. Para Lula, Oscar Elías Biscet, um médico negro sentenciado a 25 anos por defender os direitos humanos e se opor ao aborto, é apenas um criminoso empedernido. Dentro de seu curioso código moral, é compreensível a morte do preso político Orlando Zapata ou a possível morte de Guillermo Fariñas, em greve de fome para pedir a libertação de 26 presos políticos doentes.

Os democratas cubanos não são os únicos decepcionados com o brasileiro. Na última etapa de seu governo, Lula está demolindo a boa imagem que desfrutou no começo. Recordo, há cerca de três anos, uma conversa que tive no Panamá com Jeb Bush, ex-governador da Flórida. Ele me disse que seu irmão George, então presidente dos EUA, tinha uma relação magnífica com Lula e estava convencido de que ele era um aliado leal. Isso me pareceu uma ingenuidade, mas não comentei a questão.

Alguns dias atrás, um ex-embaixador americano, que prefere o anonimato, me disse exatamente o contrário: "Todos nos equivocamos com Lula. Ele é um inimigo contumaz do Ocidente e, muito especialmente, dos EUA, embora trate de dissimulá-lo". E, em seguida, com certa indignação, criticou a cumplicidade do Brasil com o Irã no tema das sanções pelo desenvolvimento de armas nucleares, o apoio permanente a Hugo Chávez e a irresponsabilidade com que manejou a crise de Honduras ao conceder asilo a Manuel Zelaya na embaixada em Tegucigalpa, violando as regras da diplomacia internacional.

Na realidade, o comportamento de Lula não é surpreendente. Em 1990, quando o Muro de Berlim foi derrubado, o líder do Partido dos Trabalhadores apressou-se em criar o Fórum de São Paulo com Fidel Castro para coordenar a colaboração entre as forças violentas e antidemocráticas da América Latina. Ali estavam as guerrilhas das Farc e do ELN na Colômbia, partidos comunistas de outros tantos países, a FSLN da Nicarágua e o FMLN de El Salvador. Enquanto o mundo livre celebrava o desaparecimento da União Soviética e das ditaduras comunistas no Leste Europeu, Lula e Fidel recolhiam os escombros do marxismo violento para tratar de manter vigente o discurso político que conduziu a esse pesadelo, e estabeleciam uma cooperação internacional que substituísse a desvanecida liderança soviética na região.

No Brasil, sujeito a uma realidade política que não pôde modificar, Lula comporta-se como um democrata moderno e não se afastou substancialmente das diretrizes econômicas traçadas por Fernando Henrique Cardoso, mas no terreno internacional, onde afloram suas verdadeiras inclinações, sua conduta é a de um revolucionário terceiro-mundista dos anos 60.

De onde vem essa militância radical? A hipótese de um presidente latino-americano que o conhece bem, também decepcionado, aponta para sua ignorância: "Esse homem é de uma penosa fragilidade intelectual. Continua sendo um sindicalista preso à superstição da luta de classes. Não entende nenhum assunto complexo, carece de capacidade de fixar a atenção, tem lacunas culturais terríveis e por isso aceita a análise dos marxistas radicais que lhe explicaram a realidade como um combate entre bons e maus." Sua frase final, dita com tristeza, foi lapidar: "Parecia que Lula, com sua simpatia e pelo bom momento que seu país atravessa, converteria o Brasil na grande potência latino-americana. Falso. Ele destruiu essa possibilidade ao se alinhar com os Castro, Chávez e Ahmadinejad. Nenhum país sério confia mais no Brasil". Muito lamentável.


RECUPERAÇÃO DA DECÊNCIA - MAURO CHAVES

Mauro Chaves - O Estadao de S.Paulo - 13/03/2010

Com um cinismo pragmático, típico dos que já se adaptaram à implosão de valores que ocorre neste país nos últimos tempos, um cientista político participava de uma discussão, na TV, sobre as perspectivas da sucessão presidencial, quando disse que "todas as bandeiras morais foram roubadas". Roubadas por quem, cara-pálida? Seria essa a pergunta que ninguém lhe fez. Ninguém lhe contestava - como, de resto, ninguém tem contestado em quaisquer discussões políticas - a calhorda tese da "farinha do mesmo saco", que tenta comprovar a equalização ética de todos os protagonistas, antagonistas, coadjuvantes e figurantes do cenário político-eleitoral brasileiro. É como se, descoberta a plena indiferenciação moral de todos os espécimes da fauna que habita o espaço público-político nacional, nas próximas eleições não tivesse sentido algum colocar nos discursos alguns "vetustos" conceitos "moralistas" - ilustrados por expressões obsoletas do tipo "ética na política" - ou hastear a tão desbotada quanto ingênua bandeira da recuperação da decência.


Alguns se comprazem em referir traços perversos de nossa formação histórica, em que os vícios do patrimonialismo, do nepotismo, da amamentação perene nas tetas governamentais e demais aberrações socioeconômicas sempre estiveram presentes, numa nação que teve em seu berço o regime das sesmarias. É lembrada ad nauseam a passagem ridícula em que o escrivão da frota do Descobrimento pede ao rei emprego para um parente - pelo que não passaria de respeito à nossa "tradição" a escandalosa colocação de parentes, apaniguados e asseclas feita pelos que ocupam posições elevadas nos Poderes da República (Executivo, Legislativo, Judiciário e estatais).

Por outro lado, o critério de avaliação da gravidade das mazelas públicas deixou de ser o grau de prejuízo causado à coletividade, a soma de recursos públicos desviados, a violência do desrespeito às normas legais (ou aos direitos humanos e sociais), passando a ser seu grau de "novidade", de frescor da notícia. Quando surgem "novos" escândalos na mídia - que às vezes são novas provas surgidas ou documentações mais precisas de fatos já denunciados, mas sobre os quais nossa Justiça paquidérmica demorou demais para obter comprovação -, fala-se logo em "matérias requentadas", como se as bandalheiras velhas merecessem tratamento preferencial (dado aos idosos) em termos de oferta de impunidade.

Na verdade, tem germinado no Brasil, de forma epidêmica, uma espécie de vírus que produz a frouxidão moral nos comportamentos políticos e a generalizada complacência em relação a estes, como se já estivessem integrados aos usos e costumes tradicionais da nacionalidade. Se o que políticos faziam ou diziam há dez anos causava revolta e indignação, hoje não causa mais do que suaves reprimendas, leves muxoxos, como os dos que foram valentes caras-pintadas e viraram dóceis consciências subsidiadas (do tipo UNE). Mas é por isso mesmo que as bandeiras morais ainda não foram roubadas e terão de tremular no discurso político-eleitoral, para tentar recuperar os valores da decência na vida pública, sem temer que estes já se encontrem em estado irreversível de obsolescência. E é preciso que tremulem não para mudar o costume já arraigado nos espíritos carcomidos de patrimonialismo, que só enxergam a função pública como fonte de desfrute privado, mas para nortear toda uma juventude que passa por dolorosa escassez de valores - éticos, estéticos e, sobretudo, cívicos.

O que seja decência na vida público-política deveria ser coisa simples e óbvia de entender, mas já não é bem assim. Há uma flexibilização geral no entendimento do que seja honesto e do que deixe de o ser. Para alguns, é anacrônico o sentimento de repúdio às inumeráveis formas de gasto de dinheiro público em benefício privado. Para outros, é natural o abandono do mérito e do esforço do aprendizado pelo compadrio, pelo favorecimento a grupos de cupinchas sem maiores qualificações. Para inúmeros, é digerível o uso da máquina da administração pública para finalidades apenas eleitorais, a contratação de funcionários fantasmas, o repasse de verbas a ONGs pertencentes a apaniguados fichados, o desvio criminoso de dinheiro arrecadado de milhares de famílias cooperativadas para a locupletação pessoal de dirigentes partidários ou o apoio nauseante a ditadores sem nenhum respeito pelos direitos humanos.

Tudo isso é palatável, engolível, escamoteável e esquecível, quando as coisas "econômicas" parece que vão bem, em razão de um senso crítico amortecido pelo estardalhaço da propaganda oficial e por um culto à personalidade - e à mediocridade - que jamais atingiu níveis tão elevados na história política deste país, em que nunca houve escassez de demagogos.

Mas ainda não foram roubadas todas as nossas "bandeiras morais" e é possível mostrar à sociedade que mais importante do que a recuperação econômica, os níveis do salário mínimo e do próprio emprego é a recuperação da decência, visto que sem esta não haverá respeito a direitos, a relações humanas e à vida - valores cuja preservação constitui o desejo "normal" da esmagadora maioria da população brasileira.

P. S. 1 - Comparar dissidentes políticos presos numa ditadura a bandidos presos numa democracia espanta o mundo por revelar, mais que ignorância histórica, uma fraude essencial de caráter.

P. S. 2 - Diferença entre dois partidos quanto às bandalheiras praticadas por seus quadros? Simples: num é crime e castigo - dá expulsão. Noutro é crime e nem ligo - dá reeleição.

Mauro Chaves é jornalista, advogado, escritor, administrador de empresas e pintor. E-mail: mauro.chaves@attglobal.net (www.artestudiomaurochaves.wordpress.com)

CARTA AO LULLA - DELMAR PHILIPPSEN

Lula

Não lhe dispensarei o tratamento de senhoria, muito menos de excelência, porque não reconheço em você autoridade intelectual nem moral para ser meu presidente.

Sou um cidadão simples, com 62 anos de idade, revoltado com as bandalheiras, desmandos e roubalheiras patrocinadas pelo seu governo e aliados. Não sou filiado a nenhum partido político nem tenho pretensões de concorrer a qualquer cargo público. Sou um brasileiro indignado que se rebela por perceber que este país não oferecerá aos meus filhos e netos um lugar decente para viver. Hoje, eu sinto vergonha de ser brasileiro por ver meu país ter um governo e aliados tão desonestos, tão sem escrúpulos, tão mentirosos e tão corruptos. Tenho certeza que, conhecendo os métodos praticados pela bandidagem que o cerca, estou colocando em risco minha integridade física, quem sabe minha vida. Mas só covardes aceitam se submeter a governos canalhas e corruptos como o seu.

Usarei o mesmo linguajar rasteiro que você sempre usou e que ainda utiliza hoje para se referir aos adversários políticos do presente, pois os do passado, de "bandidos" viraram "mocinhos". Dito isto, vamos ao que interessa. Tenho certeza que milhões de brasileiros gostariam de lhe dizer a mesma coisa.



Quero dizer que não lhe devo nenhum respeito, pois um presidente que fala o que quer, ouve o que não quer. Um presidente que classifica de idiota quem discorda das suas políticas populistas que estão transformando o Brasil num país de vagabundos, que usa palavrões e termos chulos sem nenhum constrangimento, que se ufana de ter estudado pouco, não falar outro idioma e ter se tonado presidente e, com isto, indiretamente, induzir a população a crer que não é preciso estudar nem trabalhar para vencer na vida, não merece meu respeito.

Um presidente que rebaixou a instituição Presidência da República e as instituições políticas aos níveis mais baixos jamais vistos, não merece meu respeito. Quem se aliou à escória da política brasileira, de quem dizia cobras e lagartos no passado, não merece meu respeito. Um presidente que agride e desrespeita os políticos da oposição e, indiretamente, seus eleitores, como você tem desrespeitado sistematicamente, não merece meu respeito. Um presidente cujo partido tomou de assalto a máquina pública com o único objetivo de agradar os seus companheiros militantes, não merece meu respeito. Um presidente de um partido que passou 25 anos se vendendo como o paradigma e o paladino da moralidade e da ética na política e que, uma vez chegando ao poder, se mostrou o governo mais corrupto e mais mentiroso que o país já teve (além de dizer que no passado fazia bravatas), não merece meu respeito.

Um presidente que procura jogar brasileiros contra brasileiros, estimulando o ódio entre as pessoas, que menospreza e ofende aqueles que são mais bem sucedidos intelectualmente ou financeiramente como se fosse deles a culpa pelo infortúnio dos menos favorecidos, não merece meu respeito. Esquece que , na maioria das vezes, aqueles conquistaram seu lugar ao sol com muito estudo, trabalho e dedicação, enquanto os últimos, também na maioria das vezes, preferiram levar uma vida sem esforço ou ficaram parasitando os trabalhadores em algum sindicato.



1. Você é um demagogo, mentiroso, sem caráter, além de corrupto. Você não tem vergonha na cara. Dizer que nunca sabe nada sobre as maracutaias do seu governo e do seu partido, é a maior mentira já aplicada neste país. Não é José Dirceu o chefe da quadrilha, é você. Não sou eu que o acusa de ladrão. São ex-companheiros seus. Ou você nega as acusações que lhe fizeram fundadores do PT os ex-petistas Paulo de Tarso Venceslau - ex-secretário da Fazenda sobre a roubalheira na prefeitura de São José dos Campos, e Cezar Benjamim, coordenador das duas primeiras campanhas do PT à presidência da república, sobre o roubo de recursos do FAT? Você nega? Se fosse mentira, porque você não os processou? Por que você não processou Frei Beto que se afastou enojado do que viu?



2. Quando ocorreram as enchentes catastróficas em S. Catarina, você apareceu lá quantos dias depois? 10, 15? Todas as vítimas já receberam o auxílio que lhes foi prometido?

- Quando ocorreram os deslizamentos em Angra dos Reis você nem apareceu por lá. Ou apareceu? Quantos dias depois?

- Quando acorreu o acidente com o avião da TAM no aeroporto de Congonhas, você apareceu lá?

Agora, para aparecer para mídia internacional, você se apressou e dois dias após o terremoto no Chile já estava lá.



3. Outras atitudes canalhas: enquanto muitos estados e municípios necessitam de ajuda financeira para resolver seus problemas, seu governo cria dificuldades para auxiliá-los pelo simples fato dos governantes serem de oposição. Levantamentos mostram que a maior parte dos recursos liberada pelo seu governo foi para prefeituras administradas pelo PT.

Além disto, há falta de hospitais, escolas, presídios, condições dignas de trabalho na área de saúde, a segurança é um caos, o tráfico de drogas nunca se expandiu tanto, e tantos outros desmandos e descasos. Os aposentados veem a cada ano o seu rendimento diminuir.

Entretanto, você ordena que o BNDES financie o genocida do Fidel, o cocaleiro do Morales, o louco do Chávez. Quantos bilhões de dólares foram emprestados? 1, 2 ou mais?

E o perdão das dívidas com o Brasil contraídas por republiquetas bananeiras governadas (a maioria) por ditadores, genocidas e corruptos? Foram quantos milhões de dólares? 800 milhões?

Tudo isto é um escárnio com a população brasileira.

E o que dizer sobre a declarada intenção da compra de 36 caças Rafale pelo mesmo preço que a Índia pagará por 126, conforme noticiado? Ou por preço bem superior aos oferecidos pelos Estados Unidos e Suécia? Dizer que é por questões estratégicas? Tenha dó! Não julgue todos os brasileiros idiotas como é a maioria dos seus eleitores.



4. E o aparelhamento do Estado por petistas? Não há nenhuma preocupação com o inchaço da máquina pública, desde que isto proporcione à "cumpanherada" um estilo de vida que sempre condenaram. Hoje, a maioria dos petistas aboletados em ministérios e estatais formam uma nova classe: a dos burgueses do capital alheio



5. Por que foi barrada a CPI da Petrobrás? Medo de que seja descoberto o maior desvio de dinheiro público jamais visto no país?



6. Quando os boxeadores cubanos requereram asilo político ao Brasil durante os jogos do Pan, você agiu rápido: mandou prendê-los e deportá-los no dia seguinte para Cuba num avião cedido por Chávez, para agradar seu ídolo Fidel. Diga-se que a concessão de asilo político é uma das mais dignas e respeitáveis ações internacionais que um governo democrático pode e deve exercer, principalmente quando o pleiteador do asilo quer fugir de uma ditadura.

Por outro lado, certamente, você concederá refúgio a um criminoso frio e cruel, numa afronta ao povo, ao Governo e ao Judiciário italianos.

E o que dizer sobre as frases pronunciadas por você a respeito do dissidente cubano? Que o infeliz morreu porque parou de comer!!. É um deboche! Ele preferiu morrer a viver sob uma ditadura, estúpido!! Afirmar que se tornou comum dizerem que lhe mandam cartas, mas que as guardam para si, e que é preciso protocolá-las, é de uma safadeza inaceitável. Pois eu estou protocolando esta minha manifestação de revolta e indignação. Quero ver se os seus assessores a farão chegar ao destino. Quem não quis receber os portadores da carta dos dissidentes cubanos foram funcionários do megalonanico Celso Amorim. Precisava carta, se a imprensa mundial noticiou repetidamente que o Zapatta estava há semanas em greve de fome? Precisava? Por que você não telefonou para seu amigo Fidel e intercedeu pela liberdade do infeliz? E o caso mais recente: você pergunta o que seria do Brasil se os bandidos de S. Paulo resolvessem fazer greve de fome para serem libertados. Comparar dissidentes cubanos, cujo "crime" é o de discordar da ditadura castrista, com bandidos e criminosos comuns do Brasil, é uma afronta. É julgar todos os brasileiros como se fossem imbecis. De forma cínica e desumana, o seu governo não votou a favor da condenação, na ONU, do genocida ditador do Sudão, que matou mais de 300.000 compatriotas em Darfur. Governantes que se dizem defensores da democracia, mas que se aliam a ditadores, genocidas e violadores dos direitos humanos, não passam de patifes e pessoas sem caráter. Dizem uma coisa e fazem outra.



7. E o circo promovido com relação a Honduras? Você e seus áulicos Marco Aurélio Garcia e Celso Amorim envergonham o Brasil. Insistir que quem deu um golpe foram os militares hondurenhos, é de uma desonestidade monumental. A verdade é que o fanfarrão do Zelaya quis violar a Constituição daquele país. No Brasil, os seus capangas seguidamente tentam alterar a Constituição para amordaçar o Legislativo, o Judiciário e a imprensa.



8. Por que você não assume que o PT é sócio de traficantes de drogas? Ou o PT não é sócio das FARC na mesma organização narco-terrorista que é o Foro de São Paulo? Desminta que você e Marco Aurélio Garcia assinaram a ata de fundação do Foro de São Paulo, junto com as FARC e outras organizações esquerdistas, comunistas e terroristas, no início dos anos 1990, logo que caiu o Muro de Berlim.



9. E as mentiras escandalosas sobre o PAC. A farsa foi desmascarada há muito tempo pela oposição e num editorial do Estadão. Não bastasse incluir obras construídas e financiadas por estados, municípios e empresas privadas, agora, conforme denuncia a Folha, dados sobre as obras do PAC são fraudados.

Aliás, a dissimulação, a mentira, a calúnia, a injúria e a difamação, são os instrumentos preferidos pela maioria dos petistas para fazer política e atingir seus adversários. Veja o que fizeram contra o ex-presidente FHC, sua esposa Da. Ruth, contra o então candidato Serra (quando candidato ao governo de São Paulo), contra o Eduardo Jorge e tantos outros políticos.

Quando o governador José Serra apresenta uma maquete de uma obra que pretende licitar e construir (uma ponte ligando Santos à Guarujá) você, de forma mentirosa e canalha, diz nas TVs "que já estão inaugurando até maquete"! Que falta de caráter! Que vigarice!

Nem pessoas comuns escapam incólumes à fúria de calúnias e difamações, quando simplesmente se posicionam contra as bandalheiras de seu governo ou, - que pecado mortal! - não são petistas.



Explique todas estas canalhices, grande líder mundial. Líder só para gente como você ou desinformados, ou idiotas ou corruptos, que não sabem onde foram cair a partir de 2003: nas mãos de um bando de sindicalistas parasitas, ou oportunistas, guerrilheiros, assaltantes de bancos, comunistas recalcados e corruptos. O leque é bastante amplo para escolher em que categoria cada um se enquadra.

Líder para uma maioria absoluta de jornalistas cooptados sabe-se lá por quais motivos e meios.

Você está transformando o Brasil numa republiqueta vagabunda, em vez de um país em que a ética, a honestidade, o respeito à honra das pessoas e o amor à pátria, à verdade e à liberdade sejam os alicerces em que deve se sustentar uma grande Nação. Você está acabando com a dignidade das pessoas. Não basta que as pessoas tenham o que comer. Elas precisam também de um alimento para a sua alma, o seu espírito, para que possam realmente ter uma consciência de civismo, de patriotismo e de nacionalidade. E este alimento é a dignidade moral.

Se a comunidade internacional soubesse verdadeiramente o que é o governo Lula, jamais faria o juízo que faz a seu respeito.



Se Deus quiser, o povo brasileiro se dará conta do embuste que é o seu governo e dispensará para sempre esta corja que o cerca e que hoje está no poder. A não ser que a maioria seja de desinformados, idiotas, ignorantes ou corruptos.



Sem nenhum respeito e admiração.



Delmar Philippsen