sábado, 6 de março de 2010

TERRORISMO E AI-5 - ELIO GASPARI

Elio Gaspari - Jornalista da Folha de São Paulo


*Daqui a oito dias completam-se 40 anos de um episódio pouco lembrado e injustamente inconcluso. À primeira hora de 20 de março de 1968, o jovem Orlando Lovecchio Filho, 22 anos, deixou seu carro numa garagem da Avenida Paulista e tomou o caminho de casa. Uma explosão arrebentou-lhe a perna esquerda. Pegara a sobra de um atentado contra o consulado americano, praticado por terroristas da Vanguarda Popular Revolucionária. (Nem todos os militantes da VPR podem ser chamados de terroristas, mas quem punha bomba em lugar público, terrorista era). Lovecchio teve a perna amputada abaixo do joelho e a carreira de piloto comercial destruída.

O atentado foi conduzido por Diógenes Carvalho Oliveira e pelos hoje arquitetos Sérgio Ferro e Rodrigo Lefevre, além de Dulce Maia (*leia no final) uma pessoa que não foi identificada. A bomba do consulado americano explodiu oito dias antes do assassinato de Edson Lima Souto no restaurante do Calabouço, no Rio de Janeiro, e nove meses antes da imposição ao país do Ato Institucional nº 5. Essas referências cronológicas desamparam a teoria segundo a qual o AI-5 provocou o surgimento da esquerda armada.

Até onde é possível fazer afirmações desse tipo, pode-se dizer que sem o AI-5 certamente continuaria a haver terrorismo e sem terrorismo certamente não teria havido o AI-5. O caso de Lovecchio tem outra dimensão.

Passados 40 anos, ele recebe da 'viúva' uma pensão especial de R$ 571,00 mensais. Nada a ver com o Bolsa Ditadura. Para não estimular o gênero coitadinho, é bom registrar que ele reorganizou sua vida, caminha com uma prótese, é corretor de imóveis e mora em Santos com a mãe e um filho. A vítima da bomba não teve direito ao Bolsa Ditadura, mas o bombista Diógenes teve. No dia 24 de janeiro passado, o governo concedeu-lhe uma aposentadoria de R$1.627,00 mensais, reconhecendo ainda uma dívida de R$ 400.000,00 de pagamentos atrasados.

Em 1968, com mestrado cubano em explosivos, Diógenes atacou dois quartéis participou de quatro assaltos, três atentados à bomba e uma execução.

Em menos de um ano, esteve na cena de três mortes, entre as quais a do capitão americano Charles Chandler, abatido quando saía de casa.

Tudo isso antes do AI-5. Diógenes foi preso em março de 1969 e um ano depois foi trocado pelo cônsul japonês, seqüestrado em São Paulo.

Durante o tempo em que esteve preso, ele foi torturado pelos militares que comandavam a repressão política. Por isso, foi uma vítima da ditadura, com direito a ser indenizado pelo que sofreu. Daí a atribuir suas malfeitorias a uma luta pela democracia, iria enorme distância.

O que ele queria era outra ditadura. Andou por Cuba, Chile, China e Coréia. Voltou ao Brasil com a anistia e tornou-se o 'Diógenes do PT'. Apanhado num contubérnio do grão-petismo gaúcho com o jogo do bicho, deixou o partido em 2002.

Lovecchio, que ficou sem a perna, recebe um terço do que é pago ao cidadão que organizou a explosão que o mutilou. (Um projeto que revê o valor de sua pensão, de iniciativa da ex-deputada petista Mariângela Duarte está adormecido na Câmara.)

Em 1968, antes do AI-5, morreram sete pessoas pela mão do terrorismo de esquerda. Há algo de errado na aritmética das indenizações e na álgebra que faz de Diógenes uma vítima e de Lovecchio um estorvo.


(*) ADIVINHE QUEM É DULCE MAIA?
SIM, ELA MESMA: DILMINHA PAZ E AMOR!!!





NINGUÉM MERECE...



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em discurso em Juazeiro (BA), que se "um Lulinha incomoda muita gente, uma Dilminha incomoda muito mais". Ninguém merece...

MÚSICA PODE SER ALIADA NO TRATAMENTO DO ALZHEIMER


Iniciativa da Universidade de Brasília (UnB) tem mostrado resultados positivos contra o Mal de Alzheimer. Uma vez por semana, grupo de pacientes, familiares e amigos se reúne no Hospital da UnB para cantar músicas populares que remetam a boas lembranças dos doentes, como marchinhas de carnaval, sambas e canções folclóricas.

“Os familiares contam que desde que passaram a freqüentar o coral, os pacientes parecem ter estabilizado. Para o Alzheimer isso é uma grande conquista”, comemora o idealizador da proposta, o geriatra Renato Maia, enfatizando que os resultados mostram que não se deve inviabilizar a busca de tratamentos complementares. “Existem possibilidades de atuação tendo como objetivo a qualidade de vida do doente”, completa.

O Alzheimer acomete geralmente pessoas a partir dos 60 anos. As causas e a cura da doença não foram descobertas. O que se consegue é estabilizar o avanço do problema. O primeiro sintoma é a perda da memória recente (nomes, números de telefone, compromissos e fatos importantes) e esquecimentos como fechar a porta do armário ou trancar a casa. Quanto mais cedo o Alzheimer for identificado, mais chances de desacelerar o seu processo.
Fonte: Previ do Banco do Brasil

sexta-feira, 5 de março de 2010

LULLA É O QUINTO PODEROSO MAIS HIPÓCRITA DO MUNDO


O jornal El País publicou a relação dos “poderosos” mais hipócritas de 2009, de autoria do jornalista Moíses Naím, na qual o presidente Lulla, do Brasil, figura em um “desonroso” quinto lugar (http://www.elpais.com/articulo/internacional/hipocritas/2009/elpepiint/20091220elpepiint_7/Tes). Como sei que a petralhada vai “espumar” de raiva, e que o mínimo que dirá do autor da lista é, no mínimo, instrumento da direita, vale a pena esclarecer que Naím é um jornalista de prestígio internacional, com uma coluna opinativa sobre política externa, publicada nas edições dominicais no principal jornal da Espanha, com repercussão nos principais jornais de língua espanhola e em outros ícones da imprensa mundial, tais como The Washington Post, The New York Times, Newsweek etc. Na justificativa para a escolha de Lulla, Moíses Naím escreveu: “O presidente do Brasil afirmou que Hugo Chávez é o melhor presidente da Venezuela nos últimos 100 anos. Mas nós nunca ouvimos Lula falando nada sobre o comportamento autoritário de seu amigo venezuelano. Sim, nós temos visto, no entanto, furiosamente atacar as recentes eleições em Honduras, sendo que na mesma semana, ele recebeu, com honras, Mahmoud Ahmadinejad, cuja vitória eleitoral também é questionada. Enquanto em Honduras as eleições transcorreram normalmente, com o resultado sendo internacionalmente aceito, no Irã as eleições foram repletas de indícios de fraude em massa, assassinatos, tortura e brutal repressão de opositores, ordenadas pelo governo Ahmadinejad, coisa que o líder afável brasileira ainda não parece não ter conhecimento”. E o tal Moíses Naím ainda não viu nada!



Júlio Ferreira / Recife – PE / Identidade: 850.650 SSP-PE / E-mail: julioferreira.net@gmail.com


quinta-feira, 4 de março de 2010

IMPOSTO DE RENDA 2010

Contribuintes devem ter cuidado ao declarar despesas médicas

Neste ano, a declaração de IRPF (Imposto de Renda das Pessoas Físicas) 2010 sofreu algumas alterações. Entre elas está a que trata de despesas médicas ou de hospitalização dedutíveis, que se restringem aos pagamentos efetuados pelo contribuinte para seu próprio tratamento ou de seus dependentes. Em 2010, a multa será bastante pesada e o contribuinte terá que arcar com 75% do total declarado, caso não comprove os gastos por meio de receituário médico e nota fiscal.

No momento de solicitar a comprovação das despesas médicas, a Receita Federal pode exigir que a comprovação seja emitida com nome, endereço e CPF do prestador do serviço, no caso médico de qualquer especialidade, mas, na falta desse documento admite-se a apresentação do cheque nominal indicando a quem foi feito o pagamento.

FONTE: CRC ONLINE

Obs - outras alterações foram: aumento do patrimônio para 300 mil e a não obrigação de apresentação da declaração para sócios de empresas, desde que não se enquadrem em outras exigências legais.

terça-feira, 2 de março de 2010

QUEM MATOU ORLANDO ZAPATA?


TRIBUNA: YOANI SÁNCHEZ - EL PAIS 28/02/2010
Quem matou Orlando Zapata?
O corpo emagrece, a mente se esvai e os membros inferiores começam a inchar. Uma greve de fome faz que a existência se extinga pouco a pouco, até que o rosto da mãe sentada ao lado da cama se desvanece e o raio de luz que entra pela janela perde força. Durante 86 dias, Orlando Zapata Tamayo transitou da aflição para a morte. Foi se apagando, com uma determinação que deixou os amigos consternados e seus opressores incomodados. Acostumados a dispor de seu corpo e do enferrujado ferrolho de seu calabouço, os carcereiros sentem agora que este homem de 42 anos escapou pela única saída que eles não podem controlar: a morte.
Julgado a alta velocidade em março de 2003, Zapata Tamayo foi vítima daquela lição –conhecida como Primavera Negra- que o governo cubano quis dar à oposição. Era fundador do partido Alternativa Republicana e ativista frequente na hora de reivindicar a liberdade de seus companheiros de causa. Após sua chegada à prisão, foi condenado em nove julgamentos sumários a penas que chegaram a 56 anos. Um gesto "magnânimo" os reduziu a 25 longos verões atrás das grades. Tudo isso foi determinado em tribunais que pareciam obedecer mais a códigos militares que civis. Depois chegou a solidão entre as paredes de uma cela, os maus-tratos, os espancamentos e, assim, terminou a ilusão de que um preso não condenado à morte tem direito de que sua vida seja respeitada.
Ao ser cancelada a visita a Cuba do relator da ONU contra a tortura, terminou para muitos a esperança de serem resgatados dos maus-tratos nas penitenciárias. Aproveitando-se de sua impunidade, os guardas colocaram Orlando num espaço reduzido, onde tinha que compartilhar o chão com os ratos e as baratas. Gritavam pela fresta de uma porta de ferro que não ia se sair bem, pois, numa prisão revolucionária, um preso político equivale aos carunchos que acompanham -permanentemente- o arroz. Recusou-se a pôr o uniforme de presidiário e isso lhe propiciou outra série de golpes e o lancinante castigo de serem reduzidas as visitas de seus familiares. Quando abriram o lugar onde tinha sido enterrado vivo, o dano já era irreversível e a culpa manchava a própria cadeira do atual presidente cubano.
Não foi a greve de fome que matou Zapata Tamayo, mas sim o sombrio oficial que o encerrou naquele túmulo e o diretor da prisão Kilo 8 em Camagüey que ordenou seu castigo. Também contribuíram para seu falecimento as mãos vestidas com luvas de látex que preferiram manter o emprego no hospital ao invés de denunciar o deterioramento ao qual tinham deixado o seu corpo chegar. A máxima responsabilidade de seu final é do governo, que preferiu se mostrar intransigente e enérgico em vez de proporcionar-lhe certas melhorias em sua vida carcerária. Confirmando essa idéia, um dia depois de ocorrida a morte, Raúl Castro perdeu a oportunidade de encurtar a distância entre lamentar seu falecimento e pedir desculpas a seus familiares. Com suas breves palavras isentas de autocrítica, corroborou o que muitos de nós suspeitávamos desde o principio, que o general não estava alheio aos maus-tratos, à negligência e ao terror que acabaram com Orlando.

Tradução: Sandra Márcia Pereira

segunda-feira, 1 de março de 2010

A COVARDIA DE LULLA DIANTE DE MAIS UM CRIME DOS IRMÃOS CASTRO

Absolutamente pífias as desculpas de Lulla para justificar sua covarde omissão em relação à morte preso político cubano Orlando Zapata, que sucumbiu após quase três meses de greve de fome, na tentativa de denunciar ao mundo as desumanas condições prisionais impostas pela ditadura cubana aos que são presos por "crimes de opinião. Embora insista em falácias e meias-verdades, o fato é que Lulla, mais uma vez, demonstrou o seu comportamento covarde e servil em relação à ditadura comandada pelos irmãos Castro. Infelizmente, deixou de ser surpresa para qualquer brasileiro minimamente informado, a mania de Lulla em, tal como faziam os "bons malandros", tentar "levar todo mundo na conversa". Para exemplificar esse comportamento indigno de um chefe de Estado, recorro a trechos da entrevista coletiva concedida por Lulla, em Honduras, quando questionado sobre a sua vergonhosa omissão diante da morte de Zapata: 1) "Não podemos julgar um país ou a atividade de um governante em função da atitude de um cidadão que decide fazer uma greve de fome". Será que Lulla não sabe que Orlando Zapata não era um cidadão qualquer, mas um preso político? 2) "Se os presos brasileiros entrassem em greve de fome e você fosse o governante, você iria liberar todos?". Será que Lulla não sabe que Orlando Zapata não era um preso comum? Era um homem que estava preso por um único crime: discordar da ditadura imposta pelos irmãos Castro; 3) "Um cidadão que entra em greve de fome está fazendo uma opção". É brincadeira! Só faltou completar, usando da sua costumeira linguagem chula, com um sonoro: LASCOU-SE!



Júlio Ferreira / Recife – PE / Identidade: 850.650 SSP-PE / E-mail: julioferreira.net@gmail.com