sábado, 30 de outubro de 2010

LULLA E O PAPA


Nosso amado presidente teve o desplante de se referir ao Papa Bento como se o mesmo fosse um simples "petralha", que, como ele e sua candidata, muda de opinião de acordo com a platéia, afirmou com todas as letras que a Igreja não tem o direito de se posicionar sobre a questão do aborto, com toda a sua capacidade de leitura afirmou que a Igreja Católica não mudou um virgula desde de há 2000 anos. Engraçado como se ele, Lulla, que tem azia até de ler as manchetes dos jornais teria capacidade de julgamento sobre os dizeres bíblicos. Ainda bem que temos uma regra a seguir que depois de 2000 anos ainda ai está firme e indestrutível e não será um partido que se diz dos trabalhadores mas que tem em seus quadros só pessoas que não são chegadas ao batente como a imensa legião de sindicalistas que fazem parte da sua gangue. Caro Lulla, você logo só será um ex-presidente e corre o risco de ser jogado para a lata de lixo da história pois nada de bom ficou na sua passagem pela presidência a não ser a extensa lista de escândalos, falcatruas e falsidades. A Igreja, caro Lulla, não é volúvel com o senhor, seu partido e sua candidata que afirmam uma coisa hoje, assinam embaixo e amanhã negam tudo e acusam a imprensa de calúnia e difamação, calúnia e difamação é quando se espalha mentiras sobre uma determinada pessoa ou entidade, a verdade, os fatos, não tem contestação, tanto é que o PT só ameaça as pessoas, não entra com ação contra elas porque sabe que perderá na justiça, mesmo que esta não esteja tão "justa" assim!

UM MITO DE PAPEL - DEMÉTRIO MAGNOLI


PUBLICADO NO JORNAL ESTADÃO DE 28/10/2010 PÁGINA A-2

Um mito de papel :: Demétrio Magnoli


"Não me importo de ganhar presente atrasado. Eu quero que o Brasil me dê de presente a Dilma presidente do Brasil", conclamou Lula, do alto de um palanque, dias atrás. Não foi um gesto fortuito. Antes, a Executiva do PT definira a campanha "Dê a vitória de Dilma de presente a Lula". Aos 65 anos, a figura que deixa o Planalto cumpre uma antiga profecia do general Golbery do Couto e Silva. O "mago" da ditadura militar enxergara no sindicalista em ascensão o "homem que destruirá a esquerda no Brasil". Quando o PT trata a Presidência da República como uma oferenda pessoal, nada resta de aproveitável no maior partido de esquerda do País.

Lula vive a sua quarta encarnação. Ele foi o expoente do novo movimento sindical aos 30, o líder de um partido de massas aos 40, o presidente salvacionista aos 60. Agora, aos 65, virou mito. O mito, contudo, é feito de papel. Ele vive nos ensaios dos intelectuais que se rebaixam voluntariamente à condição de áulicos e nos artigos de jornalistas seduzidos pelas aparências ou atraídos pelas luzes do poder. Todavia ele só existe na consciência dos brasileiros como fenômeno marginal. Daqui a três dias, Lula pode até mesmo ficar sem seu almejado carrinho de rolimã. A mera existência da hipótese improvável de derrota de Dilma evidencia a natureza fraudulenta da mitificação que está em curso.

"É a economia, estúpido!", escreveu James Carville, o estrategista eleitoral de Bill Clinton, num cartaz pendurado na sede da campanha, em 1992. George H. Bush, o pai, disputava a reeleição cercado pela auréola do triunfo na primeira Guerra do Golfo, mas o país submergia na recessão. Clinton venceu, insistindo na tecla da economia. Por que Dilma não venceu no primeiro turno, se a economia avança em desabalada carreira, num ritmo alucinante propiciado pelo crédito farto e pelos fluxos especulativos de investimentos estrangeiros?

A pergunta deve ser esclarecida. Lula abordou a sua sucessão como uma campanha de reeleição. No Brasil, como na América Latina em geral, o instituto da reeleição tende a converter o Estado numa máquina partidária. A Presidência, os Ministérios, as empresas estatais e as centrais sindicais neopelegas foram mobilizadas para assegurar o triunfo da candidata oficial. Nessas condições, por que a "mulher de Lula", o pseudônimo do mito vivo, não conseguiu reproduzir as performances de Eduardo Campos, em Pernambuco, Jaques Wagner, na Bahia, Sérgio Cabral, no Rio de Janeiro, Antonio Anastasia, em Minas Gerais, ou Geraldo Alckmin, em São Paulo?

"Há três tipos de mentiras - mentiras, mentiras abomináveis e estatísticas", teria dito certa vez Benjamin Disraeli. Os institutos de pesquisa registram uma taxa de aprovação de Lula em torno de 80%. Cerca de dois terços da aprovação recordista se originam de indivíduos que conferem ao presidente a avaliação "bom", não "ótimo". Nesse grupo, uma maioria não votou na "mulher de Lula" no primeiro turno. Mas a produção intelectual do mito, a fim de fabricar uma "mentira abominável", opera exclusivamente com a taxa agregada. Há muito mais que ingenuidade no curioso procedimento.

As águas que confluem para o rio da mitificação de Lula partem de dois tributários principais, além de pequenas nascentes poluídas pelos patrocínios oriundos do Ministério da Verdade Oficial, de Franklin Martins. O primeiro tributário escorre pela vertente dos intelectuais de esquerda, que renunciaram às suas convicções básicas, abdicaram da meta de reformas estruturantes e desistiram de reivindicar a universalização efetiva dos direitos sociais. Eles retrocederam à trincheira de um antiamericanismo primitivo e, ecoando uma melodia tão antiga quanto anacrônica, celebram a imagem de um líder salvacionista que fala ao povo por cima das instituições da democracia. Nesse conjunto, uma corrente mais nostálgica, que se pretende realista, enxerga em Lula a derradeira boia de salvação para a ditadura castrista em Cuba. A Marilena Chaui pós-mensalão, transfigurada em porta-estandarte do "controle social da mídia", é a síntese possível do lulismo dos intelectuais.

"As pessoas ricas foram as que mais ganharam dinheiro no meu governo", urrou Lula num comício eleitoral em Belo Horizonte, pronunciando um diagnóstico inquestionável. O segundo tributário da mitificação desce da vertente de uma elite empresarial avessa à concorrência, que prospera no ecossistema de negócios configurado pelo BNDES e pelos fundos de pensão. Essa corrente identifica no lulismo o impulso de restauração de um modelo econômico fundado na aliança entre o Estado e o grande capital. Os empresários da Abimaq divulgaram um manifesto em defesa do BNDES, enquanto Eike Batista, um sócio do banco estatal, o cobria de elogios. Na noite do primeiro turno, os analistas financeiros quase vestiram luto fechado. Tais figuras, tanto quanto os controladores da Oi e os proprietários da Odebrecht, representam o lulismo da elite econômica.

O mito ficou nu no primeiro turno. Todos os indícios sugerem que o aguardado triunfo de Dilma foi frustrado exatamente por Lula - que, na sequência do escândalo de Erenice Guerra, afrontou a opinião pública ao investir contra a imprensa independente. "Nem sempre é a economia, estúpido!": os valores também contam. Naquele momento as curvas de tendências eleitorais se inverteram, expressando a resistência de mais de metade dos brasileiros ao lulismo. O jornalismo honesto deveria refletir sobre isso, antes de reproduzir as sentenças escritas pelos fabricantes de mitos.

Os mitos fundadores pertencem a um tempo anterior à História. No fundo, desde a difusão da escrita na Grécia do século 8.º a.C., só surgiram mitos de papel - isto é, frutos da obra política dos filósofos. Por definição, tais mitos estão sujeitos à desmitificação. Já é hora de submeter o mito de Lula a essa crítica esclarecedora.

SOCIÓLOGO, É DOUTOR EM GEOGRAFIA HUMANA PELA USP.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

MAL COMPARANDO... - DOCA RAMOS MELLO

Mal Comparando...

No céu, há um burburinho inquietante, falam os apóstolos, cochicham os querubins, discutem os santos, Deus está macambúzio, há muita coisa entre o reino azul das auréolas celestiais e a vã filosofia de araque de V. Exa. Metalurgíssima, de sorte que o Filho do Homem começa a ficar impaciente. Fortes rumores indicam que, em solos de Macunaíma, uma vez mais ocorreu insolência de porte, capaz de constranger sumariamente o Salvador. Ato contínuo, Jesus Cristo chama Pedro às falas:

_ Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida, mas parece que um fariseu tupiniquim quer me tomar o posto, ai de mim, que ralei na cruz para salvar os ímpios, padeci espinhos sobre minha carne santa, sofri agruras e maus-tratos, enfrentei descrença, inveja e ódio, e agora Me acontece uma coisa dessa, Me surge um sujeito assim do nada, um reles pecador que, dizem, rouba e mente com destempero, e tem o topete de se comparar a Mim, oh, meu Santo Sudário, ninguém merece... Pedro, que fazes tu que não botas cobro nesta circunstância aberrante? Onde está a pedra que te confiei para que sobre ela edificaste Minha igreja e em suas naves internas pusesses ordem? Cáspite, Pedro, dormes no remanso?!

_ Não, Mestre, estou sempre alerta, porém O Cara é uma unha encravada, com todo respeito. Esperto, matreiro, prega aos pobres como se sua tribo fosse, mente, envolve, tripudia, falseia, de sua boca saem impropérios e bobagens, aleivosias horripilantes e prosódia flácida. Mas francamente, se me permite o abuso da intuição, o problema está com vosso Pai Eterno. Ele bem podia ter tomado uma providência antes que o caso chegasse a tal extremo, livre arbítrio demais é perigoso e...

_ Cala-te! Somos pela liberdade de expressão, de escolha, de tudo.

_ Bom, o Senhor é, mas O Cabra anda querendo amordaçar a imprensa, implantar um reino pessoal e eterno na terra dele e, disparate imenso, deixar aquela cobra terrorista treinada em seu lugar.

_ Cobra?! Avia-te, Pedro, tenho trauma de cobra, tu sabes o que uma delas fez no meu Éden com sua fala sibilante, segregando torpezas aos ouvidos de Adão e Eva, aqueles incautos nus, para depois desgraçar a vida de todo o meu rebanho, tu és sabedor, oh, sina minha, destarte deverei novamente ser crucificado mil vezes por hora para depurar os pecados desses infiéis! Oh, não Me fales em cobra, não Me recordes o estopim de toda a tragédia que fez desenrolar minha saga para salvar a humanidade, oh, Eu me lembro de Pilatos, da perseguição aos meus apóstolos, da traição de Judas, da minha solidão no Horto, do pão e vinho que tive de fazer render, de Lázaro, a quem devolvi o sopro da vida e...

_ Cobra, Senhor, insisto, cobra peçonhenta. A cabecinha em pé, a linguinha arisca, os olhos apertados mirando o próximo lance, a próxima vítima, o rastejar calculado sob o cajado daquele que encena aceitar como seu mestre acima das verdades divinas, do céu que brilha no horizonte, das águas, das flores, das seivas da vida, de Seus ensinamentos, oh Jesus... Enfim, de tudo que reluz ou não na terra de Euclides da Cunha, quiçá no planeta azul, por desmedida plenipotência, abusadíssimo que é o pusilâmine. Aquela, Cristo Redentor, é uma cobra chupando duas mangas com fiapos. Pior ainda, Senhor, com arrimo de Chico Buarque, o da banda, ex-marido de Dona Nenê! Se me permite, Mestre, a coisa tá preta.

_ Daí ao chefe dela se comparar a Mim, Pedro, não tem cabimento. Disse o herege que temos as mesmas barbas, meu Pai Eterno! Barba por barba, por que então não se comparou a Caifás, por exemplo?

_ Por espertezas de Ibope, Senhor.

_ Ibope...?

_ Sim, Ibope. É uma tábua que os terrenos tupinambás inventaram para medir popularidade, fazer pesquisas diversas, incluindo as eleitorais. Ladinos, aproveitam-se da invenção e mentem bastante com ela. O Senhor, Jesus Nazareno Rei dos Judeus, dá um Ibope dos diabos, com escusa do verbo de baixo calão, todavia verdade seja dita, o Senhor é uma espécie de coringa na boca dos pecadores. E em Seu Santo Nome, fazem-se coisas aterrorizantes!

_ O que Eu tenho a ver com esse Ibope, Pedro?

_ Hiii, Mestre, o Senhor é muito popular.

_ Mas, é um acinte...

_ Também assim considero, Mestre, entretanto ninguém aplica freios àquele vivente, a tudo e a todos, ele desobedece, ele não tem medidas. Escorado numa simplicidade de fancaria, tingido-se com as tintas do pobre homem bom, pai dos desvalidos e inimigo dos ricos, ele atravessa rios e mares em cima de palcos, é um ator, Jesus Cristo, um ator mambembe de lábia afiada! Fiquei sabendo que até mesmo a Bíblia civil de seu povo, chamada de Constituição, ele afronta sem se perturbar, é um homem desidioso, loucamente apaixonado por si mesmo, um ególatra, Mestre.

_ Pelas portas de Damasco! Corre que também se comparou a Tiradentes...

_ E a alma de Tiradentes está em estado de choque desde que soube dessa arrelia. Prostrada, persiste em pedir para que a enforquem de novo e de novo e de novo, quedou-se catatônica, afinal não possui o Vosso Santo equilíbrio. Encontra-se vagando como doida desde então, desbussolada.

_ Minha Santa Mãe, ai, minha Santa Mãezinha, os céus a protejam dessa ousadia suprema! Mamãe sofreu deveras para Me defender das maldades da vida, viu-Me pregado à cruz, comeu o pão que a Bíblia amassou, não suportaria Me perceber enxovalhado uma vez mais e...

_ Lamento, Mestre, já aportou aos santos ouvidos de Vossa Mater Dolorosa a imprecação.

_ Oh, que meu Pai Eterno a resguarde!

_ Ela se retirou para orações, porém cuidou de deixar mensagem para o Senhor, Mestre:





Filho Meu, abençoado seja! Recolhi-me a orar fervorosamente debaixo de meu manto, enquanto aguardo a passagem desta era negra de acintes, ousadias, falácias e falcatruas, eis que não posso mais suportá-las, arde-me a alma, mesmo na minha humildade resignada de sofrida Sagrada Mãe – paciência tem termo. A minha esperança é que os soldados guardiões do templo da opinião popular esmaguem a cabeça da surucucu e mostrem o pau para seu mentor, Deo Gracias, oremus. Caso contrário, ora pro nobis, pois prevejo horizontes carregados da velha praga zédirceu, que adivinho atocaiada à espreita, tal qual urubus cercam carniça, os céus tenham misericórdia dessa gente bronzeada que não lê papiros, amém, amém, amém... E tu, Filho Amado, olho vivo: um entardecer desses o Cara se dependura na tua cruz (usando falsos cravos, claro).

DOCA publicou esta crônica em:
http;//www.papolivre.com.br



terça-feira, 26 de outubro de 2010

MAIS UM SUJO PERTO DO LULLA!

Mais um membro do primeiro escalão do presidente Lulla, o chefe de gabinete Gilberto Carvalho, virou réu, desta feita sob acusação de integrar uma quadrilha que cobrava propina de empresas de ônibus de Santo André (SP), para financiar campanhas eleitorais do PT, inclusive a de Lulla. Como sempre, Lulla não sabia de nada!!!

Por falar em Santo André, e o caso Celso Daniel?

domingo, 24 de outubro de 2010

QUANTA MENTIRA E QUANTA BOBAGEM!




Na foto acima, Lulla ao lado de dois dos agressores de Serra.

Ao se referir ao episódio da última quarta-feira (20), quando Serra foi atingido na cabeça por objetos em caminhada no calçadão de Campo Grande, no Rio de Janeiro, Lula afirmou que a turma de Dilma é pacífica. "É uma vergonha a farsa que tentaram jogar na cabeça do povo. Tem muita gente que morre e não consegue fazer uma ultrassonografia... meia hora depois, ele (Serra) descobriu que bateu a bolinha, aí ele recebeu um telefonema, deu dor de cabeça nele e disse que foi agressão da turma da Dilma. A turma da Dilma é a turma da paz, que trabalha, paga imposto de renda e sustenta esse País", disse Lula.

Interessante como Lulla fala besteiras uma atrás da outra, vejam no texto acima a confissão de sua inoperância quanto à Saúde Pública, se as pessoas não conseguem um atendimento satisfatório do SUS, de quem é a culpa? Quem é responsável pela Saúde? Não seria em última análise o Presidente da República? No caso, consta ser o senhor Luís Inácio LULA da Silva!
Outra coisa, afirmar que a "turma da Dilma" é pacífica, como ele explica a presença de dois de "seus amigos do peito" entre os agressores de Serra? Onde está o direito de ir vir do cidadão, principalmente de um candidato à Presidência da República? Ou a gangue petralha estava ali no caminho da passeata por simples coincidência?
Onde uma palavra de crítica do senhor presidente aos componentes da "turma da Dilma" por sua atitude agressiva?
Quanto a dizer que a turma da Dilma é de paz, que trabalha, paga imposto de renda e sustenta esse país, sem comentários...

RASTRO DE MOLECAGEM - FRANCISCO RIBEIRO MENDES


Dom, 24 de Outubro de 2010 09:30
Por Francisco Ribeiro Mendes, leitor do Estado de S.Paulo

Há oito anos, o rastro da molecagem está pelas ruas das nossas cidades, como aquela agressão que o candidato à Presidência José Serra sofreu no Rio de Janeiro. Mais do que uma "farsa" ou uma "mentira descarada", como disse o defensor daquele ato censurável, foi um rastro de molecagem.
Mas é tudo uma questão de entender. Se seguirmos esse rastro, vamos ver que a molecagem sai de onde são tratados os negócios públicos deste país: dos palácios, dos ministérios, das secretarias e das diretorias dos órgãos federais, estaduais ou municipais. O rastro da molecagem está nas trilhas de um governo representado por pessoas que desfilam de sunga pelos corredores de palácios; que fazem gestos obscenos diante das câmeras de TV; que dançam em plenário para comemorar impunidade de colegas que roubam a Nação; que mandam a população relaxar e gozar para superar uma crise; que usam dinheiro público para fazer turismo e comprar tapioca.
O rastro da molecagem está pelas estradas do País, onde, a cada dia, mais e mais pessoas morrem ou são mutiladas, por falta de conservação, de sinalização e de fiscalização; está no transporte urbano, sucateado e pirateado; e está na falta de investimentos nos setores produtivos e de tecnologia. O rastro da molecagem está nos hospitais sem leitos, sem médicos, sem equipamentos e sem remédios; está nas creches abandonadas com crianças doentes, desassistidas e famintas; e está no desrespeito aos aposentados, que a cada dia perdem um pouco daquilo que conquistaram com seu trabalho.
O rastro da molecagem está nas portas das escolas invadidas pelo tráfico de drogas e falidas por falta de assistência governamental; está na falta de segurança, onde a população já se sente rendida à bandidagem; está nos atestados de óbito daqueles que perderam a vida por balas perdidas; está nos arrastões, à luz do dia, nos grandes centros; e está também na baixaria dos militantes do partido do governo em época de eleição.
O rastro da molecagem está num plano de governo fajuto, com um assistencialismo barato que, além de não erradicar a pobreza, fomenta uma sociedade de malandros comprometida com a obrigação de eleger políticos populistas e anarquistas que não se importam com a vida de vadios e de moleques que levam; está na conduta dos "companheiros" que invadem terras alheias e promovem vandalismo no campo e nas cidades; e está na conveniência de um governo em facilitar, com recursos públicos, o enriquecimento de amigos e de parentes próximos. O rastro da molecagem está na ação dos indivisos amigos de um presidente, que carregaram dinheiro na cueca para construir a fama do seu líder; está nos atos de aloprados, da confiança do presidente, que roubaram a Nação com seus mensalões; está nos caminhos por onde andaram os Waldomiros, os Dirceus, os Paloccis, os Jucás, os Valérios, os Guschikens, os Mercadantes, os Genoinos, os Okamotos, os Sarneys, os Collos, os Calheiros, as Erenices da vida, que se uniram para assaltar o Brasil; e está, principalmente, nestes laranjas do poder que ganham a vida aprovando calote contra o povo.
O rastro da molecagem está na preguiça de um presidente que terceirizou seu governo para ONGs e sindicatos, para poder viver de passeios pelo mundo com sua turminha de aduladores, a contar vantagens e pregar mentiras para ganhar popularidade; está na prática de esconder a realidade do regime fascista e debochado que adota; e está no exemplo vergonhoso de censurar jornais que não costumam esconder a verdade.
O rastro da molecagem está na malversação dos recursos públicos; está na ação de um governo que cria 20 mil cargos comissionados para promover o empreguismo entre sua militância partidária e depois sair dizendo que gerou empregos; está na gestão de um mandatário que colocou o Brasil entre os piores do mundo no ranking da corrupção; e está na maneira cômoda de não se importar em ver o país em 75.º lugar na avaliação do Índice de Desenvolvimento Humano do seu povo. O rastro da molecagem está nas desculpas esfarrapadas de um governante para tentar justificar o injustificável; está na manha de descarregar-se da culpa imputada pelos desastres que aconteceram no País; e está na habilidade de minimizar tragédias que ocorreram por falta de capacidade de criar uma política de prevenção.
O rastro da molecagem está nos propósitos de um chefe de Estado que ignora as necessidades básicas do seu país e sai pelo mundo a oferecer empréstimos a países endividados ou afetados por crise financeira, só para ser chamado de "o homem do ano", "estadista global", "político mais popular do mundo" ou até mesmo de "o cara"; e está num governo que financia construções de pontes e hidrelétricas noutros países, ignorando os calotes que já levou, em troca de popularidade. O rastro da molecagem está na política externa, desastrosa, de quem usou a Embaixada do Brasil para fazer terrorismo em defesa de um presidente deposto de outro país, que nem sequer faz fronteira com o nosso; está na megalomania de um mandatário de se intrometer em assuntos internacionais, dizendo-se mediador de causas que não nos dizem respeito, com o intuito de se promover; está na mania de aparecer para o mundo na esperança de ganhar notoriedade, ignorando sua mediocridade; e está na irreflexão de um chefe de Estado em firmar laços de amizade e selar acordos com ditadores e terroristas temidos e odiados em todo o mundo, com objetivos midiáticos.
O rastro da molecagem está no costume de um presidente de comprar votos para se reeleger; está no caradurismo de financiar um filme sensacionalista para se promover; e está no hábito de falar besteiras para se passar por pessoa simples e merecer compaixão. Por fim, o rastro da molecagem está na conduta de um presidente que se acha honesto só porque não viu nada, não ouviu nada e não ficou sabendo que seus amigos assaltaram o País durante os oito anos em que ele o governou.