terça-feira, 22 de novembro de 2011

COMISSÃO DA VERDADE?

A presidente Dilma, quando da assinatura da criação da comissão da verdade, disse que não pode deixar que a verdade se corrompa, e a corrupção vigente, como fica? Será que só ficaremos na apuração da "verdade" apenas até 2002, e de 2003 para cá, quando a corrupção e a mentira campearam, isto não fere os "direitos humanos"? Como vai ficar? Ou desviar verbas públicas, inclusive da saúde, não fere os direitos humanos? Quanto morreram na chamada "revolução"? Quantos morreram em virtude da roubalheira atual? Quantas pessoas morreram nas filas dos hospitais, nas estradas abandonadas, na falta de saneamento básico, no trânsito caótico, na impunidade tão criminosa como o próprio crime? Na tal comissão da verdade os crimes dos atuais detentores do poder serão investigados? Ou matar civis e militares em serviço e até fora dele não é crime? São muitas perguntas que, com certeza, não serão respondidas.


Publicada no Jornal da Cidade de Baurú SP - em 23/11/2011

SAIDA DE CARLOS LUPI DO MINISTÉRIO? SÓ SE PEDIR DEMISSÃO.- JÚLIO FERREIRA

Pensando bem, começo até a entender as dificuldades pelas quais está passando a presidente Dilma Rousseff, diante das cobranças pela demissão do boquirroto Carlos Lupi, mais um dos ministros aloprados herdados da gestão Lulla.

Afinal, os "imbróglios" nos quais Lupi está metido, são praticados por quase todos os nazipetralhas, e aliados por conveniências, que estão "mamando nas tetas da viúva", desde o primeiro mandato do "ex-sapo barbudo". Na verdade, essas "armações" criadas para favorecer "empresários generosos", seja em troca de mordomias, de "ajudinhas financeiras" para campanhas eleitorais ou de "otras cositas más", passaram a ser, segundo o "modo petista de governar", tratados como meras estratégias de trabalho, tido por muitos "cumpanhêros" como sinal de "esperteza política".

Em suma, se não pode demitir Lupi por ser mentiroso, pois a mentira virou marca registrada das gestões petralhas, desde o momento em que Lulla, fazendo caras e bocas, declarou que não tinha conhecimento das maracutaias urdidas dentro do Palácio do Planalto, por alguns dos seus mais íntimos assessores, imediatamente após vir à tona o "Escândalo do Mensalão", e não pode defenestrar o ministro por conta dos seus "malfeitos", por uma questão de "isonomia", resta, tal como aconteceu com os outros "maracuteiros", esperar que Lupinho, em uma crise de "vergonhite aguda", peça demissão do cargo. Caso contrário, sem coragem cívica para "peitar" o ministro, Dilma Rousseff vai continuar "pianinho"...

Júlio Ferreira
Recife - PE
E-mail: julioferreira.net@gmail.com
Blog: www.ex-vermelho.blogspot.com/



segunda-feira, 21 de novembro de 2011

UMA AULA DE HISTÓRIA - LUCIA HIPÓLITO

O Futuro do PT
(Lúcia Hippólito)

“Nascimento” do PT:

O PT nasceu de cesariana, há 29 anos. O pai foi o movimento sindical, e a mãe, a Igreja Católica, através das Comunidades Eclesiais de Base.

Os orgulhosos padrinhos foram, primeiro, o general Golbery do Couto e Silva, que viu dar certo seu projeto de dividir a oposição brasileira.

Da árvore frondosa do MDB nasceram o PMDB, o PDT, o PTB e o PT... Foi um dos únicos projetos bem-sucedidos do desastrado estrategista que foi o general Golbery.

Outros orgulhosos padrinhos foram os intelectuais, basicamente paulistas e cariocas, felizes de poder participar do crescimento e um partido puro, nascido na mais nobre das classes sociais, segundo eles: o proletariado.

“Crescimento” do PT:

O PT cresceu como criança mimada, manhosa, voluntariosa e birrenta. Não gostava do capitalismo, preferia o socialismo. Era revolucionário. Dizia que não queria chegar ao poder, mas denunciar os erros das elites brasileiras.

O PT lançava e elegia candidatos, mas não "dançava conforme a música". Não fazia acordos, não participava de coalizões, não gostava de alianças. Era uma gente pura, ética, que não se misturava com picaretas.

O PT entrou na juventude como muitos outros jovens: mimado, chato e brigando com o mundo adulto.

Mas nos estados, o partido começava a ganhar prefeituras e governos, fruto de alianças, conversas e conchavos. E assim os petistas passaram a se relacionar com empresários, empreiteiros, banqueiros.

Tudo muito chique, conforme o figurino.

“Maioridade” do PT:

E em 2002 o PT ingressou finalmente na maioridade. Ganhou a presidência da República. Para isso, teve que se livrar de antigos companheiros, amizades problemáticas. Teve que abrir mão de convicções, amigos de fé, irmãos camaradas.

Pessoas honestas e de princípios se afastam do PT.

A primeira desilusão se deu entre intelectuais. Gente da mais alta estirpe, como Francisco de Oliveira, Leandro Konder e Carlos Nelson Coutinho se afastou do partido, seguida de um grupo liderado por Plínio de Arruda Sampaio Junior.

Em seguida, foi a vez da esquerda. A expulsão de Heloisa Helena em 2004 levou junto Luciana Genro e Chico Alencar, entre outros, que fundaram o PSOL.

Os militantes ligados a Igreja Católica também começaram a se afastar, primeiro aqueles ligados ao deputado Chico Alencar, em seguida, Frei Betto.

E agora, bem mais recentemente, o senador Flávio Arns, de fortíssimas ligações familiares com a Igreja Católica.

Os ambientalistas, por sua vez, começam a se retirar a partir do desligamento da senadora Marina Silva do partido.

Quem ficou no PT?

Afinal, quem do grupo fundador ficará no PT? Os sindicalistas.

Por isso é que se diz que o PT está cada vez mais parecido com o velho PTB de antes de 64.

Controlado pelos pelegos, todos aboletados nos ministérios, nas diretorias e nos conselhos das estatais, sempre nas proximidades do presidente da República.

Recebendo polpudos salários, mantendo relações delicadas com o empresariado. Cavando benefícios para os seus. Aliando-se ao coronelismo mais arcaico, o novo PT não vai desaparecer, porque está fortemente enraizado na administração pública dos estados e municípios. Além do governo federal, naturalmente.

É o triunfo da pelegada.

Lucia Hippolito