domingo, 27 de março de 2011

MUNDO CONVULSIONADO

O mundo convulsionado pela própria natureza como no Japão e pelos insurgentes contra regimes opressores como no na Líbia, Iêmen, Irã, Síria, Egito, Bahrein, Marrocos, Sahara Ocidental e aqui no nosso querido país os políticos se encarregam de tumultuar a situação enquanto nosso povo carneiro se recolhe aos redis. O ordeiro e disciplinado povo japonês luta ainda contra os resultados das revoltas da natureza e do perigo de suas usinas nucleares, no oriente e norte da África os povos espoliados de seus mínimos direitos lutam também, enquanto nós, pobres carneiros brasileiros continuamos quietos e prontos a votar novamente nos nossos abjetos políticos, o Projeto Fixa Limpa é empurrado para o futuro, se antes não for mais deformado. Dá-me nojo escrever sobre o que acontece no Brasil. Embora muitos se sintam empolgados com algumas medidas tomadas pela novel presidenta, ainda não ponho fé em seus objetivos finais. Aos poucos a política petista vem destruindo o pouco que ainda restava de vergonha em nosso próprio povo, a família, a moral cristã, perdem cada vez mais qualquer valor perante nossos governantes e nosso povo, a impunidade se faz presente em todos os níveis, nem mesmo os bandidos mais perigosos estão sendo punidos, não só os de colarinho branco como costumava acontecer. Os noticiários estão plenos de notícias ruins: assassinatos, estupros, seqüestros e toda sorte de crimes pululam nos jornais, rádios e TVs. O chamado, ECA, deu aos “di menor” a licença para matar, tal qual se diz do famoso “Agente 007”. Não temos mais segurança nas ruas, nas escolas, nos shoppings, nos cinemas, nos ônibus e trens, nem mesmo em nossas próprias casas, cheias de grades e de alarmes, isto quando é possível. Nossos dirigentes, nossos políticos e aqueles mais bem aquinhoados pela fortuna transitam com seguranças em carros blindados, enquanto, nas estradas esburacadas e mal cuidadas morrem mais brasileiros que nas ocorrências inicialmente mencionadas. A cada ano mais e mais brasileiros são vítimas do trânsito, dos assassinatos sem causa, das mortes por falta de assistência médica e prevenção, dá tristeza escrever sobre isto. Agora, voltando a um assunto que há tempos não menciono, não sei como estão as coisas no Sahara Ocidental, isto por não ter tido mais notícias já que os jornais estão mais focados nos acontecimentos da Líbia, onde as grandes potências se preocuparam de verdade com os “direitos humanos”... espero que a revolta no Marrocos dê ao povo saharaui um pouco mais de liberdade...

SERÁ QUE NOSSA POLÍTICA EXTERNA MUDOU? - MARIA LÚCIA VICTOR BARBOSA

SERÁ QUE NOSSA POLÍTICA EXTERNA MUDOU? Maria Lucia Victor Barbosa 27/03/2011 Em 24 de março, a representação do Brasil no Conselho de Direitos Humanos da ONU votou a favor da proposta dos Estados Unidos e Europa que determina o envio de um relator independente ao Irã para investigar a situação dos direitos humanos naquele país, coisa que Ahmadinejad já avisou que não aceita. Surpreendida, a diplomacia iraniana sentiu-se traída e afirmou que o Brasil voltava a se comportar como “país pequeno”, “curvando-se aos Estados Unidos”. Outros países islâmicos também atacaram a posição brasileira. Na verdade, o Irã esperava a continuidade da politica do governo anterior que poupou o regime iraniano de censura em fóruns internacionais, além de apoiar direta ou indiretamente através de abstenções, os piores ditadores mundiais que jamais souberam o significado de direitos humanos. Foram oito anos de uma política externa vergonhosa e repugnante, na qual não faltaram erros crassos e patacoadas como no caso de Honduras cujo governo o Brasil não reconhece até hoje. Em 2008 começaram a se estreitar ainda mais os laços do Brasil com o Irã e o então chanceler, Celso Amorim, foi à Teerã acompanhado de 30 empresários. “Negócios são negócios” disse o pragmático Amorim e desrespeito total aos direitos humanos existe em toda parte, como afirmou o chanceler de fato, Marco Aurélio Garcia, quando acompanhou o ex-presidente Lula à Cuba. Na ocasião Lula comparou os dissidentes cubanos que faziam greve de fome a criminosos comuns enquanto o corpo martirizado de um deles, Orlando Zapata Tamayo, esfriava no caixão. Em 2009 Mahmoud Ahmadinejad foi convidado a vir ao Brasil. Não veio e houve forte oposição a sua vinda por grupos por ele discriminados como judeus, perseguidos como mulheres e homossexuais. As esquerdas não se manifestaram em que pese terem ressuscitado o ultrapassado “fora ianque” na forma de “fora Obama”, quando da recente visita do presidente norte-americano ao Brasil. Naquele mesmo ano Ahmadinejad se elegeu com fortes indícios de fraude. O ex-presidente Lula qualificou os protestos que se seguiram e o massacre feitos por Ahmadinejad aos opositores como “choro de perdedores” e “briga de vascaínos e flamenguistas”. Mais um vexame internacional. 2010. Além da missão econômica que em abril partiu rumo ao Irã, em maio Lula seguiu para lá como o primeiro presidente a visitar aquelas terras. Ele fez mais: uniu-se à Turquia para mediar um acordo internacional para que Teerã aceitasse discutir seu programa nuclear, coisa que já tinha sido tentada em vão pelos Estados Unidos. A proposta, como era de se esperar, foi rejeitada pela ONU, o que deixou o Brasil e a Turquia falando sozinhos. No caso de iraniana Sakineh, condenada à morte por apedrejamento, primeiro Lula disse que não se intrometia nas leis de outros países. Depois mudou de ideia e resolveu colaborar com o companheiro Ahmadinejad: “se a mulher está incomodando, mande-a para cá”. Entretanto, na ONU o Brasil se recusou a apoiar a resolução que condenava o apedrejamento, alegando que se t rata de “questão cultural”. Desse modo, é compreensível a fúria do governo iraniano diante do voto brasileiro a favor da ida do relator. Por outro lado, bastou tal voto para que grandes saudações, vivas e cumprimentos nacionais e internacionais fossem dados euforicamente a presidente ou presidenta, governante ou governanta, Dilma Rousseff. Está sendo dito que ela mudou o rumo da política externa brasileira, que se distanciou do seu padrinho político, que o Brasil agora tem princípios. Mas será que mudou mesmo alguma ou apenas mudou a estratégia para obter o obsessivamente desejado Assento no Conselho de Segurança da ONU? Note-se que o Brasil, que votou a favor da fiscalização no Irã, absteve-se de votar quando a Rússia, apoiada pela China e países árabes, propôs subordinar a questão dos direitos humanos aos “valores e tradições locais”. Observe-se também, que no caso do Irã o Itamaraty demonstra que continuará a apoiar seu programa nuclear que, certamente, ao culminar na bomba, tratará de exterminar pacificamente Israel em primeiro lugar. Também Cuba poderá contar com o tradicional apoio brasileiro, enquanto dissidentes “criminosos morrem em greve de fome em nome da liberdade. Nossa diplomacia convive tão bem com o terrorismo que não esboçou nenhuma reação quando cinco pessoas da família Fogel, o pai a mãe, o bebê de três meses e mais dois meninos foram brutalmente assassinados a facadas enquanto dormiam no assentamento de Itamar, na Samaria. Talvez, isso faça parte dos “valores e tradições” do terrorismo e devem ser respeitados. Nessa toada, se algum país resolvesse institucionalizar o canibalismo o Brasil apoiaria, pois é questão cultural. Vamos ver se dessa vez o Brasil conquista seu grandioso sonho: o Assento no Conselho de Segurança da ONU, mas que falta muito para nossa politica externa mudar, isso lá falta. Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga. mlucia@sercomtel.com.br www.maluvibar.blogspot.com