terça-feira, 16 de outubro de 2012

LIÇÕES DE UM SOVADO PÉ-DE-POEIRA - VALMIR FONSECA AZEVEDO PEREIRA

Ilações de um sovado pé - de - poeira.



O STF surpreendeu a todos com as suas recentes decisões, pelo menos as da maioria de seus Ministros, a que se sobrepôs aos dedicados à subserviência e à subordinação.



Assistimos o exercício soberano de um dos poderes da República, quando espertalhões foram sacramentados. Faltou o principal, é verdade, mas o escorregadio ficou no mínimo chamuscado.



Contudo, longe está de testemunharmos a vitória da lei e da ordem, e a derrocada da quadrilha, pois a capilaridade e o domínio dos donos do poder são gritantes.



A quantidade de sanguessugas que perderiam as suas mordomias e suas possibilidades de ganhar algum no usufruto do cargo é considerável, e imaginar que poderão retirar – se, altruisticamente, é acreditar em Papai Noel.



A nossa volta, verificamos que impoluta Comissão da Verdade segue em frente, e muito mais, adentra até no currículo das Escolas Militares. A cada dia uma novidade, e já mudaram o laudo da morte de Herzog, agora suicidado pela pressão de seus torturadores e carcereiros. Tudo sob os aplausos da OAB, um bestial inimigo.



No âmbito do Partido acolheram como heróis sacrificados, o intragável Dirceu e o volátil Genoíno.



Portanto, cheios de brios apóiam incondicionalmente o Haddad, e apostam que a sua vitória na eleição será uma cabal demonstração de que somos meros coadjuvantes no palco no qual eles deslizam como prima - donas.



Hoje, podemos lamentar a sorte do Serra no segundo turno, embora o dito não nos inspire qualquer simpatia, pois a decisão do STF em condenar a dupla dinâmica atiçou a ira do petismo, que julga que a eleição do Haddad será a sua resposta contra a petulância do Supremo, e uma demonstração de quem realmente manda nesta porra.



Estão à solta, amparados e incentivados por aquele que nada sabe, que nada viu e que estava muito longe de quem mandou, o ignóbil da silva.



Contando com uma estupenda base midiática (48 a 37%? já?), recursos incalculáveis, asseclas dispostos a tudo e o apoio da cúpula governamental, e se for o caso, com a presença do divo e da diva no seu palanque, o pai do kit gay tem quase tudo para ser eleito.



Espera – se que a brancaleone oposição se solidarize e una forças para anular a avalanche que poderá soterrar o Serra.



É neste aziago contexto, muito claro para os escaldados cidadãos, que alertamos aos incautos, para que esqueçam a possibilidade do verdadeiro responsável pelo Mensalão vir a responder pelos seus crimes.


Seria muito bom, e nós merecemos um pouco de alegria, pois, seguidamente, circula na internet a lapidar frase de Rui Barbosa, tão atual que diz "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto."



Sim, que vergonha ver o triunfo das nulidades, a glorificação da desonra, o império da injustiça, a ascensão de crápulas e de degenerados e a conspurcação das virtudes.



Ah! Como seria gratificante, coroando um merecido otimismo, após a lição de justiça do STF, se o Haddad fosse derrotado.



Brasília, DF, 15 de outubro de 2012



Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O QUE EX-PETISTAS E PETISTAS DIZEM SOBRE O PT DE LULA - GRUPO GUARARAPES

O QUE EX-PETISTAS E PETISTAS DESILUDIDOS DIZEM HOJE A RESPEITO DO PARTIDO E DE LULA



"O PT tem todo o direito de continuar existindo juridicamente, mas o
partido que eu ajudei a construir já morreu. E só participo de debates
sobre ressurreição e reencarnação no âmbito religioso."
Senadora Heloísa Helena (ex-petista, hoje no PSOL-AL)

"Diante das denúncias, os petistas optaram por uma saída jurídica, em
detrimento de uma explicação política. Isso só é possível para quem já
decidiu abandonar a vida pública. Esse comportamento reduziu as chances de
sobrevivência do PT."
."Deputado federal Fernando Gabeira (ex-PT, hoje no PV-RJ


“O partido confundiu-se com o governo, tornou-se aparelho do Estado e
acreditou que os fins justificavam os meios. Agora, só há salvação se os
responsáveis por tudo isso forem punidos.
"Deputado federal José Eduardo Cardozo (PT-SP)



"O PT foi atingido de forma irremediável. Do ponto de vista do patrimônio
da lisura e da ética, acabou jogado na vala comum. E essa situação é
irrecuperável."Deputado federal Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ)



"O PT levará, no mínimo, dez anos para se recuperar. Nos anos 90, elegeu a
ética como razão de existir, mas a ética deve ser intrínseca ao partido, e
não uma causa.
"Senador Cristovam Buarque (PT-DF) Hoje PDT



"O PT errou: afastou a militância, pôs burocratas no governo e se entregou
às vontades de Lula. E que vontades eram essas? Apenas a do poder pelo
poder. Agora acabou. O castelo de areia ruiu."
Economista e ex-militante petista Paulo de Tarso Venceslau, expulso do PT
em 1997



"O PT cometeu o pecado original. Comemos a maçã proibida, o fruto da
ambição. Foram muitas mentiras. E o pior é que o PT só está querendo achar
culpados individuais. Não quer assumir o grande equívoco que cometeu com a
nação."
Deputado federal Paulo Delgado (PT-MG)



"Lula sempre compartilhou da intimidade do grupo e foi o principal
beneficiário de suas ações. Garante, porém, que nada sabia. Respeito quem
acredita nisso, assim como respeito quem acredita em duendes."
Ex-dirigente petista César Benjamin, em artigo para aFolha de S.Paulo




"Lula esconde a sujeira"
Felipe Araujo/AE

UMA CERTEZA
Hélio Bicudo, petista há 25 anos: "É impossível que Lula não soubesse como
os fundos estavam sendo angariados e gastos"

GRUPO GUARARAPES
http://marketing.guararapesgrupo.com.br/admin/sair.php?id=137667|97|0&uid=129390498243060600

domingo, 14 de outubro de 2012

A RAIZ DO MENSALÃO - MERVAL PEREIRA

A raiz do mensalão, por Merval Pereira


Merval Pereira, O Globo
Pode até ser que o mensalão não impeça o PT de vencer a eleição para a prefeitura de São Paulo, como indicam as primeiras pesquisas, mas me parece inegável que o partido sofrerá a médio prazo os efeitos de seu desprezo pelas regras éticas na política.
O PT nasceu defendendo justamente um novo modo de fazer política e foi assim que chegou ao poder, mesmo que no período anterior à eleição de 2002 já estivesse envolvido em diversas situações nebulosas nas prefeituras que vinha governando.
Os assassinatos de Celso Daniel, prefeito de Santo André, e Toninho do PT, prefeito Campinas, são dois exemplos da gravidade dos problemas que envolviam o PT já antes de chegar ao poder central do país, com irregularidades em serviços como coleta de lixo e distribuição de propinas para financiamento de eleições.
Quando o escândalo do mensalão eclodiu, em 2005, dois dos fundadores do PT, o cientista político César Benjamin e o economista Paulo de Tarso Venceslau, revelaram os bastidores da luta de poder dentro do partido nos anos 90 do século passado, ocasião que eles identificam como o “ovo da serpente” no qual teria sido gestado esse projeto de poder que acabou desaguando nas práticas de corrupção.
Coordenador da campanha de Lula a presidente em 1989, Benjamin garantiu que “o que está aparecendo agora é uma prática sistêmica que tem pelo menos 15 anos no âmbito do PT, da CUT e da esquerda em geral. Nesse ponto, a responsabilidade do presidente Lula e do ex-ministro José Dirceu é enorme”.
O episódio do mensalão seria o desdobramento de uma série de práticas que começaram na gestão do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) no fim dos anos 90, quando Delúbio Soares foi nomeado representante da CUT na gestão do fundo.
Esse tipo de prática, segundo César Benjamin, deu “ao grupo do Lula” uma arma nova na luta interna da esquerda. O esquema de Marcos Valério foi apenas um upgrade na prática de desvio de verbas públicas para financiar campanhas eleitorais.
“Esse esquema pessoal do Lula começou a gerenciar quantidades crescentes de recursos, e isso foi um fator decisivo para que o grupo político do Lula pudesse obter a hegemonia dentro do PT e da CUT”, disse Benjamin.
Paulo de Tarso Venceslau, companheiro de exílio do ex-ministro José Dirceu, foi expulso no começo de 1998 depois de denunciar um esquema de arrecadação de dinheiro junto a prefeituras do PT organizado pelo advogado Roberto Teixeira, compadre do presidente Lula, na casa de quem morou durante anos.
Um relatório de investigação interna do PT, assinado por Hélio Bicudo, José Eduardo Cardozo, hoje ministro da Justiça do governo Dilma, e Paul Singer, concluiu pela culpa de Teixeira, mas quem acabou expulso do partido foi Venceslau. Ele identifica esse episódio como o momento em que “Lula se consolida como caudilho, e o partido se ajoelha diante dele”.
Para ele, “um caudilho com esse poder, um partido de joelhos e um executor como o Zé Dirceu só podiam levar a isso que estamos vendo hoje", garantiu Venceslau.
Segundo ele, na entrevista daquela ocasião, “evidentemente que Lula não operava, assim como não está operando hoje, mas como ele sabia naquela época, ele sabe hoje, sempre soube”.
A reação do PT ao julgamento do mensalão tem obedecido a uma oscilação que depende dos interesses políticos do partido. Da reação inicial de depressão e pedido de desculpas à afirmação de que o mensalão não passava de caixa dois eleitoral, o então presidente recuperou forças para se reeleger.
A partir daí, o mensalão passou a ser “uma farsa”. Agora, que o esquema foi todo revelado à opinião pública, o PT diz que o julgamento é golpe dos setores reacionários contra um governo popular.
O que importa é vencer a eleição em São Paulo, comandada por José Dirceu, como sempre comandou. O mensalão não terá a menor influência no eleitorado, diz o imediatista Lula, que pensa na próxima eleição sem pensar na próxima geração.
Os ensinamentos que o episódio poderia proporcionar ao partido, permitindo que recuperasse o rumo que, pelo menos em teoria, era o seu ao ser fundado, vai sendo engolido pelo pragmatismo que levou o PT aonde está hoje: no poder, mas em marcha batida para se transformar em mais uma legenda vulgarizada pela banalização da política.