sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

DIREITOS HUMANOS? 8 - MARROCOS AMEAÇA A ESPANHA

Apesar do marasmo do governo espanhol a respeito do que acontece no Sahara Ocidental, as coisas aos poucos vão tomando forma e afinal Zapatero e o Rei Juan Carlos acabarão tão pressionados pela opinião pública que haverão de tomar providências contra o que o governo do Marrocos está fazendo com o povo saharaui. Hoje mesmo vimos como repercutiu a entrevista, via Internet, da repórter Ana Romero, do El Mundo. Percebe-se que o povo espanhol está indignado com a tibieza de seu governo. Graças a esta tibieza o Marrocos já faz ameaças contra a Espanha, como a prevista “marcha contra Celta”. Hoje, na 20ª Cúpula Ibero-Americana, em Mar del Plata, Trinidad Jimenez deverá fazer comentários e responder às ameaças do Marrocos. As coisas estão vindo à luz. O Consulado Americano, em Casablanca, já fala em corrupção institucionalizada no governo do Marrocos, coisas que ficariam escondidas se o acontecido em El Aaiun não tivesse ocorrido. Aos poucos o mundo vai tomando ciência do acontecido e as grandes potências acabarão por intervir. Deus queira!. Fiz pedido aos deputados e senadores brasileiros para que peçam ao Presidente Lula que interceda pelo povo saharaui junto ao Rei Juan Carlos, no encontro previsto entre ambos lá em Mar del Plata. Vamos ver se o que acontece...

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

DIREITOS HUMANOS? 7 – A SITUAÇÃO SE COMPLICOU


Acreditei que após as primeiras manifestações do Parlamento Europeu e com o envolvimento da ONU, com a nomeação de um novo governador, de origem saharaui, e a entrada de uma repórter estrangeira em El Aaiun as coisas iriam melhorar, ledo engano, não foi o que aconteceu, a situação na verdade se complicou de novo com revoltas na própria El Aaiun e noutras cidades como Dajla, Smara e Bojador, onde estudantes começaram uma briga na própria escola devido a provocações dos filhos de colonos marroquinos. A intransigência do governo do Marrocos ao não propiciar melhorias das condições de vida dos saharauis impedidos de obter assistência médica e hospitalar, de ter informações sobre os presos e amigos e parentes desaparecidos, talvez já mortos e enterrados, são os motivos para esta justa revolta. A Human Rights Watch já confirmou as torturas e maus tratos a este povo humilde e indefeso. A única jornalista estrangeira, Ana Romero, do El Mundo, foi expulsa por tentar passar ao seu jornal a verdade do que lá ocorria, ninguém mais teve autorização para entrar. A Cruz Vermelha espanhola está proibida de atuar e uma ONG Belga, com duas médicas, foi também expulsa. Assim, temos que continuar tentando chamar a atenção do “mundo” sobre o problema, o pior é que o “mundo” não está interessado na sua solução nem mesmo quer dele tomar conhecimento. A Frente Polisário, por exemplo, acusa a Espanha de lavar as mãos sobre os acontecimentos. Infelizmente, muito sofrimento ainda vai ser necessário para que medidas eficazes sejam tomadas...

domingo, 28 de novembro de 2010

DIREITOS HUMANOS? 6

Caros amigos, como brasileiro eu devia estar comentando os acontecimentos, a verdadeira guerra que está acontecendo no Rio de Janeiro, todavia, jornais do mundo inteiro estão dando cobertura ao assunto. Assim, volto a falar sobre os acontecimentos do Sahara Ocidental, onde, apesar dos acenos da ONU e da UE os saharauis continuam sendo vítimas do cruel domínio marroquino. Desta feita, a pressão contra o povo local se dá pela falta de internação nos hospitais: pessoas feridas no confronto, torturadas, queimadas, doentes, não conseguem obter os cuidados hospitalares mínimos. As famílias foram despojadas de seus haveres, até de seus documentos, o que dificulta inclusive a ajuda externa que está sendo feita por pessoas de bons sentimentos e que de uma forma ou outra se sentem na obrigação de ajudar, o que não acontece com os políticos e as autoridades que tem poder para acabar logo com este estado de coisas.
A mudança do governador da região, nomeado pelo Marrocos, parece que abrirá uma porta para o diálogo com líderes saharauis que pretendem pedir a libertação dos presos, melhoria das condições de vida, investigações imparciais, fim da impunidade e, principalmente, o almejado "referendum". Como comentei em minha última crônica, a enviada especial de El Mundo, Ana Romero, não tinha liberdade para expor aquilo que via, sua câmera foi apreendida, assim como seus celulares, profissional e particular, foram bloqueados e finalmente foi "convidada" a se retirar do pais. Como vemos, embora a situação tenha melhorado um pouco, as restrições sobre informes ainda é proibida, donde se deduz que muitas coisas ainda tem ser convenientemente escondidas pelo governo marroquino que, em seus comunicados, sempre posa de vítima, esquecendo-se que lá estão ilegalmente conforme decisão da ONU, já de longa data.
Obrigado a todos que tem acompanhado estes relatos, por seus comentários que me estimulam a continuar esta luta e por sua determinação de ajudar a tornar cada vez mais conhecida a situação daquele pobre povo !