quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

O CARNAVAL DE DILMA - JÚLIO FERREIRA


A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, acompanhada do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e do prefeito de Recife, João da Costa, acompanha o Galo da Madrugada durante a celebração do carnaval em Recife


O CARNAVAL DE DILMÃO: QUE COISA MEIGA! QUANTA NATURALIDADE! - JÚLIO FERREIRA

Se forem listadas as cenas mais ridículas do carnaval de 2010, seguramente a cínica performance da ministra Dilma Rousseff, tentando fazer pose de foliã, durante suas passagens por Recife, Salvador e Rio de Janeiro, serão destaques. Pense numa “figurinha” deslocada no tempo e no espaço! Ao transitar pelos camarotes oficiais dos carnavais recifense, baiano e carioca, Dilmão parecia estar tão à vontade quanto estaria um “elefante dentro de uma loja de louças”. Com certeza, desde janeiro de 1970, ocasião em que foi presa pelas forças de repressão da Ditadura Militar, por conta da sua atuação como guerrilheira do grupo terrorista Vanguarda Armada Revolucionária Palmares, o tal VAR-Palmares, um dos mais violentos braços da luta armada no Brasil, Dilmão não enfrentava uma situação tão dramaticamente desconfortável. Não precisa ser bom observador para perceber que o carnaval não “é a praia da ministra”, e que ela estava participando daqueles eventos única e exclusivamente para cumprir a agenda que lhe fora imposta pelos marqueteiros da sua campanha eleitoral. Mais ridículo do que a grotesca presença de Dilmão nos camarotes, só mesmo a sua desfaçatez ao tentar convencer a imprensa de que sua “excursão carnavalesca” era apenas uma pura manifestação de amor ao tríduo de Momo, e que não tinha nada a ver com a campanha eleitoral. É muita cara de pau! Até quando o povo brasileiro continuará sendo feito de besta pelos políticos?

Júlio Ferreira / Recife – PE por e-mail


Pense numa figurinha carnavalesca! O pior é que, obviamente sabendo que o povo é idiota, e vai acreditar na sua lorota, apesar de ter "brincado" carnaval no Recife-PE, em Salvador-BA e Rio de Janeiro-RJ, tem a cara de pau de dizer que não estava fazendo campanha eleitoral.

FILHO DA SARNEY SERÁ O PRÓXIMO?


Fernando Sarney chega para depor na Polícia Federal em São Luiz (MA)


Depois da prisão no DF do corrupto governador Arruda, crescem em Brasília os rumores de iminente prisão do Fernando José Macieira Sarney, filho do José Sarney, indiciado em julho do ano passado por: lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, falsidade ideológica e gestão irregular de instituição financeira. Ele e seus quadrilheiros são acusados de sangrarem os cofres públicos por cerca de dez anos. São eles os envolvidos na chamada Operação Boi Barrica da PF, apelidada depois de Operação Faktor. Ele também é o causador da censura ao Estadão que já dura mais de 200 dias. Será que é verdade mesmo? Tomara! Fernando Sarney não é do PT, contudo, faz parte do PMDB, da base aliado do Lulla. Vamos ver o que acontecerá...

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

ARRUDA FOI PRESO, E OS OUTROS?




Muito bom o ex-governador Arruda e seus comparsas terem sido presos, contundo, quando eles vão devolver o dinheiro roubado? Só eles? E os envolvidos no mensalão do PT quando vão ser presos e ressarcir o dinheiro roubado? Se Arruda fosse do PT teria sido preso?

CONDIÇÃO SOCIAL - DOCA RAMOS MELLO



A mansão fica em Casa Forte bairro dos mais chiques e ricos do Recife

Eu vou tentar explicar. Se bem que, de cara, já estou ciente de que as pessoas gostam mesmo é de uma fofoca, adoram jogar pedra nas madalenas desta vida, a verdade é que ninguém bota atenção no próprio rabo, ora, ora, somos todos um bando de anjinhos de procissão? Exércitos de alminhas aladas? Claro que não. Mas, a maldade existe para se embrenhar nos comentários, para disseminar picuinhas, para enredar os incautos, para emprenhar as bocas de matildes e arrumar confusão. Sabe Deus por que deu Ele a boca ao homem, por certo deve estar arrependidíssimo...
Maldade, seu nome é gente brasileira! Bom, eu faço a minha parte e esclareço as coisas, dando nome certo aos bois.
Sabem aquele tal Bruno Maranhão? Homem de meia idade, grosseiro, com uma pinta inequívoca de cafajeste, desses que a gente tem medo até de cruzar com ele por aí, estúpido que só a peste, o arruaceiro que invadiu espaços públicos em Brasília e comandou um quebra-quebra danado? Ele é um dos líderes do MST. E o que vem a ser MST? Movimento dos Sem-Terra, meus amores, sem- terra, só isso.
Porém, ai, porém...
Recebi aqui um arquivo vindo de um amigo, carregado de fotos desse tal Bruno Maranhão. Como se trata de homem feio e de maus bofes, interroguei-me a respeito de receber fotos do sujeito, credo, eu mereço?! Porém, abri o arquivo e havia diversos closes do cara, sentadão em bom sofá, dentro de sala decorada, com paredes pintadas nas “cores da moda”. Percebi cristais, objetos de decoração, tapete, mesa para seis a oito lugares, quadros na parede, enfim, um casão que, com efeito, o dono pretendia que fosse chique no úrtimo, mas essa questão de gosto, como diz minha mãe, “é o regalo da vida”, né não? E a legenda dizia que ele estava em sua (dele) propriedade. A casa, fotografada também do lado de fora, tem aquele estilo duvidoso de colonial americano do Texas – nem sempre o refinamento anda de braços dados com o dinheiro, Deus adora dar nozes a quem não tem dentes, é o jeito d’Ele de fazer piada -, com gramadão vasto na entrada, sobrado e tanto do ponto de vista da edificação e, por certo, do preço.
E daí?
Daí que meu amigo escreveu assim embaixo das fotos: “Ele é um dos líderes do MST”.
Ai, ai, ai, a ignorância aliada à maldade é um estrago total, heim? Uma coisa não tem nada a ver com a outra, o Maranhão é sem-terra, aliás, um líder dos sem-terra, o que não significa necessariamente que ele não possa possuir casa, minha gente, terra é terra, casa é casa, ôôô!! Preciso explicar que sem-terra é uma gente que destrói plantações alheias, promove quebra-quebra, acampa nas fazendas dos outros e bota fogo em tudo, um negócio muito justo e ordeiro. Já a casa é uma construção com sala, quarto, cozinha e banheiro, ou como no caso do sobradão do Maranhão, vários quartos, salas, sala de jantar, banheiros, varandão, churrasqueira, gramado, garagem, etc.
Bruno Maranhão não é um sem-teto. Aliás, nem ele nem ninguém no Brasil, porque aqui cada cidadão tem sua casa própria, nunca se ouviu falar de alguém que vivesse por aí ao relento, ao deus-dará, sem ter uns pares de telhas para lhe cobrir a cabeça contra o sol e a chuva, ora bolas. Todo mundo tem casa aqui! Seu Maranhão – começo a achar que este nome, Maranhão, nasceu bichado, pobrezinho, ele não tem dado muita sorte histórica, mas enfim... - é apenas sem-terra, mas a casa dele não foi construída sobre a terra, e sim sobre as ilusões de uma parte dos companheiros dele de causa (a outra parte também tem sobradão), claro, Maranhão vive no céu do movimento social, não trabalha, não se apoquenta por nada, é primo irmão do pessoal de muitas Ongs, do ponto de vista da vida boa. É um líder... De vez em quando ele faz um barraco aqui, outro ali, negocia com os políticos e volta para casa, onde vai sentar-se na sala decorada com paredão vermelho, ui. Como qualquer um de nós, ressalvada a questão da cor da parede...
Portanto, afirmar que sua luta – o nome é “luta” mesmo, não reparem - como sem-terra é uma balela, uma sem-vergonhice, por conta daquela casinha ampla e confortável que ele possui só pode ser invenção de gente maldosa, comadres que ficam fofocando pelos cantos do país, e que, com toda certeza, não vão votar em Lady Dil para que ela continue a obra de O Cabra e assim permaneçam intactas as lutas sociais, é ou não é? Maranhão é um desses lutadores, como o Rainha, outro grande incentivador e líder de justas arruaças. Tudo gente boa, exemplos de cidadania e correção, brasileiros que o governo de V. Exa. Metalurgíssima apoia e prestigia, tanto que até O Cabra já se deixou fotografar com o boné do MST, assim como os corredores de Fórmula 1 fazem com os bonés de seus patrocinadores.
Do meu lado, em relação às fotos de Bruno Maranhão, peço licença para fazer um aparte. Quero dizer que não me incomodou nem surpreendeu o fato de ele possuir praticamente uma mansão, até porque eu tenho a minha, você tem a sua, o Agaciel Maia possui a dele, todos temos, cada um, o nosso castelo particular, que o diga o deputado Edmar Moreira. Aqui na minha rua mesmo, um simples sopé de serra, não há uma casa menor que a do líder do MST, é cada gramadão impressionante... Porque o Brasil é um país justo, sem problemas de moradia, o resto é tititi de gente maldosa. Entretanto, sei que vão meter a boca nos sapatos de couro com os quais ele aparece nas fotos, dirão que é um absurdo para quem sai por aí destruindo fazendas, pisando em bosta de vaca, derrubando plantações, botando fogo em casas e maquinários, vão considerar meio fora de mão esse figurino... Quem sabe da próxima vez sua assessoria providencie umas alpargatas, sandálias havaianas ou chinelos de corda – do contrário tem gente que vai encarar os sapatos de couro até como algo em torno de uma afronta, sabe como é, o pessoal bota maldade em tudo. Pois esclarecendo a opinião pública sempre maldosa, uma vez mais, posso garantir que esse tipo de calçado é o preferido pelo agricultor, pelo homem do campo no Brasil, nóis é chique benhê...
Isso me faz lembrar uma conhecida chiquérrima, podre de rica e pedante, que dizia escolher amigos a partir de um exame dos...pés das pessoas! “A condição social de um indivíduo se conhece pelos sapatos”, asseverou-me ela. Esse povinho...

DOCA publicou esta crônica em - http://www.papolivre.com.br

Nota: Maranhão é lider do MLST (Movimento de Libertação dos sem-terra), dissidência do MST e membro de uma família de ricos usineiros do nordeste.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

DESCONSTRUÇÃO TRANSVERSAL: UM PLANO POR TRÁS DO PLANO?

A "transversalidade", aplicada em conjunto com a "diversidade" e com as técnicas de "dessensibilização" social, vai se transformando em um instrumento para ir implantando, gradualmente, tipos de controle mental e psicológico que, por sua radicalidade, talvez pudessem causar rubor a um Lênin, um Stalin, um Gramsci ou um Orwell.

1. No gigantesco e poderoso Brasil, o "moderado" presidente Lula da Silva entrou na reta final de seu mandato soltando uma "psi-bomba de fragmentação múltipla" que sugere medidas de controle sobre os meios de comunicação, de extorsão dos proprietários rurais e de apoio aos invasores de terras, de desmoralização dos militares com a reabertura de processos, de humilhação dos setores pró-vida com a liberalização do aborto, e de choque frontal contra outros setores da sociedade. Trata-se do Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH III), lançado pelo governo lulista como uma desagradável surpresa de Natal e Reis.
2. O que chamou a atenção dos analistas foi que o Sr. Lula da Silva fizesse essa investida geral na última hora de seu mandato, lançando essa "psi-bomba de fragmentação" que afetou de uma só vez tantos setores. Com isso, arrisca seu prestígio de "moderado" com o qual ganhou a confiança de amplos setores privados brasileiros, em especial, do setor financeiro e dos grandes grupos empresariais.
3. O anúncio do PNDH, terá sido um escorregão de um experimentado lobo da política brasileira que teria se deixado empurrar pelos círculos concêntricos radicais que o apóiam, e que agora estariam cobrando-lhe o pagamento da fatura política? Será parte de algum plano estratégico, de hegemonia gramsciana da sociedade brasileira? Constituirá uma sondagem para ver até onde se poderia chegar em matéria de esquerdização sem provocar grandes sobressaltos das elites e da opinião pública? Ou, talvez, um pouco de cada coisa, tudo de uma vez, caoticamente, como uma característica do sinal dos tempos?
4. Em 21 de dezembro de 2009, o ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial de Direitos Humanos, lançou em Brasília o 3º Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH III) na presença do presidente Lula da Silva, de sua candidata presidencial, a ex-guerrilheira e atual ministra Dilma Rousseff, e de figuras representativas das velhas e novas esquerdas brasileiras.
Pouco depois de lançada a "psi-bomba de fragmentação múltipla", levantou-se desde os meios de comunicação um clamor contra o Plano, e foram publicados brilhantes artigos dissecando os aspectos totalitários e intervencionistas do referido projeto. Diante desse mal-estar, o presidente Lula da Silva e vários de seus ministros simplesmente foram baixando o perfil do Plano, dizendo que tinha o mero caráter de uma proposta para ser debatida e que de nenhuma maneira se tratava de uma imposição. Chegou-se a anunciar a retirada de tópicos mais polêmicos, como o do aborto, depois que o presidente Lula da Silva fosse acusado de novo Herodes nos meios eclesiais.
5. Na realidade, tratou-se de retrocessos governamentais ziguezagueantes, muito ao estilo do Sr. Lula da Silva, de caráter meramente estratégico, sem que os autores e patrocinadores do PNHD se retratassem em nada das propostas formuladas. Não obstante, esses retrocessos resultaram suficientes para desativar as reações e para fazê-las diminuir paulatinamente até que tudo caísse em uma nova modorra. Com isso, o PNDH foi ficando relegado a um segundo plano e inclusive caindo em um quase esquecimento.
Em que pesem a modorra e o esquecimento, um primeiro passo fundamental foi dado pelos propulsores do Plano. Depois de um primeiro momento de aturdimento dos tímpanos psicológicos dos opositores, causado por esse tipo de "psi-bombas de fragmentação" política, deixa-se passar certo tempo e depois volta-se à carga.
Com esse vai-e-vem, não somente se dessensibilizam os tímpanos psicológicos, senão que se vão desconstruindo as próprias estruturas mentais que constituem os suportes das próprias consciências. Eis que entra aqui aquilo que o próprio ministro Vannuchi considera como a chave para entender o PNDH. Trata-se da denominada "transversalidade".
6. Na ação política das novas esquerdas e na revolução cultural gramsciana, a "transversalidade" e a horizontalidade, em contra-posição à "verticalidade" substituem a ação ideológica direta, vertical, hierárquica e, a seu modo, racionalista, própria das velhas esquerdas. E passa-se a aplicar um estilo de desconstrução mental transversal-horizontal, não só das inteligências, como sobretudo das mentalidades e das sensibilidades, para posições que aproximem as vitimas o máximo possível do sonho de uma sociedade anárquica, quase se diria "tribal" do ponto de vista psicológico e também de certos hábitos de vida. Paulatinamente, com a ajuda de diversos líderes de opinião e de meios de comunicação, vão se impondo todo tipo de descriminalizações e "desdiscriminalizações", a não ser a implacável criminalização e discriminação dos que ousem opor-se a esse plano, em nome do senso comum, da moral saudável e da civilização cristã. Não se descarta, segundo reconhecem os promotores dessa nova modalidade revolucionária, a utilização de instrumentos legais, policiais e até psiquiátricos contra os opositores.
7. Como já foi mostrado por Destaque Internacional em diversos editoriais, a "transversalidade" é um novo conceito das novas esquerdas, com um conteúdo ao mesmo tempo sociológico, estratégico, publicitário e psicológico, que foi debatido e lançado desde os primeiros Fórum Social Mundial de Porto Alegre, e a aplicação desse conceito neo-revolucionário constitui um dos principais ganhos dos referidos fóruns. A "transversalidade", aplicada em conjunto com a "diversidade" e com as técnicas de "dessensibilização" social, vai se transformando em um instrumento para ir implantando, gradualmente, tipos de controle mental e psicológico que, por sua radicalidade, talvez pudessem causar rubor a um Lênin, um Stalin, um Gramsci ou um Orwell.
8. O tema é delicado e é difícil de tratar exaustivamente em poucas linhas. Para atenuar, ao menos em parte, essa limitação natural de espaço, colocam-se à disposição de nossos leitores, gratuitamente, links selecionados para acessar alguns desses artigos sobre a "transversalidade" e a novas formas de totalitarismos, assim como outros que comentam criticamente o PNDH.
9. De qualquer maneira, concorde-se ou não com a importância à "transversalidade" que se atribui neste Editorial, e discorde-se ou não com a interrogação da eventual existência de um plano por trás do Plano, vai ficando cada vez mais claro que já não é suficiente analisar o que dizem ou fazem setores influentes do Governo brasileiro e de outros Governos latino-americanos, no sentido de esquerdizações graduais e indolores do país, senão de que maneira dizem e/ou fazem para não despertar reações ou sequer suspeitas. No que diz respeito ao gigante brasileiro, essas hipóteses cobram importância na perspectiva das próximas eleições nacionais, nas quais a candidata do governo, Srª Dilma Rousseff, está claramente identificada com esses setores esquerdistas de vanguarda.
10. Esperemos que não se negue ou coíba o direito de analistas políticos e de outras pessoas que desejem difundir este tipo de análise, dentro de um sistema que se proclama democrático, para levantar este tipo de hipótese a respeito de "planos por detrás dos Planos". Por fim, teria utilidade, sem dúvida, verificar se as referidas hipóteses levantadas acerca do Brasil não se aplicarão, com as devidas adaptações, a casos mais delicados na região como os de Chávez na Venezuela, Morales na Bolívia, Kirchner na Argentina, Lugo no Paraguai, etc.