sábado, 19 de dezembro de 2009

FRAUDE E FALSIDADE - JOSÉ CARLOS DE ALMEIDA AZEVEDO


Vale a pena ler este artigo, publicado na Folha sobre o momentoso assunto "Aquecimento global"
ou "resfriamento"?

São Paulo, quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
TENDÊNCIAS/DEBATES - Fraude e falsidade - Folha 17/12/2009 - A3
JOSÉ CARLOS DE ALMEIDA AZEVEDO
Vários e-mails trocados entre integrantes do IPCC indicam a manipulação de dados para ocultar a queda de temperatura na Terra.
O LIVRO "Betrayers of the Truth - Fraud and Deceit in the Halls of Science" ("Traidores da Verdade - Fraude e Falsidade nos Umbrais da Ciência"), de W. Broad e N. Wade, analisa casos de fraude e falsidade na comunidade científica e como elas permanecem não detectadas durante anos.Ptolomeu, por exemplo, considerado o maior astrônomo da Antiguidade, não teria feito observações astronômicas, mas adaptado para a cidade de Alexandria as feitas por Hiparco na ilha de Rodes, o que gerou distorções identificáveis. O caso Ptolomeu é analisado em detalhes no livro de R. Newton, "The Crime of Claudius Ptolemy", e por J. Rawlins, no "Journal of the History of Astronomy".Falsidades cometidas por Galileu, Newton, Dalton, Mendel, J. Bernoulli -que tomou de seu filho a equação que leva o seu nome- e outros são analisadas por Broad e Wade.Essas observações vêm a propósito da divulgação ("climategate") pela internet de 1.079 e-mails e 79 documentos dos computadores do Centro de Pesquisas Climáticas da Universidade East Anglia (CRU, na sigla em inglês), órgão de referência mundial sobre o clima. Vários e-mails trocados entre integrantes do IPCC indicam a manipulação de dados para ocultar a queda de temperatura na Terra.Paul Chesser, correspondente do Heartland Institute, revelou que M. Mann -que fraudou dados sobre o clima dos últimos mil anos para levar à crença de que há o aquecimento global antropogênico- recebeu US$ 6 milhões por seus artigos e projeções.Mann está sob investigação pela Universidade Estadual da Pensilvânia.P. Jones, diretor do CRU, afastou-se ou foi afastado do cargo e há suspeita de ter recebido dinheiro para fraudar dados. E o Senado dos EUA, por iniciativa do senador J. Inhofe, abriu investigação sobre o "climategate", que ele considera ser a maior fraude científica dos tempos modernos.A leitura de vários e-mails robustece a antiga suspeita de que há fraude na manipulação de dados do CRU, que sempre se recusou a revelá-los, contrariando procedimento salutar e usual da comunidade científica.Até agora, nada disso foi objeto de consideração na reunião em Copenhague, que parece cuidar mais de pancadarias e passeatas, na melhor tradição da juventude nazista, como lembrou o visconde Monckton.Parece que não há previsão sobre as conclusões da reunião, dita científica, e que a fantástica soma de US$ 300 bilhões/ano pleiteada para "combater o aquecimento" ficará aquém disso.I. Plimer é um respeitado geólogo da Universidade de Adelaide, Austrália, editor e coautor da "Encyclopedia of Geology", um trabalho de fôlego com cinco volumes, 2.750 páginas e 320 colaboradores.Plimer publicou recentemente o livro "Heaven and Earth: Global Warming - the Missing Science" ("Céu e Terra: Aquecimento Global - a Ciência que Falta"), com 2.311 referências científicas que convalidam o que diz o livro, que é uma crítica fundamentada ao IPCC e às projeções feitas por computador, que não têm valor porque a ciência do clima não existe.O IPCC não consegue explicar o que ocorreu nos últimos mil anos nem por que, no final da última glaciação, o Norte dos EUA, acima do paralelo de Washington, a Europa e a Ásia estavam sob camada de geleiras cuja espessura variava de 2 km a 5 km.Esse gelo derreteu, o nível dos oceanos subiu 130 m e atingiu o nível atual. Nessa ocasião -e em nenhuma Era Glacial anterior- houve CO2 "antropogênico" para derreter geleiras. Sobre isso o IPCC nada diz.O livro de Plimer é leitura recomendada a todos os que se interessam pelos aspectos científicos do clima e procuram saber o que há por trás dessa algaravia global, que consome bilhões de dólares, faz reuniões pseudocientíficas e nunca chega a nenhum resultado.A maior ameaça à humanidade não é o aquecimento antropogênico. Afinal, a Terra está esfriando e se aproxima de um novo período glacial -isso é comprovado por vários fatores, incluindo a inexistência de manchas solares, que desapareceram há quase um ano. O que a ameaça a humanidade é a intromissão, na vida das pessoas e das nações, de órgãos sem mandato eletivo e de grupos econômicos, além da ONU. Eles querem nos governar e determinar às nações o que podem fazer, quanto podem crescer e consumir e se podem ser livres e independentes.

JOSÉ CARLOS DE ALMEIDA AZEVEDO , 77, é doutor em física pelo MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts, EUA). Foi reitor da Universidade de Brasília (1976 a 1985).

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

CHAVES DECRETA O FIM DA PROPRIEDADE PRIVADA




Uma notícia gravíssima, que não vi comentada aqui no Brasil, feita na calada da noite pela ditadura chavista, está deixando os venezuelanos de cabelos em pé e não sem razão. Foi publicado na Gaceta Oficial do dia 25 de setembro de 2009, uma “Providência Administrativa” que torna edifícios, casas, praças, monumentos, igrejas, etc., “patrimônio cultural” do município Libertador, do Distrito Capital de Caracas. (Abro um parênteses: neste mesmo dia, a Assembléia Nacional aprovou por unanimidade o caráter “sigiloso e inviolável” dos acordos militares entre Venezuela e Rússia, enquanto Chávez e o PT de Lula ficam “exigindo” que a Colômbia revele integralmente seus acordos com os Estados Unidos. Mas isto comento em um artigo proximamente). Trocando em miúdos, isto significa dizer que Chávez decretou que tudo agora é patrimônio do Estado, de modo que qualquer proprietário de imóvel perdeu seu direito legítimo de fazer qualquer coisa com seu bem, seja alugar, doar, vender ou deixá-lo em herança, pois a partir da data de sua publicação, quem decide o que fazer com a propriedade de cada um agora é o Estado. Não é uma violência isso?
Chamo a atenção deste fato, sobretudo para os empresários e políticos que estão se rasgando para colocar este psicopata comunista no MERCOSUL a qualquer preço, pois isto que ele acaba de fazer – fora os incontáveis roubos que ele cinicamente chama de “expropriação” -, é uma atitude reconhecidamente de regimes totalitários ditatoriais, onde não existe democracia, nem liberdade – em nenhuma de suas formas -, nem Estado de Direito e tampouco o Império das Leis. Chávez está seguindo fielmente a cartilha do ditador Fidel Castro, exatamente como naquela carta que o Notalatina divulgou há alguns anos e republicou há pouco, lembram?
Traduzo abaixo um artigo escrito por Mercedes Montero, jornalista venezuelana, pois ela explica com clareza o que este infame decreto quer dizer. Entretanto, os que quiserem ver o que textualmente diz o Decreto, podem fazê-lo através de Noticero Digital, em seu original em espanhol.
Antes, porém, o Notalatina apresenta com exclusividade para o Brasil dois Comunicados da Secretaria de Relações Exteriores do Governo de Honduras, ambos datados de 21 de outubro de 2009 em formato PDF. No primeiro deles, a acusação formal ante a OEA, da intromissão nos assuntos internos de Honduras e incitação à rebelião feita por Chávez e Daniel Ortega, durante o último encontro da ALBA em Cochabamba. Além disso, denuncia e clama providências à OEA, quanto a uma aeronave de matrícula venezuelana apreendida há poucos dias em território hondurenho, contendo drogas e armas que está em poder das autoridades militares de seu país. E no segundo comunicado, o presidente Micheletti justifica a demora na resolução da Comissão Negociadora da Mesa de Diálogo Guaymuras, que está sendo travada por Zelaya e seus representantes, que não aceitam o único ponto referente ao retorno ou não de Zelaya ao poder, além de incitar seus seguidores a exigir uma assembléia constituinte e desconhecer as eleições marcadas para 29 de novembro. Não deixem de ler estes documentos, pois neles pode-se ver a transparência e integridade com que age o Governo de Micheletti, em detrimento da irresponsabilidade e desonestidade de Zelaya e seus militantes comunistas.
Leiam agora o artigo de Mercedes Montero e pressionem os senadores da Comissão de Relações Exteriores do Senado a não permitirem a entrada deste psicopata comunista no MERCOSUL. Fiquem com Deus e até a próxima!
Adeus, propriedade privada!
Mercedes Montero
A Gaceta Oficial nº 39.272 de 25 de setembro de 2009, trouxe a seguinte informação, que foi transmitida por diversas vias.
Segundo Providência Administrativa nº 019/09, datada de 28 de agosto de 2009, do Ministério Popular para a Cultura, foram declarados Bens de Interesse Cultural e incluídos no Catálogo do Patrimônio Cultural Venezuelano, ruas, avenidas, parques zoológicos, praças, monumentos, estádios, bibliotecas, árvores, centros culturais chácaras, casas, edifícios, clubes, colégios privados, colégios gremiais, comércios, bancos, clínicas e hospitais públicos e privados, centros comerciais, igrejas, capelas e conjuntos habitacionais inteiros, de todos os bairros do Município Libertador do Distrito Capital, sem exceção.
Isto significa que qualquer ato de disposição, como são venda, doação, herança, constituição de gravamens, deverá ser previamente autorizado pelo Instituto do Patrimônio Cultural, pelo qual os registradores, notários e juízes não poderão dar curso a documentos pertinentes ao ato de autenticar, registrar, decretar medidas, etc., sem a prévia autorização referida. Ademais, os registradores deverão proceder a escrever a correspondente nota de afetação a estes imóveis em sua margem correspondente.
Ao revisar a Gaceta Oficial nº 39.272, sem cair em detalhes que tomam páginas e páginas, temos que os bairros afetados (não se pode aplicar um termo diferente) são os seguintes: Altagracia, Antímano, Caricuao, Catedral, Coche, El Junquito, El Paraíso (Vista Alegre), El Recreo, El Valle, La Candelaria, La Pastora, La Vega, Maracao, San Agustín, Paseo Vargas, Santa Rosália, San Bernardino, San José, San Juan, San Pedro, Santa Teresa, Sucre e 23 de Enero.
Nesses bairros está situado o lastro histórico da cidade, são os terrenos mais caros de Caracas, há uma grande densidade populacional, a maioria dos habitantes é gente humilde ou de classe média aos quais lhes custou um grande esforço adquirir um apartamento ou uma casinha humilde, ou vivem em super-blocos ou em ranchos que construíram com suas próprias mãos, muitas vezes mendigando à autoridade de turno ou ao político em campanha que lhes doe alguns tijolos, sacos de cimento ou pranchas de zinco para levantá-los. Os que levantaram centros comerciais, hospitais e clínicas, bancos, etc., investiram o produto de seu trabalho de muitos anos e criaram fontes de trabalho. Em grande quantidade de casos, os proprietários ainda estão pagando os empréstimos adquiridos para montar um negócio ou comprar uma moradia. Absolutamente todos, têm direito e desejam uma propriedade sua, por essa razão deram metade de suas vidas para tê-la.
O arquiteto José Manuel Rodríguez é o Presidente do Instituto de Patrimônio Cultural (Encarregado), entretanto, é quem aparece assinando o decreto declarando o patrimônio cultural a metade de Caracas. O significado desta ação é a limitação de todos os direitos que a propriedade privada dá aos legítimos donos dos imóveis.
A pergunta que cabe formular, é: a que se deve tal abuso? Será pelo simples fato de que Caracas votou em Ledezma para Prefeito e, portanto, tem que castigar os cidadãos que exerceram seu direito de se expressar? O certo é que é sim um assalto.
Porém, aqui na Venezuela não está acontecendo NADA; se acredito que não afeta a “mim”, que bobagem! Passo agachado, sou transparente, não me diga, não ouço, não é comigo. Adeus propriedade privada! A Cuba de Fidel parece ser nosso destino!
Traduções e comentários: G. Salgueiro
Postado por G. Salgueiro às 1:12 AM
http://notalatina.blogspot.com/
Comentário: Chaves segue com todo rigor a cartilha de Fidel a Venezuela logo será uma Cuba ampliada. O Brasil nas mãos de Lula está no mesmo caminho.

BOI VERDE, BOI CRIMINOSO - CARLOS ALBERTO SARDENBERG


Artigo - Boi verde, boi criminoso

Carlos Alberto Sardenberg*
Segunda-Feira, 14/12/09 - Estadão

Não é exagero dizer que o agronegócio salvou o Brasil. Ao gerar superávits comerciais de US$ 40 bilhões/ano, deixou aqui uma sobra de dólares que foram comprados pelo governo e incorporados às reservas do Banco Central. Isso permitiu ao Brasil superar o velho problema do financiamento da dívida externa. Se não fossem as reservas, em grande parte geradas pelo agronegócio, repito, o Brasil teria quebrado nesta última crise. E quebrado, no caso, significaria recessão, eliminação muito maior de empregos, perda de renda e aumento da pobreza.

Além disso, o agronegócio puxou negócios em toda a economia brasileira. Forneceu alimentos, especialmente a proteína da carne, para populações brasileira e no mundo todo. Ou seja, há razões para dizer que o agronegócio brasileiro é um caso de sucesso.
Há algum tempo era também um sucesso ambiental. Foi no período da vaca louca, doença adquirida por animais confinados e alimentados com rações. Na ocasião, o boi brasileiro ganhou status de boi verde, duplamente saudável. Primeiro, porque só comia grama e, segundo, porque crescia caminhando pelos pastos, sendo mais musculoso e menos gordo.
Hoje o Brasil é o maior exportador mundial de carnes e um dos maiores em alimentos em geral. E o agronegócio tornou-se alvo preferencial de boa parte dos ambientalistas, internacionais e nacionais.
Acusações: as pastagens estão no lugar de matas nativas e parte delas se fez com o desmatamento da Amazônia; a atividade é poluente, ao usar máquinas e veículos motorizados, queimando petróleo, fertilizantes, adubos; e o boi e a vaca emitem gases metano com seus arrotos e puns.
Mas o problema maior parece ser a Amazônia, já que todas as pastagens e toda a agricultura do mundo estão no lugar de matas nativas e já que o boi arrota igual em todo mundo. Toda agricultura é uma intervenção na natureza.
O problema na Amazônia é real. Há pecuaristas e assentados da reforma agrária que derrubam árvores para criar bois. Mas há também grileiros e índios que derrubam árvores para vender como madeira. Tudo ilegal e, não raro, violento.
É certo que isso não pode continuar e que o objetivo de desmatamento zero é um bom objetivo. Mas isso não pode condenar a pecuária como um todo, que tem no Brasil graus de eficiência elevada em várias regiões.
Além disso, qual é a ambição, justa, dos povos mais pobres? Ter, por exemplo, um consumo de proteína nos níveis do Primeiro Mundo, com o que serão mais saudáveis, morrerão menos, viverão mais, serão mais altos e... mais gordos. Ou seja, o mundo precisa e quer mais carne - e, especialmente, quer carne barata, como é a brasileira.
Dizer que a carne brasileira seria a mais cara do mundo se incorporasse no seu preço os custos ambientais é um argumento duvidoso. Porque aí seria preciso incorporar esses custos em toda a atividade econômica. Assim, quanto custaria uma passagem de avião Rio-São Paulo? Qual o custo ambiental num aparelho de TV? Num celular? E, nessa sequência, esses produtos seriam acessíveis apenas aos mais ricos.
OK. Há tecnologia para produzir mais carne em menos espaço, no caso brasileiro, nas pastagens já existentes e com bois e vacas que arrotem menos e soltem menos puns. Mas essa tecnologia precisa ser desenvolvida e implantada, o que custa dinheiro. É preciso financiar essas inovações tecnológicas.
Há teses segundo as quais o esforço de aumentar a produção é inútil, pois não haveria condições de produzir carne para uma humanidade em expansão.
Ou, mais amplamente, que a Terra não suporta uma população crescente, com ambições de ter padrões de consumo semelhantes aos do Primeiro Mundo.
Se isso for verdade, qual a consequência? Que os povos mais pobres terão de abrir mão de aumentar seu consumo de tudo, de carnes a celulares e automóveis. Com isso, e convencendo-se os mais ricos a reduzir seu padrão, a coisa estaria resolvida. Agora, quem vai dizer para os pobres que eles não podem comer carne nem ter carro?
Estou fazendo caricatura? Pode ser, mas o ponto é este: precisamos de uma economia mais limpa, sem dúvida, não podemos mais desmatar a Amazônia, mas também precisamos aumentar a produção de alimentos e de bens de consumo.
Não adiantará nada ter uma economia limpa que não forneça alimentos e conforto aos povos. A transição para a economia limpa é, pois, extremamente complexa, porque é preciso manter um tipo de produção atual enquanto se criam e aplicam novas modalidades.
Por que ninguém propõe uma regra mundial do tipo: só se pode vender carro elétrico daqui em diante? Porque seria uma coisa acessível apenas aos mais ricos, exatamente esses que estão bem e cujo nível de consumo deixou poluição por toda parte. E porque os chineses e indianos, para não falar dos brasileiros, continuariam a fazer os seus carrinhos a gasolina ou coisa pior.
Resumindo: o mundo inventou a agricultura, domesticou e criou os novos bois e porcos, aumentou extraordinariamente a produção de alimentos mais baratos, eliminou a fome para bilhões de pessoas. Criou o conforto da sociedade de consumo e... destruiu ambientes, e parte da humanidade ficou rica com isso, outra parte está na classe média e outra continua pobre. E agora?
Concordo com o que disse a revista The Economist: mesmo que haja dúvidas quanto ao processo de aquecimento global, vale a pena combatê-lo no mínimo como um seguro. Mesmo que os céticos tenham razão, ainda assim existiria uma possibilidade de que não tivessem, de modo que seria muito risco não fazer nada desde já.
Agora, seguros são caros e complexos - e não podem ser tão caros que inviabilizem o bem segurado.
Em tempo: não é a primeira vez que cientistas dizem que faltarão alimentos.
*Carlos Alberto Sardenberg é jornalista
Site: http://www.sardenberg.com.br/

SINAL DOS TEMPOS - MERVAL PEREIRA



Merval Pereira - Sinal dos tempos
O GLOBO (11/12/09) - O historiador americano Henry Brook Adams cunhou a definição de prática política como sendo a arte de "ignorar fatos". O presidente Lula, provavelmente por intuição, há muito tempo adota esse comportamento, e parece cada vez mais convicto de que sua popularidade inabalável o protegerá até mesmo da sua própria língua. Já se dá ao desplante de falar palavrões em comício e, modestamente, garante que a Conferência do Clima em Copenhague ganhou nova dimensão depois que o Brasil saiu na frente dos países desenvolvidos e anunciou metas de redução das emissões de carbono na atmosfera. Como a revista inglesa "The Economist" previu, parece que o pecado da "hubris" - que na mitologia grega representa o excesso, a arrogância - está tomando conta do "filho do Brasil". O problema climático não constava da pauta de prioridades do governo Lula, e só passou a fazer parte dela quando a senadora Marina Silva colocou-o na agenda da sucessão presidencial, ela mesma saída do Ministério do Meio Ambiente por absoluta impossibilidade de fazer com que a questão ambiental fosse uma política de governo. Colocada lá ainda no primeiro ministério, Marina não aceitou ser apenas um símbolo, depois de diversas derrotas na tentativa de impor uma agenda ecológica ao governo. Lula fazia blague com a proteção dos "bagrinhos" e, mais que isso, ele e a candidata oficial à sua sucessão, ministra Dilma Rousseff, consideravam que os ambientalistas atrasavam as obras do PAC e o progresso do país. Até o último momento o governo hesitou em fixar metas para a redução do efeito estufa, e o "compromisso voluntário" só saiu a muito custo. Pois agora Lula arvora-se a ecologista pioneiro, em mais um ato explícito de oportunismo político. Não foi outro o espírito da legislação que enviou ao Congresso supostamente para combater a corrupção no país. Transformar em hediondo os crimes de corrupção não fará diferença alguma se a postura dos governantes continuar sendo de leniência com os corruptos, e a Justiça não os colocar na cadeia. O Lula que discursou sobre os males da corrupção, afirmando num ato falho que os que mais gritam contra ela geralmente são os mais corruptos, é o mesmo Lula que durante mais de 20 anos perambulou pelo país com a bandeira da corrupção como sua principal arma eleitoral. Chegou a afirmar que a chegada do PT ao poder central reduziria de imediato a corrupção. Sabe-se hoje que o PT, enquanto se colocava como exemplo de moral e bons costumes, fazia uma política corrupta nas prefeituras para as quais elegia seus filiados, montando um esquema de caixa dois que financiaria as diversas campanhas presidenciais do próprio Lula. Quando estourou o escândalo do mensalão, em 2005, o ponto mais dramático foi o depoimento do marqueteiro Duda Mendonça na CPI da Câmara, na qual confessou que seu trabalho na campanha eleitoral de Lula em 2002 foi pago em parte com dinheiro ilegal depositado no exterior. Um depoimento que ligava diretamente o candidato à corrupção de sua campanha eleitoral, da mesma maneira que a formação do caixa dois na campanha para o governo de Minas de 1998 levou o hoje senador Eduardo Azeredo a ser incluído no processo aberto pelo Supremo Tribunal Federal. Lula livrou-se do processo do Supremo sobre o mensalão, que identificou uma "quadrilha" atuando a partir do gabinete do então ministro José Dirceu no Palácio do Planalto, por um detalhe político: a oposição ficou com receio de pedir seu "impeachment", ou pelo menos de tentar ouvi-lo na CPI. Mas, para quem não tem memória curta, é uma ousadia, que talvez só a "hubris" explique, Lula encher a boca para falar em combate à corrupção. Sua tentativa de tirar proveito político da acusação contra o governador José Roberto Arruda, de Brasília, que é do DEM, quando se portou de maneira leniente e conivente com os políticos de sua base congressual acusados de participar do mensalão, é um sinal dos tempos em que, incentivados pela impunidade, todos fazem como ele, falam uma coisa e fazem outra, na certeza de que o cidadão comum perdeu o discernimento do que é certo e errado. É assim que os chamados "movimentos sociais", os mesmos que ameaçavam sair às ruas não para protestar contra o mensalão, mas para defender o mandato de Lula, agora estão nas ruas de Brasília contra o mensalão do DEM. Não se mobilizaram também contra Renan Calheiros nem contra José Sarney, apadrinhados de Lula, mas estão indignados com Arruda. O sinal trocado dos tempos também faz com que o governador do Distrito Federal, apanhado com a boca na botija com direito a vídeo e áudio, ainda tenha forças para reprimir as manifestações contra ele. E se sinta em condições políticas de tentar se manter à frente do governo, apoiado por uma maioria de deputados distritais envolvidos nas mesmas tenebrosas transações, todos flagrados em vídeo. E ainda falando em mudar "os hábitos políticos". Quando prenderam aquele petista com dólares na cueca, não houve imagens. Desta vez, temos imagens e som de deputados e jornalista colocando bolos de Real na cueca, nas meias, nos bolsos. E estão todos soltos. Ao mesmo tempo em que o presidente Lula se mostra indignado seletivamente com a corrupção dos outros, o PT faz uma festa para seus ex-presidentes e consuma a reabilitação de todos os mensaleiros, a começar pelo que está sendo julgado pelo Supremo como o "chefe da quadrilha", o ex-ministro José Dirceu, identificado como figura "imprescindível" na campanha presidencial de Dilma Rousseff. Que, por sinal, deu entrevistas classificando de "chocantes" as imagens do mensalão do DEM para, em seguida, confraternizar com os mensaleiros do PT.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

AÉCIO DESISTE DA PRÉ-CANDIDATURA


Nesta quinta, o governador mineiro, Aécio Neves, mandou carta ao presidente do PSDB, o senador Sérgio Guerra, anunciando não ser mais pré-candidato do PSDB à Presidência da República. Em sua missiva dá a entender que apoiará quem for candidato do partido, com toda certeza o governador de São Paulo, José Serra. Bom seria que ele, além de apoiar Serra fosse também seu vice. Será que isto acontecerá?

RELAÇÃO DOS SENADORES QUE SE JUNTARAM A CHÁVEZ



quarta-feira, 16 de dezembro de 2009


Abaixo, segue a lista dos que votaram a favor da entrada da Venezuela no Mercosul e dos que votaram contra. Não houve defecções na oposição: só os senadores da base de apoio ao governo Lula deram uma forcinha a Hugo Chávez:

A FAVOR 1. Acir Gurgacz (PDT/RO) 2. Almeida Lima (PMDB/SE) 3. Aloizio Mercadante (PT/SP) 4. Antônio Carlos Valadares (PSB/SE) 5. Augusto Botelho (PT/RR) 6. Eduardo Suplicy (PT/SP) 7. Epitácio Cafeteira (PTB/MA) 8. Francisco Dornelles (PP/RJ) 9. Garibaldi Alves Filho (PMDB/RN) 10. Gim Argello (PTB/DF) 11. Ideli Salvatti (PT/SC) 12. Inácio Arruda (PCdoB/CE) 13. João Durval (PDT/BA) 14. João Pedro (PT/AM 15. João Ribeiro (PR/TO) 16. João Vicente Claudino (PTB/PI) 17. Lobão Filho (PMDB/MA) 18. Magno Malta (PR/ES) 19. Marcelo Crivella (PRB/RJ) 20. Mozarildo Cavalcanti (PTB/RR) 21. Osmar Dias (PDT/PR) 22. Osvaldo Sobrinho (PTB/MT) 23. Patrícia Saboya (PDT/CE) 24. Paulo Duque (PMDB/RJ) 25. Paulo Paim (PT/RS) 26. Pedro Simon (PMDB/RS) 27. Renan Calheiros (PMDB/AL) 28. Renato Casagrande (PSB/ES) 29. Roberto Cavalcanti (PRB/PB) 30. Romero Jucá (PMDB/RR) 31. Romeu Tuma (PTB/SP) 32. Sadi Cassol (PT/TO) 33. Sérgio Zambiasi (PTB/RS) 34. Valdir Raupp (PMDB/RO) 35. Wellington Salgado de Oliveira (PMDB/MG)

CONTRA 1. Adelmir Santana (DEM/DF) 2. Alvaro Dias (PSDB/PR) 3. Antonio Carlos Jun 4. Arthur Virgílio (PSDB/AM) 5. Cícero Lucena (PSDB/PB) 6. Demóstenes Torres (DEM/GO) 7. Eduardo Azeredo (PSDB/MG) 8. Efraim Morais (DEM/PB) 9. Eliseu Resende (DEM/MG) 10. Fernando Collor (PTB/AL) 11. Flávio Arns (PSDB/PR) 12. Gilberto Goellner (DEM/MT) 13. Heráclito Fortes (DEM/PI) 14. Jarbas Vasconcelos (PMDB/PE) 15. João Tenório (PSDB/AL) 16. José Agripino (DEM/RN) 17. Lúcia Vânia (PSDB/GO) 18. Mão Santa (PSC/PI) 19. Marco Maciel (DEM/PE) 20. Marconi Perillo (PSDB/GO) 21. Maria do Carmo Alves (DEM/SE) 22. Marisa Serrano (PSDB/MS) 23. Papaléo Paes (PSDB/AP) 24. Raimundo Colombo (DEM/SC) 25. Rosalba Ciarlini (DEM/RN) 26. Sérgio Guerra (PSDB/PE) 27. Valter Pereira (PMDB/M


COMENTÁRIO: o trio de São Paulo deu vexame: Mercadante, Suplicy e Tuma. Outros que decepcionaram: Simon e Dorneles. O resto, é o resto...

CPI DA PETROBRAS É CONCLUÍDA...



Sem oposição e sem apontar responsabilidades, CPI da Petrobras é concluída.

Claudia Andrade Do UOL NotíciasEm Brasília
17/12/2009 - 12h43

Após dois adiamentos, a CPI da Petrobras votou nesta quinta-feira (17) o relatório final, elaborado pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). O relatório apresentado na terça afasta qualquer irregularidade na estatal, rebatendo as denúncias apresentadas pela oposição, que abandonou a CPI há mais de um mês. A votação ocorreu com apenas seis dos 11 titulares presentes, incluindo o relator e o presidente da CPI, senador João Pedro (PT-AM). Os questionamentos ficaram por conta de Fernando Collor (PTB-AL).Collor reclamou do pouco tempo para analisar o relatório e dar publicidade a alguns pontos levantados. Analisou vários pontos, entre eles a manobra contábil realizada pela estatal que resultou em redução de tributos. "Caberia à CPI aprofundar essa investigação", disse, mas em seguida completou dizendo que a Receita Federal "em nenhum momento colocou em dúvida a validade da transação". "Apenas acho que esse tema poderia ter sido um pouco mais debatido, para ficar isso ainda mais claro".
O parecer do líder do governo considera as denúncias relativas a este ponto "improcedentes". "De tudo o que foi exposto e analisado, conclui-se que são improcedentes as acusações de que a Petrobras teria diminuído ilicitamente a os valores dos tributos devidos ao fisco", diz o texto, acrescentando que a mudança que permitiu a redução poderia ter sido feita a qualquer momento do ano. Jucá afirmou que acolheria as ponderações de Collor "como sugestões para o debate, como adendo para pontos de discussão". Disse, no entanto, que "em nenhum momento, de uma etapa para outra, restou qualquer dúvida, qualquer questionamento". "Cada etapa foi concluída de forma bastante contundente", afirmou.Além da manobra contábil, uma das principais acusações feitas pela oposição, o relatório final também isentou a empresa de irregularidades na construção de plataformas de petróleo e ainda da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. No capítulo relacionado aos patrocínios da estatal, o relator afirmou que é possível observar "alguns problemas de execução", mas que a fiscalização é feita. "Uma plêiade de projetos tão ampla certamente inclui alguns contratos nos quais se observam alguns problemas de execução. Porém, cabe ressaltar que, no que tange a patrocínios, as atribuições de fiscalização e controle da Petrobras são seguidas fielmente, bem como são acompanhados pela Auditoria Interna da Companhia, pelos órgãos de Controle Interno do Poder Executivo, CGU, assim como o Órgão de Controle Externo, Tribunal de Contas da União", diz o relatório.Jucá também apresentou duas propostas legislativas, uma delas relacionada à medida provisória que trata da mudança tributária utilizada pela Petrobras no cálculo dos tributos, com o objetivo de "suprimir qualquer dúvida futura em relação à possibilidade de se exercer, a qualquer tempo, a opção", defende o relator. A outra proposta disciplina as licitações e contratos da estatal "no sentido de contribuir para correção das falhas e para o aprimoramento das contratações". As propostas deverão ser analisadas pela Casa.

Comentário de Paulo Sergio Loredo:


Quer legalizar a corrupção, o roubo, as falcatruas com dinheiro público? É só abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito, a famosa CPI. É tudo o que este governo quer. Hoje será aprovado o Relatório da CPI da Petrobras, validando roubos de centenas de milhões de reais. Com uma novidade: junto com o relatório, o seu relator Romero Jucá (PMDB-RR) inclui dois projetos de lei que beneficiam a companhia. O primeiro legaliza a manobra contábil que a estatal usou para deixar de pagar R$ 2,14 bilhões em impostos. O segundo simplifica os procedimentos licitatórios das empresas de economia mista, convertendo em lei o decreto presidencial que a Petrobras usa para contestar auditorias do Tribunal de Contas da União. O resultado da CPI não poderia ser mais impressionante. Em vez de condenar crimes, legaliza.

OS AMIGOS DE LULLA....E NOSSO PREJUIZO


Petrobras vai absorver impacto da alta no preço do gás boliviano
Autor(es): Cláudia Schüffner
Valor Econômico - 17/12/2009

A Petrobras não deverá repassar para as distribuidoras o novo preço do gás boliviano, ao qual será acrescida uma cobrança de US$ 100 milhões por ano pelas partes "ricas" do gás, entre elas o etano, butano, propano e gasolina natural. A estatal deverá absorver sozinha o impacto do aumento, fruto de negociação política entre os presidentes Luis Inácio Lula da Silva e Evo Morales. Outra opção seria repassar de forma indireta, via aumento do gás nacional.
O presidente da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp), Zevi Khan, disse que não está previsto no contrato entre a Petrobras e as distribuidoras de São Paulo - Comgás , Gas Natural São Paulo e a Gás Brasiliano - qualquer repasse de preço.
"Não há nenhum motivo de força maior. Trata-se de uma decisão unilateral da Petrobras de aceitar uma alteração no contrato com a Bolívia, cujos termos eu não conheço", disse Khan ao Valor.
Apesar da ampla divulgação na Bolívia sobre a assinatura de um aditivo ao contrato de compra e venda de gás, a diretora de Gás e Energia da Petrobras, Maria das Graças Foster, não fala sobre o assunto. A estatal sequer confirma que o documento será assinado amanhã pelos presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, e da Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), Carlos Villegas. A empresa também não informa se continua estudando uma unidade petroquímica na fronteira entre o Brasil e a Bolívia.
Entre analistas do mercado financeiro, ninguém conhece as condições do contrato e como ele será lançado no balanço da estatal. A analista Paula Kovarsky, do Itaú Securities, diz que em 2007 o acordo pareceu uma solução inteligente para ambas as partes, na medida que não alterava o preço do gás natural em si e que havia a perspectiva de utilizar estes líquidos na produção de GLP ou petroquímicos.
Nelson Rodrigues de Matos, analista do Banco do Brasil Investimentos, estranha que a companhia não tenha divulgado nenhum fato relevante, como aconteceu após o acordo com o governo do Rio de Janeiro para pagar Participação Especial (PE) retroativa pela produção no campo de Marlim.
"Não dá para ver no balanço porque essa é uma perda provável. Mesmo que ela não tenha pago ainda, o correto seria provisionar ou aumentar o custo da área", diz Rodrigues. "Vamos pagar por um gás que não usamos."
O novo acordo com a Bolívia vai aumentar em US$ 1,2 bilhão (em valores presentes) o desembolso da Petrobras até 2019, quando vence o prazo do contrato de suprimento de gás (GSA). O valor inclui créditos acumulados entre 2007 e 2009 que somam US$ 300 milhões.
A estatal resistiu o quando pôde à assinatura de um contrato dessa natureza, já que não usa essas partes mais nobres, que são entregues à indústria do jeito que chegam ao Brasil. Mas em 2007, depois de um acordo político a empresa aceitou aumentar o preço. Na época ela informou que pagaria à YPFB um adicional pelas frações de hidrocarbonetos líquidos presentes no gás natural efetivamente entregue que elevam seu poder calorífico para valores acima de 8900 quilocalorias (kcal) por metro cúbico. Contudo, uma fonte do setor explicou que o gás da Bolívia não é tão rico, e que esse seria apenas um pretexto para aumento do preço. "O gás considerado pobre tem 8900 Kcal por metro cúbico e o da Bolívia tem 9400 Kcal. Não há tanto líquido nobre a ser retirado", explica a fonte.
Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE) acha que o acordo chega em má hora para a Petrobras. "Sobram 20 milhões de metros cúbicos por dia de gás e em 2009 o consumo do Brasil voltou aos níveis de 2005. Como é que a Petrobras vai aumentar o preço do gás?", questiona.
Atualmente o gás importado da Bolívia custa US$ 4,8269 por milhão de BTU no Sudeste, US$ 4,8252 no Sul e US$ 5,5410 no Centro-Oeste, segundo dados do Ministério de Minas e Energia. A esses preços são adicionados o custo do transporte e impostos.
Os contratos de petróleo subiram pelo segundo pregão consecutivo. O mercado já esperava uma diminuição das reservas americanas da commodity, mas os dados divulgados mostraram uma queda ainda maior do que o previsto. Em Nova York, o WTI para janeiro ganhou US$ 1,97, para US$ 72,66. Em Londres, o Brent para janeiro de 2010 subiu US$ 1,50, para

RECEITA FEDERAL LIBERA LOTES 2005 E 2006

Receita Federal libera consulta aos lotes residuais do IRPF 2005 e 2006

A Receita Federal disponibilizou o acesso aos lotes residuais do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física) de 2005 e 2006. Para os contribuintes, o valor do imposto arrecadado em 2005 será corrigido em 58,99% e estará disponível a partir do dia 22 de dezembro de 2009. Já o valor correspondente a 2006 será corrigido em 41,89% e poderá ser sacado a partir do dia 23 de dezembro de 2009.
As consultas podem ser feitas diretamente pelo portal da Receita Federal ou pelo telefone 146.

CASO BATTISTI - E AGORA LULLA?




Plenário retifica proclamação de resultado do caso Battisti e esclarece que presidente deve observar o tratado Brasil-Itália

O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta quarta-feira (16), por votação majoritária, retificar a proclamação do resultado do julgamento do pedido de Extradição (EXT 1085) do ativista político italiano Cesare Battisti, formulado pelo governo da Itália.
A decisão foi tomada na apreciação de uma questão de ordem levantada pelo governo italiano quanto à proclamação do resultado da votação, no dia 18 de novembro passado. A proclamação dizia que, por maioria (5 a 4), a Suprema Corte autorizou a extradição, porém, também por maioria (5 a 4), “assentou o caráter discricionário” do cumprimento da decisão pelo presidente da República. Ou seja, que cabia ao presidente da República decidir sobre a entrega ou não do ativista italiano.
Pela decisão desta tarde, ficou determinado que será retirada da proclamação do resultado a discricionariedade do presidente da República para efetuar a extradição e constará que ele não está vinculado à decisão da Corte que autoriza a extradição.
Questão de ordem
A questão de ordem suscitada pelo governo italiano dizia respeito ao voto do ministro Eros Grau e provocou discussões quanto a seu cabimento. Os ministros Marco Aurélio e Carlos Ayres Britto, votos vencidos quanto à retificação da proclamação, sustentavam o não cabimento da discussão, antes da publicação do acórdão.
Segundo eles, o governo italiano deveria esperar a publicação do acórdão (decisão colegiada) para, se considerar que há erro, omissão ou contradição na decisão da Suprema Corte, opor embargos de declaração.
O ministro Cezar Peluso, no entanto, informou que a questão de ordem quanto à proclamação, em caso de erro, é cabível no prazo de 48 horas após a proclamação, de acordo com o artigo 89 do Regimento Interno da Corte (RISFT), e que o pedido foi formulado tempestivamente pelo governo italiano.
Ministro Eros Grau
Na sessão desta quarta-feira, o ministro Eros Grau repetiu o voto proferido durante o julgamento do pedido de extradição e disse que não era preciso mudar uma só palavra nele. Recordou que, inicialmente, votou-se o cabimento da extradição. Disse que votou contra, juntamente com os ministros Marco Aurélio, Cármen Lúcia e Joaquim Barbosa.
Em seguida, conforme recordou, votou-se se a decisão do STF vinculava o presidente da República, ou seja, obrigava o presidente a extraditar Battisti. Seu voto foi que não vinculava, sendo que também os ministros Marco Aurélio, Cármen Lúcia e Joaquim Barbosa, além do ministro Carlos Britto, votaram no mesmo sentido.
“O presidente da República tem a possibilidade de entregar ou não o extraditando”, afirmou o ministro Eros Grau. “Nesse ponto, eu acompanhei a divergência do ministro Marco Aurélio, do ministro Carlos Britto, no sentido de que o presidente pode ou não determinar a extradição.”
“O único ponto que precisava ser esclarecido é que, no meu entender, ao contrário do que foi afirmado pela ministra Cármen Lúcia, em primeira mão, o ato não é discricionário, porém há de ser praticado nos termos do direito convencional”, observou o ministro Eros Grau, lembrando que, neste ponto, seguia jurisprudência firmada por voto do ministro Vítor Nunes Leal (aposentado), em outro caso de extradição.
O ministro disse querer deixar claro, "para evitar confusão", que o resultado é o seguinte: “Eu acompanhei, quanto à questão da não vinculação do presidente da República à decisão do Tribunal, a divergência. Mas, com relação à discricionariedade ou não do seu ato, eu direi: esse ato não é discricionário porque ele é regrado pelas disposições do tratado”.
Entretanto, da proclamação constou que cinco ministros teriam votado no sentido de que o cumprimento da decisão é um ato discricionário do presidente da República. E é aí que o voto do ministro Eros Grau divergiu. O relator, ministro Cezar Peluso, chamou atenção para este fato, observando que o voto de Eros Grau não se encaixava em nenhuma das duas correntes.
Hoje o ministro Eros Grau confirmou que seu voto foi no sentido de que a execução da decisão do STF, ou seja, a entrega de Battisti, não é um ato discricionário do presidente da República. No entender dele, não vincula o presidente à decisão do STF, mas o presidente tem que agir nos termos do tratado de extradição entre Brasil e Itália, firmado em 17 de outubro de 1989 e promulgado pelo Decreto nº 863, de 9 de julho de 1983. “O presidente autoriza ou não, nos termos do tratado”, observou o ministro Eros Grau.
Segundo o ministro Cezar Peluso, o presidente da República somente pode deixar de efetuar a extradição se a lei o permite. E entre essas hipóteses, conforme lembrou – e isto constou também do seu voto –, estão basicamente duas: 1) se o Estado requerente não aceitar a comutação da pena (na extradição, o país requerente só pode aplicar penas previstas pela legislação brasileira): 2) quando ele pode diferir a entrega, após processo pendente no Brasil contra o extraditando.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

A VERDADE SOBRE HONDURAS - PERCIVAL PUGINA


FATOS? ORA OS FATOS!
Percival Puggina


Quando explodiu a crise em Honduras com a deposição de Mel Zelaya, a esquerda berrou “Golpe!”. E a boiada foi atrás, gritando “Golpe! Golpe! Golpe!”. Não adiantou argumentar. Já estava decidido que era golpe. Aquilo que eu e mais uns poucos tivemos o cuidado de fazer antes de opinar, ou seja, inteirar-se dos fatos e ler a Constituição de Honduras, foi considerado providência irrelevante. Estava decidido que Honduras proporcionara caso singularíssimo à história universal: um golpe perpetrado em uníssono pela Assembléia Nacional e pela Corte Suprema do país. Zelaya, desrespeitando rígidos preceitos constitucionais e expressas determinações judiciais, era o único soldado de passo certo no batalhão das instituições golpistas.

Em que se sustenta tamanho disparate? A resposta mais óbvia é a que o meu leitor está considerando: a esquerda é perita em construir versões ao arrepio dos fatos. Mas a inacreditável alavanca que move a realidade para onde lhe convém dispunha, neste caso, de um pontinho de apoio: quando o Exército hondurenho, cumprindo ordem judicial, prendeu Zelaya, em vez de o colocar atrás das grades (como talvez devesse), retirou-o do país. Aquele excesso de prudência para preservar a ordem pública foi o que bastou. O ex-presidente em pijamas, despachado para o exterior, era a imagem que a esquerda precisava para chamar de golpe um procedimento rigorosamente constitucional.

Quando Zelaya foi preso, já não era mais presidente por determinação da Corte Suprema. Talvez tenha havido um erro posterior, de natureza processual penal, mas até isso é duvidoso porque, na forma da constituição de Honduras, Zelaya perdeu a cidadania hondurenha ao pleitear reeleição. A questão aí envolvida pode suscitar gostos ou desgostos, despertar interesse jurídico, mas é irrelevante sob o ponto de vista da legitimidade constitucional da deposição.

Pois eis que os sábios assessores de Lula em questões internacionais viram ali a chance de dar ao “cara” um certo sotaque latino-americano. O Brasil, como se sabe, tem com a democracia e os direitos humanos continentais responsabilidades que terminam na praia cubana de Varadero. Cometemos, então, a grande burrada de albergar Zelaya na embaixada de Tegucigalpa, onde ele fez, com o refúgio que lhe foi concedido, o mesmo que antes tentara com o ordenamento constitucional de seu país. Tomou conta do pedaço, promoveu comícios, chamou sua turma e agiu de modo tão espaçoso que a representação brasileira precisou abandonar o ponto.

Agora, o povo de Honduras votou. Numa eleição absolutamente regular e de comparecimento voluntário (como também aqui deveria ser), a abstenção foi proporcionalmente a mesma da rumorosa eleição norte-americana que deu o poder a Obama. Mais de 60% dos eleitores compareceram às urnas (percentual que superou o do pleito vencido por Zelaya). O candidato eleito abriu larga margem sobre seu rival. O povo hondurenho decidiu sobre seu destino. Diante disso, pergunto: até quando o governo brasileiro, para constrangimento nosso, vai continuar se metendo na vida daquela nação? Vamos prosseguir sustentando o insustentável? E a mídia militante, vai continuar mandando os fatos para o mesmo lugar onde Lula disse que o povo está?
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* Percival Puggina (64) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site http://www.puggina.org/, articulista de Zero Hora e de dezena de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo e de Cuba, a tragédia da utopia.

DECISÕES POLÍTICAS, SEMPRE CONTRA O BRASIL


Mais uma vez o Brasil, mercê de decisão política do presidente Lulla, tem que pagar mais do que o combinado em contratos em vigor, como agora acorre com o acordo fechado com a Bolívia sobre fornecimento de gás. A mesma Bolívia, que a mando de seu presidente cocaleiro, tomou à força de armas patrimônio da Petrobrás, sem que nossas autoridades tomassem nenhuma medida para evitar o esbulho e a ofensa, no mais vergonhoso evento de nossa política externa. Ficamos apequenados no episódio, sem levar em conta que as tubulações de gás foram feitas às nossas expensas, e ainda com um agravante, não consumimos todo o gás importado em virtude de nosso parco crescimento que gerou o "pibinho", tão valorizado pelo nosso ministro Mantega. Dai para a frente o Brasil só cedeu em todos os acordos internacionais com nossos vizinhos bolivarianos. É o caso de Itaipu Binacional, onde o Brasil arcou com toda a construção da usina, com contrato de uso da energia lá gerada e não utilizada pelo Paraguai, com preços constantes do contrato até o pagamento final que só ocorreria lá para o ano 2023. O presidente paraguaio, o ex-bispo paternal Lugo, bateu o pezinho e Lulla logo concordou com as exigências de aumento de preços, sob a justificativa de que o Paraguai é um país pobre e nós temos a obrigação de ajudar nossos hermanitos. Com a arrogante Argentina é a mesma coisa, nas disputas comerciais só perdemos. Agora vem a Venezuela com seu presidente Chaves, que só sabe fazer intriga e quer mandar em tudo, aceito pelo nosso domado senado para fazer parte do Mercosul, onde com certeza, semeará a cizânia. Sem contar o perdão para os diversos países africanos sob a justificativa de que exploramos a escravidão e eles são muito pobres. Até quando seremos obrigados a pagar pelas decisões políticas de nosso megalômano presidente, que no afã de se tornar cada vez mais popular torra os recursos do nosso querido Brasil?

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

NÃO EXISTE AQUECIMENTO GLOBAL - CARLOS MOLION

2009.12.12 "Não existe aquecimento global", diz representante da OMM na América do Sul Por Carlos Madeiro - Especial para o UOL Ciência e SaúdeCom 40 anos de experiência em estudos do clima no planeta, o meteorologista da Universidade Federal de Alagoas Luiz Carlos Molion apresenta ao mundo o discurso inverso ao apresentado pela maioria dos climatologistas. Representante dos países da América do Sul na Comissão de Climatologia da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Molion assegura que o homem e suas emissões na atmosfera são incapazes de causar um aquecimento global. Ele também diz que há manipulação dos dados da temperatura terrestre e garante: a Terra vai esfriar nos próximos 22 anos. UOL: Enquanto todos os países discutem formas de reduzir a emissão de gases na atmosfera para conter o aquecimento global, o senhor afirma que a Terra está esfriando. Por quê?Luiz Carlos Molion: Essas variações não são cíclicas, mas são repetitivas. O certo é que quem comanda o clima global não é o CO2. Pelo contrário! Ele é uma resposta. Isso já foi mostrado por vários experimentos. Se não é o CO2, o que controla o clima? O sol, que é a fonte principal de energia para todo sistema climático. E há um período de 90 anos, aproximadamente, em que ele passa de atividade máxima para mínima. Registros de atividade solar, da época de Galileu, mostram que, por exemplo, o sol esteve em baixa atividade em 1820, no final do século 19 e no inicio do século 20. Agora o sol deve repetir esse pico, passando os próximos 22, 24 anos, com baixa atividade. UOL: Isso vai diminuir a temperatura da Terra?Molion: Vai diminuir a radiação que chega e isso vai contribuir para diminuir a temperatura global. Mas tem outro fator interno que vai reduzir o clima global: os oceanos e a grande quantidade de calor armazenada neles. Hoje em dia, existem bóias que têm a capacidade de mergulhar até 2.000 metros de profundidade e se deslocar com as correntes. Elas vão registrando temperatura, salinidade, e fazem uma amostragem. Essas bóias indicam que os oceanos estão perdendo calor. Como eles constituem 71% da superfície terrestre, claro que têm um papel importante no clima da Terra. O Oceano Pacífico representa 35% da superfície, e ele tem dado mostras de que está se resfriando desde 1999, 2000. Da última vez que ele ficou frio na região tropical foi entre 1947 e 1976. Portanto, permaneceu 30 anos resfriado. UOL: Esse resfriamento vai se repetir, então, nos próximos anos?Molion: Naquela época houve redução de temperatura, e houve a coincidência da segunda Guerra Mundial, quando a globalização começou pra valer. Para produzir, os países tinham que consumir mais petróleo e carvão, e as emissões de carbono se intensificaram. Mas durante 30 anos houve resfriamento e se falava até em uma nova era glacial. Depois, por coincidência, na metade de 1976 o oceano ficou quente e houve um aquecimento da temperatura global. Surgiram então umas pessoas - algumas das que falavam da nova era glacial - que disseram que estava ocorrendo um aquecimento e que o homem era responsável por isso. UOL: O senhor diz que o Pacífico esfriou, mas as temperaturas médias Terra estão maiores, segundo a maioria dos estudos apresentados. Molion: Depende de como se mede.UOL: Mede-se errado hoje?Molion: Não é um problema de medir, em si, mas as estações estão sendo utilizadas, infelizmente, com um viés de que há aquecimento. UOL: O senhor está afirmando que há direcionamento?Molion: Há. Há umas seis semanas, hackers entraram nos computadores da East Anglia, na Inglaterra, que é um braço direto do IPCC [Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática], e eles baixaram mais de mil e-mails. Alguns deles são comprometedores. Manipularam uma série para que, ao invés de mostrar um resfriamento, mostrassem um aquecimento. UOL: Então o senhor garante existir uma manipulação?Molion: Se você não quiser usar um termo tão forte, digamos que eles são ajustados para mostrar um aquecimento, que não é verdadeiro. UOL: Se há tantos dados técnicos, por que essa discussão de aquecimento global? Os governos têm conhecimento disso ou eles também são enganados?Molion: Essa é a grande dúvida. Na verdade, o aquecimento não é mais um assunto científico, embora alguns cientistas se engajem nisso. Ele passou a ser uma plataforma política e econômica. Da maneira como vejo, reduzir as emissões é reduzir a geração da energia elétrica, que é a base do desenvolvimento em qualquer lugar do mundo. Como existem países que têm a sua matriz calcada nos combustíveis fósseis, não há como diminuir a geração de energia elétrica sem reduzir a produção. UOL: Isso traria um reflexo maior aos países ricos ou pobres?Molion: O efeito maior seria aos países em desenvolvimento, certamente. Os desenvolvidos já têm uma estabilidade e podem reduzir marginalmente, por exemplo, melhorando o consumo dos aparelhos elétricos. Mas o aumento populacional vai exigir maior consumo. Se minha visão estiver correta, os paises fora dos trópicos vão sofrer um resfriamento global. E vão ter que consumir mais energia para não morrer de frio. E isso atinge todos os países desenvolvidos. UOL: O senhor, então, contesta qualquer influência do homem na mudança de temperatura da Terra?Molion: Os fluxos naturais dos oceanos, polos, vulcões e vegetação somam 200 bilhões de emissões por ano. A incerteza que temos desse número é de 40 bilhões para cima ou para baixo. O homem coloca apenas 6 bilhões, portanto a emissões humanas representam 3%. Se nessa conferência conseguirem reduzir a emissão pela metade, o que são 3 bilhões de toneladas em meio a 200 bilhões? Não vai mudar absolutamente nada no clima.UOL: O senhor defende, então, que o Brasil não deveria assinar esse novo protocolo?Molion: Dos quatro do bloco do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil é o único que aceita as coisas, que “abana o rabo” para essas questões. A Rússia não está nem aí, a China vai assinar por aparência. No Brasil, a maior parte das nossas emissões vem das queimadas, que significa a destruição das florestas. Tomara que nessa conferência saia alguma coisa boa para reduzir a destruição das florestas. UOL: Mas a redução de emissões não traria nenhum benefício à humanidade?Molion: A mídia coloca o CO2 como vilão, como um poluente, e não é. Ele é o gás da vida. Está provado que quando você dobra o CO2, a produção das plantas aumenta. Eu concordo que combustíveis fósseis sejam poluentes. Mas não por conta do CO2, e sim por causa dos outros constituintes, como o enxofre, por exemplo. Quando liberado, ele se combina com a umidade do ar e se transforma em gotícula de ácido sulfúrico e as pessoas inalam isso. Aí vêm os problemas pulmonares. UOL: Se não há mecanismos capazes de medir a temperatura média da Terra, como o senhor prova que a temperatura está baixando?Molion: A gente vê o resfriamento com invernos mais frios, geadas mais fortes, tardias e antecipadas. Veja o que aconteceu este ano no Canadá. Eles plantaram em abril, como sempre, e em 10 de junho houve uma geada severa que matou tudo e eles tiveram que replantar. Mas era fim da primavera, inicio de verão, e deveria ser quente. O Brasil sofre a mesma coisa. Em 1947, última vez que passamos por uma situação dessas, a freqüência de geadas foi tão grande que acabou com a plantação de café no Paraná.UOL: E quanto ao derretimento das geleiras?Molion: Essa afirmação é fantasiosa. Na realidade, o que derrete é o gelo flutuante. E ele não aumenta o nível do mar. UOL: Mas o mar não está avançando?Molion: Não está. Há uma foto feita por desbravadores da Austrália em 1841 de uma marca onde estava o nível do mar, e hoje ela está no mesmo nível. Existem os lugares onde o mar avança e outros onde ele retrocede, mas não tem relação com a temperatura global. UOL: O senhor viu algum avanço com o Protocolo de Kyoto?Molion: Nenhum. Entre 2002 e 2008, se propunham a reduzir em 5,2% as emissões e até agora as emissões continuam aumentando. Na Europa não houve redução nenhuma. Virou discurso de políticos que querem ser amigos do ambiente e ao mesmo tempo fazer crer que países subdesenvolvidos ou emergentes vão contribuir com um aquecimento. Considero como uma atitude neocolonialista. UOL: O que a convenção de Copenhague poderia discutir de útil para o meio ambiente?Molion: Certamente não seriam as emissões. Carbono não controla o clima. O que poderia ser discutido seria: melhorar as condições de prever os eventos, como grandes tempestades, furacões, secas; e buscar produzir adaptações do ser humano a isso, como produções de plantas que se adaptassem ao sertão nordestino, como menor necessidade de água. E com isso, reduzir as desigualdades sociais do mundo. UOL: O senhor se sente uma voz solitária nesse discurso contra o aquecimento global?Molion: Aqui no Brasil há algumas, e é crescente o número de pessoas contra o aquecimento global. O que posso dizer é que sou pioneiro. Um problema é que quem não é a favor do aquecimento global sofre retaliações, têm seus projetos reprovados e seus artigos não são aceitos para publicação. E eles [governos] estão prejudicando a Nação, a sociedade, e não a minha pessoa.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

NÃO À ENTRADA DA VENEZUELA NO MERCOSUL

Prezados(as) Senadores(as):
Por favor, votem contra a entrada da Venezuela enquanto Chaves for seu presidente, pois, como sabemos, seu governo não prima por um comportamento democrático, muito pelo contrário, quando temos como cláusula para ser membro do grupo a vigência plena da democracia. Chaves como membro logo haverá de achar um jeito de perturbar as relações diplomáticas e comerciais do Brasil com outros países. Pensem bem nisto!

Atenciosamente

Antonio Carlos Pereira

COMITIVA BRASILEIRA NA CONFERÊNCIA DO CLIMA

Prezado(a) Senador(a):

É um absurdo uma comitiva de mais de 600 membros para participar de uma conferência., embora esta seja bastante importante. Providências tem que ser tomadas em defesa do erário. Por favor, investiguem e exijam mesmo uma severa prestação de contas das despesas havidas e qual a função de cada membro da comitiva na reunião. Estamos cansados de bancar mordomias!

Atenciosamente

Antonio Carlos Pereira

domingo, 13 de dezembro de 2009

INSTITUIÇÕES EM FRANGALHOS

Leitora do Estadão nos lembra que em 13 de dezembro de 1968, Julio de Mesquita Filho escreveu: "As instituições estão em frangalhos". Hoje, infelizmente, com a corrupção que grassa em todos os poderes, estas palavras são mais que verdadeiras, nosso Brasil está em risco. Nem mesmo no Supremo Tribunal Federal podemos confiar.

CRÔNICA - DOCA RAMOS MELLO

Arrasando em Coletiva de Imprensa no Exterior


Atenção para a entrevista de V. Exa. Metalurgíssima na Ucrânia. Reparem que os jornalistas – a imprensa, em qualquer lugar do mundo, é inimiga da democracia, tem predileção pela zelite e não se conforma pelo fato de um trabalhador chegar lá, mesmo que ‘lá’ seja a presidência do Grêmio Recreativo e Escola de Samba Unidos de Cabrobó, ô gentinha! – são estúpidos, mas O Cara dá um show neles todos, afinal, segundo ele, “a imprensa faz mal ao país”, pau nela. Sem contar o azedume...

Jornalista: Presidente, parece que acaba de estourar mais um escândalo de corrupção em seu país, e bem na capital federal, onde o senhor mora e...
V. Exa. Metalurgíssima: Veja bem, companhêro, eu tô aqui na maior boa vontade, vim ver se a ucraniada tá tudo bem de saúde, quem sabe até ajudar a montar aqui um SUS que nem o nosso lá no Brasil e tal, vim saber se os ucranienses não precisam de nada, sô O Cara mais preocupado com todo mundo, um ídolo, e me vem você com uma coisinha boba dessa, fora de hora, ah, isso me dá azia!

J: Fala-se em mensalão do DEM, há gravações estarrecedoras, presidente. Em qualquer outro país isso daria até cadeia...
VEM: Você pega aí um cara com uma câmera e ele filma o que dá na cabeça dele e depois corta aqui, corta ali, emenda lá, dá um trato nas coisas que a pessoa falou e sai o que ele quer que saia, as imagens não falam por si, é tudo brincadeira de mau gosto, tipo pegadinha picante, companhêro, eu não posso julgar, tô aqui para visitar os ucraniosos, vamos mudar de assunto. E no Brasil nada dá cadeia para os políticos, no máximo, no máximo, às vezes dá uma renúncia de vez em quando, mas é tudo cera porque a gente é tudo ficha limpa e pelo perdão, Cristo perdoou até Judas e... Falar em Judas, eu até disse que...

J: Que se saiba, seu partido também se envolveu em um mensalão, o que o senhor tem a dizer?
VEM: Você pega um operário, nordestino pobre, retirante, e bota ele na presidência de um mundão como o Brasil e vê logo que a zelite fica muito puta, esse pessoal tem nojo de pobre, então essa gente quer fazer tudo p’ra jogar o sujeito na lama e se livrar dele, aí inventa mentiras. O mensalão nunca existiu porque o PT é ético, o Zé já disse p’ro mundo ouvir que a gente não rouba nem deixa roubar. Eu acredito de que tudo isso seja desespero porque estou botando Lady Dil no meu lugar, a oposição tá emputecida e se borrando toda, rs, rs, eu quero é rosetar! Você sabia que tem gente bolando para eu ser vice numa chapa com o Zé Alencar como presidente? Se der certo, vai ser sopa no mel porque... Hei, não coloca isso, não, vão dizer que tô agourando o Zé, melhor não...

J: A folha corrida dessa sua candidata é negra, presidente, dizem que foi terrorista, sequestradora, assaltante de banco.E mais: que mentiu sobre seus diplomas.
VEM: Negra não, afrodescendente. Quem não comete enganos? É tudo passado e passado, meu caro, você examina aí e vai ver que até FHC, mesmo com aquela pinta toda de cidadão nota dez e sociólogo que ele exibe, cheio de querer ser melhor que eu, andou tendo até filho fora do casamento, mijou fora do penico, mas negou de pé junto, mandou a amante com a criança pra Bagdá p’ra ninguém ver e tudo, e hoje taí, ó... Passado é que nem tiririca, bobeou, ele brota, mas p’ra que serve a máquina de cortar grama, é ou não é? Agora, diploma, ninguém precisa de diploma nenhum p’ra ser presidente no Brasil, aliás, eu nem leio direito, detesto ler, e olha a minha faixa, hehehe, tá com inveja? Pois eu não invejo seu diploma, quisesse estudar tinha estudado, mas não perdi meu tempo, fui cuidar da minha vida, isso sim, eu heim...

J: Um ex-companheiro seu revelou passagem meio indecente de sua vida, a história envolve assédio sexual a um garoto e...
VEM: Ah, isso é coisa do Benjamim, o Benjamim ganhou o troféu loira burra do ano... Boa essa, heim? Aqui vocês também fazem piada de loira ucraniata burra? Porque no Brasil, piada de negra burra não pode, dá uma cadeia FDP, tem lei lá, mas com loira pode tuuuuudo, tá me entendendo? Tem uma que fala que o pneu do carro de uma loira furou, ela desceu e ficou lá feito lerda, abestada, olhando o pneu sem saber o que fazer, aí apareceu outra loira burra e disse você tá vendo esse cano aqui atrás do carro, pois abaixa aí e fica assoprando que enche o pneu, e a loira lá, assoprando, nisso apareceu uma terceira loira burra e perguntou o que ela estava fazendo, ela explicou e essa terceira loira então disse pô, você é muito burra, num vai encher nunca o pneu, sua tonta, porque os vidros estão abertos, êêê, zonga! Hehehe...

J: Err... Rãn-rãn... Presidente, o senhor antecipou a campanha presidencial, em seu país isso é permitido?
VEM: Antecipei, é? Quem falou? Está escrito, gravado, documentado? Fotografou, companhêro? Tem prova? Porque eu nego, eu não sei de nada disso. Além do mais, sou um ídolo trabalhador, eu posso tudo, eu sou O Cara, meu! Se vocês ucranieiros quiserem, saio do governo e venho p’ra cá fazer uma boquinha por uns tempos, tem boquinha aqui...?
DOCA publica suas crônicas em:

CARA DE ANJO?


Lulla sempre negou o mensalão, a mãe do PAC, depois de dizer que ficou estarrecida com as imagens do mensalão do DEM, afirmou que o mensalão do PT foi diferente, era caixa dois, não para enriquecimento particular. Isto tudo quando se comemora oficialmente o Dia Internacional de Combate à Corrupção. Olhem bem o local da cerimônia, justo a capital da roubalheira e os que estavam presentes ao evento: Luis Inácio Lulla da Silva, Dilma Roussef, Michel Temer e outros expoentes da nossa política, este último após retirar da pauta de votação o projeto que impede os fichas-sujas de se candidatarem a cargos eletivos. O presidente Lulla disse nesta ocasião que é difícil combater a corrupção, -"porque, às vezes, o corrupto tem cara de anjo". Olhando para as faces dos que conhecemos, não é bem isto que a gente imagina.

O MENINO DO MEP - REINALDO AZEVEDO

Assunto: O MENINO DO MEP. OU: SILVIO TENDLER PARA MINISTRO DA PIADA - Reinaldo Azevedo
O MENINO DO MEP. OU: SILVIO TENDLER PARA MINISTRO DA PIADA
do blog de Reinaldo Azevedo:
Algumas conclusões se podem tirar do caso “Menino do MEP”. A primeira e mais óbvia é que o Lula não poderia mesmo processar César Benjamin: a conversa aconteceu. Se o publicitário Paulo de Tarso, aquele que tem contrato de R$ 300 milhões com o governo, disse que não se lembrava do fato e discordava do “conceito” (???) do texto de Benjamin, o cineasta Silvio Tendler, numa entrevista extremamente agressiva, atacando o articulista, confirmou o relato. Só que ele diz que tudo não passava de uma “piada”. Já volto a esse ponto. Sigamos nas coisas que são dadas. Outra evidência é que Franklin Martins, desta vez, perdeu o rebolado: mostrou-se perdido, sem reação possível. E, bem…, ficamos sabendo que o “Menino do MEP”, afinal de contas, existiu.
Voltemos agora a Tendler, já que sua entrevista se tornou uma chave para entender essa história. Em entrevista a um site, afirmou o valente, atacando César Benjamin: “Era óbvio para todos que ouvimos a história, às gargalhadas, que aquilo era uma das muitas brincadeiras do Lula, nada mais que isso, uma brincadeira. Todos os dias o Lula sacaneava alguém, contava piadas, inventava histórias. A vítima naquele dia era um marqueteiro americano. O Lula inventou aquela história, uma brincadeira, para chocar o cara… Só um débil mental, um cara rancoroso e ressentido como o Benjamin, guardaria dessa forma dramática e embalada em rancor, durante 15 anos, uma piada, uma evidente brincadeira…”
Fazendo documentário, Tendler parece bem melhor em matéria de ficção. Eu não sei se Lula tentou estuprar ou não o “Menino do MEP”, o que sei, agora com certeza, pela voz de um amigo e defensor, é que ele disse que tentou. Segundo Tendler, era uma piada, que Lula fazia para chocar o americano, a “vítima do dia”. Huuummm… Quem será que vertia para o inglês a “história engraçada”? A propósito, Tendler fica nos devendo uma explicação: por que aquilo era engraçado? O que há de graça numa tentativa de estupro, ainda que fosse inventada? E por que a “vítima” era o americano? E, bem, não custa informar: outras pessoas já ouviram esse mesmo relato. Parece que há certa predileção por brincadeiras dessa natureza e sempre com a mesma personagem: o “Menino do MEP”.
Alguns homens são dados a conversas meio cafajestes. Mas saibam as mulheres que não são usuais relatos, mesmo inventados, de tentativa de “pegar” um “companheiro”. À força, então, é absolutamente impensável até como piada. Eu nunca ouvi. Não tive esse estranho privilégio de Tendler. Acho que a esmagadora maioria dos leitores não tem notícia de algo parecido. Admita-se que, num rasgo de humor à moda Lula, ele tivesse dito algo como: “Pô, eu tava lá sem mulher e tentei pegar um companheiro, mas ele resistiu…” Ok, piada, todos ririam — lá entre eles, claro! Vocês sabem: esse tipo de coisa que provoca gargalhadas em Silvio Tendler. Mas não! A história tinha uma personagem, que efetivamente estava na cela: o “Menino do MEP”. “Menino” que outros presos também tinham na memória — especialmente os próximos a Lula. Um sindicalista lembrou, 29 anos depois, que o agora presidente acertou uma bolada de basquete no rapaz. Outro sabia seu nome. Um terceiro tinha em mente suas características físicas.
Assim, resta evidente que Cesinha narrou a verdade em seu artigo. O máximo de que pode ser acusado é de não ter aquele refinado senso de humor de Silvio Tendler, que gargalhou ao ouvir que o interlocutor tentara estuprar alguém na cadeia. Por alguma razão, a coisa lhe pareceu engraçada.
Num outro trecho de sua entrevista, indaga o cineasta: “E você acha que, se isso fosse, soasse, verdadeiro, todos nós não ficaríamos chocados? Todos ali da esquerda, com amigos presos, ex-presos e tudo mais, você acha que nós ouviríamos aquilo com tom de verdade, se assim fosse ou parecesse, e não reagiríamos, não ficaríamos chocados?”
Que coisa! Chocado estou eu! Vejam que moral superior tem o esquerdismo! “Como homens de esquerda”, eles ficariam chocados porque os amigos — também de esquerda, entende-se — estavam presos. Compreendo. Se a pessoa “abusada” fosse “de direita”, isso faria alguma diferença? Mais: por acaso, inexistem molestadores de esquerda? Aí não dá! A moral de muitos esquerdistas condescende com milhões de cadáveres. Por que não poderia condescender com um estupro? Lula até podia estar brincando, como assevera Tendler, mas a suposta superioridade moral da audiência não tem nada a ver com isso. E não posso deixar de reverenciar, uma vez mais, a memória de Tendler para as piadas de Lula. Trinta anos depois, tem a história e as circunstâncias na ponta da língua.
Os petistas passaram os últimos dias, entre indignados e perplexos, tentando arranjar uma boa justificativa para a coisa toda. A mais desastrada, acho eu, é a de Silvio Tendler. Mesmo pessoas que não são ligadas ao partido falam em “baixaria”, perguntam se faz sentido publicar aquele artigo e indagam se não há mistura entre vida privada e vida pública. Se eu considerasse tratar-se de assunto pessoal, seria o primeiro a ignorar o caso.
Ocorre que isso nada tem de “pessoal”. Quase todos os presos que estavam naquela cela — Lula inclusive — recebem pensão como vítimas da ditadura militar. A do presidente, sem dúvida, é a mais indecente. Aquele evento ajudou a criar a rede de mistificações que deu a Lula a Presidência da República, trajetória que será coroada com o tal filme. São os próprios esquerdistas que sustentam que se construía lá uma parte da história do Brasil e da moral profunda do “presidente operário”. NÃO HÁ RIGOROSAMENTE NADA DE PRIVADO NESSE IMBRÓGLIO. Nada!
Quem mantém certa relação privada, mas aí é com o filme, é Silvio Tendler, tio de um dos roteiristas, Daniel Tendler, que é casado com Júlia Barreto, filha de Fábio, diretor de “Lula, O Filho do Brasil“.
Eu sei que os neo-aristocratas brasileiros ficam irritados com o fato de haver quem entenda que o Brasil é uma República, não lhes concedendo os direitos especiais de que gozavam os antigos aristocratas. Pois é! República é assim mesmo: existe para expor seus podres continuamente. E o faz para que possa continuar a ser uma República.
Lula deve nomear Silvio Tendler para o Ministério da Piada e da Gargalhada.

CONFERÊNCIA DO CLIMA - COPENHAGUE


Prezado(a) Senador(a):

É um absurdo uma comitiva de mais de 600 membros para participar de uma conferência., embora esta seja bastante importante (Conferência do Clima - Copenhague). Providências tem que ser tomadas em defesa do erário. Por favor, investiguem e exijam mesmo uma severa prestação de contas das despesas havidas e qual a função de cada membro da comitiva na reunião. Estamos cansados de bancar mordomias!

Atenciosamente

Antonio Carlos Pereira
PS: esta carta foi remetida também aos dep. federais

MENSAGEM AO PRESIDENTE - JUÍZ RUY COPPOLA (2º TAC)

Resposta do Juiz ao Lula!
CARTA PUBLICADA NO ESTADÃO Carta-resposta de um Juiz ao Presidente Lula publicada no Estadão.
Veja a carta que um juiz colocou no jornal de hoje: Carta do Juiz Ruy Coppola (2º TAC) . Mensagem ao presidente!
Estimado presidente, assisti na televisão, anteontem, o trecho de seu discurso criticando o Poder Judiciário e dizendo que V. Exa. e seu amigo Tarso, ministro da Justiça, há muito tempo são favoráveis ao controle externo do Poder Judiciário, não para 'meter a mão na decisão do juiz', mas para abrir a 'caixa-preta' do Poder... Vi também V. Exa. falar sobre 'duas Justiças' e sobre a influência do dinheiro nas decisões da Justiça.
Fiquei abismado, caro presidente, não com a falta de conhecimento de V.Exa., já que coisa diversa não poderia esperar (só pelo fato de que o nobre presidente é leigo), mas com o fato de que o nobre presidente ainda não se tenha dado conta de que não é mais candidato. Não precisa mais falar como se em palanque estivesse; não precisa mais fazer cara de inconformado, alterando o tom da voz para influir no ânimo da platéia. Afinal, não é sempre que se faz discurso na porta da Volks.
Não precisa mais chorar. O eminente presidente precisa apenas mandar, o que não fez até agora.
Não existem duas Justiças, como V. Exa. falou. Existe uma só.
Que é cega, mas não é surda e costuma escutar as besteiras que muitos falam sobre ela.
Basta ao presidente mandar seu amigo Tarso tomar medidas concretas e efetivas contra o crime organizado.
Mandar seus demais ministros exercer os cargos para os quais foram nomeados.
Mandar seus líderes partidários fazer menos conchavos e começar a legislar em favor da sociedade. Afinal, V. Exa. foi eleito para isso. Sr. presidente, no mesmo canal de televisão, assisti a uma reportagem dando conta de que,
em Pernambuco (sua terra natal), crianças que haviam abandonado o lixão, por receberem R$ 25,00 do Bolsa-Escola , tinham voltado para aquela vida (??) insólita simplesmente porque desde janeiro seu governo não repassou o dinheiro destinado ao Bolsa-Escola .
Como se pode ver, Sr. presidente, vou tentar lembrá-lo de algumas coisas simples. Nós, do Poder Judiciário, não temos caixa-preta. Temos leis inconsistentes e brandas (que seu amigo Tarso sempre utilizou para inocentar pessoas acusadas de crimes do colarinho-branco).
Temos de conviver com a Fazenda Pública (e o Sr. presidente é responsável por ela, caso não saiba), sendo nossa maior cliente e litigante, na maioria dos casos, de má-fé. Temos os precatórios que não são pagos. Temos acidentados que não recebem benefícios em dia (o INSS é de sua responsabilidade, Sr. presidente). Não temos medo algum de qualquer controle externo, Sr. presidente. Temos medo, sim, de que pessoas menos avisadas, como V. Exa. mostrou ser, confundam controle externo com atividade jurisdicional (pergunte ao seu amigo Tarso, ele explica o que é). De qualquer forma, não é bom falar de corda em casa de enforcado. Evidente que V. Exa. usou da expressão 'caixa-preta' não no sentido pejorativo do termo. Juízes não tomam vinho de R$ 4 mil a garrafa. Juízes não são agradados com vinhos portugueses raros quando vão a restaurantes. Juízes, quando fazem churrasco, não mandam vir churrasqueiro de outro Estado. Mulheres de juízes não possuem condições financeiras para importar cabeleireiros de outras unidades da Federação, apenas para fazer uma 'escova'. Cachorros de juízes não andam de carro oficial. Caixa-preta por caixa-preta (no sentido meramente figurativo), sr. presidente, a do Poder Executivo é bem maior do que a nossa. Meus respeitos a V. Exa. e recomendações ao seu amigo Márcio. P.S.: Dê lembranças a 'Michelle'.
(Michelle é cachorrinha do presidente que passeia em carro oficial)
Ruy Coppola, juiz do 2.º Tribunal de Alçada Civil do Estado de São Paulo, São Paulo

O TRIIUNFO DA PELEGADA - LÚCIA HIPÓLITO

"O TRIUNFO DA PELEGADA"O futuro do PT - Lúcia Hipólito
O PT nasceu de cesariana, há 29 anos. O pai foi o movimento sindical, e a mãe, a Igreja Católica, através das Comunidades Eclesiais de Base. Os orgulhosos padrinhos foram, primeiro, o general Golbery do Couto e Silva, que viu dar certo seu projeto de dividir a oposição brasileira. Da árvore frondosa do MDB nasceram o PMDB, o PDT,o PTB e o PT. Foi um dos únicos projetos bem-sucedidos do desastrado estrategista que foi o general Golbery. Outros orgulhosos padrinhos foram os intelectuais, basicamente paulistas e cariocas, felizes de poder participar do crescimento de um partido puro, nascido na mais nobre das classes sociais, segundo eles: o proletariado. O PT cresceu como criança mimada, manhosa, voluntariosa e birrenta. Não gostava do capitalismo, preferia o socialismo. Era revolucionário. Dizia que não queria chegar ao poder, mas denunciar os erros das elites brasileiras. O PT lançava e elegia candidatos, mas não "dançava conforme a música". Não fazia acordos, não participava de coalizões, não gostava de alianças. Era uma gente pura, ética, que não se misturava com picaretas. O PT entrou na juventude como muitos outros jovens: mimado, chato e brigando com o mundo adulto. Mas nos estados, o partido começava a ganhar prefeituras e governos, fruto de alianças, conversas e conchavos. E assim os petistas passaram a se relacionar com empresários, empreiteiros, banqueiros. Tudo muito chique, conforme o figurino. E em 2002 o PT ingressou finalmente na maioridade. Ganhou a presidência da República. Para isso, teve que se livrar de antigos companheiros, amizades problemáticas. Teve que abrir mão de convicções, amigos de fé, irmãos camaradas. A primeira desilusão se deu entre intelectuais. Gente da mais alta estirpe, como Francisco de Oliveira, Leandro Konder e Carlos Nelson Coutinho se afastou do partido, seguida de um grupo liderado por Plinio de Arruda Sampaio Junior. Em seguida, foi a vez da esquerda. A expulsão de Heloisa Helena em 2004 levou junto Luciana Genro e Chico Alencar, entre outros, que fundaram o PSOL. Os militantes ligados a Igreja Católica também começaram a se afastar, primeiro aqueles ligados ao deputado Chico Alencar, em seguida Frei Betto. E agora, bem mais recentemente, o senador Flavio Arns, de fortíssimas ligações familiares com a Igreja Católica. Os ambientalistas, por sua vez, começam a se retirar a partir do desligamento da senadora Marina Silva do partido. Afinal, quem do grupo fundador ficará no PT? Os sindicalistas. Por isso é que se diz que o PT está cada vez mais parecido com o velho PTB de antes de 64. Controlado pelos pelegos, todos aboletados nos ministérios, nas diretorias e nos conselhos das estatais, sempre nas proximidades do presidente da República. Recebendo polpudos salários, mantendo relações delicadas com o empresariado. Cavando benefícios para os seus. Aliando-se ao coronelismo mais arcaico, o novo PT não vai desaparecer, porque está fortemente enraizado na administração pública dos estados e municípios. Alem do governo federal, naturalmente. É o triunfo da pelegada..
Lucia Hippolito (AS PESSOAS ESCLARECIDAS, [DO BEM] PULARAM DO BARCO, ANTES DAS RATAZANAS TOMAREM CONTA DE TUDO