sábado, 2 de fevereiro de 2013

O LADO BOM - DOCA RAMOS MELLO


                                                             O lado bom

 

                                                                                 Doca Ramos Mello

                                                                                 ddramosmello@uol.com.br

 

 

 

            Não acho justo falarem tanto mal assim da eleição do Renan Ca(na)lheiros para presidente do Senado. A gente tem, antes de mais nada, de ser justo, e ser justo é ver o lado bom das coisas. Por exemplo:

 

1.A jornalista ingênua e apaixonada (Renan é um Apolo, difícil resistir...) poderá voltar às bancas de revistas para mostrar a tatuagem (muita gente sente saudades do desenho) e, de quebra, ter de volta sua vaga na TV - é menos uma desempregada na rua da amargura.

 

2.A santa esposa de Renan pode vir a público, uma vez mais, demonstrar seu apoio incondicional ao coronel, digo, ao marido, e manter aquela cara desenxabida no plenário – é um fator de união familiar. E família é tudo.

 

3. Fernando Collor, o injustiçado por conta de um carrinho chinfrim, teve a chance de fazer discurso de desagravo debaixo dos seus cabelos grisalhos e longe do impeachment e da ex, que pede milhões de pensão.

 

4. Sarney teve a oportunidade de fazer cara de ternurinha e terminar o discurso com um longo e respeitoso marimbondo, digo, beijo na testinha de dona Marli – aquela que dá nome, se não me engano, a uma pá de instituições no Maranhão. Por mérito, esclareça-se.

 

5. O Senado, como um todo, afiançou a máxima do maior filósofo deste país, provando, com a eleição, a presença de 300 picaretas na Casa – para arredondar o número, porque pode mais ou “menas”...

 

6. E nós, o povo, podemos manter incólume nossa marcha atrás “companhêra” que carrega o cincerro.

 

            É como diz a brilhante juventude petista: “No final, tudo acaba bem, e se não acabou bem é porque ainda não acabou”. Brasil – fecha a conta e passa a régua.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

INSENSATO MUNDO - DORA KRAMER


Dora Kramer - O Estado de S.Paulo 30/01/2013

A frase, no original de Millôr Fernandes, é a seguinte: "Vossa Excelência chegou ao limite da ignorância e, no entanto, prosseguiu".

O Congresso certamente não ignora o cenário em que ocorre a eleição das presidências de suas duas Casas. Até porque não há um dia em que não exista uma nova notícia desabonadora sobre aqueles que já são tidos como escolhidos para comandar a Câmara e o Senado.

Além das suspeitas de todo tipo (processos, inquéritos, fisiologismo, nepotismo, uso indevido de verba parlamentar, manipulação de emendas etc.) há os fatos.

O deputado Henrique Eduardo Alves - concluíram os aliados de então, PSDB e PMDB - não servia para ocupar a vaga de vice-presidente na chapa de José Serra, em 2002, porque em processo de divórcio litigioso sua ex-mulher revelou a existência de depósitos de R$ 15 milhões em contas no exterior sem a devida declaração.

O senador Renan Calheiros foi levado a concluir, em 2007, que não servia para presidir o Senado por causa da história das despesas pessoais pagas por lobista de empreiteira, apresentação de documentação falsa como prova de defesa, uso de laranjas em emissoras de rádio e por aí vai.

Portanto, deputados e senadores não ignoram que, ao menos em tese e por critérios razoáveis de avaliação, nenhum dos dois serviria para ocupar postos de tanto destaque que, entre outras atribuições, os colocam na linha de sucessão da Presidência da República.

Tomando por base a frase de Millôr, dela fiquemos com o conceito da insistência, mas afastemos a hipótese de a motivação se sustentar na ignorância. Imprudência, talvez?

Uma boa dose, sem dúvida. Mas a receita leva outros ingredientes: covardia, descaso, desrespeito, petulância, malícia, zombaria, cinismo, desprovimento completo de espírito público e tudo o mais que compõe o quadro de tranquilidade com que suas excelências chegam ao limite da desmoralização e, no entanto, prosseguem.

Transitam à beira do abismo caminhando sempre em frente sem dar atenção às inevitáveis consequências. Desta vez, óbvias, pois a escolha está sendo feita mediante absoluta clareza quanto ao potencial de problemas que os dois candidatos dados como vitoriosos têm de criar para o Parlamento.

Como não é de se supor que estejam cegos e surdos, os parlamentares só podem estar sendo pautados por um compadrio de motivação inexplicável - ao menos à luz do dia.

Ressalvadas as exceções de um grupo de 70 e poucos deputados e um senador aqui, outro ali, o Congresso caminha silenciosamente para uma sessão legislativa conturbada e, por isso mesmo, paralisante.

Nos últimos anos assistimos ao mal que escândalos envolvendo lideranças importantes fazem aos trabalhos do Poder Legislativo. Mesmo conhecendo a situação em que ficam políticos atingidos por denúncias, deputados e senadores não têm pejo de assinar dois contratos com a crise.

A não ser para os próprios, Henrique e Renan, e para a presidente Dilma Rousseff, que tende a atrair mais prestígio em contraponto ao desprestígio do Congresso, a insistência em desprezar as evidências não rende vantagem para ninguém.

O PMDB acumula poder, é verdade. Mas o fará combalido. Os parlamentares que silenciam automaticamente se associam à ruína e cada vez mais se expõem a cobranças e restrição de movimentos.

Hoje, entrar num avião, ir a um restaurante, circular no shopping não é algo simples para um político sem o risco de ser alvo de algum constrangimento.

É de se perguntar - e não encontrar explicação plausível - em nome de qual razão eles cometem tão completa insensatez. Tempo ainda haveria para evitar o desastre se não faltasse juízo.

 

UMA CARTA DE DOR E REVOLTA - MARCELA MARTINS

UMA CARTA de DOR E REVOLTA.

Carta de Marcella Martins, Santa Maria - RS, à Presidente Dilma

Engula o choro, presidente. Engula o choro ao falar da tragédia de Santa
Maria. Engula o choro e todos os problemas desse país que nele estão
escancarados. Engula, que o medo do segurança de ser demitido neste país é
maior do que sua consciência de deixar as pessoas saírem sem pagar suas
contas para não morrerem. Engula a soberba dos donos de empresa desta nação
que não estão nada preocupados com pessoas como eu e até mesmo como a
senhora, porque estão focados demais em lucrar, e preferem fechar as portas
como numa câmara de gás a ter prejuízos. Engula a pressão que todos os seus
funcionários sentem todos os dias. Engula que para arcar com seus
altíssimos impostos, todos eles dão um jeitinho bem brasileiro de se
desviar dos regulamentos e leis. Engula que os órgãos responsáveis por
evitar que isso aconteça não funcionam. Engula que eles deixaram essa,
entre tantas e tantas casas mais, funcionar sem licença. Engula que
provavelmente alguém que também ganha pouquíssimo aceitou um suborno para
que isso acontecesse. Engula que a senhora deu "é" sorte por ser apenas
essa casa entre todos os tantos lugares que deveriam estar fechados, que
caiu na boca da mídia. Engula a mídia que vai atacar com todo o
sensacionalismo possível em cima das famílias que estão procurando
celulares em cima de corpos para reconhecer seus filhos. Engula as
operadoras que não funcionam e que provavelmente impediram uma série de
vítimas a pedirem socorro. Engula que o socorro que chega para se enfiar em
lugares como este, pegando fogo, cheio de corpos de jovens para serem
resgatados, recebe um salário vergonhoso, com descontos ainda mais
vergonhosos, e ainda assim executam um trabalho triste e digno antes de
voltarem para a casa e agradecerem por seus próprios estarem dormindo.

Não, presidente. Não chore ao falar da tragédia. Faça! Faça alguma coisa. E
pare de nos dar como exemplos uma série de catástrofes para tomar medidas
idiotas que não valerão de nada alguns meses depois. Não se emocione.
Acione! Acione a todos os órgãos públicos, faça uma limpa em sua maldita
corrupção e devolva à segurança pública, às instituições sérias, aos
professores, aos bombeiros, aos enfermeiros, aos seguranças, aos jovens, o
mínimo de dignidade. Não faça um discurso. Mude o percurso. Mude tudo
porque estamos cansados de ver nossos iguais pegando fogo, morrendo
afogados, morrendo nas filas dos postos de saúde, morrendo no "crack",
morrendo, morrendo, morrendo, e tendo como última imagem aquela TV aos
fundos anunciando o fim de mais uma bilionária obra de estádio de futebol.

Não, presidente. Desculpe, mas na minha frente a senhora não pode chorar.
Não pode chorar sua culpa. Não pode chorar sua inércia. Não pode chorar no
Chile, mas também não pode chorar em Santa Maria. Porque isso é muito maior
do que só um acidente. Isso é muito maior do que só sua comoção. Engula o
seu choro, presidente. O seu, o dos jovens que perceberam que não teriam
mais o que fazer que não morrer, e em especial, o de seus amigos e
familiares, que em um país como esse, não têm outra opção que não chorar.
Engula o choro, presidente."

MARCELLA MARTINS

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

LULÂNDIA, O REINO DA AVACALHAÇÃO - MARIA LÚCIA V. BARBOSA


Populismo:
Lulândia, o reino da avacalhação
Enquanto o povo em férias se entretém com os preparativos do carnaval,
Lula da Silva emerge anunciando futuras caravanas pelo Brasil.
 
 Por Maria Lúcia V. Barbosa*
De Londrina-PR
25/01/2013
 
Bastou o intervalo das festas de fim de ano, das férias nas praias ou no exterior quando ninguém pensa em dívidas, contas a pagar, despesas que virão para que Lula da Silva ressurgisse do conveniente mutismo e retomasse os preparativos para sua “treeleição”.
 
De fato o ex-presidente nunca deixou de exercer o poder. Recorde-se que tentou impedir o julgamento do mensalão chantageando o ministro Gilmar Mendes para que esse adiasse o julgamento. Como isto não funcionou ordenou ao Congresso que realizasse a CPI do Cachoeira, uma espécie de cortina de fumaça para desviar a atenção sobre as condenações dos quadrilheiros do PT que poderiam atrapalhar as eleições municipais de 2012. A CPI acabou condenando apenas o senador Demóstenes Torres e prendendo o contraventor sem que nada acontecesse a Delta e a grande rede nacional de políticos envolvidos na trama. Deste modo a farsa se converteu em um dos maiores espetáculos de degradação já apresentados pelo Congresso Nacional.
 
Consta também que a presidente Rousseff, gerente dos apagões e pibinhos, não dá um passo sem consultar seu chefe e inventor que assim demonstra quem é o verdadeiro presidente da República.
 
Contudo, após as acusações de Marcos Valério que indicaram Lula da Silva como chefe e beneficiário do “mensalão”, este se calou. Especialmente depois da eclosão do fragoroso escândalo no qual ficou demonstrado que a amante, Rosemary Nóvoa de Noronha, não só desfrutava de maravilhosas viagens presidenciais pagas por nós, os contribuintes, mas nomeava através do “tio Lula” uma quadrilha de trambiqueiros, falsificadores, fraudadores de pareceres, o ex-presidente deu em fugir da imprensa. Fato grotesco ocorreu em Barcelona quando o poderoso Lula bateu em veloz retirada através da lavanderia do hotel em que se encontrava hospedado e escapuliu dos repórteres pela porta dos fundos.
 
Agora, enquanto o povo em férias se entretém com os preparativos do carnaval, Lula da Silva emerge anunciando futuras caravanas pelo Brasil. Ao mesmo tempo, faz saber que assumirá as negociações com a base aliada. Portanto, após ter nomeado o ministério de Rousseff na prática está demitindo a fiel Ideli de suas funções de ministra das Relações Institucionais, ou seja, do ministério do balcão de negócios, posto muito conveniente para quem é candidato.
 
Além do mais, para mostrar quem manda de verdade Lula da Silva se reuniu com seu outro poste, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad e secretariado para dar as ordens e ministrar lições de populismo.
 
Em países de instituições sólidas, Poderes independentes e igualmente fortes, de oposição para valer tal avacalhação seria impensável. Mesmo no Brasil nenhum ex-presidente chegaria a tanta desfaçatez e lambança. Mas, na Lulândia tudo é permitido porque o povo elegeu e continua aplaudir o grão senhor Lula. Algo que faz parte de nossa cultura da avacalhação desde os tempos coloniais.
 
Além do mais, como não existe oposição, exceto uma ou outra voz solitária, Genoino, um dos condenados petista do mensalão tomou posse como deputado federal decretando o fim da ficha limpa. Se isto foi legal, como dizem seus defensores, foi imoral e abjeto.
 
Em outra manifestação típica da Lulândia membros do PT, inclusive, a juventude petista organizaram um jantar com o objetivo de arrecadar fundos para pagar as multas dos companheiros criminosos. Alguns militantes acreditam ou fingem acreditar que os companheiros quadrilheiros, coitadinhos, foram injustiçados, condenados sem provas, vítimas da imprensa maldosa e da oposição que não existe. Por sua vez a CUT, braço sindical do PT, fez ato para anular sentenças do STF. Hilariante piada de salão como diria Delúbio Soares.
 
Enquanto segue a politicagem, por mais que ministro Mantega distorça dados da economia e faça mágicas para adulterar resultados, a inflação acelera, progride a inadimplência, aumenta a devolução de cheques sem fundo.
 
Com a projeção do endividamento da Petrobrás virá o aumento dos combustíveis tantas vezes adiado politicamente e com ele mais inflação, apesar de que os reajustes previstos apenas amenizarão a piora do endividamento.
 
Acrescente-se que as previsões da economia para 2013 não são das melhores. Segundo, por exemplo, Flávio Castelo Branco, gerente executivo do Núcleo de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI): “Se a economia seguir um padrão fraco como o de 2012, a desaceleração alcança o mercado de serviços e aí podemos ter uma contaminação do mercado de trabalho”.
 
Rousseff está em campanha e fez comício em cadeia nacional de rádio e TV para anunciar redução de tarifas de energia. Entretanto, no cenário sombrio que se desenha para a economia de 2013, a quem o povo recorrerá como salvador da pátria? É fácil adivinhar. Que o digam os invasores do Instituto Lula que não perderam tempo indo à Brasília.
 
* Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.
 
FONTE: VIA FANZINE
 
*  *  *

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

ESCÂNDALO BILIONÁRIO NA PETROBRAS - REINALDO AZEVEDO

ESCÂNDALO BILIONÁRIO NA PETROBRAS – Resta, agora, saber se, ao fim da apuração, alguém vai para a cadeia!

É do balacobaco!
Desde que Sérgio Gabrielli, o buliçoso ex-presidente da Petrobras, deixou a empresa, os esqueletos não param de pular do armário. A presidente Dilma Rousseff o pôs para correr. Ele se alojou na Secretaria de Planejamento da Bahia e é tido como o provável candidato do PT à sucessão de Jaques Wagner. Dilma, é verdade, nunca gostou dele, desde quando era ministra. A questão pessoal importa menos. Depois de ler o que segue, é preciso responder outra coisa: o que ela pretende fazer com as lambanças perpetradas na Petrobras na gestão Gabrielli? Uma delas, apenas uma, abriu um rombo na empresa que passa de UM BILHÃO DE DÓLARES. Conto os passos da impressionante reportagem de Malu Gaspar na VEJA desta semana. Prestem atenção!
1: Em janeiro de 2005, a empresa belga Astra Oil comprou uma refinaria americana chamada Pasadena Refining System Inc. por irrisórios US$ 42,5 milhões. Por que tão barata? Porque era considerada ultrapassada e pequena para os padrões americanos.
2: ATENÇÃO PARA A MÁGICA – No ano seguinte, com aquele mico na mão, os belgas encontraram pela frente a generosidade brasileira e venderam 50% das ações para a Petrobras. Sabem por quanto? Por US$ 360 milhões! Vocês entenderam direitinho: aquilo que os belgas haviam comprado por US$ 22,5 milhões (a metade da refinaria velha) foi repassado aos “brasileiros bonzinhos” por US$ 360 milhões. 1500% de valorização em um aninho. A Astra sabia que não é todo dia que se encontram brasileiros tão generosos pela frente e comemorou: “Foi um triunfo financeiro acima de qualquer expectativa razoável”.
3 – Um dado importante: o homem dos belgas que negociou com a Petrobras é Alberto Feilhaber, um brasileiro. Que bom! Mais do que isso: ele havia sido funcionário da Petrobras por 20 anos e se transferiu para o escritório da Astra nos EUA. Quem preparou o papelório para o negócio foi Nestor Cerveró, à frente da área internacional da Petrobras. Veja viu a documentação. Fica evidente o objetivo de privilegiar os belgas em detrimento dos interesses brasileiros. Cerveró é agora diretor financeiro da BR Distribuidora.
Calma! O escândalo mal começou
Se você acha que o que aconteceu até agora já dá cadeia, é porque ainda não sabe do resto.
4 – A Pasadena Refining System Inc., cuja metade a Petrobras comprou dos belgas a preço de ouro, vejam vocês!, não tinha capacidade para refinar o petróleo brasileiro, considerado pesado. Para tanto, seria preciso um investimento de mais US$ 1,5 bilhão! Belgas e brasileiros dividiriam a conta, a menos que…
5 – … a menos que se desentendessem! Nesse caso, a Petrobras se comprometia a comprar a metade dos belgas — aos quais havia prometido uma remuneração de 6,9% ao ano, mesmo em um cenário de prejuízo!!!
6 – E não é que o desentendimento aconteceu??? Sem acordo, os belgas decidiram executar o contrato e pediram pela sua parte, prestem atenção, outros US$ 700 milhões. Ulalá! Isso foi em 2008. Lembrem-se que a estrovenga inteira lhes havia custado apenas US$ 45 milhões! Já haviam passado metade do mico adiante por US$ 360 milhões e pediam mais US$ 700 milhões pela outra. Não é todo dia que aparecem ou otários ou malandros, certo?
7 – É aí que entra a então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, então presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Ela acusou o absurdo da operação e deu uma esculhambada em Gabrielli numa reunião. DEPOIS NUNCA MAIS TOCOU NO ASSUNTO.
8 – A Petrobras se negou a pagar, e os belgas foram à Justiça americana, que leva a sério a máxima do “pacta sunt servanda”. Execute-se o contrato. A Petrobras teve de pagar, sim, em junho deste ano, não mais US$ 700 milhões, mas US$ 839 milhões!!!
9 – Depois de tomar na cabeça, a Petrobras decidiu se livrar de uma refinaria velha, que, ademais, não serve para processar o petróleo brasileiro. Foi ao mercado. Recebeu uma única proposta, da multinacional americana Valero. O grupo topa pagar pela sucata toda US$ 180 milhões.
10 – Isto mesmo: a Petrobras comprou metade da Pasadena em 2006 por US$ 365 milhões; foi obrigada pela Justiça a ficar com a outra metade por US$ 839 milhões e, agora, se quiser se livrar do prejuízo operacional continuado, terá de se contentar com US$ 180 milhões. Trata-se de um dos milagres da gestão Gabrielli: como transformar US$ 1,199 bilhão em US$ 180 milhões; como reduzir um investimento à sua (quase) sétima parte.
11 – Graça Foster, a atual presidente, não sabe o que fazer. Se realizar o negócio, e só tem uma proposta, terá de incorporar um espeto de mais de US$ 1 bilhão.
12 – Diz o procurador do TCU Marinus Marsico: “Tudo indica que a Petrobras fez concessões atípicas à Astra. Isso aconteceu em pleno ano eleitoral”.
13 Dilma, reitero, botou Gabrielli pra correr. Mas nunca mais tocou no assunto.
Encerro
Durante a campanha eleitoral de 2010, o então presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, fez propaganda de modo explícito, despudorado. Chegou a afirmar, o que é mentira descarada, que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, durante a sua gestão, tinha planos de privatizar a Petrobras.
Leram o que vai acima? Agora respondam: quem privatizou a Petrobras? E noto, meus caros: empresas privadas não são tratadas desse modo porque seus donos ou acionistas não permitem. A Petrobras, como fica claro, foi privatizada, sim, mas por um partido. Por isso, foi tratada como se fosse terra de ninguém.
Por Reinaldo Azevedo