sábado, 23 de janeiro de 2010

A OBSESSÃO TOTALITÁRIA - FÁBIO PORTELA


A obsessão totalitária.
Censurar a imprensa e impedir o fluxo de ideias no Brasil é a única bandeira genuinamente comunista que sobrou aos petistas.
Fábio Portela
Um observador ingênuo pode não entender a obsessão de petistas, manifestada desde o momento zero do governo Lula, de abolir a liberdade de expressão no Brasil. Afinal, em sete anos de administração do país, alguns fizeram enormes avanços pessoais e coletivos. Aumentaram o patrimônio, passaram a beber bons vinhos e a vestir-se com apuro. A política econômica é modelo até para os países avançados e as conquistas sociais fazem inveja a reformadores de todos os matizes ideológicos. Destoam desse rol de avanços a diplomacia megalonanica e a inconformidade com o livre trânsito de ideias no país. O próximo ataque organizado à liberdade de expressão se dará em março, com a Segunda Conferência Nacional de Cultura (CNC). Apesar do nome pomposo, ninguém irá lá para discutir cultura. Os petistas vão, mais uma vez, tentar encontrar uma forma de ameaçar a liberdade de imprensa e obrigar revistas, jornais, sites e emissoras de rádio e TV a apenas veicular notícias, filmes e documentários domesticados, chancelados pelos soviets (conselhos) petistas e reverentes à ideologia de esquerda.
O evento é a continuação por outros meios da batalha pela implantação da censura à imprensa no Brasil. Isso começou em agosto de 2004, com a iniciativa, abortada, de criar um Conselho Federal de Jornalismo (CFJ). Nos últimos meses foram feitas mais duas tentativas. Uma delas na Conferência Nacional de Comunicação (Confecom). A outra com o PNDH-3, o Programa Nacional de Direitos Humanos. O que o CFJ, a CNC e o PNDH-3 têm em comum? Todos embutem a criação de um tribunal para censurar, julgar e punir jornalistas e órgãos de comunicação que desobedeçam às normas governamentais. É um figurino de atraso.
Por que essa obsessão não se dissipa? Primeiro, porque ela é a única bandeira que sobrou às esquerdas cujas raízes podem ser traçadas ao seu berço comunista no século XIX. A censura à imprensa é uma relíquia esquerdista, um bicho da era stalinista guardado em cápsula de âmbar e cujo DNA os militantes sonham ainda retirar e com ele repovoar seu parque jurássico. Todas as outras bandeiras foram perdidas. A do humanismo foi dinamitada pela revelação, em 1956, dos crimes contra a humanidade perpetrados por Stalin. A da eficiência econômica e a da justiça social ruíram com a queda do Muro de Berlim, em 1989. Sobrou a bandeira da supressão da voz dos que discordam deles. Mesmo isso não pode ser feito com a dureza promulgada por Lenin ("Nosso governo não aceitaria uma oposição de armas letais. Mas ideias são mais letais que armas.").
O maior ideólogo da censura à imprensa, cujo nome sai com a facilidade dos perdigotos da boca dos esquerdistas brasileiros, é o italiano Antonio Gramsci (1891-1937). Como a revolução pelas armas se tornou inviável, Gramsci sugeriu a via do lento envenenamento ideológico da cultura, do idioma e do pensamento de um país. É o que tentam fazer os conselhos, conferências e planos patrocinados pelo PT. É neles que se dá a alquimia gramsciana. Ela começa pela linguagem. A implantação da ditadura com o fechamento do Congresso é vendida como "democracia direta"; a censura aparece aveludada como "controle da qualidade jornalística"; a abolição da propriedade privada dilui-se na expressão "novos anteparos jurídicos para mediar os conflitos de terra". Tudo lindo, pacífico, civilizado e modernizador. Na aparência. No fundo, é o atalho para a servidão. Thomas Jefferson neles, portanto: "...entre um governo sem imprensa e uma imprensa sem governo, fico com a segunda opção.
FONTE: Revista Veja 27/01/2010

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

PRORROGADO O IPVA

Após problema, SP prorroga vencimento do IPVA neste mês

do Agora São Paulo

Por conta de problemas na quitação do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), a Secretaria Estadual da Fazenda de São Paulo prorrogou o calendário de pagamento deste mês. Quem perdeu o prazo pode pagá-lo entre os dias 28 e 30 deste mês e ser beneficiado com o pagamento à vista com desconto de 3% e pelo pagamento parcelado em até três vezes. Cerca de 12 milhões de veículos devem pagar o imposto neste ano.
O prazo anterior terminou anteontem para quem tem placa final zero. Após a data de vencimento, o contribuinte não podia mais optar pelo parcelamento do imposto ou obter o desconto. As datas de pagamento em fevereiro e março não foram alteradas.
Quem perdeu o prazo e já pagou em atraso poderá pedir a devolução do valor referente ao desconto a que teria direito a partir do dia 9 de fevereiro.
A opção de parcelamento não será mais possível para esse contribuinte. As regras para pedir a devolução só serão divulgadas a partir do dia 5 no site da Fazenda (www.fazenda.sp. gov.br).
A prorrogação foi motivada pelos problemas enfrentados contribuintes com placas final 4 e 5 na semana passada.
Bancos e lotéricas não conseguiam ter acesso ao sistema da Fazenda e, por isso, o pagamento não podia ser feito. Nos dias de vencimento dessas placas, outros contribuintes também não conseguiram pagar. Por isso, o prazo foi prorrogado para todos.
Segunda a Fazenda Estadual, esses problemas foram enfrentados por poucos proprietários de veículo e foi alto o índice de pagamentos no período.
Cobrança indevida
No programa de parcelamento da Fazenda, para quem tinha débito até dezembro de 2006, foi enviado 1,5 milhão de cartas de cobrança, só que algumas foram para quem nunca teve carro ou já deu baixa no veículo. Sobre o engano na cobrança, a Secretaria da Fazenda informou que os casos em que a cobrança foi feita de quem nunca teve carro deverão ser investigados pela polícia.
Os contribuintes que ainda têm dúvidas podem esclarecer as questões em um posto fiscal, pelo endereço eletrônico www.fazenda.sp.gov.br. O telefone 0800-170110 também está disponível para pedir explicações sobre o imposto.

E AGORA SARNEY?


Como fica agora a situação do cidadão incomum, o presidente do senado, José Ribamar Sarney, quando o relatório da Polícia Federal aponta o pagamento de propinas a integrantes do seu grupo, inclusive ao seu dileto filinho Fernando e também a pessoas ligadas ao PT? Os repasses suspeitos foram encontrados nos arquivos do computador de Pietro Bianchi, diretor da Camargo Corrêa. Esta revelação foi feita pelos repórteres Fernando Barros de Mello e Lilian Christofoletti da Folha. Vamos ver no que vai dar! Será que fica tudo por isto mesmo?

HUGO CHAVES, O CLARIVIDENTE!


Pensei que "o cara" fosse imbatível em falar asneiras, contudo, o cumpanhero Hugo Chaves, desta feita, o supera de longe ao declarar que os americanos foram os causadores do terremoto que assolou o Haiti, usando uma arma secreta que foi testada no pais com vistas à destruição do Irã, tudo com base em informações do serviço secreto russo. Seria o caso de Mahmoud Ahmadinejad por as barbas de molho? Como escreveu um leitor do Estadão, nem Freud explica!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

METODOLOGIA E PREVENÇÃO, O LEGADO DE ZILDA ARNS - DENISE RIBEIRO


Metodologia da prevenção, o legado de Zilda Arns - Por Denise Ribeiro, da Envolverde - especial para o Instituto Ethos.
Até sua morte, no terremoto do Haiti, Zilda Arns era pouco conhecida da maioria dos economistas, investidores e empresários comprometidos com o crescimento tradicional do PIB. A médica sanitarista, no entanto, deveria figurar nos anais das boas escolas de administração do mundo inteiro, como criadora de uma metodologia de trabalho revolucionária e altamente eficiente. A Pastoral da Criança, que ela ajudou a criar em 1983 como desafio proposto pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) à Igreja Católica, exibe indicadores invejáveis, seja qual for o ângulo adotado para analisar o desempenho da entidade. O mais admirável é o custo mensal por cada uma das cerca de 2 milhões de crianças atendidas: menos de US$ 1,00. Os recursos de pouco mais de R$ 35 milhões utilizados no exercício de 2008 representaram um custo mensal de R$ 1,69 por criança, decomposto em vários investimentos, como capacitação de voluntários (R$ 0,18 por criança/mês), apoio geração de renda (R$ 0,06) e educação de jovens e adultos (R$ 0,05). Presente em 42 mil comunidades pobres e em 7.000 paróquias de todas as Dioceses do Brasil, a Pastoral se move num trabalho de formiga, que envolve 260 mil voluntários (92% deles mulheres). Imbuídos do espírito missionário, eles dedicam, em média, 24 horas por mês ao trabalho de orientar mães e famílias para que cuidem bem de suas crianças. O objetivo primordial da entidade, organismo de ação social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), é "reduzir as causas da desnutrição e da mortalidade infantil e promover o desenvolvimento integral das crianças, desde a concepção até os 6 anos de idade". Como pediatra e sanitarista, Zilda Arns acreditava que "a primeira infância é uma fase decisiva para a saúde, a educação, a fixação de valores culturais e o cultivo da fé e da cidadania, com profundas repercussões ao longo da vida". O atendimento a cerca de 1,5 milhão de famílias em mais de 3.500 cidades brasileiras trouxe um novo sentido de dignidade e cidadania aos excluídos da nação. Fez também despencar os índices de desnutrição e de mortalidade infantil a patamares ainda hoje perseguidos pela ONU. Em 1983, a Pastoral encontrou 50% de crianças desnutridas - hoje elas são 3,1% das atendidas. A mortalidade infantil despencou de 127 para 13 por mil nascidos vivos. Que outra empresa, ONG ou entidade governamental pode se dar ao luxo de ostentar desempenho tão robusto? Graças à coordenação e ao empenho de Zilda Arns e à sua rede de voluntários, o Brasil poderá dizer que fez parte da lição de casa proposta pela Declaração do Milênio, aprovada pelas Nações Unidas em setembro de 2000. Das oito metas a serem atingidas até 2015, pelo menos duas - "erradicar a extrema pobreza e a fome" e "reduzir em 50% a mortalidade infantil" - sem dúvida alguma devem muito à Pastoral da Criança. Que desde 2008 exporta sua tecnologia social para outros continentes. Angola, Moçambique, Guiné-Bissau; Timor Leste, Filipinas, Paraguai, Peru, Bolívia, Venezuela, Argentina, Chile, Colômbia, Uruguai, Equador e México. No Haiti, Zilda Arns estava justamente empenhada em divulgar a metodologia que criou e que tem caráter ecumênico. Numa entrevista, ela contava como voluntários muçulmanos se sentiam felizes por poder ajudar seus conterrâneos da Guiné-Bissau. Distorção do PIB A repercussão desse incansável trabalho, no entanto, não é levado em conta pelos homens que cuidam do produto interno bruto (PIB). Quem acusa esse grave desvio, sempre que tem oportunidade de tocar no assunto, é Ladislau Dowbor, economista e professor titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Na última Conferência do Instituto Ethos, ele voltou ao tema, usando a performance da Pastoral da Criança como exemplo. Ele diz que seus excelentes resultados na saúde preventiva não são levados em conta para quem vincula progresso e crescimento a aumento do PIB. Afirma que os agentes da Pastoral são responsáveis, nas regiões onde trabalham, por 50% da redução da mortalidade infantil e 80% da redução das hospitalizações, e argumenta que, "com isso, menos crianças ficam doentes, o que significa que se consomem menos medicamentos, usam-se menos serviços hospitalares e as famílias vivem mais felizes". E completa, indignado: "Mas o resultado do ponto de vista das contas econômicas é completamente diferente: ao cair o consumo de medicamentos, o uso de ambulâncias, de hospitais e de horas de médicos, reduz-se também o PIB. Mas o objetivo é aumentar o PIB ou melhorar a saúde (e o bem-estar) das famílias?". A reflexão está, também, em artigo que Dowbor divulga em seu site e que reproduzimos aqui: "Todos sabemos que a saúde preventiva é muito mais produtiva, em termos de custo-benefício, do que a saúde curativa-hospitalar. Mas, se nos colocarmos do ponto de vista de uma empresa com fins lucrativos, que vive de vender medicamentos ou de cobrar diárias nos hospitais, é natural que prevaleça a visão do aumento do PIB e do aumento do lucro. É a diferença entre os serviços de saúde e a indústria da doença. Na visão privatista, a falta de doentes significa falta de clientes. Nenhuma empresa dos gigantes chamados internacionalmente de big pharma investe seriamente em vacinas, e muito menos em vacinas contra doenças de pobres. Ver este ângulo do problema é importante, pois nos faz perceber que a discussão não é inocente, e os que clamam pelo progresso identificado com o aumento do PIB querem, na realidade, maior dispêndio de meios, e não melhores resultados. Pois o PIB não mede resultados, mede o fluxo dos meios". O economista afirma que o trabalho da Pastoral da Criança não é contabilizado como contribuição para o PIB. "Para o senso comum, isto parece uma atividade que não é propriamente econômica, como se fosse um band-aid social. Os gestores da Pastoral, no entanto, já aprenderam a corrigir a contabilidade oficial. Contabilizam a redução do gasto com medicamentos, que se traduz em dinheiro economizado na família, e que é liberado para outros gastos. Nesta contabilidade corrigida, o não-gasto aparece como aumento da renda familiar. As noites bem dormidas quando as crianças estão bem representam qualidade de vida, coisa muitíssimo positiva, e que é afinal o objetivo de todos os nossos esforços. O fato de a mãe ou o pai não perderem dias de trabalho pela doença dos filhos também ajuda a economia", esclarece. Zilda Arns, uma mulher atenta às demandas dos mais pobres, fez pelo Brasil o que a maioria dos políticos e governantes juntos não fizeram nos últimos 30 anos. Sua obra permanecerá, porque se apoia em pilares sólidos, chamados amor, solidariedade, fé, compaixão, transparência. "Estou convencida de que a solução da maioria dos problemas sociais está relacionada à redução urgente das desigualdades sociais, à eliminação da corrupção, à promoção da justiça social, ao acesso à saúde e à educação de qualidade e à mútua ajuda financeira e técnica entre as nações, para a preservação e recuperação do meio ambiente", disse ela numa conferência na Tailândia, em outubro passado. E também estava atenta às demandas do planeta: "O mundo está despertando para os sinais do aquecimento global, que se manifesta nos desastres naturais, mais intensos e frequentes. A grande crise econômica demonstrou a inter-relação entre os países. Para não sucumbir, exige-se solidariedade entre as nações. É de solidariedade e de fraternidade que o mundo mais necessita para sobreviver e encontrar o caminho da paz". Sábia Zilda. (Edição de Benjamin S. Gonçalves) (Envolverde/Instituto Ethos) © Copyleft - É livre a reprodução exclusivamente para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída. Desenvolvido por AW4 Tecnologia

RECEITA FEDERAL LIBERA CONSULTA AOS LOTES...2005, 2006 E 2007



Receita Federal libera consulta aos lotes residuais do IRPF 2005, 2006 e 2007

A Receita Federal disponibilizou, no dia 15 de janeiro de 2010, o acesso ao lote residual do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física) de 2005. O contribuinte poderá sacar o valor, que terá correção de 75,49%, a partir do dia 22 de janeiro de 2010.
Já o lote residual do IRPF 2006 foi liberado no dia 18 de janeiro de 2010. Corrigido em 42,62%, o valor estará disponível para o contribuinte a partir do dia 25 de janeiro de 2010. Na sequência, a entidade liberou a consulta ao lote residual do IRPF 2007. Com correção de 29,63%, os contribuintes poderão sacar o valor a partir do dia 26 de janeiro de 2010.
Para a consulta, basta acessar o Portal da Receita Federal na internet ou ligar para o telefone 146.
FONTE: CRC/SP ONLINE

CINEMA VAZIO

A imagem acima está na primeira página de 20/01/2010 da Folha de Londrina. Mostra um cinema gigantesco — que eu saiba, não existem mais salas assim em São Paulo — ocupado por meia-dúzia de pessoas de boa vontade. Nome do filme: “Lula, O Filho do Brasil“. Coloque uma banca da rua e prometa injeção no olho de graça. Vai juntar mais gente.
Foi posta a serviço desse filme a mais gigantesca máquina de propaganda jamais havida no Brasil. E nada consegue tirá-lo do buraco. Eu ainda não vi. Mas estou quase lá. Depois eu conto como é que é e tento explicar as razões da flopada.

Blog de Reinaldo Azevedo
Nota: No 2º final de semana, o fracasso do filme tornou-se ainda mais visível: a produção levou 102 mil heróis aos cinemas, enquanto os esquilos cantores de “Alvin 2” venderam, em apenas 3 dias, 640 mil ingressos. Levando-se em conta que todo mundo só falava no filme de Lula, e que o lobby dos esquilos é reconhecidamente mais fraco que o do presidente na mídia, o fracasso é ainda mais impressionante. (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1301201021.htm)

LULLA, O FILHO DO BRASIL - AILEDA DE MATTOS OLIVEIRA

LULA, O FILHO DO BRASIL Chega-nos ao conhecimento mais uma demonstração de desequilíbrio psíquico do pífio representante da nação brasileira. A partir de sua ascensão, foram-se perdendo valores que cultivávamos como habituais normas de conduta. Essas mudanças são consequências das alterações semânticas, aceitas pelos órgãos jornalísticos, hoje, também, pouco afeitos à limpidez das idéias. Tais alterações são produtos dos erros de raciocínio e da falta de intimidade vocabular, que a incontinência verbal do senhor feudal, pela repetição, torna-as vernaculares. Tudo isso, aliado à esperteza de um espírito pusilânime, tem o poder de corromper os alicerces de todos os poderes da República. Se a mentira passa à verdade; se o corrupto contumaz deve ser respeitado por não ser um homem comum; se uma organização terrorista, que inferniza os trabalhadores rurais, torna-se uma instituição lutadora em defesa dos direitos dos sem-terra, é transformar os antônimos negativos em palavras representativas de uma nova ética em curso. Para que se consuma o novo dicionário da sordidez política brasileira, necessário se torna conhecer, a fundo, em todas as dimensões, o seu autor, personagem central de sua própria propaganda político-eleitoreira. O autoendeusamento torna-o réu confesso do desequilíbrio de que acima nos referimos. Considerar-se a si próprio Filho do Brasil, é exigir a legítima paternidade, a um país que já sofreu todos os vexames do filho que não passa de um bastardo. Como se não bastasse as ofensas de sua diplomacia, ofende-se mais ainda a nação, anunciando a sordidez de cobrar do país a herança que acredita ter direito e pretende obtê-la, através da delegação de poderes de seus iguais, nas urnas em 2010. É mais uma indenização cobrada ao país, considerado culpado pelo filho ilegítimo, pela tendência inata de sua família, de não ter vocação para o trabalho. O filme que ilustra a vida do responsável pela obra de estropiamento da língua, “coincidentemente” será levado à exibição em primeiro de janeiro de 2010. Regredimos ao populismo desenfreado do brizolismo e percebemos, claramente, a existência de dois Brasis: o que trabalha e estuda para o desenvolvimento nacional e o que vive de estelionato político, sorvendo os impostos pagos pelo primeiro dos Brasis. Em toda imoralidade, encontra-se a logomarca da Globo, que não pode perder dividendos, mesmo que seja patrocinando um retorno aos filmes da velha fase macunaímica da miséria colorida. Não há outro digno representante deste (para mim) repugnante personagem da baixa estima brasileira, criação de Mário de Andrade, que o etílico Lula. Alguém da escória da personagem do filme em questão deve ter sido o idealizador do título e da narrativa. O embriagado de álcool e de poder tomou posse do Brasil e está alijando, aos poucos, a parte consciente da sociedade, mas ainda sonolenta, para os esconsos vãos que se tornarão guetos dentro em pouco, se não tomarmos uma veemente atitude. Já imagino este filmeco sendo veiculado no agreste, nos sertões, arrebanhando os ingênuos e estimulando-os ao analfabetismo, à bebida e à rebelião. A pressão para um conflito entre brasileiros está se fazendo prenunciar no horizonte. Esta indecência de filme, se consentirmos, se não reagirmos, se não clamarmos contra a mídia que lhe dará vida, poderá servir de estopim para tomadas de posição sérias que não vão deixar de fora a guarda particular do ébrio presidente: o MST. Como dizem os traficantes do Rio, "está tudo dominado". Eles sabem o que dizem, infelizmente. Tudo está dominado, porque está corrompido pelo dinheiro fácil em troca da traição e da sabotagem. Apenas por patriotismo, sem levarmos nenhuma vantagem, porque pertencemos a outro grupamento ético, que não leu o glossário lulista, sabotemos o filmeco do palhaço de Garanhuns, desde já, para que, no ato da divulgação, caia no ridículo o Filho bastardo do Brasil, que bem poderia ser o Filho de outra coisa que já sabemos o que é. Embora não pareça, o caldeirão da divisão de classes já começou a esquentar. Como não tem a coragem de seu comparsa Chávez e é um poltrão como o Zelaya, usa desses artifícios ultrapassados, mas que caem como uma luva sobre a multidão de ignorantes do interior do país.
Aileda de Mattos Oliveira Prof.ª Dr.ª de Língua Portuguesa Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

BEICINHO BRASILEIRO

Incrível a cara-de-pau das "autoridades" brasileiras nas reclamações contra os americanos por suas atividades humanitárias no Haiti. Será que não se enxergam? Será que agora é hora de querer aparecer ou de mostrar serviço? O bufão Chaves, que havia desaparecido nos primeiros momentos da tragédia, voltou criticando os primos do norte, acusando-os de invadirem o país. Na sua falta de critério não procurou saber o que, de fato, havia acontecido. O governo haitiano pediu ajuda americana, o que não tardou. Por falar nisto, uma petralha aloprada disse que Obama só se decidiu ajudar após ser chamada às falas pelo "cara". Nada como ser tão poderoso...

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

AS ENTRANHAS TOTALISTARISTAS DO PT - MARIA LÚCIA VICTOR BARBOSA


O que pretende o PT? A quem interessa o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3) gerado pela obsessão autoritária do secretário de Direitos Humanos Paulo Vannuchi, parido pela Casa Civil comandada pela candidata Dilma Rousseff e, o que é mais grave, transformado em decreto assinado pelo presidente da República Lula da Silva?
Não é estranho que em plena campanha da candidata do presidente, o governo petista com anuência de seu escalão mais alto onde se inclui o ministro da Justiça, Tarso Genro, resolva a afrontar as Forças Armadas, a Igreja, os produtores rurais, a imprensa, o Poder Judiciário? Afinal, voltou-se à carga para censurar a mídia, acabar com a propriedade, incitar ódios de cunho revanchista. Um figurino para Stalin não por defeito.
Seria esse arremedo de Constituição à lá Chávez uma satisfação dada à esquerda para que seja esquecido o desagradável fato de seu governo estar sendo o mais corrupto de toda nossa história? Governo de um partido que copiou tudo que antes duramente criticava, que cuspiu na ética que dizia ser o único a possuir, que transformou a ideologia que simulava ostentar em ganância de poder pelo poder.
Pode ser que o decreto que o presidente diz ter assinado sem ler – o que ser for verdade demonstra incompetência, irresponsabilidade e incapacidade para governar o país – seja uma demonstração de força. É como se a cúpula petista dissesse:
“Estamos pouco nos lixando para a repercussão negativa da constituição que nos sustentará no poder junto com Dilma Rousseff. Parabéns para nós que finalmente dominamos a arte da propaganda enganosa, que conquistamos todos os espaços no Estado. O Estado é nosso e nos o fortaleceremos cada vez mais. Não podemos perder o que conquistamos.
Ou será que a celeuma gerada pelo decreto a partir da revogação da Lei da Anistia não pretende desviar atenção de fatos mais preocupantes ou comprometedores para o governo?
Em todo caso, o PT é muito ardiloso. A capa que veste o PNDH-3 tem título cativante: direitos humanos. Esses direitos pareciam se restringir a punição a militares, como quer Paulo Vannuchi que propõe a revogação da Lei da Anistia. Só que o secretário de Direitos humanos não levou em conta que anistia quer dizer perdão, esquecimento para dois lados. Logo alguns militares retrucaram dizendo que não só tortura, mas terrorismo também é crime hediondo, que tem muitos terroristas no governo atual, incluindo a candidata do presidente.
Acesa a discussão sobre o tema, foram furtivamente apresentadas num calhamaço de 92 páginas as reais e profusas “leis” que Vannuchi diz ter colhido em congressos realizados pela sociedade civil e que, portanto, expressam dessa a vontade.
Que sociedade civil seria essa que não incluiu a imprensa, a Igreja, os produtores rurais, o Judiciário, os partidos políticos, as FFAA? Estaríamos diante dos “direitos dos manos”? Das massas de manobras das “democracias diretas”? Não seriam os “conselhos de direitos humanos” os sovietes do PT? Entretanto, o “poder dos sovietes” da Rússia de outubro de 1917, transformou-se rapidamente no poder do Partido Bolchevique sobre os sovietes.
O PNDH-3 escancarou as entranhas totalitárias do PT, quis mostrar que Lula foi só preparação menchevique para a segunda fase blochevique com Dilma Rousseff. Só falta Vannuchi propor a destruição do Cristo Redentor para colocar em seu lugar, abençoando o Rio de Janeiro, uma monumental estátua de Che Guevara. No mais, serão abolidas todas as liberdade, incluindo a de pensamento. Esse filme de terror já foi visto pelo mundo.
E enquanto Vannuchi se preocupa em acabar com a Lei da Anistia, Celso Amorim oferece a mão do governo brasileiro ao Hamas, organização terrorista que não está nem aí para direitos humanos. Aliás, Lula continua in Love com Ahmadinejad e provavelmente continuará a gracejar comparando os que morrem nas ruas ao se oporem às eleições fraudadas pelo déspota que nega o holocausto, a briga de torcidas de futebol.
O PT mostrou suas entranhas totalitárias, consciente que pode fazer sucesso. Haverá um recuo tático e depois se volta à carga. Petistas conhecem bem o que afirmou Tzvetan Todorov: “O totalitarismo é uma máquina de tremenda eficácia. A ideologia comunista propõe a imagem de uma sociedade melhor e nos incita a desejá-la: não faz parte da identidade humana o desejo de transformar o mundo em nome de um ideal? (...) Além do mais, a sociedade comunista priva o indivíduo de suas responsabilidades: são sempre ‘eles’ quem decidem. Ora, a responsabilidade é frequentemente um fardo pesado a ser carregado (...) A atração pelo sistema totalitário, experimentado inconscientemente por numerosos indivíduos, provém de um certo medo da liberdade e da responsabilidade – o que explica a popularidade de todos os regimes autoritários”.
Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.

VACAS DE PRESÉPIO QUE SE FAZEM DE PASTORES - JOSÉ NÊUMANNE



Atual geração de estadistas pigmeus põe em risco nosso futuro
Naquelas históricas assembleias gerais dos operários metalúrgicos de São Bernardo do Campo no Estádio de Vila Euclides na segunda metade dos anos 70 do século passado, o presidente do sindicato, Luiz Inácio da Silva, que ainda não havia incorporado o apelido Lula ao sobrenome, forjou um estilo ao qual foi fiel e que ao longo dos anos aperfeiçoou com esmero. Ele tinha dois lugares-tenentes, Osmar Mendonça, o Osmarzinho, e Enilson Simões de Moura, o Alemão. Encarregava cada um de defender uma posição e, enquanto os dois discursavam, Lula observava atentamente a multidão lá do alto do palanque. Somente quando tinha certeza absoluta sobre qual seria a posição a ser adotada para agradar a plateia dava a palavra final. Ali ele subverteu a ordem monolítica, mas frágil, da ditadura militar, que logo depois desabaria, e também inverteu o sentido original da palavra líder, não mais alguém que conduz a massa, mas quem se deixa por ela conduzir. Non duco, ducor.
Os longos anos de militância no PT, na oposição em plena democracia, frágil como a ditadura que sucedeu, ainda que parecesse inquebrantável, o retirante de Caetés, Pernambuco, tornou-se aos poucos o mais manhoso e bem-sucedido político da História do Brasil por aprimorar a arte de adular a massa para permanecer no topo. É um estilo de mando que contraria o dístico latino usado para definir o orgulho paulista. Tal como citado na última linha do parágrafo anterior, não mais o “não sou conduzido, conduzo” dos bandeirantes, dos coronéis, dos estancieiros e mesmo dos mineiros manhosos do PSD, mas um esperto “não conduzo, sou conduzido”, que garante a permanência no alto das pesquisas de prestígio popular. Adular o povo é o jeitinho mais eficiente e menos perigoso de perpetuar seu excelente emprego, que garante fama e fortuna fáceis e um bando de bajul adores ao redor por muito mais tempo do que jamais poderia sonhar algum pretendente ao exercício pleno do mando. Trata-se de um meio extremamente inteligente e sem riscos de exercer o poder e garantir satisfação especial para si mesmo, a família, os amigos e os compadres sem ter de adotar uma decisão difícil, angústia que sempre incomodou o repouso dos guerreiros que de fato comandam.
Os altos índices de popularidade alcançados por Lula, como não o foram “nunca antes na História deste país”, não são, contudo, um fenômeno paroquial, uma esquisitice tropical num universo estranho. Como se sabe, noço guia providencial dos povos da floresta, da roça, do açude e da transposição do Rio São Francisco é o cara (man) do homem mais poderoso da Terra, Barack Obama. Há entre o menino que teve o picolé recusado pelo pai sob o pretexto de que não sabia chupar e o primeiro mulato a ocupar a presidência dos Estados Unidos da América muito mais afinidades do que pode supor nossa vã historiografia. Mas isso não se tem comprovado em seus sucessos evidentes, e, sim, em seus fiascos ocultos. Como esse sofrido por ambos na Conferência do Clima em Copenhague semana passada.
Protagonistas de reuniões que partem de intenções magníficas e terminam em nulidades tenebrosas, ambos fazem parte de uma geração de estadistas pigmeus que de tanto se preocuparem com o que oferecer aos eleitores nas próximas eleições se esquecem do mundo que estão destruindo para as próximas gerações. Os dois se assemelham ao descendente de húngaros Nicolas Sarkozy, que só se aproxima do corso Napoleão Bonaparte na estatura física, distanciando-se do exemplo de antecessores em seus postos. Como Abraham Lincoln, que fez a guerra civil para garantir a unidade da confederação americana, e Dom Pedro II, sob cuja égide foi consolidado o domínio dos brasileiros sobre este território semicontinental onde estamos instalados.
Tanto eles quanto outros conduzidos que se fazem de condutores – Sílvio Berlusconi na Itália, Angela Merkel na Alemanha, etc. e tal – são hábeis comunicadores, capazes de encantar e engabelar as massas, mas inaptos para por em prática o verdadeiro sentido de governar: escolher metas a cumprir e persegui-las. Obama tem a habilidade de encantador de serpentes quando discursa. Lula põe as velhas raposas felpudas da política brasileira nos chinelos quando se trata de dizer a um interlocutor o que ele quer ouvir, seja individual, seja coletivamente. Mas nenhum dos dois tem a ousadia de enfrentar adversidade alguma para traçar o caminho a seguir, seja para resolver os impasses do comércio internacional, seja para evitar a tragédia ambiental que se abaterá sobre nós se providências não forem adotadas. Aos problemas que surgem respondem: “não é comigo.” Aos que podem postergar reagem: “resolveremos no ano que vem.”
Foi isso que ocorreu em Copenhague, como antes já havia acontecido nas rodadas de Doha. Lula dá lições de moral ao resto do mundo em matéria de preservação, mas não põe fim à destruição da Amazônia com uma simples proibição de queimadas e cortes pelos bandidos internacionais da motosserra. Falta-lhe coragem para fazer o que deve, mas lhe sobram argumentos para transferir a culpa para os outros. Neste mundo em que vivemos, Obama teve o topete de defender a guerra no habilíssimo discurso que fez na solenidade em que recebeu o absurdo Prêmio Nobel da Paz.
Essas vacas de presépio que se fingem de pastores de rebanhos repetem a geração de eunucos que permitiu o avanço de Hitler e Mussolini no período entre as guerras. Em pleno século 21, o mundo está a precisar que surja um novo Winston Churchill, um líder no sentido verdadeiro da palavra (condutor), temerário a ponto de prometer “sangue, suor e lágrimas” a seu povo para, contrariando-o e provocando-lhe dor, fazê-lo emergir sobrevivente e orgulhoso da devastação de uma guerra mundial.
José Nêumanne, jornalista e escritor, é editorialista do Jornal da Tarde. (Publicado nO Estado de S. Paulo na quarta-feira 23 de dezembro de 2009, pág A2)

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

DEVANEIOS DOS LULLISTAS SOBRE A AJUDA NORTE-AMERICANA AO HAITI - JULIO FERREIRA



Segundo alguns aloprados lullistas, a gravura acima retrata o estado de nervos em que ficou o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, após receber o tal telefonema de Lulla. É incrível como tem gente besta nessa terra!

Intressante mensagem que recebi de um amigo, vale a pena ler...

Fica cada vez mais evidente que o povo brasileiro merece o presidente que tem! Afinal, a identificação entre eles é absoluta! Ainda ontem, conversando com uma senhora aqui do Recife, pessoa de bom nível social e cultural, fui obrigado a escutar uma detalhada dissertação daquela professora aposentada, dizendo-se baseada em informações obtidas a partir da minuciosa leitura dos jornais locais, a respeito de uma ligação telefônica de Lulla para Obama, pressionando-o para que os Estados Unidos enviasse ajuda ao Haiti. Na cabeça daquela senhora, tal como acontece com milhões de brasileiros, incapazes de interpretar corretamente um simples texto jornalístico, a ajuda humanitária enviada por Obama para as vítimas do terremoto que devastou o Haiti, só está acontecendo em virtude da “pressão” feita por Lulla. Assim não dá pra ser feliz! Daqui a pouco vão aparecer outros alienados eleitores de Lulla, “jurando de pés juntos” que Lulla, apoiado por sua imensa bagagem moral, sentiu-se no dever de “chamar o feito à ordem”, e telefonou para “enquadrar” Obama, exigindo que o “cumpanhêro” norte-americano “tomasse tenência na vida”, e começasse a se mexer. Estou morrendo de pena de Obaminha! Periga que esse traumático episódio deixe seqüelas, fazendo com que o presidente dos Estados Unidos tenha de apelar para apoio psicológico, buscando ficar livre dos pesadelos que passará a ter, revivendo o “esporro” que levou de Lulla. Ninguém merece!

Júlio Ferreira
Recife – PE

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

LULA E DILMA INAUGURAM PONTE QUE FUNCIONA DESDE 2006

Acompanhados do senador José Sarney (PMDB AP), governadora Roseana Sarney, entre outras altas autoridades, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra Dilma Rousseff, promoveram hoje, no Maranhão, mais um farsa com fins eleitoreiros
Desta vez foi a inauguração da segunda ponte que liga a capital São Luiz ao continente. As obras da ponte, iniciadas ainda no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, foram concluídas em 2006. Desde então a ponte está aberta ao trânsito.
"O presidente e sua candidata passaram por cima da ponte e a deram por inaugurada. O que mais falta fazer para ganhar votos?", indaga o deputado Mendes Thame (SP). Para ele, o gesto faz parte do "desespero" para tornar a ministra Dilma Roussef uma candidata viável e fazê-la crescer nas pesquisas "a qualquer custo".
A ponte "inaugurada" tem 454 metros de extensão e é conhecida entre os maranhenses como "a segunda ponte" sobre o estreito dos Mosquitos. Ela liga a parte antiga de São Luiz, que fica numa pequena ilha, ao resto do continente.
"Sob o pretexto de que essa ponte nunca foi inaugurada, o presidente aproveitou-se para fazer campanha política ao lado da sua pré-candidata. Trata-se de mais uma ação eleitoral antecipada e ainda por cima sobre uma obra já existente", lamentou o senador Flexa Ribeiro (PA). O senador atribuiu a farsa às tentativas do PT de construir uma candidatura. "È é um vale tudo", resumiu Flexa.

OUTROS QUINHENTOS PRODUÇÕES CINEMATOGRÁFICAS, APRESENTAM... - DOCA RAMOS MELLO


“Outros Quinhentos Produções Cinematográficas” apresentam...

(PS.: Sem baba-ovo, na real e na veia, trabalhos do cineasta ZéPovão Lascado)



SARNEY, O FILHO DO MARANHÃO ARRASADO E ENTEADO DO AMAPÁ: em flashback, o filme começa com Sarney em pé diante do Convento das Mercês, lamentando ter perdido o espaço, onde mantinha viva sua memória sobre os ombros da gente maranhense. Ali, relembra fatos de sua vida até o crescimento de sua fortuna, as maracutaias enooormes... Há episódios negros como a pilha de dinheiro no escritório da filha, as diretorias, os atos secretos, a amizade fraterna com Agaciel Maia e Dácio Campos, os conluios, a grana preta recebida com ilícitos, apartamentos pagos por empreiteiras... Sarney recorda como conseguiu ser presidente do Brasil por puro acaso, a multa ao empresário por conta da subida de preços no supermercado e outras encenações de sua carreira política. É um épico que também traz o imortal de fardão, cercado de marimbondos, os quais espanta com um exemplar do jornal O Estado de São Paulo lacrado, enrolado na mão direita. Na esquerda, o sinal de positivo, enquanto passam pela tela todos os estabelecimentos aos quais sua família dá nomes no Maranhão, diante da população miserável com índices de desenvolvimento humano indecentes. “Estou rico, sou poderoso, o Maranhão que vá p’ro inferno e o Brasil p’ra cucuia, rá, rá, rááááá”... Finalmente, há registros dos impropérios que V. Exa. Metalurgíssima disse sobre ele quando ainda não eram amigos de infância. Com esses elogios ao fundo, Sarney se curva e beija a mão de Lady Dil, exibindo farta dose de brilhantina nos cabelos ralos e sem tremer o bigode... Encerrando, na tela é estampado um pensamento de escritor brasileiro nordestino que sabe das coisas: “A política casa a gente até com morfético”.

RENAN, O PAI DA FILHA DA OUTRA: a fita abre com dona patroa na maior cara de corna conformada, fazendo posse de esposa sacrossanta no plenário, enquanto a amante de Calheiros posa pelada para revista. Renan achaca algumas empresas que pagam a pensão da criança por ele, calando assim a boca da mãe da criança, mas de repente ela se cansa do anonimato e pensa que pode ganhar muito mais se abrir o bico para a imprensa, quem sabe até um programa em rede de tv aberta e vrummm! Conta tudinho. O enredo mostra fazendas, bens a rodo, açougues fantasmas, gado de corte ilusionista, oligarquia e muito dinheiro, riqueza mesmo. Sempre sentado na cadeira do Senado, Renan Calheiros canta “daqui não saio, daqui ninguém me tira”, trilha sonora do filme. Destaque para sua cara talhada em madeira.

DEPUTADO PRUDENTE, O FILHO DA MEIA CHEIA: foi escolhido um ator amador com cara de bobo, assim meio leso até, para dar o tom exato do personagem, que passa o filme todo a repetir “não tem nada a ver”, com a boca meio torta e as meias pesadas de dinheiro. A história é revoltante, mas reveladora, pois mostra que mesmo um pé de chinelo qualquer tem chances de roubar muito e ficar rico em Brasília.

LADY DIL, A FILHA DE UMA CANCELA BATEDEIRA: mostra a personagem desde mocinha, mas já barbarizando em assaltos, sequestros, ataques terroristas. A seguir, vem a fase dos diplomas falsos e a mão de ferro na Casa Civil, quando ela desaparece com uma funcionária da Receita Federal a golpes de agenda. Há a descrição da candidatura deslavadamente fora de hora, ela inaugurando de poste de luz a penico de louça, sempre acompanhada de O Cabra. Como não se encontrou atriz à altura da biografia porque era preciso uma mulher víbora, Ana Carolina Jatobá aceitou o papel (fase jovem), tendo filmado nas horas vagas do presídio, uma vez que passou com louvor no teste do bico pedante e do coração de pedra.

ZÉDIRCEU, O FILHO DA PUCA: a seleção para o papel principal foi difícil por exigir de cinco a seis atores, devido às muitas caras (de pau, de sem-vergonha, de larápio, de artífice do mensalão...) do biografado, mas o filme ficou ótimo. Muita ação com locações em Havana (curso de guerrilha, charutos, deboche democrático), no Sul do Brasil, em clínicas de cirurgia plástica e nos bastidores de Brasília. No final, ZéD recebe um golpe mortal de Roberto Jefferson e se dissolve no ar, mas reaparece, mais uma vez repaginado, cuspido e escarrado um clone do Ernest Borgnine na fase madura do americano. O espectador se pergunta o que faz o velho ator dos faroestes na fita e que cabelos são aqueles... É então que ZéDirceu se enrola em uma cortina e fala, com voz gutural e ameaçadora: “Sou consultoooor, eu nunca fui embora, mas estou sempre de vooooolta, arrááá!”

MARTA SUPLICY, A FILHA DO TV MULHER: o filme ainda está enrolado porque apesar de terem aparecido diversas loiras para o papel da biografada, nenhuma delas relaxou e gozou direito nos testes, não tinham a menor pinta de socialite. Se não houver outra opção, por critério de beiço, Donatella Versace será escalada. Para cenas de risco e pobreza, como visitas às favelas e comer pastel de feira, Martaxa terá a Primeira Galega como dublê – um papel perfeito para ela porque não tem falas, só poses. A produção ainda está em andamento, aguardando a decisão do PT sobre a candidatura ao governo de São Paulo. De repente muda tudo e será filmada a opção 2, MENINO PALOFINHO, O FILHO DA REPÚBLICA DE RIBEIRÃO; ou ainda a 3, CIRO, O FILHO BOCA GRANDE DE DONA MARIA (AQUELA DA VIAGEM À NY...)

ARRUDA, O FILHO DO PANETONE QUE PARIU: Muitos atores com cara de fuinha foram convidados para o papel-título, mas ninguém aceitou e ainda se ofenderam com o convite – eles consideram Arruda um canalha. Como o ator-vereador Sérgio Imoraes, de Santa Cruz-Credo Ave Maria Jesus Acuda do Sul se lixa p’ra tudo e todos, topou ser protagonista e ficou bem na fita – é um artista de grande experiência no ramo, dispensou a direção. O filme é nojento, muito roubo, muita falcatrua, mas tem seu lado ternura porque o governador chora bastante e pede perdão. Também manda descer o cacete em manifestantes, mas isso não pega nada contra ele. Tem ainda a participação de bela atriz coadjuvante, uma jovem de olhos azuis que parece filha do careca mas é, na verdade, ex-mulher dele que, depois de mamar bastante, quando vê vaca a caminho do brejo, dá um empurrãozinho na forma de entrevistas reveladoras sobre conluios, dinheiro sujo, etc. E pede sua parte no butim, afinal fez sacrifícios de monta, ô, se fez...

DOCA publicou esta crônica em: http://www.papolivre.com.br/,