sexta-feira, 16 de abril de 2010

OS FORAS DA DILMA



Franklin Martins, o todo poderoso ministro da propaganda de Lulla, está desesperado com os foras que dá a candidata Dilma Rousseff a cada vez que se pronuncia de improviso, depois é aquele trabalhão para corrigir a burrada, para não dizer outra coisa... Como seu mestre Lulla, ela é um poço de irreverência!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

MONTESE, 14 DE ABRIL DE 1945




Montese, 14 de abril
15 de abril de 2010, em História, por Guilherme Poggio

Sérgio Paulo Muniz Costa (*)

Havia uma tropa que não distribuía a comida que sobrava nem queimava o excedente para evitar contaminações: a do Brasil

No momento em que o Estado brasileiro ainda debate sobre o cumprimento de um acordo diplomático de extradição com a Itália, a respeito do senhor Cesare Battisti, é oportuno destacar que ontem, dia 14 de abril, completaram-se 65 anos daquela que pode ser considerada a maior vitória da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária nos campos de batalha da Itália.

Montese foi o pontapé nas dobradiças que ajudou o 4º Corpo de Exército norte-americano a arrombar uma porta da linha Gêngis-Khan, a última linha defensiva germânica.

Foi a primeira grande vitória obtida exclusivamente pelos brasileiros, da maneira brasileira, com a participação de batalhões dos três grandes e tradicionais regimentos de infantaria originalmente sediados nos Estados de São Paulo (o 6º), Minas Gerais (11º) e Rio de Janeiro (1º).

A manobra continha a ideia da moderna infiltração, hoje familiar à nossa infantaria, e o êxito em muito se deveu à ação audaciosa do pelotão do tenente Iporã Nunes de Oliveira, do 11º RI, de Minas Gerais.

Surpreende constatar que a passagem das tropas brasileiras no norte da Itália está nítida na paisagem e nas pessoas da região da Emilia-Romanha. Monumentos de eloquente singeleza feitos pelas municipalidades locais despertam emoção em quem lê os agradecimentos pela participação brasileira na luta pela liberdade e pela democracia.

Préstimos e sorrisos se abrem a quem pede informações sobre os locais por onde passaram os brasileiros, e se apontam as alturas onde lutaram “i soldati brasiliani”.

O monumento brasileiro no sopé de Monte Castelo está no lugar certo.

Não é preciso conhecer a história ou a ciência militar nem ler o texto correto que ali se encontra, castigado pela neve e pelo vento gelado, para pressentir o campo de batalha, onde honra e sacrifício arrostaram as metralhadoras e morteiros alemães.

Dali, voltando o olhar para o sul, pode-se perceber a famosa estrada 64 serpenteando ao lado do Reno na direção de Pistoia, por onde fluíam para a luta os suprimentos e reforços e refluíam os feridos e mortos.

O monumento votivo militar brasileiro em Pistoia é um lugar de paz, ao lado do pequeno cemitério que a comunidade resolveu limitar para dar lugar aos mortos brasileiros que ali repousaram. O pároco local, percebendo brasileiros, apressa-se em lhes entregar lembranças e folhetos do monumento.

O que ficou em todos esses locais por onde passaram as tropas brasileiras? Por que essa memória dos brasileiros, que nem maioria eram naquela Babel de tropas aliadas?

Os números da FEB, segundo padrões brasileiros, impressionam até hoje -cerca de 25 mil homens e mulheres-, mas não eram predominantes. A dimensão do esforço e dos feitos da divisão de infantaria da FEB parece ainda não ter sido notada pelos historiadores brasileiros. Assim, não é de se esperar que o seja por estrangeiros.

Uma pista veio da curiosidade de um adido militar brasileiro, impressionado com a disposição de um italiano em ceder o terreno para acolher um monumento brasileiro.

O proprietário, percebendo a pergunta não feita, antecipou-lhe a resposta: “Nós não esquecemos”. Havia uma tropa que não distribuía a comida que sobrava nem queimava o excedente para evitar contaminações.

Ela dividia sua comida com os habitantes e as crianças entravam na fila antes dos soldados. Eram os brasileiros.

Após a rendição alemã, o Brasil declinou do oferecimento de um setor de ocupação aliado na Áustria. Fez bem. Das guerras, o país ficou apenas com lembranças, e, se andou pelo lado certo da história, muito deve à cordialidade, seu traço cultural distintivo.

Mas não foi só isso. Uma sensata tradição diplomática de respeito ao direito internacional deu-lhe credibilidade, um patrimônio a ser preservado com a atuação equilibrada do governo brasileiro nos grandes temas da política internacional.

O que, no caso da extradição com a Itália, recomenda o afastamento de qualquer decisão política que ameace a amizade e o reconhecimento dos italianos a tudo aquilo que o Brasil lá deixou em prol dos direitos dos povos.

As lembranças de guerra do Brasil estão vivas no bom combate que travou na luta pela paz. Preservemo-las.

(*)SÉRGIO PAULO MUNIZ COSTA é historiador. Foi delegado do Brasil na Junta Interamericana de Defesa, órgão de assessoria da OEA (Organização dos Estados Americanos) para assuntos de segurança hemisférica.


GENUÍNO É CONTRA O PROJETO FICHA LIMPA

O que temos visto nos últimos dias com respeito ao Projeto Ficha Limpa deixa bem claro que nossos políticos, salvo as raras e honrosas exceções, não querem saber de "ficha limpa" pois a maioria deles seria atingida. Não querem, porque não querem que o Projeto passe do jeito que está. Alega o Deputado Genuíno, aquele mesmo do "mensalão", irmão daquele que foi preso no Aeroporto de Congonhas com US$ 100 mil na cueca, lançando uma nova moda, "cuecão-carteira", que o projeto como está cerceia o direito de defesa, o que não é verdade, já que o cidadão já teria sido condenado em primeira instância, ou seja, não tem a ficha limpa. Ora, quer o deputado e seus amigos de maracutaia, que só sejam punidos depois de esgotadas todas as possibilidades de defesa, o que, na prática levaria anos e anos, como bem sabemos. O que é ficha limpa, no entender das pessoas de bom senso? É alguém que não tenha nenhuma mancha, conduta ilibada, digno de representar o povo numa assembléia. Do jeito que as coisas estão caminhando vai ficar tudo com dantes no quartel de Abrantes, como diz o velho ditado! Também, quem mandou os paulistas votarem na criatura?

PROJETO FICHA LIMPA


O Projeto Ficha Limpa, estribado em um milhão e seiscentas mil assinaturas esta sendo mandado para a gaveta pela base governista, aqueles mesmos apoiadores do governo mais ético que já tivemos: PT, PMDB, PP, PR e PTB que se recusaram a assinar o pedido de urgência, assim, mesmo que algum dia venha a ser desengavetado, não será para esta eleição que entrará em vigor. Também o que se esperar de uma câmara dominadas por corruptos que se locupletam com as verbas do erário, que tem como meta o poder e a riqueza?


Publicado: Metrô SP 16/04/2010 , Estadão ONline em 19/04/2010, Jornal da Tarde 21/04 e Gazeta do Sul RS em 211/04

terça-feira, 13 de abril de 2010

QUESTÃO DE RESPONSABILIDADE

Incrível como as coisas mudam, o PT, quando oposição, martelava o governo de então querendo aumentos cada vez maiores para salário mínimo e aposentadorias e pensões, hoje, no governo, acha que 7% já está bom demais, assim afirmou o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), dizendo que o aumento de 7% para o aposentado com mais de um mínino é: - “Questão de responsabilidade”, e fim de papo! É isto ai aposentados e pensionistas, o PT conta com o seu voto... para os eleitoreiros projetos do PAC, inclusive com protestos sobre a fiscalização do TCU e para o bolsa-família tem verba sobrando!
Publicado Diário de São Paulo 26/04/2010

MST À SOMBRA DO PNDH-3


Mais uma investida do MST em Pernambuco
Paulo H. Chaves

Cerca de 500 famílias ligadas ao MST participaram ontem de três invasões e uma re-invasão no Pernambuco, marcando o início do “Abril Vermelho-sangue”. A primeira invasão foi no início da manhã de ontem, no município de Maraial, de duas propriedades do engenho São Salvador.
Na sequência, outras 300 famílias tomaram as terras da fazenda Salgadinho, na cidade de Tacaratu, no sertão. Em Caruaru, localizado no Agreste, 130 famílias participaram da reocupação do engenho Poço das Antas, que havia sido invadido pelo MST em 2000.
A pauta nacional do MST reivindica o assentamento das 90 mil famílias acampadas em todo o País, atualização dos índices de produtividade, garantia de recursos para as desapropriações de terras e investimentos públicos nos assentamentos. Enfim, tudo que se encontra no PNDH-3 e mais alguma coisa!
Fonte: Agência Estado

VERGONHA - LUIS FERNANDO VERÍSSIMO




Vergonha

Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil

(BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas

conseguimos chegar ao fundo do poço. A décima (está indo longe)

edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira.

Chega a ser difícil encontrar as palavras adequadas para qualificar

tamanho atentado à nossa modesta inteligência.

Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve

seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo,

principalmente pela banalização do sexo. O BBB 10 é a pura e suprema

banalização do sexo.

Impossível assistir ver este programa ao lado dos filhos. Gays,

lésbicas, heteros...todos na mesma casa, a casa dos “heróis”, como

são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que

cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na

TV, seja entre homossexuais ou heterossexuais. O BBB 10 é a

realidade em busca do IBOPE.

Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB 10. Ele prometeu

um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas

parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.

Se entendi corretamente as apresentações, são 15 os “animais” do

“zoológico”: o judeu tarado, o gay afeminado, a dentista gostosa, o

negro com suingue, a nerd tímida, a gostosa com bundão, a “não sou

piranha mas não sou santa”, o modelo Mr. Maringá, a lésbica

convicta, a DJ intelectual, o carioca marrento, o maquiador

drag-queen e a PM que gosta de apanhar (essa é para acabar!!!).

Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e

escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do

Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse

nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve

maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda

referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar

se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores

e princípios, da moral, da ética e da dignidade.

Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro

repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão

e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente,

chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos

exemplos de heróis? Caminho árduo para mim é aquele percorrido por

milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede

pública (aliás, todos os professores) , carteiros, lixeiros e tantos

outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas

exercendo suas funções com dedicação, competência e amor e quase

sempre são mal remunerados.

Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida

por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a

isso todo santo dia.

Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças

complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais

saudável e digna. Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e

beneficentes, Ongs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam

ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de

nossa eterna heroína Zilda Arns).

Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam

suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como

mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria

Rede Globo.

O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não

acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos

telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro

estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à

criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e

moral. São apenas pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol,

fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao final do programa,

o “escolhido” receba um milhão e meio de reais. E ai vem algum

psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o

comportamento humano". Ah, tenha dó!!!

Veja o que está por de tra$$$$$$$$$ $$$$$$$ do BBB: José Neumani da

Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de

pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta

centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e

setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil

reais a cada paredão.

Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse

dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação,

ensino e saúde de muitos brasileiros? (Poderia ser feito mais de 520

casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores)

Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e

indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de

telespectadores. Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um

poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir

ao cinema..., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e

jardins... , telefonar para um amigo... , ·visitar os avós... ,

pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente

dormir. Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e

destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído

nossa sociedade.

_______________________________

/Esta crônica está sendo divulgada pela internet a milhões de e-mails./

*/Luis Fernando Veríssimo /*/

É cronista e escritor brasileiro/


segunda-feira, 12 de abril de 2010

ARRUDA LIVRE...


Demorou, mas o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda deixou a prisão, há pouco, após ter liberdade concedida, por oito votos a cinco, pela Corte Especial do STJ. Era de se esperar que ele acabasse por ser liberado, apenas a gente queria que ele ficasse um pouquinho mais. Você já viu político ficar preso muito tempo?
Publicado em 14/04/2010: Metro SP
O Dia RJ
Correio da Bahia BA
Diário de São Paulo 25/04/2010

LULA E BUMBA - GUILHERME FIUZA


As linhas que se seguem não fazem o menor sentido no ano da graça de 2010. No presente momento histórico, como se sabe, o presidente da República Federativa do Brasil adquiriu imunidade verbal.

Daqui a uns dez anos – ou serão necessários 50? – valerá a pena refletir sobre o comício feito por Luiz Inácio da Silva no auge de uma das maiores calamidades urbanas já sofridas pelo país por ele governado.

Enquanto autoridades batiam cabeça diante de dezenas de vidas indo embora morro abaixo, em Niterói, no pior dos desdobramentos da tragédia do Rio, Lula ria. Apresentando o slogan “Ela é Dilmais” a uma platéia de puxa-sacos em Brasília, o presidente evoluía num palanque festivo do PCdoB: urrava palavras de ordem eleitorais, disparava mensagens tresloucadas para promover sua candidata.

Num dos momentos de maior excitação, Lula resolveu dar um salto mortal sobre as leis, afrontando a Justiça (que o puniu por propaganda eleitoral fora de hora):

“Não podemos ficar subordinados ao que um juiz diz que podemos ou não fazer”.

É curioso que a vida siga seu curso normal depois de uma frase dessas, dita por quem a disse. Se algum outro brasileiro tivesse a imunidade verbal de Lula, certamente responderia:

“Não podemos ficar subordinados a um presidente que nos convida a esculhambar o estado de direito.”

O lixo retórico de Lula é idêntico ao lixo físico do Morro do Bumba, que foi abaixo soterrando dezenas de casas: são atos de descaso com as regras, com a sociedade, com a vida. Parecem inofensivos. Mas são trágicos.

Ainda bem que o Brasil está anestesiado pelo lulismo.

Seria muito doloroso para essa gente ver o presidente da República, na noite da quinta-feira fatídica, animando festa eleitoreira, ridicularizando as instituições nacionais e fazendo saudações ao “amigo Ahmadinejad” (o tarado atômico do Irã).

Daqui a meio século talvez a anestesia passe, e o Brasil se envergonhe desse palanque à prova de chuva e de dor.

(Guilherme Fiuza -Revista Època)

CANGALHA NA LEI - DOCA RAMOS MELLO


Eu digo que todo mundo aqui é ignorante e muita gente fica me olhando com desdém, havendo quem se afaste mim por conta de minha conclusão, mas eu não arredo pé dela: este país está dominado pela ignorância. Quisera eu que, ao contrário disso, o vírus da paz (que V. Exa. Metalurgíssima, por questão de modéstia ímpar, não declarou ser (nele) acompanhado do micróbio da competência atroz, da bactéria da beleza no linguajar e na realeza implícita) campeasse por nossas bandas tupiniquins, porém o que vejo é desolação. Pobreza, insensibilidade. Falta de visão, generalizada. Complexo de colonizado. Cabeça baixa e burrice. Lerdeza. Ignorância, ignorância, ignorância.

Que país!

Não fosse a gerência cabrística de porte e o Brasil já teria desembocado no mesmo local onde vacas conhecidas do anedotário popular ora dormitam, ora pastam no lodo, ou seja, o brejo. Entretanto, ainda persistem aqui e ali resistências vindas do poço de ignorância que só faz aumentar assustadoramente, ai de nós, que nem todos compreendemos o ensinamento do nosso luxuriante guru. Sorte que O Cara é, antes de tudo, um topetudo, uma rocha que não se abate diante de nada! Acaso intimidou-se com a questão mensaleira? Por algum minuto que fosse deitou maldade sobre seu fiel escudeiro ZéDirceu, o consultor internacional, quando todo mundo apontava o dedo contra ele? Postou-se do lado contrário a bichos inventados pela mídia preconceituosa como sanguessugas e aloprados? Relegou Sarney ao sereno? Criticou Geddel pela ajuda imprescindível às enchentes que tanto fazem sofrer a Bahia de todos os afoxés? Aliás, para dissipar as investidas das Maldadebras, tratou foi de assinar decreto instituindo o Dia do Acarajé, numa demonstração de feeling e afeto à comida baiana, ôxente!

Aguardemos outras iniciativas indispensáveis para o bem do povo, como o Dia do Pão de Queijo, o Dia do Caldo de Cana, o Dia do Açaí, o Dia do Frango com Farofa, o Dia do Pequi, o Dia do Tacacá na Cuia, o Dia do Pato no Tucupi, o Dia da Empada... Há tanta coisa por fazer num país onde até ontem só se falava em iguarias francesas, num flagrante abandono das comidinhas caseiras e folclóricas...

E agora, portento dos portentos, aí está V. Exa. Metalurgíssima a dar rumos novos para essas porcarias do atraso que uns e outros chamam de Leis. E Lei serve para encher barriga? Evita morte por desabamento de terra? Segura casa em cima do lixão? Previne crimes, epidemias, diarreias, assaltos? Faz o pobre mais feliz? Orienta o cidadão? Compra o bujão de gás? Protege a sociedade? Melhora o nível cultural do povo? Faz alguma coisa que preste neste mundo de Deus, enfim?

N-A-D-A!

Portanto, é de se entender que também de nada sirva neste momento de eleições, a não ser para tumultuar o processo e atrapalhar os discursos de quem tem o direito de falar o que bem quiser, como quiser, onde lhe aprouver e no tom que lhe der na telha, direito esse conquistado nas urnas, no Bolsa-Família, no aparelhamento do Estado, na Sofisticada Organização Criminosa montada no Planalto, no apadrinhamento dos companhêros, ora bolas! Então um sujeito adorado como nunca antes neste país, O Cabra que inventou o Brasil, matou os males todos que assolam a população sofrida, inclusive dando golpes de faca afiada numa língua insolente que sempre foi pedante a ponto de exigir plurais e concordâncias absurdas, pode ser tolhido na sua jornada para emplacar Lady Dil, aquele docinho de coco de ministra?

C-L-A-R-O Q-U-E N-Ã-O!

Ainda bem que ele não se intimida com nada e meteu bronca no Judiciário, essa besta do apocalipse do atraso, essa flauta encantada que arregimenta burrices, esse canto da sereia cega e desafinada, e foi só falando do absurdo que é um juizinho qualquer, uma leizinha sacana, um tribunalzinho chinfrim desses tantos que vivem fuxicando por aí, ditar o que ele pode ou não pode fazer na campanha, quá, quá, quá, quem esse pessoal pensa que é? Pois é aí que reside mais um poço de ignorância a atravancar o progresso do país! Ele é o Cabra, deixemos tudo nas mãos do nosso Guru, porque ele, grande guia, sabe o que é bom p’ra nós, conhece o caminho das pedras, pois foi o escolhido entre nós para ver a luz vindo do útero da única mãe brasileira e quiçá internacional a ter nascido analfabeta, com a graça do Senhor Divino, eis que as demais já vieram ao mundo versejando, poetando, caderno e lápis à mão para deitar discursos e cartas, mensagens e idiossincrasias, uma barbaridade com todas as letras do alfabeto, Deus nos defenda dessas criaturas! Ele é O Cara, sua família é também a única a merecer o título de semelhança com a de Jesus Cristo, a quem um dia aconselhou a conversar com Judas – e a Bíblia teria sido melhor e mais profícua, seu ensinamento conteria mais vigor, se V. Exa. Metalurgíssima tivesse vivido naqueles idos, a história da humanidade seria bem outra... Quem sabe Cristo nem tivesse sido crucificado!

Porém, quis a Divina Providência que a alma de V. Exa. Metalurgíssima encarnasse aqui, nos tempos modernos, via Garanhuns, para que pudesse cumprir seu destino de redentor desta nação. E que fazem as chamadas Leis diante desse ser exuberante? Pois pretendem com artigos solertes, cartas magnas esdrúxulas, decretos, incisos, parágrafos e covardia de letras, colocar obstáculos à grande obra desse criador, o inventor do Brasil! Pode isso? Não pode. Mas a Lei insiste...e MULTA! É o fim do mundo, o negrume da ignorância completa, o limbo da cidadania, o inferno de Dante, a derrocada do bom senso...

DE-LEN-DA EST CAR-TA-GO!!!!

Estou-me me oferecendo para ajudar a pagar as multas, se bem que V. Exa. Metalurgíssima, do alto de sua majestade, tenha gargalhado à solapa do expediente, da mesma forma que escarnece de tudo que não tenha saído de seu gênio inventivo, de sua iluminada cabeça, da ponta de seus dedos milagreiros, de sua garganta de ouro. Por sobre tanta ignorância, paira rindo à larga e sacudindo a pança, como lhe cabe à soberana pessoa, dando bom exemplo de como os demais brasileiros devem reagir quando a tal de Lei se debruçar em cima deles: que ninguém dê a menor bola! Quem precisa de Lei para viver, progredir e ser feliz neste país, quando a tábua de todos os ensinamentos e providências está contida nas parábolas emitidas pela voz de taquara rachada de nosso honorável líder? Para ele, vale o assegurado ao tempo de D.João: “O Rei é a Lei animada sobre a terra e pode fazer Lei e revogá-la quando vir que convém assim fazer”. Agora me diga, quem é o Rei aqui...? Portanto, a Lei que vá pentear macaco...

DOCA publicou esta crônica em http://www.papolivre.com.br