Porque não existe paz

No dia 26 de janeiro último, o Papa
Francisco, após rezar pela paz entre Rússia e Ucrânia, soltou duas pombas,
símbolo da paz. Como se nota na foto, as pombas foram atacadas por uma gaivota e
depois por um corvo.
Nunca se falou tanto de
paz como em nossa época. Entretanto, nunca houve tanta
violência!
Os confrontos entre
Israel e o Hamas ameaçam transformar-se numa nova guerra geral. O mesmo se diga
das incursões russas na Ucrânia para desestabilizá-la. Há ainda a proclamação
ameaçadora de um Califado no Iraque por muçulmanos anticatólicos, primos dos que
entram às torrentes nos países europeus como imigrantes.
Na Nigéria, a
perseguição mortífera aos cristãos tem o caráter de genocídio. No Afeganistão,
os talibãs impõem pela força das armas seu Alcorão a uma população aterrorizada.
Na vizinha Colômbia, os guerrilheiros das FARC, no seu diálogo com um governo
concessivo e fraco, exigem que suas condições sejam aceitas. Na Bolívia, índios
protagonizam verdadeiras batalhas campais. Na Venezuela, o regime bolivariano
vai se radicalizando. Na Rússia, pergunta-se o que fará Putin, o autocrata
enigmático, com as armas atômicas armazenadas naquele país.
No Brasil, com
complacência das autoridades, os chamados sem-teto criam um clima de insegurança
e agitação constantes, somados aos outros “movimentos sociais” que o decreto
8.243 da presidente Dilma erige em interlocutores do governo, para substituir o
Legislativo. Ainda no Brasil — e em várias partes do mundo — a criminalidade
aumenta assustadoramente. A população tem medo até de sair às
ruas.
Mas a ausência de paz
também se nota de modo alarmante na esfera privada.
Está se tornando comum
filhos matarem os pais por “dá cá aquela palha”. Pelo mundo todo, mães matam os
filhos antes de eles nascerem, por meio do aborto, cada vez mais ameaçador.
“Máquinas da morte” estão sendo usadas em alguns países para produzir eutanásia.
Elas são acionadas por computador pela própria vítima, que aplica em si mesma
uma injeção letal.
Para conter a
violência, de nada adianta ficar somente falando em paz, dizer que esta é
necessária etc. Nesse sentido — como em muitos outros — a ação das associações
de direitos humanos, da ONU, das ONGs, e do que mais se queira, tem-se revelado
totalmente ineficaz.
De outro lado, como
esperar que a violência diminua, com a televisão despejando diariamente sua dose
envenenada de violência e imoralidade dentro dos lares?
Impõe-se uma
restauração moral da sociedade. Sem a prática dos Mandamentos da Lei de Deus,
não há violência que não estoure. Mas para isso seria necessário um empenho
sério e decidido do clero católico, desde os simples sacerdotes até os mais
altos escalões da hierarquia eclesiástica, na pregação da doutrina católica
tradicional. Porém, isso parece ser propriamente o que mais
falta.
Daí aplicar-se a nossos
dias a lamentação do Profeta Jeremias: “Sem responsabilidade, querem curar a
ferida do meu povo, dizendo: ‘Paz! Paz!’, quando não existe paz” (6, 14).
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(*) Gregorio Vivanco
Lopes é advogado e colaborador da Agência Boa Imprensa
(ABIM).
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Prof. Ênio José Toniolo (aposentado da UNESP)