Um flash na comunização da
ILHA DA FANTASIA
Vera Cruz, nas últimas décadas,
tornou - se uma ilha cercada de corruptos por todos os lados. Se fossem apenas
reles ladravazes, tudo bem, mas são criminosos, terroristas, indivíduos da pior
espécie.
No início, na colossal ilha abundavam
os indolentes nativos. Eram silvícolas que gozavam das riquezas da terra, viviam
em paz, cantavam adoidados e promoviam orgias sacanas em determinadas épocas que
chamavam de carnaval.
Depois vieram os negros. Trouxeram
crendices, muita dança folclórica e se adaptaram e proliferaram no novo
paraíso.
Mas um dia, chegaram à ilha os
subversivos e terroristas, que valendo - se da baixa cultura existente,
aproveitaram - se da boa fé popular e se proclamaram enviados dos deuses. Vamos
apelidá – los de Grão – Senhores.
As lanças, os arcos e a flechas,
considerados perigosíssimos, foram queimados, e adotadas a foice e o martelo
como as armas oficiais da ilha.
Era uma milenar tradição local, o
“jeitinho nativo de ser”, hábito salutar de levar vantagem em tudo,
transformado pelos novos donos no “meu jeitinho cretino de ser”, cacoete
do próprio em levar e até arrancar proveito em tudo e de todos.
Subvertendo a inofensiva inocência,
decretaram que a ilha sofreria uma total lavagem cerebral, que o passado não
existia, apagaram a sua história e expurgaram os seus antigos
heróis.
Para isso, aplicaram a teoria do
“dividir para vencer”, e de os “fins justificam os meios”, o que
aniquilou com a maioria silenciosa e atraiu para o seu terreiro, as
minorias, os incompreendidos. Assim, atingir ao orgasmo da dominação foi como
tirar doce de uma criança.
Depois, desprezando a miscigenação,
determinaram o predomínio dos negros, pouco se lixando para os seculares
moradores da terra. Do mesmo modo, decretaram um tratamento especial para os
nativos e nativas pouco afeitos ao sexo oposto, e os denominaram
como enviados, grupelho de seres especiais por suas esdrúxulas
preferências.
Assim, de proibição em proibição,
foram criando uma série de tabus, mas patrocinando outros; proibiram - se a
ingestão de uma simples cuia de bebida e a palmada nos curumins travessos; em
compensação liberaram e lideraram a corrupção, abençoaram a impunidade e
socializaram o consumo de drogas, cooptando mais uma tribo de
inconsequentes zumbis para o seu curral.
Quanto às terras, tiravam dos que
tinham, não importando o sacrifício que padeceram para obtê – las, e as doavam
para os desocupados. Como estes eram às centenas, mais um bando de votantes
engrossou as suas hostes.
E o tempo passou, com novas
crendices, com novas práticas, até impuseram aos seus súditos a total adoração
“do tudo pelo social” e, como primeiro passo, decretaram que nem todos
são iguais, pelo menos diante deles.
Em consequência, surgiu uma nova
casta de indivíduos, os fora – de - série que durante certo período,
conforme os interesses dos Grãos – Senhores eram intocáveis.
Em nome da nova ordem, a da
“socialização acima de tudo”, subverteram uma nova mentalidade, adotada
rapidamente pelos juízes, que passaram a atropelar as velhas leis, ao seu
alvedrio. E a máxima “de cada cabeça, uma sentença” passou a ser
praticada à larga. Foi o réquiem da justiça cega, que passou a ter os olhos
arregalados para não prejudicar os seus interesses.
Foi como se uma nova civilização
surgisse, submissa e conivente, que viveu algum tempo alegre, assistindo a
novelas e pelejas de futebol quase que diariamente, e comendo seu pedaço diário
do bolo que era preparado pelos outros.
Passada a euforia, muitos perguntam
até quando haverá bolo para todos, pois a farinha, o açúcar e outros
ingredientes começam a escassear.
Boatos dão conta de que em surdina,
vozes comentam sobre a necessidade de serem banidos os Grãos – Senhores, piores
do que os antigos donos do terreiro, pois escancaradamente, são mais corruptos,
injustos e, ao que tudo indica, como um tsunami de
imoralidade mergulharão a incauta ilha nas profundas do
inferno.
Infelizmente, os Grãos – Senhores
para breve prometem dominar todo tipo de imprensa na tentativa de matar a pau os
propagadores daqueles boatos. Pelo andor da carruagem, dominarão.
Brasília, DF, 16
de novembro de 2012
Gen. Bda Rfm
Valmir Fonseca Azevedo Pereira