segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

BOLSA-NOEL (HO, HO, HO!!!)


Depoimentos:

O Governador do Panetone
Meus amigos, eleitores, brasilienses do meu coração! Estou...snif...chocado com mais essa vilania contra a minha pessoa, por conta de meu...snif...snif...buááá...excelente governo no Distrito Federal e quero, de viva voz e por vontade...snif, snif...absolutamente minha, questão de foro íntimo mesmo, e amor por vocês todos...snif...esclarecer bem essa barbaridade, para que não restem...snif...dúvidas sobre a minha honestidade, ai, buááá, ui, perdão, amigos, mas estou prostrado, snif... É um pesadelo, buááá!!
Juro pela vida de meus filhos...buá...buá...mais uma vez, sou...snif...inocente, eu nunca me permitiria botar a mão em dinheiro sujo e colocá-lo no envelope pardo, sou...snif...homem íntegro, cidadão de bem...snif...snif! Ocorre que recebi uma quantia em dinheiro para...buááá...buáá...comprar pa-pa-panetone para a população carente...snif...pobres coitados que nunca podem comer esse bolinho no Natal, que tristeza...snif...não se pode mais fazer caridade neste país, estamos nos tornando uma nação..snif...snif...snif...sem amor pelo próximo, falta-nos a caridade humana, buááá!!!
Snif...ai, e ainda descobriram o meu segredo! Sim, amigos, snif...snif...ai, oh, sou um homem muito tímido e tenho feito aulas de interpretação teatral para me soltar...buááá...aquela cena, eu lá sentadão na poltrona assim meio recostado e recebendo um pacote de dinheiro supostamente como se fosse um governador corrupto...snif...snif...snif...era só parte do meu ensaio. Fui tão bom ator, convincente...snif...snif...que os inimigos políticos do meu governo aproveitaram a oportunidade para fazer esse escândalo todo, que maldade! Era dinheiro de doação para a compra do panetone, eu só usei a ocasião para ensaiar, pois preciso...snif...snif...ficar mais relaxado diante dos eleitores, era teatro, ai, ui, snif...e me vem o canalha do Barbosa, filma tudo e coloca no ar como se eu estivesse fazendo alguma coisa errada, oh, por meus filhos, parem de me perseguir, não lhes bastou...buá...buá...buá...quando tive de renunciar da outra vez que me deram o golpe do painel? Buáááá...
Em todo caso...snif...digo que a gravação foi manipulada, as imagens não falam por si – garante ninguém menos que V. Exa. Metalurgíssima, o homem mais ético do Brasil - e acho bom o partido pensar...snif...bem, pois se radicalizarem comigo...snif...snif...radicalizo com todo mundo também e aí...buááá!!!

O Deputado da Meia

Acho uma sacanagem ficarem exibindo somente aquele pedaço da fita em que eu ponho um pacotinho de notas na meia, sem explicações detalhadas do ato – fizeram mais ou menos a mesma coisa com Roberto Carlos na Copa, somos dois injustiçados. Ninguém vai me jogar o bom nome na lama, não permitirei que manchem minha reputação, eu nunca enfiei dinheiro nenhum que fosse para proveito próprio em peça de roupa, quem fez isso foi um parente de Genoino, um cara muito sem higiene que encheu a cueca de dólares, vão falar com ele, larguem do meu pé!
Bom, vou ter de abrir um segredo que deveria ficar entre mim e o Arruda, aposto que ele foi cavalheiro e não tocou no assunto, mas agora vejo que não tenho saída, pois estou ameaçado de ser rotulado como ladrão, tem cabimento?
Muito bem, eu falo. Vocês ouviram o advogado do Arruda comentar que aquela grana que o governador apareceu recebendo no vídeo era uma verba de doação destinada à compra de panetones para serem distribuídos à população carente, não ouviram? Pois é. Estávamos, os dois, trabalhando juntos por um Natal mais feliz para essa parcela miserável da sociedade, ele entrou com o panetone e eu com a meia. Aquela meia que tradicionalmente o americano pendura na lareira, entenderam? Nós tivemos a ideia de montar assim o Bolsa-Noel, e eu dei a outra parte do mimo, isto é, a meia recheada com uma pequena verba para que o pobre pudesse comprar alguns presentes para a esposa cansada do trabalho doméstico, para os filhos de pés no chão, a sogra diabética, e por aí vai.
Ou vocês acham que só a zelite pode ter Natal cheio de felicidade...?!
Aí vem um FDP e filma bem o momento em que eu fazia a minha parte, ou seja, enchia as meias, mas apresenta isso num outro contexto, com a finalidade de me meter em encrenca, me enxovalhar o nome, me sujar a reputação ilibada. Entretanto, vai ter volta. Eu me reelejo, quem sabe seja até eleito governador e vou dar uma banana para essa gentinha que adora encher o saco dos políticos. Honestamente, não fosse pela minha vocação de servir, já teria largado tudo, mas entendo que o povo necessita de cidadãos como eu, despojados e de ficha limpa. Portanto, me denigram a imagem o quanto quiserem, isso não vai alterar minha carreira política. Posso até ter de renunciar no momento para evitar amolação, se for o caso, mas volto. E por cima da carne-seca.

A Deputada da Bolsa Grande

Eu vou lutar para emplacar o Projeto Maria Sem-Vergonha, para que nós, mulheres em cargos públicos, tenhamos como nos defender da discriminação sexual e de visual, especialmente. Fui envolvida nesse escândalo só porque sou mulher, baixinha, feia, gorda e peituda (é o mesmo caso da Erundina, coitada, condenada a pagar uma grana enquanto a macharia fica por aí dando risada), aposto que se meu perfil fosse como o da Ana Paula Junqueira, com certeza já teria recebido convite da Playboy para posar nua. E não teria de dar explicações ao Brasil inteiro sobre uma iniciativa caridosa que nós, o grupo filmado, desejávamos manter longe da mídia. Não falam sempre que os políticos querem se promover, aparecer, faturar em cima de qualquer coisa? Pois quando a gente quer ser discreta, olha a mer..cadoria que acontece, meu Deus!
Gente, nós nos unimos para realizar o Bolsa-Noel, simples assim! O Arruda entrou com o panetone, um colega com a meia de dinheiro para os presentes e os demais receberam doações para a compra do Kit Noite Feliz, composto de uma árvore artificial de Natal, dois pacotes com 50 bolas natalinas vermelhas e douradas e um cordão com 300 luzinhas chinesas pisca-pisca. Eu fazia parte deste grupo, fui buscar o dinheiro doado – nessa hora fui filmada -, e com ele comprei milhares de kits. Vocês podem me execrar agora, sou mulher, estou habituada a lutar nesta vida, a sociedade sempre foi muito machista e preconceituosa com o sexo feminino, mas não me demoverão de meus ideais mais nobres, não vou permitir que me discriminem, a minha tranqüilidade vem do Senhor. Sou mulher e não desisto nunca.

DOCA publicou esta crônica em:
http://www.papolivre.com.br/

LEI MARIA DA PENHA PODE SER EXTINTA



Lei Maria da Penha, que pune a violência contra a mulher, pode ser extinta pelo Senado Federal.


Conquista ameaçada. Com apenas três anos em vigor, a Lei Maria da Penha, que pune a violência contra a mulher, pode ser extinta pelo Senado Federal - Wilson Aquino
Nas palestras em que é convidada a participar nos mais distantes rincões do País, a biofarmacêutica cearense Maria da Penha Maia Fernandes costuma contar a história da mulher que a abraçou e, chorando, lhe agradeceu porque, desde que o marido da vizinha foi preso por espancá- la, seu próprio companheiro, temeroso de destino idêntico, nunca mais lhe bateu.
O caso traduz a essência da Lei Maria da Penha: mais do que punir com rigor os agressores, está modificando a cultura brasileira que tolera e considera normal um marido ameaçar, humilhar e até espancar a mulher. No Brasil, onde muitas leis ficam só no papel, esta surpreendeu por sua aplicação rigorosa e imediata.
Entretanto, corre sério risco de ser praticamente extinta. Tudo depende de um projeto de lei em tramitação no Senado. Se aprovado, modifica o Código de Processo Penal, fazendo com que os crimes de violência doméstica e familiar contra a mulher voltem a ser considerados de menor potencial. Na prática isso significa impunidade.
Esses crimes voltariam a ser resolvidos com penalidades pecuniárias, como pagamento de cestas básicas e indenizações. "Estou apavorada com essa reforma", disse Maria da Penha. A preocupação de Maria da Penha, que vive sobre uma cadeira de rodas devido aos tiros que levou de seu ex-marido, um professor universitário que tentou matála por não se conformar com a separação, é a mesma de juízes, defensores públicos e promotores de Justiça que militam na área da violência doméstica.
"A Lei Maria da Penha basicamente é revogada com esse novo Código de Processo Penal", alerta a juíza fluminense Adriana Ramos de Mello, presidente do Fonavid, o fórum que discute a questão da violência familiar. A ministra da Secretaria Especial de Política para as Mulheres (SPM), Nilcéa Freire, também está angustiada. "Esse projeto não pode ser votado da maneira que está porque praticamente acaba com uma lei que a ONU classifica como uma das três melhores existentes no mundo para diminuir a violência contra a mulher", adverte a ministra.
Ninguém é contra a reforma do Código de Processo Penal, que vigora desde 1941. O que aflige é a falta de cuidado da comissão do Senado que redigiu o projeto com a realidade enfrentada pela mulher brasileira. Após a implantação da Lei Maria da Penha, em 2006, as mulheres têm buscado mais os seus direitos.
Dados do Conselho Nacional de Justiça estimam em mais de 150 mil o número de processos instaurados nos Juizados da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher no País, a partir da lei. Desde a sua implantação, mais de 1,8 mil homens foram presos e quase 20 mil mulheres foram beneficiadas com medidas de proteção e segurança. "A minha participação, agora, é coletar assinaturas contra a aprovação dessa reforma", diz Maria da Penha.

domingo, 6 de dezembro de 2009

ZELAYA, O MALA SEM ALÇA.


Mesmo após as eleições hondurenhas, que mostraram claramente que a maioria do povo não quer saber de Zelaya, o Brasil, com seus competentes representantes diplomáticos, insiste na tese do "golpe". Para eles a Constituição de Honduras não existe. Pensam que é igual à nossa, já tão prostituída. Cumprir a Constituição não é "golpe", golpe é tentar burlar seus artigos, inclusive pétreos, como quis fazer Zelaya. Honduras é um exemplo de resistência exatamente ao golpismo popularesco, como fez Chaves na Venezuela e seu hermanito boçal e cocaleiro Evo Morales na Bolívia. As contradições na política externa brasileira são ridículas, como apontou o presidente da Costa Rica e Prêmio Nobel da Paz, Oscar Arias. Dentre elas: o Brasil se apressou em reconhecer as eleições no Irã, onde até as autoridades reconheceram a fraude, adversários políticos foram executados, as prisões estão repletas de "inimigos do regime", em Cuba, há meio século, Fidel e agora seu irmão Raul, governam sem oposição, o "paredon" acabou com ela. Lulla e seu corpo diplomático insiste em não reconhecer o governo eleito, pedindo sanções contra Honduras quando ao mesmo tempo pede o levantamento das sanções contra Cuba. Tem lógica?

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, estendeu uma mão ao presidente eleito de Honduras ao reconhecer que a chegada de um novo governo é uma realidade e que Porfírio Lobo é o melhor posicionado para impulsionar o retorno à democracia. Os membros da OEA se dividem: Estados Unidos, Peru, Colômbia, Panamá e Costa Rica são a favor do reconhecimento, enquanto o grupo bolivariano, capitaneado pelo Brasil, é contra. Enquanto isto, na embaixada brasileira em Tegucigalpa, que hoje nem se sabe se é mesmo embaixada, já que virou um hotel para o Zelachaves, o mala sem alça, e seus acólitos, o Brasil tem um problema a resolver, o que fazer com o chapeludo, já que a Suprema Corte de Justiça do país afirmou, que o deposto presidente não deve ser restituído ao poder e existem ordens de prisão contra ele? Será mais um cumpanhero de Lulla para viver às nossas custas?