Paródia: “Quebro a moral, a honestidade, a ética, a decência, a verdade...quebro tudo como nunca antes neste país, mas elejo o poste que vai guardar o meu posto”. V. E. M.
Mais um golaço jornalístico de Jadilúcia Flores, a repórter constrangedora do jornal A Piada Popular! Ela entrevistou os envolvidos no mais recente escândalo da SOC – Sofisticada Organização Criminosa -: a questão da quebra de sigilo na Receita Federal. Trata-se, segundo a jornalista, de um assunto familiar, pois os entrevistados são parentes próximos. Abaixo, trechos mais importantes dos depoimentos.
Computador da Silva
Bem, se é para defender uns barnabés injustamente acusados no caso, podem contar comigo.
E a verdade é que a funcionária ‘rasa’ Adeildda – com dois dês, não sei se por coisas de mãe ou consulta ao numerólogo -, revelou que o computador dela ‘ligava sozinho’. Pobrezinha, riram muito dela, por isso eu decidi aparecer e dar a cara a tapa, não posso me esconder atrás de um anonimato que nem me interessa porque contra mim, rá, rá, rá, ninguém vai poder fazer nada. Sou filiado ao PT, de sorte que tenho imunidade, faça a besteira que fizer, desapareça com aquilo que me der na telha, invada o sigilo fiscal, bancário ou telefônico de qualquer cristão que me requisitem ou não, etc., desde que eu esteja de bom humor. Porque mal-humorado eu sou o cão chupando vírus.
Meu nome é Computador RF1313-DIL e eu me ligo por mim mesmo, sim! Tenho autonomia há muito tempo, e como me ligo sozinho, faço o restante dos procedimentos também sozinho, quero dizer, entrego qualquer coisa a quem eu tiver vontade, não quero nem saber o nome das criaturas, azar delas, porque sou high tech, independente, o rei da cocada preta, eu mando.
Antes da Receita, tentei trabalhar com minha amiga, a terrorista Wilma, quando ela largou o figurino guerrilheiro para montar uma loja de R$ 1,99. O serviço era moleza, mas a casa faliu porque a proprietária sabia muito bem manejar uma metralhadora, mas nunca entendeu nada de administração de empresa. Então, foi ela quem me trouxe para cá, assim que arrumou uma boquinha no governo, dizendo que fazia isso porque O Cara tinha planos para ela. “Você fica aí quietinho, na sua, vou precisar de seus préstimos mais tarde”, me disse ela com aquele risinho meia boca de coelho das trevas, credo!
Não me encham o saco, eu me ligo só para fazer muvuca, para dar um rolê na vida alheia, adoro uma fofoca! Mas, não mexam comigo porque eu não sou o Delúbio Boca de Siri, se me aborrecerem, conto tudinho de A a Z, olha lá! Comigo ninguém tasca, not with me, guitar. Sou esperto, ligadão, não quero ninguém me ditando regras, portanto dona Adeildda – com dois dês – é inocente. Vão catar piolho em cobra! Inicio, desligo.
Senha da Silva
Acho muito cha-chato...desculpem, fico ga-gaga quando nervosa...vir a público, sou sempre bastante discre-creta, privada até, tenho meus princípios e entre eles, sou pe-pelo esclarecimento das celeumas, mesmo que andem fa-fazendo um ti-ti-ti com meu nome – eu sou a Se-Senha da Tooo-Toninha.
Sim, Toninha fo-foi sincera. Fui usada por ge-gente ordinária, inescrupulosa, que não me respeita a mo-moral e os bons costumes. Eu também trabalho num computador que se li-liga soooozinho, o RF1313-DIL não é o único, aliás eu tambééém sou fi-filiada ao PT, o 1313 se acha... Bom, é bico para essa genta-talha me acessar a torto e a direito, muito embora eu não goooste dessa intimidade no-nojenta, mas vou fazer o quê? Com esse apa-apa-aparelhamento que todo mundo conhece, ninguém está-tá livre de uma m...mmm...dessa, me desculpem o destempero, ma-mas é verdade.
Formiga da Silva
Jesus, oncotô?! Quencossô?! Vixi! Desde os tempos da campanha “ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil” nunca mais me vi tão enrolada, até me escondi badacama de tristeza... Óssócevê se tem base, na o...? Na qualidade de formiga, meu negócio é açúcar messsm, ê trem bão! Sou de Minasss, uai, sô, pão de queijo na veia! Não dou conta de saber quem é a Receita Federal, não fui apresentada. Passem todos muito bem. E não quero mais falar nesse bololô messsm, não tenho nada a ver com o peixe.
Vazamento da Silva
E daí, qualé o pobrema? Sou Vazamento da Silva e não sei de nada, não vi nada, não quero saber de nada. Eu vazo sim, estou vencendo, tem gente que não vaza e está perdendo, rá, rá, rá... Isso tudo só pode ser futrica de gente derrotada, zelite, onde já se viu me arrumar encrenca com a Receita Federal, de quem sou amigo tipo unha e carne, corda e caçamba, gilete e navainha? Ainda bem que Lady Dil - a Barbie Guerrilheira, o Poste de Peruca, a Boneca Terrorista de Ventríloquo -, vai tomar conta dessa casa de mãe Joana, acredito de que isso é batata, estou cada vez mais convencido disso, assim eu vou poder continuar minha obra social, hehehehe...
Sigilo Fiscal da Silva
Sim...? Como...? Entrevista...Sei... É para o Dossiê contra o... só dou entrevista... se for para o Dossiê, cai fora, sua pé de chinelo!
DOCA publicou esta crônica em: http://www.papolivre.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário