Por muito tempo condenamos unilateralmente os analfabetos e os
beneficiários dos programas de inclusão social com direito a voto, o que
resulta na eleição dessa quadrilha que hoje nos governa. A verdade é que não
temos uma democracia representativa. Chegou a hora de mudar o foco da questão.
Esse grande número de eleitores, a maioria do nosso eleitorado, não passa de
massa de manobra na mão dos corruptos, dos verdadeiros ladrões que infestam e
destroem a República há onze anos.
O Poder Legislativo há muito dispensa comentários. Todos sabemos que não
passa de um esgoto, refúgio de bandidos da pior espécie, capazes de, pela
criatividade, cara de pau e a reconhecida impunidade, fazer inveja a todo aquele
pessoal que hoje ocupa os presídios de segurança máxima.
O Poder Executivo, a começar pela chefe, abriga um exército de
incompetentes que está destruindo a infra estrutura do país. A educação, a
saúde, a segurança, a economia estão indo ladeira abaixo, para não falar na
patente tentativa de segregar a sociedade, criando castas de privilegiadas
minorias, que tentam impor regras para as maiorias. Um sujo proselitismo
temperado com hipocrisia.
O Poder Judiciário através de sua Corte Suprema (STF) deixou, à vista de
qualquer cidadão minimamente informado, um regresso civilizatório digno de
terceiro mundo ao encerrar o julgamento do mensalão. A nossa Justiça conseguiu
demonstrar que, em nosso país, uma mentira vale mais que uma verdade; que o
Brasil é um paraíso de ladrões; que a corrupção apesar de endêmica é plenamente
aceitável desde que haja moeda de troco.
Fora da esfera administrativa, vemos mais da metade de nossa imprensa
comprometida com a corrupção, recebendo a superfaturada publicidade oficial a
troco do silêncio sobre toda a podridão que certamente comprometeria o
governo. Nossas maiores empresas privadas contratam obras por valores muito
acima do real e não concluem as obras. Mas, nós contribuintes pagamos a
conta.
Tudo isso é o mínimo que se pode dizer do país hoje. Não estamos vivendo
uma democracia representativa. A quebra das instituições já se faz necessário
para garantir a liberdade e a integridade territorial do pais. Que o próximo dia
31 de Março, 50 anos da tomada de poder pelos militares, sirva para reflexão e
uma melhor avaliação do que seríamos hoje se o chamado golpe de estado não
tivesse ocorrido. Na minha opinião seriamos, no mínimo, uma Cuba gigantesca ou o
território transformado em colcha de retalhos.
Humberto de Luna Freire Filho, médico
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