Gilmar Mendes
diz achar "esquisito" montante de dinheiro arrecadado por petistas.
Notícia publicada pelo UOL sobre comentários feitos pelo Ministro Gilmar
Mendes:
O ministro do STF (Supremo Tribunal
Federal) Gilmar Mendes afirmou nesta terça-feira (4) que acha
"esquisito" os petistas condenados no mensalão conseguirem arrecadar
em poucos dias tanto dinheiro para pagar suas multas e questiona se não seria
lavagem de dinheiro.
"Eu acho que está tudo muito
esquisito. Se a gente aprende a ler sinais vai ver que está muito esquisito.
Coleta de dinheiro, com grandes facilidades", afirmou Mendes sobre as
campanhas na internet realizadas para receber doações destinadas para pagar as
multas do ex-presidente do PT José Genoino e do ex-tesoureiro do partido
Delúbio Soares.
"Agora, dado positivo, essa
dinheirama, será que esse dinheiro que está voltando é de fato de militantes? Ou
estão distribuindo dinheiro para fazer esse tipo de doação? Será que não há um
processo de lavagem de dinheiro aqui? São coisas que nós precisamos
examinar", disse.
O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares
arrecadou mais de R$ 1 milhão, e o ex-deputado José Genoino
(PT-SP) conseguiu arrecadar mais de R$ 700 mil.
Multado em R$ 466,8 mil, Delúbio
conseguiu arrecadar mais de R$ 1 milhão em campanha promovida por companheiros
de partido pela internet. O excedente será usado para ajudar o ex-ministro José
Dirceu a pagar a multa de R$ 960 mil estipulada pelo Supremo.
O valor da multa imposta a Genoino
era de R$ 667,5 mil.
Para ele, a arrecadação de vultosas
quantias em tão pouco tempo é "incomum" e haveria "elementos
para uma investigação" por parte do Ministério Público.
"[E] Se for um fenômeno de
lavagem? De dinheiro mesmo de corrupção? Quer dizer, as pessoas são condenadas
por corrupção e estão agora festejando coleta de dinheiro. É algo estranho. O
Ministério Público tem que olhar isso. Isso [a arrecadação] mostra também bem o
risco desse chamado modelo de doação individual. Imaginem com organizações
sindicais, associações, distribuindo dinheiro por CPF."
O ministro ponderou ainda que é
normal um condenado criticar a sua condenação, mas que "desconfia"
quando isso é feito por outros setores.
"Que um eventual condenado tente
descaracterizar a legitimidade da condenação é compreensível. Agora daí, outros
setores, a gente tem que ficar desconfiado. Então, se a gente olha coleta de
dinheiro, esse tipo de manifestação, serviço num hotel que pertence a alguém no
Panamá por R$ 20 mil, se a gente soma tudo isso há algo mais no ar do que avião
de carreira. Está estranhíssimo", afirmou.
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