segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O TREM-BALA, UMA TRAGÉDIA NACIONAL - NELSON CARVALHO

O TREM-BALA, UMA TRAGÉDIA NACIONAL

Pelo visto, o nosso governo está firmemente decidido a implantar esse projeto absolutamente fora das prioridades nacionais. A criação da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), vulgo Balabrás, não traria nenhum problema maior ao país, salvo a despesa com algumas centenas de funcionários perpétuos e, no máximo, um edifício sede, o que não aumentaria muito o déficit. Seria apenas mais uma tema publicitário do governo, gerador de votos nas próximas eleições. Entretanto, a implantação parece ser um objetivo real e inegociável da nossa presidenta. Pelo visto, vai ser iniciada e, depois disso, ou vai até o fim, a custos (e desvios de verbas para a corrupção) enormes, ou degringola, como o desvio do rio São Francisco, deixando enormes problemas subsequentes. Os trens de alta velocidade, nos países onde existem (os Estados Unidos não o implantaram, apesar de sua extensão territorial ser como a nossa), só foram implantados depois da malha ferroviária normal estar cobrindo totalmente as necessidades do país. Os TAV, ou dão baixos retornos, ou são deficitários. Um luxo de países ricos. Esta decisão, qual seja a de investir num projeto que irá beneficiar uma minoria, de nível de rendimento elevado, em detrimento de setores que estão necessitando urgentemente de verbas para aliviar o sofrimento da população que enfrenta, por exemplo, miseravelmente, as escandalosas deficiências da saúde pública, cujas verbas são insuficientes e - como é normal - com parcelas desviadas é, no mínimo, imoral. Como decidir implantar um caríssimo projeto de ferrovia que só pode receber os TAV, quando não temos uma malha ferroviária normal, que poderia ser utilizada tanto para carga como para passageiros, a custo de uma fração do megalomaníaco projeto? Como saber se, em todos esses anos em que o TAV será implantado, nossa economia poderá bancar o projeto? Nosso Governo não considera os ridículos índices de crescimento da nossa economia antes de entrar num projeto dessa envergadura,(*) que absorverá enormes recursos por muitos anos? Realmente, o subdesenvolvimento se manifesta em todas as oportunidades. Mas, desta vez, vai ficar mais caro. Nelson Carvalho nscarv@gmail.com- São Paulo
(*) sem contar os estádios e outras obras para a Copa e a Olimpíada...

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