segunda-feira, 12 de julho de 2010

LIÇÕES DE CASA - DOCA RAMOS MELLO


Minhas alegrias só aumentam, ainda mais agora, depois de ver e ouvir V. Exa. Metalurgíssima a fazer seu discurso megalomaníaco no lançamento do Brasil para a Copa de 2014, ah, que português magistral... Ainda bem que Deus, sendo Pai, nos deu a versão simultânea, de sorte que boto fé nos intérpretes escalados para a dura empreitada – eles devem ter dado um jeito de deixar a fala do Cabra o mais palatável possível, afinal nós merecemos esse mimo. Afora as gracinhas básicas, nosso inestimável guru sempre se comporta muito adequadamente como animador de auditório, uma maravilha, agora ainda com mais premência porque vislumbra a saída do trono e deve estar a ponto de ter um piriri, oh, como viver sem toda essa badalação?! Como respirar sem os puxa-sacos? Como sentir o coração bater sem as câmeras de tv do mundo voltadas para seu grego perfil...?

Aliás, fiquei sabendo que O Cabra vive seu momento “limbo”, entre o final de mandato e a saída iminente, daí ter atitudes ainda piores que as normais apresentadas, incluindo uma palavra elegante que ele colocou como introdução ao nosso hino nacional... “Porra”, diz o jornal que o filho de Dona Lindu soltou no ar, enfadado por ter de ouvir mais uma vez a melodia oficial brasileira na Copa da África. Se juntarmos esse “adendo” dele com a interpretação e a letra que a cantora Vanusa já deu ao hino, iremos ao delírio cívico, né não?

Eu dizia das minhas alegrias...

Esta semana, tive a oportunidade de ver, em coluna social de alto coturno, a foto da papagaia-mor de pirata do país, “clicada”, como escreveu a colunista, pelo próprio cabeleireiro, para registrar o novo “look” da madame. Se vocês não viram, podem acreditar em mim: nesta novíssima versão, Lady Malê se tornou afinal o mais arredondado clone de Marta Suplicy, enterrando nas calendas os bons tempos de mulher de metalúrgico do ABC, quando, segundo minha amiga Lígia, ia às reuniões de sandalinhas havaianas e cabeleira desgrenhada. Hoje, se ela se apresentar para o Supla na calada da noite, loira, chiquérrima e botocada como a matriz, tenho certeza de que o roqueiro esquisito abriria os braços a berrar “mommy, mommy”!

Uma pausa familiar, com a devida licença dos leitores.

Minha irmã andou tendo ideias em relação a corte de cabelo e enfiou na cachola que deveria experimentar o hair stylist (gente, pobre vai a cabeleireiro, rico tem hair stylist, mas só rico top merece registro do corte capilar para sair depois em jornal, por favor, evitem essa miséria de eu ter de ficar explicando certas coisas que eu própria também não sei direito, nunca fui socialite, jamais almocei com a Lily Marinho, arre égua...) da madame. Desistiu porque contaram a ela que teria de fazer um empréstimo bancário para pagar por tesourada, de sorte que quando falam do moço para ela, minha irmã faz aquela cara de quem não comeu e não gostou, coitada. É coisa de ditado popular – cada macaco no seu galho - que, se ela tivesse sabido respeitar direitinho, jamais ficaria desenxabida como ficou ao ver Marta Suplicy 2, digo Marisa Letícia, enquadrada na coluna, reformadérrima, as madeixas ensolaradas de dar gosto, Smith de Vasconcellos de berço.

Continuando...

Tem horas que a felicidade por ser brasileira quase não cabe no meu título de eleitora e eu fico embasbacada com os candidatos que se apresentam para as próximas eleições. Há uma plêiade de novos nomes, cujas plataformas políticas eu adoraria conhecer, mas não sei explicar direito por que sou meio descrente quanto à existência dessas propostas, enfim...

Temos Netinho de Paula como candidato a deputado, êêê, geeente!!!!! Netinho é aquele pagodeiro que, salvaguardadas as diferenças pontuais, comunga do pensamento filosófico do goleiro Bruno, segundo quem “em briga de marido e mulher ninguém mete a colher” até porque “quem ainda não saiu na mão com a mulher”? Que poeta! O pagodeiro não chegou aos extremos do jogador, graças a Deus, mas também ele saiu na mão com uma companheira, afinal essas moças são muito abusadas... (Também andou esbofeteando jornalistas, mas a mídia, como bem diz O Cara, é uma praga...). Estou querendo saber se a plataforma do artista contempla o assunto, uma vez que ele tem um pouco de prática no caso, mas até o momento não tive acesso a essa informação. A título de colaboração, sugiro que ele, na campanha, parodie Vinicius: “As mulheres que não apanham que me perdoem, mas sair na mão é fundamental”, não ficaria lindo...?

Também nesta semana, fiquei sabendo pelo Estadão que Agaciel Maia sai a deputado distrital em Brasília e, modesto, recatado como só um bom diretor do Senado ligado a José Sarney sabe ser com maestria, disse que deseja “começar de baixo, do primeiro degrau”. De baixo como, cara pálida?! E esse negócio de primeiro degrau significa que pretende galgar a escada toda, é? Jesus-Maria-José!!!!

E já que a política nacional é um setor deveras humorístico – rir é o melhor remédio – eis que entra no ar a candidatura de...Tiririca... Aquele da Fiorentina.

Sem comentários, sem comentários.

Ouvi dizer, mas espero que Deus não permita, ui... Vocês sabem se Sérgio Malandro registrou a candidatura...?

Para fechar a semana com muita criatividade, ética e compromisso com o Brasil, a nossa fulgurante Boneca Terrorista de Ventríloquo asseverou com candura, como se estivesse falando sobre errar na receita de um bolo de fubá, que “assinar sem ler acontece”. Achei muito bonito, esclarecedor, excelente, excelente!!!. É, com certeza, a candidata ideal para substituir um presidente que, declaradamente, não gosta de ler e, portanto, também já assinou papéis sem se preocupar em passar uma vista d ‘olhos sobre as letras chatas. A verdade é que a educação escolar é uma praga que consome rios de grana e não traz dividendos, quem sabe possamos acabar de vez com essa maldita mania de ensinar o povo a ler, ainda mais que ensinamos mal e se lê cada vez pior neste país – para que gastar tanto dinheiro com tamanha besteira?

Portanto, vai tudo às mil maravilhas nesta terra inventada por V. Exa. Metalurgíssima, onde o céu é sempre azul da cor do mar, o samba embala os quadris das mulheres mais desejadas do mundo e Reinaldo Gianechinni e Mariana Ximenez (entre outros) dão, no horário nobre da tv, fartas aulas de como ser canalha em capítulos cheios de charme, beleza, sensualidade e grife...

DOCA publicou esta crônica em: http://www.papolivre.com.br







Nenhum comentário:

Postar um comentário