domingo, 15 de novembro de 2009

A TOMADA DO PODER - GRAMSCI E A COMUNIZAÇÃO DO BRASIL

Antonio Gramsci

Em lugar algum no mundo o
pensamento de Gramsci foi tão
disciplinadamente aplicado como está
sendo no Brasil, agora pelo PT, cuja
nomenklatura governamental segue
com rigor as orientações emanadas
dos intelectualóides uspianos que
dirigem o Foro de São Paulo e que têm
como cartilha os Cadernos do Cárcere,
de Gramsci.
Quem não está familiarizado com as
ideologias políticas, por certo estará
perguntando: Quem foi Gramsci e qual
sua relação com o comunismo
brasileiro?
Antonio Gramsci (1891-1937), pensador
e político foi um dos fundadores do
Partido Comunista Italiano em 1921, e
o primeiro teórico marxista a defender
que a revolução na Europa Ocidental
teria que se desviar muito do rumo
seguido pelos bolcheviques russos,
capitaneados por Vladimir Illitch
Ulianov Lênin (1870-1924) e seguido
por Iossif Vissirianovitch Djugatchvili
Stalin (1879-1953).
Durante sua prisão na Itália em 1926,
que se prolongou até 1935, escreveu
inúmeros textos sobre o comunismo os
quais começaram a ser publicados por
partes na década de 30, e
integralmente em 1975, sob o título
Cadernos do Cárcere. Esta publicação,
difundida em vários continentes,
passou a ser o catecismo das
esquerdas, que viram nela uma forma
muito mais potente de realizar o velho
sonho de implantar o totalitarismo,
sem que fosse necessário o
derramamento de sangue, como
ocorreu na Rússia, na China, em Cuba,
no Leste Europeu, na Coréia do Norte,
no Camboja e no Vietnã do Norte,
países que se tornaram vítimas da
loucura coletiva detonada por
ideólogos mentecaptos.
Gramsci professava que a implantação
do comunismo não deve se dar pela
força, como aconteceu na Rússia, mas
de forma pacífica e sorrateira,
infiltrando, lenta e gradualmente, a
idéia revolucionária.
A estratégia é utilizar-se de diplomas
legais e de ações políticas que sejam
docilmente aceitas pelo povo,
entorpecendo consciências e
massificando a sociedade com uma
propaganda subliminar, imperceptível
aos mais incautos que, a priori,
representam a grande maioria da
população, de modo que, entorpecidos
pelo melífluo discurso gramsciano, as
consciências já não possam mais
perceber o engodo em que estão sendo
envolvidas.
A originalidade da tese de Gramsci
reside na substituição da noção de
“ditadura do proletariado” por
“hegemonia do proletariado” e
“ocupação de espaços”, cuja classe,
por sua vez, deveria ser, ao mesmo
tempo, dirigente e dominante. Defendia
que toda tomada de poder só pode ser
feita com alianças e que o trabalho da
classe revolucionária deve ser
primeiramente, político e intelectual.
A doutora Marli Nogueira, juíza do
trabalho em Brasília, e estudiosa do
assunto, nos dá a seguinte explicação
sobre a “hegemonia”:
“A hegemonia consiste na criação de
uma mentalidade uniforme em torno
de determinadas questões, fazendo
com que a população acredite ser
correta esta ou aquela medida, este ou
aquele critério, esta ou aquela ´análise
da situação´, de modo que quando o
comunismo tiver tomado o poder, já
não haja qualquer resistência. Isto
deve ser feito, segundo ensina
Gramsci, a partir de diretrizes
indicadas pelo ´intelectual coletivo´ (o
partido), que as dissemina pelos
´intelectuais orgânicos´ (ou
formadores de opinião), sendo estes
constituídos de intelectualóides de
toda sorte, como professores –
principalmente universitários (porque
o jovem é um caldo de cultura
excelente para isso), a mídia
(jornalistas também intelectualóides) e
o mercado editorial (autores de igual
espécie), os quais, então, se
encarregam de distribuí-las pela
população”.
Quanto à “ocupação de espaços”, pode
ser claramente vislumbrada pela
nomeação de mais de 20 mil cargos de
confiança pelo PT em todo o território
brasileiro, cujos detentores desses
cargos, militantes congênitos, têm a
missão de fazer a acontecer a
“hegemonia”.
Retornando a Gramsci e segundo ele,
os principais objetivos de luta pela
mudança são conquistar, um após
outro, todos os instrumentos de
difusão ideológica (escolas,
universidades, editoras, meios de
comunicação social, artistas,
sindicatos etc.), uma vez que, os
principais confrontos ocorrem na
esfera cultural e não nas fábricas, nas
ruas ou nos quartéis. O proletariado
precisa transformar-se em força
cultural e política, dirigente dentro de
um sistema de alianças, antes de
atrever-se a atacar o poder do Estadoburguês.
E o partido deve adaptar sua
tática a esses preceitos, sem receio de
parecer que não é revolucionário. Isso
o povo brasileiro não está percebendo,
pois suas mentes já foram
entorpecidas pelo governo
revolucionário que está no poder.
Desta forma, Gramsci abandonou a
generalizada tese marxista de uma
crise catastrófica que permitiria, como
um relâmpago, uma bem sucedida
intervenção de uma vanguarda
revolucionária organizada. Ou seja,
uma intervenção do Partido. Para ele,
nem a mais severa recessão do
capitalismo levaria à revolução, como
não a induziria nenhuma crise
econômica, a menos que, antes, tenha
havido uma preparação ideológica. É
exatamente isto que está acontecendo
no presente momento aqui no Brasil: A
preparação ideológica. E está em fase
muito adiantada, diga-se de passagem.
Segundo a doutora Marli Nogueira:
“Uma vez superada a opinião que essa
mesma sociedade tinha a respeito de
várias questões, atinge-se o que
Gramsci denominava ´superação do
senso-comum´, que outra coisa não é
senão a hegemonia de pensamento.
Cada um de nós passa, assim, a ser
um ventríloquo a repetir,
impensadamente, as opiniões que já
vêm prontas do forno ideológico
comunista. E quando chegar a hora de
dizer ´agora estamos prontos para ter
realmente uma ´democracia´ (que, na
verdade, nada mais é do que a
ditadura do partido), aceitaremos
também qualquer medida que nos leve
a esse rumo, seja ela a demolição de
instituições, seja ela a abolição da
propriedade privada, seja ela o fim
mesmo da democracia como sempre a
entendemos até então, acreditando que
será muito normal que essa ´volta à
democracia´ se faça por decretos, leis
ou reformas constitucionais”.
Lênin sustentava que a revolução
deveria começar pela tomada do
Estado para, a partir daí, transformar a
sociedade. Gramsci inverteu esses
termos: a revolução deveria começar
pela transformação da sociedade,
privando a classe dominante da
direção da “sociedade civil” e, só
então, atacar o poder do Estado . Sem
essa prévia “revolução do espírito”,
toda e qualquer vitória comunista seria
efêmera.
Para tanto, Gramsci definiu a
sociedade como “um complexo
sistema de relações ideais e culturais”
onde a batalha deveria ser travada no
plano das idéias religiosas, filosóficas,
científicas, artísticas etc. Por essa
razão, a caminhada ao socialismo
proposta por Gramsci não passava
pelos proletariados de Marx e Lênin e
nem pelos camponeses de Mão Tse
Tung, e sim pelos intelectuais, pela
classe média, pelos estudantes, pela
cultura, pela educação e pelo efeito
multiplicador dos meios de
comunicação social, buscando, por
meio de métodos persuasivos,
sugestivos ou compulsivos, mudar a
mentalidade, desvinculando-a do
sistema de valores tradicionais, para
implantar os valores da ideologia
comunista.
Fidel Castro, com certeza, foi o último
dinossauro a adotar os métodos de
Lênin. Poder-se-á dizer que Fidel é o
último dos moicanos às avessas
considerando que seus discípulos Lula,
Morales, Kirchner, Vasquez e Zapatero,
estão aplicando, com sucesso, as teses
do Caderno do Cárcere, de Antônio
Gramsci. Chávez, o troglodita
venezuelano, optou pelo poder força
bruta e fraudes eleitorais. No Brasil,
por via das dúvidas, mantêm-se ativo e
de prontidão o MST e a Via
Campesina, como salvaguarda, caso
tenham que optar pela revolução
cruenta que é a estratégia leninista.
Todos os valores que a civilização
ocidental construiu ao longo de
milênios vêm sendo sistematicamente
derrubados, sob o olhar complacente
de todos os brasileiros, os quais, por
uma inocência pueril, seja pelo
resultado de uma proposital fraqueza
do ensino, seja por uma ignorância dos
reais intentos das esquerdas, nem
mesmo se dão conta de que é a
sobrevivência da própria sociedade
que está sendo destruída.
Perdidos esses valores, não sobra
sequer espaço para a indignação que,
em outros tempos, brotaria
instantaneamente do simples fato de
se tomar conhecimento dos últimos
acontecimentos envolvendo
escancaradas corrupções em todos os
níveis do Estado..
O entorpecimento da razão humana,
com o conseqüente distanciamento
entre governantes e governados, já
atingiu um ponto tal que, se não
impossibilitou, pelo menos tornou
extremamente difícil qualquer tipo de
reação por parte do povo.
Estando os órgãos responsáveis pela
sua defesa – imprensa, associações
civis, empresariado, clero, entre outros
– totalmente dominados pelo sistema
de governo gramsciano que há anos
comanda o País, o resultado não
poderia ser outro: a absoluta
indefensabilidade do povo brasileiro. A
este, alternativa não resta senão a de
assistir, inerme e inerte, aos abusos e
desmandos daqueles que, por dever de
ofício, deveriam protegê-lo em todos
os sentidos.
A verdade é que os velhos métodos
para implantação do socialismocomunismo
foram definitivamente
sepultados. Um novo paradigma está
sendo adotado, cuja força avassaladora
está sendo menosprezada, e o que é
pior, nem percebido pelo povo
brasileiro.
O Brasil está sendo transformado,
pelas esquerdas, num laboratório
político do pensamento de Gramsci sob
a batuta de Lula, o aluno aplicado, e a
tutela do Foro de São Paulo.

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