domingo, 7 de novembro de 2010

V. EX.ª CAMARADA ROUSSEF - O PERFIL - DOCA R. MELLO



Bueno, habemus uma presidente. (Tenham pena de mim e não adotem ‘presidenta’, eu não mereço isso depois de oito anos de acredito de que, menas et caterva, mal estou saindo desse buraco...).

Eu lamento, vou lamentar durante quatro anos e digo, desde já, que tenho solenes dúvidas a respeito da Boneca Terrorista de Ventríloquo, mas alimento uma certeza que não me sai da cabeça: de posse da faixa, a caneta na mão e o traseiro na cadeira, a criatura vai mostrar ao criador o que é bom p’ra tosse – quero viver para ver isso, já comprei a poltrona e estoquei a batata frita porque vai ser um espetáculo e tanto, ah, se vai! E falo isso baseada no perfil dela semelhante ao dele, ou seja, arrogante até a medula, ainda que Lady Dil (com a graça do Senhor, que teve piedade de nós nesse sentido) saiba ler, aleluia! Fala atropeladamente, claudica nas palavras, desmonta o pensamento no meio das frases, mas faz isso porque tem um chefe rodando aquela borboletinha de metal atrás dela, ela tem de dizer o que ele diria, pelo menos por enquanto, todavia com concordância melhor, para nosso gáudio, afinal, já é alguma coisa. Enfim, trocamos seis por meia dúzia? Vamos esperar para ver. Aposto no gênio guerrilheiro de Estela, Vilma, Patrícia... Adoro aquela foto dela jovem e empunhando uma arma, que linda!

* Na verdade, após o discurso da vitória, pintou uma luzinha tênue no fundo do túnel, pois se for pelo caminho que deixou antever, quem sabe Lady Dil dê um belo pontapé em esperanças alheias e se dedique a firmar seu nome para ficar oito anos no poder... Tomara! Ao menos O Cara ficará relegado ao raio que o parta e nos deixará em paz. Sem contar que a briga será de cachorro grande, boa de se ver, torçamos...

Aqui, começo a me despedir da expressão ‘V. Exa. Metalurgíssima’, tratamento que criei especialmente para ele enquanto durou-lhe o malfadado reinado. E que inclusive me rendeu uma celeuma familiar com um professor-doutor, parente de meu marido, que me julgou preconceituosa, ora, isso não ficava bem, denotava preconceito de classe, eu devia sei lá o quê, patati, patatá... Deve ser fã de Chico Buarque, outro intelectual com saudade da velha e boa esquerda que O Cabra esfacelou no Brasil. Mas, como nada é eterno e Deus ainda é Pai, olha só, estou-me livrando ao menos oficialmente de V. Exa. Metalurgíssima e posso imaginar o quanto ele próprio deva estar surpreso com isso – como é, então vai acabar mesmo?; vou deixar de ser o presidente?; o Brasil não é meu mais?; onde estão meus puxa-sacos?; quando eu falar merda não vão mais me aplaudir?; vou ter de pagar minhas viagens pelo mundo?; a terra não me idolatra mais?; vou precisar pagar o Wanderley Nunes do meu próprio bolso?!...

Agora, a vida recomeça com V. Exa. Camarada Rousseff – diz aí, ficou bonitinho o tratamento, heim? Melhor que a figura em si, eu acho, aquele armário 7 x 10 com terninho esquisito (Minha amiga Denise fala, com propriedade, no ‘coração’que se instala na traseira da maioria das mulheres que passam pela menopausa, oh, céus, Deus não é muito justo conosco, deve ter ressentimento por conta de Eva, aquela devassa, Paris Hilton do Paraíso; e na televisão, o tal coração fica pior !). O toque meio alemão do tratamento me lembra uma freira, minha professora de matemática no colégio, alemã de berço e nazista por natureza, a quem devo praticamente todos os traumas que sempre tive com a matéria, a ponto de aprender de regra de três a gráfico de parábola sem nunca, mas nunca nesta vida, ter sabido para que servem – sou uma pessoa de letras. Aliás, estudei um rol de itens que jamais usei, matemática é uma coisa muito louca, dou graças a Deus e aos japoneses, pois hoje existem as máquinas de calcular e se pode ser presidente ao menos por aqui não só sem números como também sem letra alguma, sem lenço e sem documento, sem ética, sem conteúdo, só na baba de quiabo – depois dizem que o Brasil é atrasado....

Quem é V. Exa. Camarada Rousseff?

De frente e visualmente falando, lembra um pouco S. Exa. Tiririca, o parlamentar (preciso escusar-me com o professor-doutor, ainda não gravei o nome de pia do deputado, pelo amor de Deus não me fale em preconceito de novo). Salvou-se da comparação na inteireza graças à interferência fashion e socialite de Martox, a rainha do botox, que lhe recomendou um cabeleireiro japonês – como vocês veem, o pessoal da terra do sol nascente não está neste mundo a passeio, o negócio é dominar todos os setores. O moço fez das tripas coração e reinventou um topete à la galo de briga ligeiramente avermelhado com as têmporas afogueadas, bastante apropriado para o tempo da campanha.V. Exa. Camarada Rousseff ficou mais up to date, mais leve, se fez simpática, passeou com cachorrinho, etc., mas sempre fui assombrada por aqueles dentinhos de fora ansiosos para chupar nossos pescoços, credo! O Brasil entra de cabeça na Era da Vampira que veio da Guerrilha!

No discurso da vitória – temos um bom tempo para saber quem, de verdade, levou essa, afinal o poste é apenas a ponta do grande iceberg que cerca nosso Titanic tupiniquim, ai de nós, e o mar não está nem vai estar durante mais quatro anos para o nosso peixinho popular! – vimos Eduardo Cardozo feito um papagaio de pirata atrás da favorita, se esforçando para dar pinta de Aécio Neves, sensual e bonitão, os dedos ávidos por entre os cabelos, na maior pose de celebridade diante de paparazzo. E Antonio Palloci com sua lingüinha presa (boa parte dela ficou atada à República de Ribeirão Preto e ao caseiro Francenildo, o moço não é fraco, não) à lateral, de olho na carne-seca. Fora o prestimoso presidente do partido da eleita, aquele homem extremamente elegante, cortês, distinto, fino, cavalheiro, sensato e equilibrado, mais uma mulherzinha loira e gordota que me lembrou alguém com seu nariz enfiado no canto da tela da tv o tempo todo que durou o pronunciamento.

Last, but not least, Michel Temer, o Máscara, fazendo as contas e armando o bote, V. Exa. Camarada Rousseff que ponha os dentinhos de molho...

Se ouvi bem, felizmente a presidente eleita prometeu liberdade de imprensa. Como Franklin Martins e a cambada em geral têm ideias outras sobre o tema, aguardemos para ver com quem está essa cocada preta.

Para V. Exa. Metaturgíssima, desde já, meu adeus em regozijo. Eu ainda acho preferível a favorita a ele e sua retórica insuportável, sua megalomania, seu autoendeusamento. Aliás, tenho de agradecer muito a Deus pela oportunidade de vê-lo sair de Brasília, porém espero, com fé redobrada, ver muuuuuuito mais!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Para isso, conto com quem fez caras e bocas até aqui, aposto na sua revelação e torço pelo seu sucesso por esse caminho, afinal, vencemos a barreira do elogio à ignorância e a nova presidente – oh, glória!!!! – sabe ler! P’ra mim, em confronto com aquele que sai, já está de bom tamanho, depois de oito anos de agruras, aprendi a ser humilde nos meus sonhos...
DOCA publicou esta crônica em: http://www.paolivre.com.br











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