terça-feira, 30 de março de 2010

MOMENTO DEO GRATIAS! - DOCA RAMOS DE MELLO


Hoje, tenho o coração repleto de agradecimento, portanto venho em missão de ajoelhar-me sobre o milho para fazer jus à bondade divina, que derrubou sobre mim suas bênçãos, hosana nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade! Ou, como dizem os arautos dos direitos iguais e seus balangandãs, ignorando sobremaneira os preceitos da língua-pátria, aos homens, mulheres, gays, lésbicas, bissexuais, transex, e simpatizantes de boa vontade. Não será em cima de mim que essa gente politicamente correta, chata e desconhecedora de regras gramaticais vai crescer para me aborrecer o juízo, eu não durmo de touca. Digo agora, como o fazem todos os bandidos, traficantes, ladrões, malfeitores, cafajestes, gentalha et caterva, enfim, a fina flor da ladinagem corrente alimentada pelas mensagens inócuas de mídia, que quero agradecer primeiro a Deus, depois à mamãe, de cuja barriga me alimentei e onde me tornei pessoa humana (acho lindo esse negócio de “pessoa humana”, ainda não conheço, mas deve haver outro tipo de pessoa...), a todos que sempre me dão seu apoio na forma de leitura das bobagens enormes que escrevo aqui, e finalmente...ao PT!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Pois é, hoje eu tenho motivos para grande júbilo e desejo, de público, agradecer de coração compungido ao PT, esse baluarte do sindicalismo de resultados, esse mantenedor de mensaleiros, aloporados, sanguessugas e tantos outros grupos ainda não nomeados, muitos nem mesmo revelados, porém todos eles alicerces deste Brasil que o mundo aprendeu com O Cara a aplaudir em pé diante do bode na sala, Deo gratias! Sim, agradeço ao PT. E você aí não me faça essa cara de quem comeu e não gostou, ou pior ainda, de quem não foi convidado a comer nem a pamonha da sobremesa, não foi chamado para o jantar de gala, o churrasco do Delúbio ou festão de aniversário do ZéD, ora me creia, não se pode mais ser grato neste mundo de Deus?!

Ocorre que o brasileiro é um povo useiro e vezeiro na reclamação generalizada, ai Jesus! Reclama do governo, da escola, da saúde, do cônjuge, da primeira galega, da música sertaneja, do português de V. Exa. Metalurgíssima, do feijão fradinho, do asfalto das estradas, da conta luz, da conta da água, do IPTU, do vizinho que ouve pagode, do casal que namora meio escandalosamente, do Ciro Gomes, do guarda de trânsito, do pão francês, da televisão, do preço da carne, do IPVA, dos caixas eletrônicos, do Aecim, da vitamina C, do casal Nardoni, do advogado do casal Nardoni, do paizinho do Alexandre Nardoni, da Sandy, do teatro do absurdo, do macarrão de domingo, da Fernandinha Torres, do genro, do Tarso Genro, da nora, dos netos, do moleque que abre as pernas ocupando dois assentos no ônibus, das piadas de português, da Madonna... Reclama, reclama, reclama.

Então, quando eu digo que tenho uma coisa boa, boníssima, maravilhosa mesmo, que devo essa dádiva suprema ao PT e quero agradecer por isso ao partido, ficam todos assim, abismados, ora, ora, ora, gente!

Meu agradecimento vai, antes, para O Cabra, esse guru iridescente que sempre enche...o Brasil...de...orgulho (fico gaga de emoção, perdoem-me). Agora então, depois de ele ter-se manifestado a favor da Justiça de Cuba, mesmo ninguém sabendo bem quem seja essa senhora, onde mora nem como vive, enquanto paralelamente encenou o Pôncio Pilatos tupiniquim diante da morte de um tal Zapata, só tenho mais motivos para viver sem medo de ser feliz e agradecer a Deus por tanta benesse, que beleza! Claro que esse Zapata inventou de morrer bem na hora em que V. Exa. Metalurgíssima visitava Havana (onde aliás, ele tem um líder espiritual imorrível e muito amado pelo povo de lá e daqui), para ser chato, inconveniente, Zapata era um estorvo, onde já se viu... Não se morre assim, na cara das visitas, vamos ter um pouco mais de decoro, discrição, cortesia, deixemos o visitante partir e aí, sim, se morra à larga, sem vexame internacional nenhum, ora essa. A sorte é que O Cara fez ar paisagem e tudo não passou de um passamento, como tantos que ocorrem no mundo inteiro, a cada segundo. Morre-se mesmo, que fazer? De morte matada, de morte morrida, de morte arranjada, de morte combinada nas estradinhas vicinais de Santo André, morre-se, bolas. Um dia, o grande guru brasileiro ainda vai mudar essa realidade da morte, com sua metáfora de condão, ele tudo pode e tudo faz, oh, criador elevado! Mas por hora, empenhado que se encontra na candidatura de Lady Dil, A Carismática, o negócio é fazer uma rezinha e encomendar o morto aos céus – a fila anda!

Finalmente pois, quero agradecer ao PT pelo destino dado a Ideli Salvatti nas próximas eleições, ai, quanta alegria me invade o peito, minha Santa Ernestina do Chão de Dentro, eu não me contenho, vou explodir! Ideli, grande musa da coerência política, que tem na imparcialidade sua marca mais notória, quanto prazer em vê-la defender os seus na tv! E eis que por esses dias, fiquei sabendo que ela vai sair candidata ao governo de Santa Catarina, olha só que coisa resplandecente, manjar dos manjares, divina providência, com perdão da citação assemelhada... Santa Catarina que me perdoe a licença poética e prática, mas ficando o Estado dessa desde há muito já desditosa madrinha, a saudável distância do centro político do país e de São Paulo, estou, ao menos em boa parcela, livre de Ideli Salvatti, é o nirvana, urruuuuuuuuuuu!!!!!!!!!!!!

Sim, quero que ela seja candidata lá, antes lá que em Brasília entulhando o Senado com a boca sempre disposta a matracar sem congruência pela Sofisticada Organização Criminosa que o partido dela sustenta com galhardia, orgulho e o nosso dinheiro.

A bem da verdade, na minha modesta opinião, lugar bom mesmo, especial e talhado para ela seria a Finlândia, todo aquele friozinho básico para quem sabe congelá-la o suficiente a ponto de fazer dela talvez uma estátua de gelo, olha só que bacana! Ela adora essa coisa de mudança climática, ia se sentir no céu por lá... Mas, tenho minhas dúvidas se a Finlândia aceitaria Ideli numa boa, aquele já é um país gelado além da conta, talvez não queira entrar em mais essa fria, portanto devo me contentar com o fato de ela ficar por algum tempo longe de Brasília e dos holofotes. Espero que Santa Catarina, a madrinha, não me bote uma praga ao lombo por comemorar a candidatura, sou solidaríssima com os problemas de enchentes em seu Estado e tudo, mas é a vida, e quem pariu Mateus que o balance, quem não pariu que descanse, né não?
DOCA publicou esta crônica em: http://www.papolivre.com.br

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