SANTIAGOS - SÃO 47 MIL - HUMBERTO DE LUNA FREIRE FILHO
Nada contra as generalizadas manifestações de sentimento e
indignação que estão ocorrendo na imprensa pela morte de Santiago Andrade.
Até acho necessárias para alertar a sociedade do perigo que todos nós
corremos em consequência da falta de governo, do vácuo deixado pelo poder
legítimo. Porém
me surge uma pergunta; por que não se noticia com mais destaque e indignação a
morte dos Santigos que fazem parte da Polícia Militar e que morrem no
comprimento do dever? Dos Santiagos que trabalham na construção civil e são
assassinados a caminho de casa? Dos Santiagos, de todas as
profissões, mortos nas esquinas das grandes cidades por "di
menor" protegidos de dona Maria do Rosário e do sr. José Eduardo Cardozo? São 47
mil Santiagos mortos anualmente no país e nenhuma medida eficaz no combate ao
crime é tomada efetivamente, tendo em vista que o número de assassinatos no
país aumenta a cada ano ao invés de diminuir. Aliás o ex Ministro da
Justiça tomou uma medida beneficiando a bandidagem: desarmou a população.
Medida essa mantida e sacramentada pelo atual de plantão. Chega
do mau caratismo, de políticos corruptos e dos funcionários incompetentes que
inundam esse governo tirando proveito político das desgraças alheias.
Chega da hipocrisia e do comprometimento de grande parte da imprensa nacional
altamente beneficiada com a propaganda oficial superfaturada. Chega de acordos
entre grandes empresas e o Planalto em troca de financiamento de campanha.
Chega de pseudos empresários, leia-se Eike Batista, e empresas de
faixada terem cópia da chave do BNDES. O
país precisa e merece um governo sério, nunca essa quadrilha que até hoje, em
onze anos de dominação, não fez outra coisa a não ser aparelhar
o Estado, usando mais de setenta mil cargos de confiança, o que tornou-se fonte
de renda para o partido através dos dízimos; criar ministérios para alojar mais
corruptos à medida que novos partidos (bandos) são
criados; além de segregar o país, jogando brasileiros contra
brasileiros e estabelecendo o caos social que já começa a ser sentido nas ruas
das grandes cidades. Também está
na hora da maior rede brasileira de televisão pagar suas dívidas com o governo
central, deixar de lado as suas convenientes contradições e ter a
necessária liberdade editorial para exercer a cidadania, juntamente
com 25% da sociedade, e ensinar para os 75% de analfabetos, semi
analfabetos e bolsa-família, que hoje decidem as eleições, o que é uma
verdadeira Democracia representativa. Humberto
de Luna Freire Filho, médico
Nenhum comentário:
Postar um comentário