segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

BRASILEIRO É OTÁRIO? - RODRIGO CONSTANTINO


BRASILEIRO É OTÁRIO?

Americanos são bobos, egoístas, uns capitalistas insensíveis. Mas vejam que
coisa: os serviços básicos funcionam, as estradas são boas, quase todos
possuem carros decentes.
Sempre que vou aos Estados Unidos retorno com essa questão: somos um povo
otário? Afinal, adoramos nos vangloriar de nossa “malandragem”, de nosso
“jeitinho”, mas vivemos imersos em um mar de ineficiência, corrupção,
carestia e criminalidade. Há malandro demais para otário de menos por aqui.
Os americanos são bobos, egoístas, uns capitalistas insensíveis. Mas vejam
que coisa: os serviços básicos funcionam, as estradas são boas, quase todos
possuem carros decentes, pelos quais pagaram um terço do valor que nós
pagamos, e podem andar com vidros abertos e ter casas sem muros. Que
otários!
Ainda bem que somos diferentes, desconfiamos do lucro, dos empresários, e
delegamos ao papai Estado todo nosso destino. Temos agora até universidade
marxista voltada exclusivamente para o trabalhador, para não deixá-lo
“alienado”, e sim um camarada “politizado”, engajado na luta pela justiça
social. Somos muito melhores!
Temos um governo metido nos piores escândalos de corrupção, mas ainda
favorito para mais um mandato em2014. A economia não cresce, paramos de
gerar empregos, a inflação continua alta demais, cada vez mais gente
depende de esmolas estatais, a carga tributária sobe sem parar, mas ninguém
parece se importar. A Copa vem aí, e somos a pátria de chuteiras.
Após oito anos, os mensaleiros, finalmente, foram presos, mas ainda tentam
vender a imagem de injustiçados. Um deles recebe amplo apoio dos artistas e
“intelectuais” da esquerda caviar, pois teria um currículo louvável
(comunista por acaso pode ter passado digno de aplausos?) e não teria
roubado para si próprio. O outro se compara a Mandela.
E o PT faz evento oficial para defender os bandidos presos e atacar o STF,
ao lado de uma presidente da República conivente, passiva, cúmplice. Alguém
pode imaginar isso nos Estados Unidos? Claro que não. Eles não são tão
compreensivos e cordiais como nós.
Estive em Miami e Orlando. Só brasileiro, nem preciso falar. Estamos por
toda parte, comprando e comprando. “Consumistas burgueses”, diria um típico
comuna. “Classe média fascista”, diria Marilena Chauí. Mas que mal há em
desejar pagar um terço do preço que se paga no Brasil pelos mesmos
produtos? Compram em Miami os que não são ricos a ponto de poder comprar no
Brasil.
“Ah, mas é preciso financiar a justiça social”, alegam os esquerdistas.
Ora, o governo americano é a polícia do mundo (felizmente), e nós
precisamos de um governo ainda maior em termos relativos? Haja esmola, para
pobre e para rico (BNDES).
Sem falar que, no Brasil, reina o culto do pobrismo. As esquerdas amam a
miséria, não os pobres. E odeiam os ricos mais do que “amam” os
necessitados. Não existem abutres sem carniça, não é mesmo?
O Brasil realmente testa nossa paciência. A impressão digital do governo
inchado está em todas as cenas do crime, mas eis que boa parte da população
pede, como solução para nossos males, mais governo! Seria cômico, não fosse
trágico.
Mas é véspera de Natal, e não quero estragar a ocasião. Quero até
aproveitar a oportunidade e fazer meus pedidos a Papai Noel. É verdade que
ele tem toda pinta de marxista: usa roupa vermelha, distribui presentes
pagos por terceiros, e coloca outros para fazer o trabalho pesado enquanto
fica com a fama de bondoso. Não importa. Faço minha lista, na esperança de
ser atendido:
1. Que o povo brasileiro possa acordar em 2014 e ter o bom senso de evitar
um destino trágico como o da Argentina ou da Venezuela para nosso lindo
país.
2. Que o funk não seja mais visto como “apenas” uma forma artística
diferente, tão boa quanto música clássica ou ópera.
3. Que a doutrinação marxista nas nossas universidades chegue ao fim e que
cada vez mais alunos e professores tenham a coragem de se rebelar contra
tal covardia.
4. Que a hegemonia de esquerda na política nacional seja finalmente vencida
e que algo NOVO possa surgir como alternativa.
5. Que esses ecochatos e politicamente corretos arrumem algum passatempo
individual e nos deixem em paz para vivermos de acordo com nossas
preferências pessoais.
6. Que todos aqueles que conseguem defender a ditadura cubana em pleno
século 21 resolvam abandonar a hipocrisia e comprar uma passagem só de ida
para a ilha-presídio caribenha.
7. Que os brasileiros passem a ler mais, de preferência bons livros.
8. Que todos aqueles que querem “salvar o mundo” antes arrumem o próprio
quarto.
9. Que todos lembrem de que solidariedade é algo voluntário, não
compulsório, via impostos dos outros.
10. Que nosso povo seja menos “malandro”, como os americanos.
Rodrigo Constantino


 

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