sábado, 14 de setembro de 2013

TRIO ESPERANÇA - DOCA RAMOS MELLO


 
Trio Esperança                                                                                               Doca Ramos Mello
                                                                                                 ddramosmello@uol.com.br

        Gente, quem se lembra?!  Nos anos 60 havia um grupo que cantava músicas cheias de ternura, chamado “Trio Esperança”, um de seus sucessos foi “Filme Triste”. Era uma época em que as letras das canções falavam de amor, a tristeza do amor não correspondido, os ciúmes, os namorados, enfim, temas bonitinhos em versos singelos que não caberiam jamais nas ‘poesias’ gravadas hoje... Vou me abster de expor aqui qualquer exemplo dessas letras atuais encantadoras porque sou meio chata e de repente desanco com elas, esculhambo seu português indecente e meto a lenha nas mensagens que me arrepiam. Não posso me arriscar a ser morta por algum fã enlouquecido do Naldo, sabe como é, a vida está cada dia mais dura, por isso temos aí as ‘poderosas’ de bunda grande se esgoelando cheias de sensualidade, os moços sacolejando perigosamente com o dedo na boca e a galera atirando calcinhas e cuecas aos palcos. E fã é hoje uma espécie de fiel medieval de igreja, reza, chora, escreve juras de amor, se atira ao chão, se rasga, berra, desmaia, enfim, pode até chegar a vias de fato, nunca se sabe, melhor não dar moleza para o azar, eu heim...

       Na verdade nem é preciso compor nada sério ou cantar hoje em dia. Basta tomar umas bombas para engrossar as coxas e esticar o tanquinho. Se tiver rosto bonito, melhor. Sendo mulher, complete-se o visual com tudo o que puder de fora, sem esquecer grandes peitões e bunda descomunal, comprados na feira de nossa senhora da plástica. (Tem muita moça ganhando dinheiro para se exibir pelada nas revistas, é uma alternativa de trabalho bem paga, daí a farta encomenda dos itens citados). Para o homem, recomenda-se levantar a camisa com volúpia, exibir-se no rebolado com os quadris para frente e para trás, a alisar as partes íntimas freneticamente, como que convidando as moças a irem para a cama com ele – cantar, para ambos, é o de menos. O nosso consolo é que por aí afora os artistas também não estão brincando em serviço, havendo até uma moça esquisitíssima que já se apresentou ao público vestida de...carne de vaca cheia de sangue, uma coisa emocionante, muito linda mesmo. E nada nojento nem repelente.

       Mas eu trato aqui do Trio Esperança político que está à espera sôfrega por mais uma oportunidade de levar os brasileiros no bico, graças à intervenção de ministros do Supremo afinados com Lewandowski – um docinho de coco imparcial que apenas cuida de fazer sua parte no latifúndio de poucas-vergonhas dos amigos de V. Exa. Metalurgíssima. Quando ele abre a boca flácida para defender o indefensável, muita gente sente náuseas, mas a nossa vida por aqui é assim mesmo, estamos acostumados a toda espécie de conversa mole para boi dormir, nós já não nos espantamos com nada... Por esses dias, não ficamos sabendo que um dos condenados na ação penal 470 acaba de pedir a segunda aposentadoria?! Ah, os mortais funcionários públicos conhecem os trâmites absurdos para se aposentar neste país, depois de 30, 35 anos de suor, o vaivém de papelada, as exigências, o corre-corre, o tempo que são obrigados a trabalhar de graça enquanto esperam a publicação de seu direito! E a merreca que ganham? Mas, para o tal condenado, decerto não haverá problema nenhum, num zás ele se aposenta novamente, agora com proventos de R$ 26 mil reais por oito anos de ‘trabalho’!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 

       Pois bem, os três mosqueteiros esfregam as manoplas sujas enquanto aguardam que lhes seja dado outro julgamento, mais outro, mais outro e outro, até que aquela corte seja solapada por uma verdade transfigurada, arquitetada com verborragia para transformar focinho de porco em belíssima tomada. E como as favas já estão contadas, os ora acusados já condenados serão incensados pela estrela que nos esmaga com suas mentiras, quem sabe até entrem com processo por perdas e danos, calúnia e difamação, e ainda auferirão grandes quantias em dinheiro por conta do constrangimento moral sofrido, oh, pobres injuriados. A Justiça que tarda, mas não falha, parece ter tardado o suficiente para jogar fortes nuvens de fumaça sobre o caso e assim, cegar a visão de quem nunca desejou mesmo enxergar coisa alguma. Segue o filme triste...

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