segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

DIREITOS HUMANOS? 10 - MEIO SÉCULO DA RESOLUÇÃO 1514 DA ONU


No dia 14 de dezembro de 1960, portanto há meio século, a Assembléia Geral das Nações Unidas (ONU) aprovou a Declaração da Concessão de Independência, conhecida como Resolução 1514. Esta Resolução reconhece aos povos “descolonizados” o Direito à Livre Determinação, ou seja, o Direito de decidir sobre o seu futuro e os povos que sujeitam outros a uma dominação e exploração estão cometendo uma afronta aos Direitos Humanos Fundamentais, base desta Resolução (Declaração de Direitos Humanos, França 1789) e contrariando a Carta das Nações Unidas comprometendo assim a causa da paz e da cooperação mundial.
É exatamente a falta do cumprimento desta diretriz que está acontecendo no Sahara Ocidental, onde o povo saharaui está sendo explorado e vilipendiado pelo governo marroquino que se apossou do território depois da saída da Espanha. Até hoje, o governo invasor não permitiu que se efetivasse o referendo que daria ao povo saharaui o direito de determinar o seu futuro.
No dia 8 de novembro passado, usando da força de seu exercito contra um povo pacato e desarmado, destruiu o acampamento montado no deserto exatamente para chamar a atenção do mundo sobre seu problema até agora insolúvel. Na seqüência do desmantelamento onde até água fervente foi jogada sobre o povo entre eles, velhos, mulheres e crianças, houve uma rebelião em El Aaiun, onde atos de torturas, violações, roubos e depredações foram efetuadas contra o povo saharaui. Nas prisões foram torturados, suas casas tiveram as portas derrubados e seus ocupantes espancados e ali mesmo torturados à vista de toda a sua família, seus bens foram roubados ou destruídos. Estabeleceu-se um tempo de terror na cidade, foram proibidos jornalistas estrangeiros, tudo haveria de ficar encoberto. Todavia, graças à WEB, muita coisa vazou e hoje sabemos o quanto este humilde povo está sofrendo. Uma jornalista espanhola, Ana Romero, do El Mundo, ficou alguns dias por lá e acabou sendo expulsa por tentar falar a verdade do que via. Ela confirmou muitas arbitrariedades que já haviam sido denunciadas. A Human Rights Watch também confirmou as torturas, as mortes, as prisões e os “desaparecimentos”.
Esperamos que agora, finalmente, a ONU pressione o Marrocos a cumprir esta Resolução, já que está afrontando uma decisão tomada pela Assembléia Geral da organização.
Está prevista também uma reunião nos próximos dias entre representantes do governo marroquino e da Frente Polisário, representante do povo saharauai. Vamos torcer para que se chegue a uma decisão justa e acabe de uma vez por todas o sofrimento deste povo totalmente abandonado pelas grandes potências!

10 comentários:

  1. A Ministra de Relações Exteriores da Espanha, após reunião com seus homólogos da União Europeia, declarou o seguinte:

    "dada a importância extraordinária da parceria com o Marrocos, nenhum acontecimento vai alterar a relação da União Europeia com esse país"

    Entendi bem?
    Vergonhosamente parece que sim, ou seja, nem a morte, o desaparecimento, as violações, as torturas, enfim, o total desrespeito aos "famosos" DIREITOS HUMANOS, fará mudar a atitude da tão "civilizada" Europa ante as atrocidades do governo marroquino contra o povo saharaui.

    Isso é cumplicidade pura e crua!

    Renato
    um brasileiro residente na Espanha

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  2. En una conferencia internacional organizada en Argel para celebrar los 50 años de la Carta Magna de la Descolonización, a España le llovieron las críticas ya que es aún la potencia administradora del territorio y, como tal, responsable de su descolonización. Sin embargo, dadas las declaraciones de la ministra Trinidad Jiménez, que considera "zanjada" la cuestión de los trágicos incidentes en El Aaiún, parece ser que nuestro gobierno va a seguir cambiando saharauis por tomates y pescado (los del nuevo acuerdo agrícola y pesquero firmado entre La Unión Europea y Marruecos).
    Beatriz, de Huelva

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  3. ONU, Marrocos, Espanha o mundo esta sabendo das atrocidades que o povo saharaui esta sofrendo. Genocidio, de um povo, por questões politicas e economicas é inadimissivel.

    Campinas, SP

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  4. As declarações da ministra Trinidad Jimenez foram uma ducha fria nas esperanças de que algo de bom pudesse acontecer para os saharauis. É uma pena. O mundo está mesmo cada vez mais cruel. É uma lástima, esperava mais do governo da Espanha. São uns vendidos!

    Pedro - São Paulo

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  5. Segundo o que li, a reunião entre a Frente Polisário e o Marrocos será de 16 a 18 de dezembro. Esperemos que a ONU faça algo para tirar o conflito do impasse em que está. Está em jogo a sobrevivência de um povo.

    Leonardo
    Porto Alegre

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  6. A MI ME GUSTARIA PREGUNTARLE A TRINIDAD JIMENEZ:

    ¿¿¿QUE TE DA MARRUECOS, TRINIDAD???

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  7. Ya escribí comentarios aquí otras veces. Soy una saharaui que vive en España. Quiero dar las gracias a todos los que estáis escribiendo comentarios y principalmente al autor de este blog por divulgar el tema de mi país a los brasileños. Quiero decir también que mis familiares de El Aaiún están muy asustados. Me dicen que siguen los ataques a las viviendas, con violaciones, palizas, detenciones y saqueos. Ahora Marruecos lo hace con más tranquilidad, ya que no hay periodistas ni observadores internacionales. Tienen mucho miedo y se sienten abandonados. Están viviendo al día, sin saber lo que les va a pasar mañana. Es muy triste. Un saludo a todos.

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  8. Seguro que nos han contado de la media la mitad. Las técnicas utilizadas por el Reino invasor de Marruecos para acabar con la protesta pacífica del campamento saharaui son tan antiguas como las utilizadas por las dictaduras feroces que en este mundo han sido. Cerco al campamento para impedir el control y la ayuda de organizaciones humanitarias; impedimento del trabajo de la prensa internacional y represión, persecución de los dirigentes, y violencia generalizada para acallar la protesta. El reino de Marruecos tiene a un territorio ocupado desde hace 50 años, cuando se firmó la Carta Magna de la Descolonización, y cuando le correspondía a España realizar esta tarea. Después vino la marcha verde que se sirvió Marruecos para consolidar la ocupación, ante la dejadez de España, cuyo régimen en retirada ya no defendía ni su propia sobrevivencia. La causa de los saharauis fue siempre una causa de la izquierda. Los socialistas de la primer época la defendieron como suya; también todo el espectro mas hacia la izquierda. Pero han pasado los años y los intereses internacionales, el papel pro-norteamericano de Marruecos y la iniquidad de los distintos gobiernos españoles, han dejado morir un derecho a la autodeterminación aprobado por todos los foros internacionales. El pueblo saharaui avasallado, y su causa olvidada, es el mayor ejemplo del retroceso ideológico y político de lo que aún hoy se llama Partido Socialista Obrero Español.Néstor Norma

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  9. O problema é que o Marrocos está espalhando o terror, o medo e a intimidação nos territórios ocupados do Saara Ocidental.
    É necessário que a ONU crie um mecanismo de proteção dos direitos humanos na região e que seja denunciado o assédio militar implantado por Rabat em torno da cidade de El Aaiún para impedir a chegada de jornalistas e observadores internacionais.
    O que o Marrocos quer esconder? Um genocídio?

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  10. Não dá para acreditar que em pleno século XXI está acontecendo o genocidio de um povo.


    Campinas, SP

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