quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A PRAÇA É NOSSA NA ZORRA TOTAL - DOCA RAMOS MELLO


Tiririca, Netinho ou o marido de Mara Maravilha? Oh, grande dilema!

O horário eleitoral ‘gratuito’ me tirou algumas decisões anteriormente alinhavadas, depois que tive acesso ao plantel de excelentes candidatos que me desejam representar nos governos, no Senado ou nas Câmaras – estou numa sinuca bico.

Gosto do Tiririca. Acho um sujeito elegante, tem propostas equilibradas e é verdadeiro. “Eu não sei o que faz um deputado federal, mas votem em mim que depois eu conto”, diz ele na propaganda que nós todos pagamos para ver na tv. Em seguida, numa segunda aparição – pelo número escolhido para ele o partido está apostando nesse puxador de votos -, completa: “Vote em mim e eu vou ser eleito”. É uma conclusão interessantíssima, eu nunca tinha pensado nisso antes, puxa vida, então se o eleitor vota em alguém esse alguém é eleito, barbaridade, é isso aí, Tiririca, ‘tamo junto!



“Vote Tiririca – pior do que tá não fica!”



Estou aqui citando apenas alguns dos cidadãos que anseiam trabalhar por mim, por você e pelo povo em geral, muito embora não sejamos nós nem de longe merecedores de tamanha vontade de servir, a gente não vale nada. Ou talvez valha uma bolsa-família, eu não sei muito bem, sou meio burra, mas na minha opinião, o que esculhamba com um país é o povo, porque o povo é muito chato, ingrato, desagradável. Fora a estultice. Se a gente eliminar o povo, só vai sobrar a nata, então eu acho que é isso que estão pretendendo esses candidatos, eles querem deixar de ser povo, essa massa de manobra, e passar a manobrar porque, é claro, rende muito mais e traz progresso para o país. Se assim não for, por azar do destino, ao menos trará, é certíssimo, muita prosperidade aos eleitos, a gente vê isso todos os dias. Mas, o que eu dizia é que existem outras opções tão boas quanto as já citadas, como Eymael – que em grego significa ‘aquele que não desiste nunca’, o Mercadejante (agora no papel de professor), a Marta, que se apresenta como Marta Suplicy, evocando a seguir seu sobrenome de solteira, ai, achei tão meiga...



“Meu nome é Marta Suplicy. Smith de Vasconcellos de solteira”



Há uma candidata que considerou melhor não falar nada, então encomendou ao departamento de propaganda e marketing do evento uma música singela. E ela aparece congelada, com as mãozinhas cruzadas sobre o coração, sorrindo para os céus! Não vou votar nela, mas tenho certeza de que a peça publicitária tem tudo para fazer da moça um boom político. Ah, tem também uma mocinha sorumbática que fala por um partido esquisito, ela também esquisitíssima, sem expressão, sem modulação na voz e nenhum movimento dos músculos da face, os olhos parados na cara – ao lado dela há o desenho de uma foice, e eu, muito ignorante, associei o cenário àquela senhora de preto, cuja visita ninguém deseja receber.Como eu, muitos eleitores devem ser umas bestas e por isso excelentes candidatos não são compreendidos nas suas campanhas, é uma pena. Entretanto, a culpa não nos cabe. Tivessem os governos, investido mais em educação e informação, todos saberíamos votar, é a minha ideia. Como não se preocuparam com isso, a esquisita não atinge a população, olha a desgraça!



“Vote 20 e qualquer coisa”



Adoro ver e ouvir V. Exa. Metalurgíssima creditar todos os feitos de seu governo à Boneca Terrorista de Ventríloquo que, aliás, mudou do vinho para a água e se tornou uma Barbie Guerrilheira de Grife. O sorriso de Estela, Wilma, Patrícia (o que vier, ela traça), na versão ‘cabelos nas ventas by Celso Kamura’, é tão natural quanto o passeio com o cachorro contratado para fazer figuração na propaganda. Quando O Cara conta tudo o que ela fez sem nunca ter ocupado uma única cadeira através de votos, fico pensando no potencial trem-bala dessa mulher! Antes, eu nunca soube de seus feitos inúmeros e importantíssimos para o país crescer e se tornar, entre outras conquistas, perdedor nos testes educacionais internacionais e parceiro de Ahmmadnejad, aleluia!

Netinho de Paula... Conhece a letra do pagode?



“Vai ficar legal, Netinho no Senado no maior astral...”



Sério mesmo só o Romeu Tuma, candidato ao Senado. Disputa a vaga com Oquifio Dumaégua da Silva em biografia, já que os dois têm filhos rebeldes, por isso mesmo falam de segurança, contra a corrupção, e têm o apoio do chinês Paulo Li, empresário da...de...do...enfim...daquele telefone...dos vistos...produtos…bem…ah, todo mundo já sabe. Surpreendentemente, os filhinhos desapareceram no ar, sumiram da mídia, papai Tuma e papai Dumaégua não querem ouvir falar nisso agora. O foco está na campanha. E como diria o Tony Ramos: “Punto e basta”. Hehehehe...

Last, but not least, a contribuição do combatente jornalismo da minha cidade, através da perspicácia de um jornalista de jornal impresso diário, que pergunta ao candidato local a uma vaga de deputado:



“Qual é o seu CURRAL eleitoral?” (E o cara…responde...)



* Duas observações da minha empregada: 1. há um candidato que prega salário mínimo de R$ 2.500,00, mas ela não quer que o cara seja eleito, pois tem certeza de que eu, professora aposentada, não só não terei como pagá-la mensalmente como ainda vou disputar emprego com ela no mercado de trabalho (“E a senhora fala inglês, né?”); 2. quando se separar, ela pede a Deus que lhe dê um ex tal e qual o Suplicy: que encha a boca de mel ao falar dela...

DOCA publicou esta crônica em: http://www.papolivre.com.br





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