quarta-feira, 25 de agosto de 2010

AUTORITARISMO - GAL. ARMANDO L. M. PAIVA CHAVES


Só não vê quem não quer! Alerta não falta! Depois não adiantará chorar.

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

AUTORITARISMO

Autoritarismo não é regime político. Não é ideologia de massas. Não é bandeira
de partidos. Ainda assim, enxameiam na História registros de homens públicos
que fizeram dele sua ferramenta para, em ambiente democrático, açambarcar o
poder e chegar ao absolutismo ditatorial. O passado do último século guarda
exemplos axiomáticos, de que Hitler, Mussolini e Stalin são os representantes
mais notoriamente perversos. Valeram-se dele para se firmarem na tirania.
Em nosso continente, o boliviano Evo Morales, o casal argentino Kirchner, o
equatoriano Rafael Correa e o venezuelano Chávez têm dado demonstrações de sua
competência para minar a democracia com o abuso de sua autoridade presidencial.
Perde-se a conta de suas investidas contra a liberdade de expressão, coagindo e
fechando periódicos, emissoras de rádio e televisão que não rezam pelo
catecismo de endeusá-los.
No Brasil, o governo do PT e seu chefe vêm procurando colocar em prática os
exemplos dos vizinhos, embora a repulsa veemente da sociedade tenha, até o
presente, bloqueado os intentos de submeter a mídia a códigos de conduta que,
se aprovados e aplicados, instituirão a censura. Porém o insucesso das
tentativas nesse campo não exclui a autoridade abusiva aplicada em outros.
O caso mais flagrante, porque exibido diariamente na campanha, é a participação,
sem qualquer pudor, de autoridades, meios de locomoção e recursos públicos na
propaganda eleitoral, infringindo a legislação, conspurcando e desequilibrando
a disputa. O exemplo vem de cima, do mais alto dignitário. Vale-se do eufemismo
de estabelecer seu horário de expediente como presidente e programar visitas
oficiais onde ocorrerão comícios, aos quais comparece “depois do expediente”. E
saem do bolso do contribuinte as despesas com avião, frota de automóveis e
diárias dos acompanhantes. Censurado e multado por tribunal eleitoral, seu
sentimento de onipotência recorre à galhofa para constranger juízes e colher
aplausos do público que lhe é fiel.
A quebra de sigilo da Receita Federal sobre figura da oposição, sem que até
agora apareça culpado é outro sintoma de abuso de autoridade. A espionagem de
adversários, conduzida por organismos oficiais que não têm esta destinação e a
compilação, dentro do Palácio do Planalto, de dossiê sobre os gastos de um
ex-presidente, sem apuração do responsável, são alguns dos muitos registros que
compõem um quadro de autoritarismo crescente, preocupante para os destinos de
nossa democracia. Se formos consultar na História os instrumentos utilizados
pelos tiranos do passado para chegar ao absolutismo, de lá saem os mesmos
exemplos, acoplados à demagogia e ao populismo.
Lula está chegando ao final de seu governo, aprovado por mais de 70% dos
brasileiros, que conquistou com iniciativas populistas. Empenha-se a fundo para
fazer sua sucessora e alongar, por muitos anos, o comando da vida nacional pelo
PT. Se o conseguir, a expectativa é de que o autoritarismo ganhe impulso
acelerado. Quem o substituirá não tem sua sensibilidade política, seu carisma,
sua eloqüência rasteira, porém convincente.
Dilma carrega a fama de autoritária desde que chefiava a Casa Civil. Seu passado
de guerrilheira está atrelado ao extremismo de esquerda, a um ânimo de não
hesitar no uso da força, mesmo com meios ilegais, para alcançar seus objetivos.
O episódio da audiência com a Secretária da Receita Federal, que negou ter
havido, valendo-se para tal do inexplicável desaparecimento dos vídeos de
segurança do Planalto, mostra que não mudaram os métodos, tanto quanto a
ideologia. Na campanha, seus coadjuvantes de maior confiança, que seguramente
ocuparão cargos de grande influência na vida nacional, são quadros de
currículos similares, de ações armadas, assaltos a bancos e seqüestros de
diplomatas. É grande sua afinidade com a ala do PT mais exacerbada pela
implantação do socialismo comunista, como ficou comprovado no seu programa de
governo, entregue “por engano”, à justiça eleitoral.
As pesquisas, até agora, têm mostrado o crescimento de sua vantagem. Mas só as
urnas proclamarão o eleito. Cabe aos cidadãos conscientes da ameaça que paira
sobre nosso futuro a reversão das estimativas, esclarecendo os menos informados
sobre os riscos de sua eleição. Ou o pior acontecerá.



Quem viver, verá.

Nenhum comentário:

Postar um comentário