terça-feira, 6 de outubro de 2009

E LA NAVE VÁ... DOCA RAMOS MELLO


Alegrias, alegrias...
Ganhamos as Olimpíadas, urruuu! V. Exa. Metalurgíssima encheu os olhinhos cúpidos de lágrimas, naturalmente já se antevendo sentado à mão direita do Todo Poderoso e de lá governando o mundo em 2016, ele merece! O Rio de Janeiro continua lindo e podemos ter certeza de que também a grande empresa nacional de produtos viciantes, a Fernandinho Beira-Mar, Marcola, PCC & Associados, dará total apoio ao evento, de modo que nada empanará o brilho das competições. Até mesmo o capo Abadia, ainda que da distante mansão de segurança máxima americana onde vive, pelo declarado afeto que tem por nós, brasileiros, já ofertou alguns bens de grife para serem leiloados a fim de arrecadar dinheiro para as obras necessárias, cooperando de forma substancial com o engrandecimento da festa. Todo mundo sabe que, se não combinar com os russos, como disse Garrincha um dia, vai tudo p’ro buraco, portanto desde já façamos um esforço nas negociações, ok?
Pausa para elogio. Eu fiquei encantada com a criatividade de V. Exa. Metalugíssima, a sacada do filho de Dona Lindu, quando em seu discurso pró-Rio ele disse “sim, nós podemos”, ai, nunca antes neste mundo.... O cabra é o máximo, que orgulho!
Quanto às críticas em relação aos gastos para as Olimpíadas, sob os argumentos de que a saúde vai mal, a educação está ‘capenga’ – para usar mais uma expressão cunhada pelo guru sertanejo -, a segurança anda mal das pernas, dos braços, do abdome, do tórax, da cabeça, etc., etc., etc., francamente, pessoal! E desde quando em casa de pobre não se faz ao menos um bolinho para comemorações relevantes? Além disso, só em pensar no lucro que as providências vão dar... Basta comparar com os Jogos Pan-Americanos e ver que muita gente há de melhorar sua qualidade de vida e condição social, haverá mesmo quem salte da categoria Quase Indigente para a classe Athina Onassis. E isso não é maravilhoso?!
Então, mãos à obra. Literalmente. E vamos deixar o baixo astral fora dessa jogada. E das boladas, inclusive aquelas nas nossas costas, hehehe...
Já em São Paulo, nós, paulistas, temos de nos ajoelhar diante de V. Exa. Metalurgíssima que, despojado de tudo que não seja o amor pelo Estado mais progressista da federação, nos oferece duas opções simplesmente espetaculares: Ciro Gomes ou Palocci. Ara, ara, ara, e ainda há quem diga que o cabra tem certa mágoa dos paulistas por conta de não conseguir nos passar o mel das eleições na boca das crianças, imagine... Assim fosse e não estaria se empenhando para botar na cadeira de Serra um desses seus amigos, é ou não é?
O marido da favorita é um doce de pessoa, Dona Maria, sua santa mãezinha que, dia desses viajou para Nova York confortavelmente à nossa custa, não me deixa mentir. Além disso, é bonitão, para nos compensar da feiura de José Serra, eis que beleza, já disse o poeta, é fundamental e Ciro, a esse quesito importantíssimo, junta ainda o item celebridade, afinal tem por companheira a vilã da novela das oito da Globo. Quanto a dizerem que a moça tenha feito cursinho com ele para ser malvada, já é exagero, gente, por favor. E o arauto de Sobral deu para frisar ser de Pindamonhangaba, minha terra natal querida, fazendo um esforço notável para ter alguma afinidade com os paulistas em geral. Inteligentíssimo, disse que em três meses fica íntimo do nosso Estado e sabendo de tudo que precisamos nós. Rãm-rãm... Nesses sentidos, dois apartes: 1. alguém deveria explicar a Ciro que filho de gato que nasce em forno não é biscoito; 2. Tu não conhece a grandeza de São Paulo, companhêro!!!!
Na verdade, podemos ficar despreocupados porque Ciro gosta mesmo é de muvuca, pois depois essa mesma muvuca lhe garante um bom cargo. Foi assim nas eleições presidenciais, quando era oposição a V. Exa. Metalurgíssima e dizia que “votar em Lula era mandar o Brasil para um buraco negro que ninguém sabia onde ia dar”. Derrotado, depois das eleições arrumou uma potentíssima lanterna, com a qual iluminou a caverna, ao menos sobre a mesa de ministro que descolou com o filósofo de Garanhuns, e foi cantar em outra freguesia, onde encontrou um coro afinado e adorou o repertório escolhido, de modo que ainda é tenor apreciado por lá.
Palocci.
Ai, o Palocci.
O moço da República de Ribeirão Preto, o homem do rolo do lixo e da merenda, o inocente no caso do Quase Indigente caseiro, o sujeito dos mais de vinte processos na Justiça, tem a língua presa como convém ao sindicalismo tupiniquim e é amigo de Jeanny Mary Corner, a “promoter” de Brasília. São credenciais relevantes e nós, paulistas, sabemos que V. Exa. Metalurgíssima só faz a indicação de Palocci porque deseja o nosso bem, sejamos gratos. Com certeza o indicado do cabra já tem pronto um projeto para montar aqui a República dos Bandeirantes, claro.
Ou seja: São Paulo não pode parar e nem o cabra deseja que pare, só quer que se curve um pouco, o suficiente para encostar a cara na estrela que reluz no lodo.
No mais, chá-chá-chá-Chalita mostra sua cara de bom moço religioso. Com ela, pretende maquiar o péssimo secretário da educação que já foi tarde, na crença de que topete finamente arranjado, boniteza e louvado-seja-nosso-Senhor-Jesus-Cristo devam alçá-lo a cadeiras de espaldares mais altos que os daquelas em que já se sentou confortavelmente antes e meio por acaso. Agora, sem padrinho, do qual acredita não necessitar para mais nada nessa vida política nacional tão ideológica e prenhe de fidelidade de todos os tipos. Voa, Chalita! Mas, tome cuidado porque as pistas de pouso podem estar esburacadas.
E finalmente, um bom conselho. Que Roman Polanski peça abrigo, asilo, bolsa-cineasta, casa, comida, uísque, mulheres, festas, cidadania, publicidade, diretoria e roupa lavada neste nosso Brasil, onde sabemos valorizar assassinos, estupradores, corruptos, pedófilos, ladrões, estelionatários, fichas sujas e assemelhados, como nunca antes neste planeta...

Doca postou esta crônica em:
http://www.papolivre.com.br

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