Eu pretendia escrever sobre este tema, "o pibinho", porém, Stephen Kanitz, resumiu e demonstrou, com muita clareza, o problema que vamos (o governo) deixar para as gerações futuras...
Entenda este PIB de 1% - Stephen Kanitz
As manchetes dos jornais de hoje, anunciam com destaque um crescimento do
PIB acima de 1%.
E os comentaristas reclamam que poderia ser bem melhor, mas nada mais do
que isto.
Para os que não entendem de Economia, somos levados a falsa conclusão de
que estamos 1% mais ricos, 1% melhores do que no ano passado.
Ledo engano.
O IBGE ainda usa um conceito antiquado de riqueza, que seria o que você
produziu ou gastou no ano.
Se 9,3% do que você gastou foi graças a uma dívida nova, você não
ficou 1% mais rico em 2012, e sim 8,3% mais pobre, porque agora você estará
endividado.
E é o que o Governo Brasileiro fez. Gastou 9,3% do PIB que era seu, suas
contribuições para o INSS, em vez de as deixarem rendendo juros até você se
aposentar.
"Não tem problema", diz Guido Mantega, "pode ficar tranquilo que daqui 20
anos nós lhe pagaremos com as contribuições que serão feitas pelo seu
filho".
Portanto, o Guido Mantega contraiu uma dívida a ser paga pelo seu filho, só
que não a contabilizou, como nenhum ministro até hoje fez.
Esta dívida que da última vez que calculei era de R$ 13 trilhões, e em 2012
subiu mais R$ 300 bilhões, não é contabilizada pelo IBGE.
Agora a segunda malandragem:
Mais uns 10% do que você gastou em 2012, foi graças à venda das joias que
você recebeu de sua tia, que faleceu no ano passado.
Graças à esta venda, na realidade sua família ou o Brasil ficaram mais
pobres, não mais ricos.
O minério extraído pela Vale e o petróleo extraído pela Petrobras equivalem
a 10% do PIB, e são o equivalente às joias da sua tia.
Não são receitas, mas vendas da riqueza de uma tia ou um solo abençoado por
Deus. E, que estamos dilapidando para o desespero dos nossos filhos, que estão
ficando por isto mais pobres.
Some-se (1) as dívidas que contraímos de 9,3% não contabilizadas, mais (2)
os 10% de depreciação de recursos naturais não contabilizados, e
percebe-se que no Brasil 19,3% do nosso PIB é não recorrente e não fruto de
nosso esforço.
Estamos vivendo 19% ou mais às custas dos outros, dos
filhos e de Deus, e ninguém está noticiando.
Deveríamos estar produzindo mais do que consumimos, deixando reservas para
nossos filhos e não dívidas. Deveríamos estar deixando pontes e infraestrutura
para nossos filhos e não dilapidando a ecologia que Deus nos deu.
Deveríamos estar aumentando nosso Patrimônio Líquido Nacional e não
dilapidando-o e deixando dívidas não contabilizadas para nossos filhos
pagarem.
Use métricas equivocadas, e teremos políticas equivocadas.
O problema não é o PIBinho, Dilma, o problema é que estamos vivendo às
custas dos outros, e não da nossa própria produtividade.
O IBGE ainda usa o que os contadores chamam de Regime de Fluxo de Caixa em
vez do Regime de Competência, que é o que se adota em todas as empresas
brasileiras.
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